quinta-feira, 25 de junho de 2015

ENTRAR PARA A FAMÍLIA UNIVERSAL (Cont. V)

É preciso ensinar os jovens, muito cedo, a saberem como considerar todos os sentimentos e inclinações que os atravessam e agitam, e também a trabalharem com eles, pois os sentimentos e as atracções por outras criaturas, que os jovens começam a viver, não são mais que a manifestação do instinto que a Inteligência Cósmica deu a cada ser humano para que ele alargue o seu campo de consciência, introduzindo outros seres no seu coração, na sua alma.
Se ele permanecesse só, egoísta, fechado, não aprenderia, não evoluiria.

Mas não basta fundar uma família e ter filhos.
É preciso ultrapassar o círculo da família para abraçar o mundo inteiro, pois a família é um começo, não um fim.
Aqueles que se concentram na sua família e trabalham só para ela, esquecendo tudo o resto, não se dão conta de que estão a fomentar a incompreensão e a hostilidade entre as outras famílias e que tudo isso acaba por se assemelhar a uma luta de clãs, de tribos.
O pior é que, com este estado de espírito, nem sequer é certo que façam as suas famílias felizes.
A prova está no número cada vez maior de famílias desunidas.
Após algum tempo, os pais separam-se para contraírem outras ligações e os filhos ficam com o pai para um lado e a mãe para o outro...
É isso então, a felicidade da família?
Quantas noções há a repensar!

É o egoísmo dos humanos, a sua visão estreita das coisas, que cria os conflitos na sociedade e nas famílias.
E se ninguém se decidir a fazer um trabalho profundo sobre si mesmo, a terra tornar-se-á um campo de batalha cada vez mais mortífero.
Alguns pensadores, que observaram os efeitos negativos da influência familiar, quiseram remediar a situação pondo em causa a existência da família.
Segundo eles, não deveria ser ela a assegurar a educação dos filhos, mas instituições controladas pelo Estado.
São concepções deploráveis que dão resultados catastróficos.
Os filhos tornam-se uns monstrozinhos, estranhos aos pais e, em certas circunstâncias chegam ao ponto de os denunciar à polícia.
É horrível!
Não se deve destruir a família; os seus membros têm elos sagrados entre si; o que é preciso é alargar a compreensão que se tem da família.
E é aos jovens que compete trazer agora essa compreensão alargada, que exige um enorme trabalho.

Não é porque uma pessoa se casa e acrescenta ao seu círculo de parentescos um sogro, uma sogra, cunhadas, cunhados, muitos tios, tias, sobrinhos, sobrinhas e primos, que ele alarga realmente a sua consciência.
Apenas fica com mais alguns parentes, mas pode continuar limitada, egoísta, com uma visão estreita das coisas.
O alargamento da consciência manifesta-se por uma atitude de nobreza, de desapego: aceitamos alguns inconvenientes, aceitamos mesmo sofrer e sacrificar-nos pelos outros.
E ainda mais: sabemos e sentimos que pertencemos à grande família universal e enchemo-nos de regozijo com isso!

Quando, por vezes, ouço algumas pessoas dizerem, com um ar muito infeliz: «Estou só, não tenho família», fico siderado.
O quê?
Não têm família?...
Elas têm uma família imensa, mas a sua consciência é tão limitada, está tão obscurecida, que elas não sentem essa família.
É o caso de milhões de seres no mundo: sentem-se sós.
No entanto!...
Vós ao menos, começai a trabalhar para este alargamento de consciência.
Mesmo que já não tenhais pai nem mãe, nem irmãos nem irmãs, nem nenhuma família de sangue, compreendei que isso ainda não será razão para vos julgardes sós.
É preciso que saibais e que sintais que sois todos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai, o Espírito Cósmico, e da mesma Mãe, a Natureza Universal, e nunca mais vos sentireis abandonados nem infelizes!


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