terça-feira, 30 de junho de 2015

A FUSÃO NOS PLANOS SUPERIORES

Todo o ser humano recebeu da Natureza o instinto de querer unir-se a uma outra criatura que ele sente como a parte complementar de si mesmo.
Enquanto não tiver conseguido encontrar uma tal criatura, ele sente uma falta.
Porquê?
Porque tem necessidade dessa outra metade para estar completo, a fim de criar.

Mas a que é que se deve então, o facto de, mesmo depois de ter conseguido realizar esse encontro, a maior parte das pessoas sentirem tantas insatisfações e sofrimentos?
É porque não basta encontrarem-se no plano físico.
Para a união, a fusão, ser perfeita, tem de acontecer nos três planos, isto é, também no plano psíquico (o coração e o intelecto) e no plano espiritual (a alma e o espírito).
Ora, o que é que se vê na maior parte dos casos?
Um homem e uma mulher encontram-se, acham-se mais ou menos ao gosto um do outro e decidem ficar juntos, imaginando que é assim que vão preencher o vazio que sentem.
Meu Deus, que ignorância!
Eles não sabem que essa atracção que os impele um para o outro não é uma necessidade superficial fácil de satisfazer, mas a manifestação de um fenómeno cósmico que pertence, antes de tudo, à sua alma e ao seu espírito.
É por isso que a fusão do homem e da mulher deve fazer-se, em primeiro lugar, no Alto, no mundo divino, no mundo da luz.
Só depois é que ela pode ter lugar no plano físico; então sim, será a plenitude, e essa plenitude produzirá criações de uma beleza incrível.

Compreendeis agora porque é que os Iniciados nos ensinam que devemos harmonizar-nos com o Céu, com o mundo divino?
É porque, sem essa ligação ao Céu, toda a relação com os humanos está, mais cedo ou mais tarde, votada ao insucesso.
Harmonizar-se com o Céu é vibrar no mesmo comprimento de onda que ele, adaptar-se, estar conforme, estar receptivo.
Senão, ninguém recebe nada dele.
Diante de alguém que não é receptivo, o Céu não insiste; ele não faz como esses brutos que se apoderam pela violência, de uma mulher que lhes resiste.
Para que a harmonia exista, é preciso que duas vontades participem: se o princípio masculino, emissivo, quer impor-se, e o princípio feminino, receptivo, se defende, é inútil falar de harmonia!
Harmonia significa acorde entre, pelo menos, dois princípios, dois elementos.

Continua

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