segunda-feira, 22 de junho de 2015

ENTRAR PARA A FAMÍLIA UNIVERSAL (Cont.II)

Observarão alguns: «Mas por vezes, há jovens que se lançam em aventuras que, com toda a evidência, acabarão mal.
Também aí não devemos dizer nada?
Devemos consentir?»
Bom, vou limitar-se a dizer-vos o que faço quando os moços e as moças me falam dos seus sentimentos por outros e me pedem conselho.
Eu digo-lhes: «Em primeiro lugar, há uma coisa que deve ficar clara para vós: a razão pela qual amais esse ser, o que nele vos atrai.
Isso permitir-vos-á saber se ele está verdadeiramente preparado para fazer um trabalho convosco e seguir pelo mesmo caminho que vós.»
Uma relação amorosa só terá sentido se puderdes construir com o vosso parceiro algo de sólido e duradoiro.
Tratai de descobrir se entre vós existe harmonia nos três planos - físico, afectivo e mental - ou se apenas cedeis a um capricho passageiro, ao atractivo do prazer.
Se não tiverdes afinidades no domínio das emoções, dos gostos e das ideias, não argumenteis que isso não tem qualquer importância e que as coisas acabarão por se compor.
De maneira nenhuma.
Pelo contrário, ao fim de algum tempo, uma vez esgotada a novidade que alguns prazeres representam, percebe-se, precisamente, que as afinidades físicas e intelectuais são de extrema importância e, se essas afinidades não existirem, instalar-se-á a discórdia.

Sim, o entendimento e a harmonia no plano dos gostos e das ideias é muito importante, pois as relações de um casal não se resumem a beijos e a declarações de amor.
Há todos os pequenos nadas da vida quotidiana a considerar e a enfrentar, as decisões a tomar em conjunto, uma existência a organizar.
Se um desejar ter filhos e o outro não, se um quiser viver na cidade e o outro no campo, se um gostar de reflexão e silêncio e o outro de música e divertimentos ruidosos, que irá acontecer?
E a respeito de todos os acontecimentos do mundo exterior, cada um tem as suas opiniões, as suas maneiras de sentir e de ver; se as reacções forem sempre divergentes, que diálogo poderá existir?
Ou haverá discussão ou cada um ficará silencioso no seu canto, e tanto num caso como noutro a vida tornar-se-á um inferno.

Continua

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