domingo, 28 de junho de 2015

O SENTIDO DA VIDA (Cont. III)

Encontrar o sentido da vida é encontrar um elemento que só o mundo divino pode dar-vos; mas o mundo divino só dá esse elemento àqueles que, durante longos anos, vão fazendo esforços para o alcançar.
O sentido da vida não é uma coisa que se possa fabricar afectivamente ou mentalmente: o homem, por si mesmo, não tem a possibilidade de decidir qual será o sentido da sua vida.

O sentido da vida é a recompensa por um trabalho interior paciente, incessante, que o homem empreendeu sobre si próprio.
Quando ele consegue alcançar um certo estado de consciência, recebe do Céu um electrão, como que uma gota de luz, que impregna todo o seu ser.
A partir desse momento, a sua vida ganha uma dimensão e uma intensidade novas e os acontecimentos aparecem-lhe sob uma nova luz, como se lhe tivesse sido dado o conhecimento sobre a razão de ser de todas as coisas.
Até a morte já não o atemoriza, precisamente porque esse átomo, esse electrão, fá-lo descobrir a imensidão de um mundo eterno onde deixaram de existir perigos, trevas, e o homem sente que já caminha no mundo ilimitado da luz.

Quando se encontrou o sentido da vida, tudo o mais perde importância, mesmo as preocupações e os desgostos da existência quotidiana.
Todos aqueles que passam o tempo a queixar-se e a lamentar-se, porque lhes falta dinheiro, porque não conseguem ter os sucessos esperados, porque foram abandonados e traídos, mostram muito simplesmente, que não encontraram o verdadeiro sentido da vida.
Se para eles, o sentido da vida estava no dinheiro, na ambição ou na posse de um homem ou de uma mulher, é evidente que não terão faltado ocasiões para se sentirem desiludidos e infelizes!

Encontrar o sentido da vida é atingir um estado de consciência de tal modo elevado que abarca o Universo inteiro, todas as pequenas coisas da existência se perdem e se dissolvem nele.
Mesmo quando são desprezados e perseguidos, aqueles que encontraram o sentido da vida sentem-se reconfortados e olham os outros com piedade, dizendo para consigo: «Coitados, não vêem que, digam o que disserem, façam o que fizerem, eu vivo na imensidão, na eternidade, participo na vida cósmica.»

Talvez penseis que tudo o que acabo de dizer-vos é difícil de compreender.
Na realidade, aquilo que deveis reter é unicamente isto: só encontrareis o sentido da vida quando vos colocardes ao serviço de um ideal sublime, porque, por detrás desse ideal, há milhares de criaturas luminosas que trabalham, e quando elas virem que vós participais com elas na construção de um mundo novo cumular-vos-ão de bençãos.
Nessa altura, sentireis que dentro de vós, algo explode e transborda...
Mesmo sem pedir nada, mesmo sem estar à espera de nada, sentireis que recebestes tudo.


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