Todo o ser humano recebeu da Natureza o instinto de querer unir-se a uma outra criatura que ele sente como a parte complementar de si mesmo.
Enquanto não tiver conseguido encontrar uma tal criatura, ele sente uma falta.
Porquê?
Porque tem necessidade dessa outra metade para estar completo, a fim de criar.
Mas a que é que se deve então, o facto de, mesmo depois de ter conseguido realizar esse encontro, a maior parte das pessoas sentirem tantas insatisfações e sofrimentos?
É porque não basta encontrarem-se no plano físico.
Para a união, a fusão, ser perfeita, tem de acontecer nos três planos, isto é, também no plano psíquico (o coração e o intelecto) e no plano espiritual (a alma e o espírito).
Ora, o que é que se vê na maior parte dos casos?
Um homem e uma mulher encontram-se, acham-se mais ou menos ao gosto um do outro e decidem ficar juntos, imaginando que é assim que vão preencher o vazio que sentem.
Meu Deus, que ignorância!
Eles não sabem que essa atracção que os impele um para o outro não é uma necessidade superficial fácil de satisfazer, mas a manifestação de um fenómeno cósmico que pertence, antes de tudo, à sua alma e ao seu espírito.
É por isso que a fusão do homem e da mulher deve fazer-se, em primeiro lugar, no Alto, no mundo divino, no mundo da luz.
Só depois é que ela pode ter lugar no plano físico; então sim, será a plenitude, e essa plenitude produzirá criações de uma beleza incrível.
Compreendeis agora porque é que os Iniciados nos ensinam que devemos harmonizar-nos com o Céu, com o mundo divino?
É porque, sem essa ligação ao Céu, toda a relação com os humanos está, mais cedo ou mais tarde, votada ao insucesso.
Harmonizar-se com o Céu é vibrar no mesmo comprimento de onda que ele, adaptar-se, estar conforme, estar receptivo.
Senão, ninguém recebe nada dele.
Diante de alguém que não é receptivo, o Céu não insiste; ele não faz como esses brutos que se apoderam pela violência, de uma mulher que lhes resiste.
Para que a harmonia exista, é preciso que duas vontades participem: se o princípio masculino, emissivo, quer impor-se, e o princípio feminino, receptivo, se defende, é inútil falar de harmonia!
Harmonia significa acorde entre, pelo menos, dois princípios, dois elementos.
Continua
terça-feira, 30 de junho de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.06.2015
Os humanos julgam tudo segundo os seus critérios e, como imaginam que esses critérios são excelentes, nõ veem que descuram certos valores e sobrestimam outros.
Por isso, aos olhos da Inteligência Cósmica, os valores humanos raramente são verdadeiros valores.
Pensemos na instrução que geralmente é tão valorizada, e com razão, claro.
Mas, se se perguntar a alguém quantos anos demorou para obter um diploma, a pessoa dirá: três, cinco anos, ou mais ainda, se for um médico; e isso parece muito.
Mas, para se adquirir virtudes como a paciência, a sabedoria, a força anímica... alguns anos não são suficientes, são precisas várias incarnações.
Adquirir conhecimentos livrescos é muito mais fácil do que desenvolver qualidades morais!
Quando um ser possui essas qualidades, é porque trabalhou séculos para as obter.
Então, porquê subestimá-las?
Por isso, aos olhos da Inteligência Cósmica, os valores humanos raramente são verdadeiros valores.
Pensemos na instrução que geralmente é tão valorizada, e com razão, claro.
Mas, se se perguntar a alguém quantos anos demorou para obter um diploma, a pessoa dirá: três, cinco anos, ou mais ainda, se for um médico; e isso parece muito.
Mas, para se adquirir virtudes como a paciência, a sabedoria, a força anímica... alguns anos não são suficientes, são precisas várias incarnações.
Adquirir conhecimentos livrescos é muito mais fácil do que desenvolver qualidades morais!
Quando um ser possui essas qualidades, é porque trabalhou séculos para as obter.
Então, porquê subestimá-las?
segunda-feira, 29 de junho de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO
Sempre que agis com a sabedoria (a luz) e o amor (o calor), colocais-vos sob a autoridade do espírito, e assim, pouco a pouco, formais em vós a pedra filosofal que transmuta todas as matérias em ouro.
Não deveis pois, procurar a pedra filosofal fora de vós próprios, pois não existe pedra filosofal mais poderosa do que o espírito.
Esforçai-vos por atingir o estado de consciência em que sentis que o vosso espírito, o vosso Eu superior, é um princípio imortal, eterno, uma entidade indestrutível que viaja no espaço e penetra em todos os lugares.
Compreendereis então que nada é mais importante do que utilizar esse poder para trabalhar sobre a matéria,
a vossa própria matéria, para a purificar, a vivificar, a ressuscitar.
É isso a verdadeira alquimia.
A pedra filosofal é a quinta-essência espiritual que transforma tudo em ouro, em luz, primeiro em vós mesmos, mas também em todas as criaturas que vos rodeiam, pois tudo se propaga.
É esta a dimensão sublime da pedra filosofal.
Não deveis pois, procurar a pedra filosofal fora de vós próprios, pois não existe pedra filosofal mais poderosa do que o espírito.
Esforçai-vos por atingir o estado de consciência em que sentis que o vosso espírito, o vosso Eu superior, é um princípio imortal, eterno, uma entidade indestrutível que viaja no espaço e penetra em todos os lugares.
Compreendereis então que nada é mais importante do que utilizar esse poder para trabalhar sobre a matéria,
a vossa própria matéria, para a purificar, a vivificar, a ressuscitar.
É isso a verdadeira alquimia.
A pedra filosofal é a quinta-essência espiritual que transforma tudo em ouro, em luz, primeiro em vós mesmos, mas também em todas as criaturas que vos rodeiam, pois tudo se propaga.
É esta a dimensão sublime da pedra filosofal.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 29.06.2015
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
domingo, 28 de junho de 2015
O SENTIDO DA VIDA (Cont. III)
Encontrar o sentido da vida é encontrar um elemento que só o mundo divino pode dar-vos; mas o mundo divino só dá esse elemento àqueles que, durante longos anos, vão fazendo esforços para o alcançar.
O sentido da vida não é uma coisa que se possa fabricar afectivamente ou mentalmente: o homem, por si mesmo, não tem a possibilidade de decidir qual será o sentido da sua vida.
O sentido da vida é a recompensa por um trabalho interior paciente, incessante, que o homem empreendeu sobre si próprio.
Quando ele consegue alcançar um certo estado de consciência, recebe do Céu um electrão, como que uma gota de luz, que impregna todo o seu ser.
A partir desse momento, a sua vida ganha uma dimensão e uma intensidade novas e os acontecimentos aparecem-lhe sob uma nova luz, como se lhe tivesse sido dado o conhecimento sobre a razão de ser de todas as coisas.
Até a morte já não o atemoriza, precisamente porque esse átomo, esse electrão, fá-lo descobrir a imensidão de um mundo eterno onde deixaram de existir perigos, trevas, e o homem sente que já caminha no mundo ilimitado da luz.
Quando se encontrou o sentido da vida, tudo o mais perde importância, mesmo as preocupações e os desgostos da existência quotidiana.
Todos aqueles que passam o tempo a queixar-se e a lamentar-se, porque lhes falta dinheiro, porque não conseguem ter os sucessos esperados, porque foram abandonados e traídos, mostram muito simplesmente, que não encontraram o verdadeiro sentido da vida.
Se para eles, o sentido da vida estava no dinheiro, na ambição ou na posse de um homem ou de uma mulher, é evidente que não terão faltado ocasiões para se sentirem desiludidos e infelizes!
Encontrar o sentido da vida é atingir um estado de consciência de tal modo elevado que abarca o Universo inteiro, todas as pequenas coisas da existência se perdem e se dissolvem nele.
Mesmo quando são desprezados e perseguidos, aqueles que encontraram o sentido da vida sentem-se reconfortados e olham os outros com piedade, dizendo para consigo: «Coitados, não vêem que, digam o que disserem, façam o que fizerem, eu vivo na imensidão, na eternidade, participo na vida cósmica.»
Talvez penseis que tudo o que acabo de dizer-vos é difícil de compreender.
Na realidade, aquilo que deveis reter é unicamente isto: só encontrareis o sentido da vida quando vos colocardes ao serviço de um ideal sublime, porque, por detrás desse ideal, há milhares de criaturas luminosas que trabalham, e quando elas virem que vós participais com elas na construção de um mundo novo cumular-vos-ão de bençãos.
Nessa altura, sentireis que dentro de vós, algo explode e transborda...
Mesmo sem pedir nada, mesmo sem estar à espera de nada, sentireis que recebestes tudo.
O sentido da vida não é uma coisa que se possa fabricar afectivamente ou mentalmente: o homem, por si mesmo, não tem a possibilidade de decidir qual será o sentido da sua vida.
O sentido da vida é a recompensa por um trabalho interior paciente, incessante, que o homem empreendeu sobre si próprio.
Quando ele consegue alcançar um certo estado de consciência, recebe do Céu um electrão, como que uma gota de luz, que impregna todo o seu ser.
A partir desse momento, a sua vida ganha uma dimensão e uma intensidade novas e os acontecimentos aparecem-lhe sob uma nova luz, como se lhe tivesse sido dado o conhecimento sobre a razão de ser de todas as coisas.
Até a morte já não o atemoriza, precisamente porque esse átomo, esse electrão, fá-lo descobrir a imensidão de um mundo eterno onde deixaram de existir perigos, trevas, e o homem sente que já caminha no mundo ilimitado da luz.
Quando se encontrou o sentido da vida, tudo o mais perde importância, mesmo as preocupações e os desgostos da existência quotidiana.
Todos aqueles que passam o tempo a queixar-se e a lamentar-se, porque lhes falta dinheiro, porque não conseguem ter os sucessos esperados, porque foram abandonados e traídos, mostram muito simplesmente, que não encontraram o verdadeiro sentido da vida.
Se para eles, o sentido da vida estava no dinheiro, na ambição ou na posse de um homem ou de uma mulher, é evidente que não terão faltado ocasiões para se sentirem desiludidos e infelizes!
Encontrar o sentido da vida é atingir um estado de consciência de tal modo elevado que abarca o Universo inteiro, todas as pequenas coisas da existência se perdem e se dissolvem nele.
Mesmo quando são desprezados e perseguidos, aqueles que encontraram o sentido da vida sentem-se reconfortados e olham os outros com piedade, dizendo para consigo: «Coitados, não vêem que, digam o que disserem, façam o que fizerem, eu vivo na imensidão, na eternidade, participo na vida cósmica.»
Talvez penseis que tudo o que acabo de dizer-vos é difícil de compreender.
Na realidade, aquilo que deveis reter é unicamente isto: só encontrareis o sentido da vida quando vos colocardes ao serviço de um ideal sublime, porque, por detrás desse ideal, há milhares de criaturas luminosas que trabalham, e quando elas virem que vós participais com elas na construção de um mundo novo cumular-vos-ão de bençãos.
Nessa altura, sentireis que dentro de vós, algo explode e transborda...
Mesmo sem pedir nada, mesmo sem estar à espera de nada, sentireis que recebestes tudo.
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.06.2015
Todos esses pensamentos devem descer ao coração e à vontade para se manifestarem por sentimentos e depois por actos que lhes correspondem.
Muitas pessoas fazem juízos correctos, têm ideias excelentes, mas de que serve isso se esses juízos correctos e essas ideias excelentes não se traduzem por actos da mesma qualidade?
Muitas vezes, o contraste entre as suas ideias e a realidade da sua vida quotidiana é tal, que eles só têm decepções.
E o pior é que não percebem o que lhes acontece: muito simplesmente, não souberam estabelecer uma comunicação entre o "em cima" e o "em baixo" por intermédio do sentimento.
Trabalhai também, pois, sobre os vossos sentimentos, sendo mais calorosos, abrindo-vos aos outros: então as vossas ideias ganharão carne e osso para se incarnarem em actos.
sábado, 27 de junho de 2015
O SENTIDO DA VIDA (Cont. II)
Então, embora na vida seja impossível não sofrer, não chorar, deveis manter em vós esse sentido; e não só mantê-lo, mas também utilizar as dificuldades do dia a dia para o reforçar e o ampliar.
É assim que os verdadeiros espiritualistas trabalham.
Aconteça o que acontecer, eles nunca interrompem o trabalho divino que empreenderam interiormente.
Mesmo nas piores provas, dizem para consigo: «Aqui está mais uma boa ocasião para eu mobilizar todas as forças hostis, pondo-as ao serviço do meu trabalho.»
Ao passo que a maioria dos humanos, mesmo que não lhes aconteça nada de mal, tratarão de demolir, com a sua negligência, tudo o que puderam ganhar de bom.
É assim: eles criam e destroem, criam e destroem... e é por isso que não obtêm quaisquer resultados.
Para obter resultados é preciso perseverar no trabalho espiritual que foi iniciado, ou seja, é preciso colocar tudo ao serviço desse trabalho: o que é bom, o que é mau, as alegrias, as tristezas, as esperanças, o desalento; sim, tudo ao serviço desse trabalho.
É isso que, verdadeiramente se chama, construir, pois cada dia traz elementos novos.
Não encontrareis plenamente o sentido da vida na família nem na profissão, nem na arte, nem nas viagens...
Elas podem ser meios que vos ajudem a aproximardes-vos desse sentido, mas não o incluem.
Eis a prova: a família, a profissão, as viagens ou a arte nunca impediram um homem ou uma mulher de se suicidar...
É decidindo-vos a participar na realização do Reino de Deus e da Sua Justiça que encontrareis o sentido da vida, pois nessa altura, aconteça o que acontecer, sabeis que sois um trabalhador no campo do Senhor e sentis-vos preenchidos, felizes e apoiados, porque participais num trabalho grandioso.
Não estais sós nem abandonados.
A partir de hoje, todos podem encontrar o sentido da vida, porque, a partir de hoje, em lugar de trabalharem para si próprios, para as suas necessidades, para a sua satisfação, já podem dizer: «De agora em diante, quero trabalhar para o Reino de Deus e a Sua Justiça.»
E, mesmo que sejam desconhecidos na terra, o seu nome estará inscrito no Livro da Vida e eles ficarão repletos de bençãos do Céu.
Nada é mais glorioso do que empenhar-se neste trabalho.
Sim, há que ir sempre mais longe, há que ter aspirações cada vez mais amplas, mais vastas: é isso que, verdadeiramente, dá um sentido à vida.
E quando viverdes um momento divino, seja pela meditação, pela prece, pela música, pela leitura ou pela contemplação de uma paisagem, apreciai-o e agradecei-o ao Céu, dizendo: «Ah! hoje vivi algo excepcional! Tenho de o alimentar, amanhã, depois de amanhã... porque isto é que é estar no Céu.
Este momento vai transformar tudo em mim.»
Continua
É assim que os verdadeiros espiritualistas trabalham.
Aconteça o que acontecer, eles nunca interrompem o trabalho divino que empreenderam interiormente.
Mesmo nas piores provas, dizem para consigo: «Aqui está mais uma boa ocasião para eu mobilizar todas as forças hostis, pondo-as ao serviço do meu trabalho.»
Ao passo que a maioria dos humanos, mesmo que não lhes aconteça nada de mal, tratarão de demolir, com a sua negligência, tudo o que puderam ganhar de bom.
É assim: eles criam e destroem, criam e destroem... e é por isso que não obtêm quaisquer resultados.
Para obter resultados é preciso perseverar no trabalho espiritual que foi iniciado, ou seja, é preciso colocar tudo ao serviço desse trabalho: o que é bom, o que é mau, as alegrias, as tristezas, as esperanças, o desalento; sim, tudo ao serviço desse trabalho.
É isso que, verdadeiramente se chama, construir, pois cada dia traz elementos novos.
Não encontrareis plenamente o sentido da vida na família nem na profissão, nem na arte, nem nas viagens...
Elas podem ser meios que vos ajudem a aproximardes-vos desse sentido, mas não o incluem.
Eis a prova: a família, a profissão, as viagens ou a arte nunca impediram um homem ou uma mulher de se suicidar...
É decidindo-vos a participar na realização do Reino de Deus e da Sua Justiça que encontrareis o sentido da vida, pois nessa altura, aconteça o que acontecer, sabeis que sois um trabalhador no campo do Senhor e sentis-vos preenchidos, felizes e apoiados, porque participais num trabalho grandioso.
Não estais sós nem abandonados.
A partir de hoje, todos podem encontrar o sentido da vida, porque, a partir de hoje, em lugar de trabalharem para si próprios, para as suas necessidades, para a sua satisfação, já podem dizer: «De agora em diante, quero trabalhar para o Reino de Deus e a Sua Justiça.»
E, mesmo que sejam desconhecidos na terra, o seu nome estará inscrito no Livro da Vida e eles ficarão repletos de bençãos do Céu.
Nada é mais glorioso do que empenhar-se neste trabalho.
Sim, há que ir sempre mais longe, há que ter aspirações cada vez mais amplas, mais vastas: é isso que, verdadeiramente, dá um sentido à vida.
E quando viverdes um momento divino, seja pela meditação, pela prece, pela música, pela leitura ou pela contemplação de uma paisagem, apreciai-o e agradecei-o ao Céu, dizendo: «Ah! hoje vivi algo excepcional! Tenho de o alimentar, amanhã, depois de amanhã... porque isto é que é estar no Céu.
Este momento vai transformar tudo em mim.»
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.06.2015
Saber interpretar a linguagem das flores, das árvores, das aves, é um dom que poucas pessoas têm.
Mas cada um de vós pode falar-lhes, e falar também aos rochedos, aos lagos, aos rios, às montanhas.
Aquilo que vós criais no mundo subtil, não só pelas palavras que pronunciais mas também pelos vossos pensamentos, pelos vossos sentimentos, pelos vossos desejos, pelos vossos gestos, é uma linguagem, é mesmo a única linguagem real: é ela que se inscreve, que se grava na matéria do Universo, e é actuante, criadora.
Vós deveis pois, "falar" sempre, criar sempre, preocupando-vos apenas em que seja por bem.
E a Natureza, que está atenta, prepara-se para fazer o seu trabalho de realização, de concretização, pois a Natureza submete-se sempre ao Verbo divino.
Mas cada um de vós pode falar-lhes, e falar também aos rochedos, aos lagos, aos rios, às montanhas.
Aquilo que vós criais no mundo subtil, não só pelas palavras que pronunciais mas também pelos vossos pensamentos, pelos vossos sentimentos, pelos vossos desejos, pelos vossos gestos, é uma linguagem, é mesmo a única linguagem real: é ela que se inscreve, que se grava na matéria do Universo, e é actuante, criadora.
Vós deveis pois, "falar" sempre, criar sempre, preocupando-vos apenas em que seja por bem.
E a Natureza, que está atenta, prepara-se para fazer o seu trabalho de realização, de concretização, pois a Natureza submete-se sempre ao Verbo divino.
sexta-feira, 26 de junho de 2015
O SENTIDO DA VIDA
Todo o ser humano, qualquer que seja, procura consciente ou inconscientemente, dar um sentido à sua vida.
Ele tem necessidade de uma razão de ser e tenta encontrá-la em cada dia através de tudo o que se lhe apresenta, na sua vida familiar, social e profissional.
Mas, na realidade, não há qualquer êxito nem qualquer posse material que possa dar-lhe o sentido da vida, precisamente porque se trata de um "sentido" e o sentido não é material, só é possível encontrá-lo muito alto, nos planos subtis.
Mais em baixo só se encontra formas.
Evidentemente, é possível encher a forma com um conteúdo que é dado pelo sentimento, pela sensação experimentada quando se ama verdadeiramente um ser, um objecto ou uma actividade.
Mas o sentimento é passageiro, mais dia menos dia, sente-se um vazio e sofre-se.
É necessário pois, ir procurar ainda outra coisa além do conteúdo: o sentido.
Quando se alcança o sentido, possui-se a plenitude.
Um exemplo irá fazer-vos compreender melhor o que eu quero explicar-vos.
Ontem, comestes uma refeição excelente, mas essa refeição foi apenas para ontem, hoje tendes novamente necessidade de comer e a lembrança da refeição de ontem não sacia o vosso estômago.
Mas se, ao ler um livro, ao contemplar um quadro, ao ouvir uma música, de súbito sentis que alcançais uma verdade que transforma a vossa visão das coisas, essa revelação permanecerá no dia seguinte e ainda para além dele.
Porque através do livro, do quadro ou da música, o vosso espírito elevou-se muito alto e apreendeu um sentido.
Este é como que um elemento eterno que entra em vós e nunca mais vos deixa.
Quando tiverdes encontrado o sentido das coisas, possui-lo-eis para sempre.
Mas para o encontrar, deveis elevar-vos, para vos alimentardes, pensardes, amardes e agirdes nos planos superiores.
Enquanto procurardes demasiado em baixo, não o encontrareis.
Nada do que é material vos trará esse sentido.
Mas se apreenderdes ou vos for dada uma verdade, vivereis e trabalhareis com ela todos os dias e obtereis resultados.
É evidente que, para conseguir dar um sentido à sua própria vida, não basta ter, de longe em longe, um momento de inspiração e de luz; também é preciso aprender a fazer durar esse momento, para que ele se torne um estado de consciência permanente que purifica, ordena e restabelece tudo dentro de vós.
Infelizmente, muitas vezes vós sois tão descuidados e irreflectidos que passais, em alguns minutos, do mundo divino para as preocupações mais prosaicas e estúpidas, e isso é como se, de repente, tudo fosse apagado.
Pois bem, não sabeis o que perdeis, porque esse estado de consciência tinha o poder de agir sobre todo o vosso ser, apaziguando e harmonizando os seus movimentos; se tivésseis conseguido mantê-lo, ele teria sido capaz de impedir que certos estados negativos se introduzissem em vós.
Pois é, mas vós precisais de variações, de mudanças e, depois de meditar e de orar, sentis necessidade de pensar em futilidades, em negociatas, em vinganças, em prazeres.
Direis vós: «O Mestre está a pedir-nos uma coisa impossível. Na vida não se consegue manter continuamente estados divinos.»
Sim, aparentemente tendes razão, eu sei, vivo no mesmo mundo que vós e sei bem como as coisas se passam.
Mas também sei que, aconteça o que acontecer, apesar da fadiga, apesar do desalento, dos desgostos e das infelicidades, o discípulo da luz nunca se deixa ir abaixo, muito pelo contrário, agarra-se àquilo que já viveu de grandioso, de belo, e às experiências que lhe têm dado, em alguns momentos privilegiados, o verdadeiro sentido da vida.
Continua
Ele tem necessidade de uma razão de ser e tenta encontrá-la em cada dia através de tudo o que se lhe apresenta, na sua vida familiar, social e profissional.
Mas, na realidade, não há qualquer êxito nem qualquer posse material que possa dar-lhe o sentido da vida, precisamente porque se trata de um "sentido" e o sentido não é material, só é possível encontrá-lo muito alto, nos planos subtis.
Mais em baixo só se encontra formas.
Evidentemente, é possível encher a forma com um conteúdo que é dado pelo sentimento, pela sensação experimentada quando se ama verdadeiramente um ser, um objecto ou uma actividade.
Mas o sentimento é passageiro, mais dia menos dia, sente-se um vazio e sofre-se.
É necessário pois, ir procurar ainda outra coisa além do conteúdo: o sentido.
Quando se alcança o sentido, possui-se a plenitude.
Um exemplo irá fazer-vos compreender melhor o que eu quero explicar-vos.
Ontem, comestes uma refeição excelente, mas essa refeição foi apenas para ontem, hoje tendes novamente necessidade de comer e a lembrança da refeição de ontem não sacia o vosso estômago.
Mas se, ao ler um livro, ao contemplar um quadro, ao ouvir uma música, de súbito sentis que alcançais uma verdade que transforma a vossa visão das coisas, essa revelação permanecerá no dia seguinte e ainda para além dele.
Porque através do livro, do quadro ou da música, o vosso espírito elevou-se muito alto e apreendeu um sentido.
Este é como que um elemento eterno que entra em vós e nunca mais vos deixa.
Quando tiverdes encontrado o sentido das coisas, possui-lo-eis para sempre.
Mas para o encontrar, deveis elevar-vos, para vos alimentardes, pensardes, amardes e agirdes nos planos superiores.
Enquanto procurardes demasiado em baixo, não o encontrareis.
Nada do que é material vos trará esse sentido.
Mas se apreenderdes ou vos for dada uma verdade, vivereis e trabalhareis com ela todos os dias e obtereis resultados.
É evidente que, para conseguir dar um sentido à sua própria vida, não basta ter, de longe em longe, um momento de inspiração e de luz; também é preciso aprender a fazer durar esse momento, para que ele se torne um estado de consciência permanente que purifica, ordena e restabelece tudo dentro de vós.
Infelizmente, muitas vezes vós sois tão descuidados e irreflectidos que passais, em alguns minutos, do mundo divino para as preocupações mais prosaicas e estúpidas, e isso é como se, de repente, tudo fosse apagado.
Pois bem, não sabeis o que perdeis, porque esse estado de consciência tinha o poder de agir sobre todo o vosso ser, apaziguando e harmonizando os seus movimentos; se tivésseis conseguido mantê-lo, ele teria sido capaz de impedir que certos estados negativos se introduzissem em vós.
Pois é, mas vós precisais de variações, de mudanças e, depois de meditar e de orar, sentis necessidade de pensar em futilidades, em negociatas, em vinganças, em prazeres.
Direis vós: «O Mestre está a pedir-nos uma coisa impossível. Na vida não se consegue manter continuamente estados divinos.»
Sim, aparentemente tendes razão, eu sei, vivo no mesmo mundo que vós e sei bem como as coisas se passam.
Mas também sei que, aconteça o que acontecer, apesar da fadiga, apesar do desalento, dos desgostos e das infelicidades, o discípulo da luz nunca se deixa ir abaixo, muito pelo contrário, agarra-se àquilo que já viveu de grandioso, de belo, e às experiências que lhe têm dado, em alguns momentos privilegiados, o verdadeiro sentido da vida.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.06.2015
Quando quereis assistir de manhã ao nascer do sol, pensai em preparar-vos para isso na véspera.
E, quando começais a dirigir-vos para o local, tende bem presente na vossa mente e no vosso coração a convicção de que ides não só ao encontro da aurora, mas também participar num acontecimento formidável que ocorre no Universo.
O que há de mais belo e mais essencial do que o nascimento do dia?
Direis que a vossa presença não mudará nada, que o sol nascerá quer estejais lá quer não.
É certo que o sol não precisa de vós para surgir no horizonte.
Vós é que necessitais dele, pois existe uma relação entre os elementos da natureza e os da vossa vida interior.
Quando souberdes como olhar o sol nascente, no instante em que surge o primeiro raio, sentireis todas as forças puras e luminosas entrando em acção e compreendereis como é importante trabalhar com elas para que o dia desperte também na vossa consciência.
E, quando começais a dirigir-vos para o local, tende bem presente na vossa mente e no vosso coração a convicção de que ides não só ao encontro da aurora, mas também participar num acontecimento formidável que ocorre no Universo.
O que há de mais belo e mais essencial do que o nascimento do dia?
Direis que a vossa presença não mudará nada, que o sol nascerá quer estejais lá quer não.
É certo que o sol não precisa de vós para surgir no horizonte.
Vós é que necessitais dele, pois existe uma relação entre os elementos da natureza e os da vossa vida interior.
Quando souberdes como olhar o sol nascente, no instante em que surge o primeiro raio, sentireis todas as forças puras e luminosas entrando em acção e compreendereis como é importante trabalhar com elas para que o dia desperte também na vossa consciência.
quinta-feira, 25 de junho de 2015
ENTRAR PARA A FAMÍLIA UNIVERSAL (Cont. V)
É preciso ensinar os jovens, muito cedo, a saberem como considerar todos os sentimentos e inclinações que os atravessam e agitam, e também a trabalharem com eles, pois os sentimentos e as atracções por outras criaturas, que os jovens começam a viver, não são mais que a manifestação do instinto que a Inteligência Cósmica deu a cada ser humano para que ele alargue o seu campo de consciência, introduzindo outros seres no seu coração, na sua alma.
Se ele permanecesse só, egoísta, fechado, não aprenderia, não evoluiria.
Mas não basta fundar uma família e ter filhos.
É preciso ultrapassar o círculo da família para abraçar o mundo inteiro, pois a família é um começo, não um fim.
Aqueles que se concentram na sua família e trabalham só para ela, esquecendo tudo o resto, não se dão conta de que estão a fomentar a incompreensão e a hostilidade entre as outras famílias e que tudo isso acaba por se assemelhar a uma luta de clãs, de tribos.
O pior é que, com este estado de espírito, nem sequer é certo que façam as suas famílias felizes.
A prova está no número cada vez maior de famílias desunidas.
Após algum tempo, os pais separam-se para contraírem outras ligações e os filhos ficam com o pai para um lado e a mãe para o outro...
É isso então, a felicidade da família?
Quantas noções há a repensar!
É o egoísmo dos humanos, a sua visão estreita das coisas, que cria os conflitos na sociedade e nas famílias.
E se ninguém se decidir a fazer um trabalho profundo sobre si mesmo, a terra tornar-se-á um campo de batalha cada vez mais mortífero.
Alguns pensadores, que observaram os efeitos negativos da influência familiar, quiseram remediar a situação pondo em causa a existência da família.
Segundo eles, não deveria ser ela a assegurar a educação dos filhos, mas instituições controladas pelo Estado.
São concepções deploráveis que dão resultados catastróficos.
Os filhos tornam-se uns monstrozinhos, estranhos aos pais e, em certas circunstâncias chegam ao ponto de os denunciar à polícia.
É horrível!
Não se deve destruir a família; os seus membros têm elos sagrados entre si; o que é preciso é alargar a compreensão que se tem da família.
E é aos jovens que compete trazer agora essa compreensão alargada, que exige um enorme trabalho.
Não é porque uma pessoa se casa e acrescenta ao seu círculo de parentescos um sogro, uma sogra, cunhadas, cunhados, muitos tios, tias, sobrinhos, sobrinhas e primos, que ele alarga realmente a sua consciência.
Apenas fica com mais alguns parentes, mas pode continuar limitada, egoísta, com uma visão estreita das coisas.
O alargamento da consciência manifesta-se por uma atitude de nobreza, de desapego: aceitamos alguns inconvenientes, aceitamos mesmo sofrer e sacrificar-nos pelos outros.
E ainda mais: sabemos e sentimos que pertencemos à grande família universal e enchemo-nos de regozijo com isso!
Quando, por vezes, ouço algumas pessoas dizerem, com um ar muito infeliz: «Estou só, não tenho família», fico siderado.
O quê?
Não têm família?...
Elas têm uma família imensa, mas a sua consciência é tão limitada, está tão obscurecida, que elas não sentem essa família.
É o caso de milhões de seres no mundo: sentem-se sós.
No entanto!...
Vós ao menos, começai a trabalhar para este alargamento de consciência.
Mesmo que já não tenhais pai nem mãe, nem irmãos nem irmãs, nem nenhuma família de sangue, compreendei que isso ainda não será razão para vos julgardes sós.
É preciso que saibais e que sintais que sois todos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai, o Espírito Cósmico, e da mesma Mãe, a Natureza Universal, e nunca mais vos sentireis abandonados nem infelizes!
Se ele permanecesse só, egoísta, fechado, não aprenderia, não evoluiria.
Mas não basta fundar uma família e ter filhos.
É preciso ultrapassar o círculo da família para abraçar o mundo inteiro, pois a família é um começo, não um fim.
Aqueles que se concentram na sua família e trabalham só para ela, esquecendo tudo o resto, não se dão conta de que estão a fomentar a incompreensão e a hostilidade entre as outras famílias e que tudo isso acaba por se assemelhar a uma luta de clãs, de tribos.
O pior é que, com este estado de espírito, nem sequer é certo que façam as suas famílias felizes.
A prova está no número cada vez maior de famílias desunidas.
Após algum tempo, os pais separam-se para contraírem outras ligações e os filhos ficam com o pai para um lado e a mãe para o outro...
É isso então, a felicidade da família?
Quantas noções há a repensar!
É o egoísmo dos humanos, a sua visão estreita das coisas, que cria os conflitos na sociedade e nas famílias.
E se ninguém se decidir a fazer um trabalho profundo sobre si mesmo, a terra tornar-se-á um campo de batalha cada vez mais mortífero.
Alguns pensadores, que observaram os efeitos negativos da influência familiar, quiseram remediar a situação pondo em causa a existência da família.
Segundo eles, não deveria ser ela a assegurar a educação dos filhos, mas instituições controladas pelo Estado.
São concepções deploráveis que dão resultados catastróficos.
Os filhos tornam-se uns monstrozinhos, estranhos aos pais e, em certas circunstâncias chegam ao ponto de os denunciar à polícia.
É horrível!
Não se deve destruir a família; os seus membros têm elos sagrados entre si; o que é preciso é alargar a compreensão que se tem da família.
E é aos jovens que compete trazer agora essa compreensão alargada, que exige um enorme trabalho.
Não é porque uma pessoa se casa e acrescenta ao seu círculo de parentescos um sogro, uma sogra, cunhadas, cunhados, muitos tios, tias, sobrinhos, sobrinhas e primos, que ele alarga realmente a sua consciência.
Apenas fica com mais alguns parentes, mas pode continuar limitada, egoísta, com uma visão estreita das coisas.
O alargamento da consciência manifesta-se por uma atitude de nobreza, de desapego: aceitamos alguns inconvenientes, aceitamos mesmo sofrer e sacrificar-nos pelos outros.
E ainda mais: sabemos e sentimos que pertencemos à grande família universal e enchemo-nos de regozijo com isso!
Quando, por vezes, ouço algumas pessoas dizerem, com um ar muito infeliz: «Estou só, não tenho família», fico siderado.
O quê?
Não têm família?...
Elas têm uma família imensa, mas a sua consciência é tão limitada, está tão obscurecida, que elas não sentem essa família.
É o caso de milhões de seres no mundo: sentem-se sós.
No entanto!...
Vós ao menos, começai a trabalhar para este alargamento de consciência.
Mesmo que já não tenhais pai nem mãe, nem irmãos nem irmãs, nem nenhuma família de sangue, compreendei que isso ainda não será razão para vos julgardes sós.
É preciso que saibais e que sintais que sois todos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai, o Espírito Cósmico, e da mesma Mãe, a Natureza Universal, e nunca mais vos sentireis abandonados nem infelizes!
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.06.2015
Do mesmo modo que o sol espalha a sua luz e o seu calor, Deus derrama o seu amor sobre todas as criaturas.
Mas o homem tem o poder de aceitar ou rejeitar esse amor.
Portanto, ainda que o amor de Deus seja infinito, o ser que se fecha a ele não recebe nada e tudo se passa como se Deus não o amasse.
O facto de os humanos amarem ou não Deus, nada muda para Ele.
Mas, se não O amarem, eles é que se privam de algo muito precioso: como se fecharam, o amor de Deus não pode penetrar até eles.
O Criador fez o Universo com base em leis imutáveis e implacáveis.
Aqueles que alimentam a respeito d'Ele pensamentos e sentimentos de dúvida, de revolta, emanam vapores tão opacos que impedem os raios do sol divino de se infiltrarem no seu coração e na sua alma.
Então, não devem ficar surpreendidos quando se sentem na escuridão e ao frio.
Mas o homem tem o poder de aceitar ou rejeitar esse amor.
Portanto, ainda que o amor de Deus seja infinito, o ser que se fecha a ele não recebe nada e tudo se passa como se Deus não o amasse.
O facto de os humanos amarem ou não Deus, nada muda para Ele.
Mas, se não O amarem, eles é que se privam de algo muito precioso: como se fecharam, o amor de Deus não pode penetrar até eles.
O Criador fez o Universo com base em leis imutáveis e implacáveis.
Aqueles que alimentam a respeito d'Ele pensamentos e sentimentos de dúvida, de revolta, emanam vapores tão opacos que impedem os raios do sol divino de se infiltrarem no seu coração e na sua alma.
Então, não devem ficar surpreendidos quando se sentem na escuridão e ao frio.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
ENTRAR PARA A FAMÍLIA UNIVERSAL (Cont. IV)
II
Porque colocou a Inteligência Cósmica no homem e na mulher a necessidade de se aproximarem um do outro?
Porque ela quis levá-los a sair do seu individualismo, do seu egoísmo, para desenvolverem mais qualidades de compreensão, de paciência, de desapego.
Só que, à partida, não é nesse estado de espírito que os jovens decidem fazer vida em comum e fundar uma família.
Sem sequer estarem conscientes disso, todos pensam sobretudo em si próprios, no seu prazer, no seu conforto, sem terem em conta as necessidades e os desejos do seu parceiro.
E depois, coitados, ficam um tanto admirados, decepcionados, ao verem que o que acontece não é exactamente o que esperavam.
Os jovens entram descuidadamente numa ligação ou no casamento, imaginando que tudo vai ser fácil, ligeiro, agradável mas, pouco a pouco, começam a sentir-se emparedados.
Surgem então as discussões e as brigas, até eles compreenderem que, para restabelecerem a situação, têm que fazer esforços nesse sentido, têm que esquecer-se um pouco de si próprios para pensarem no outro.
O que eles tomavam por uma diversão, na realidade é uma escola onde o ser humano começa a fazer a mais importante das aprendizagens: o alargamento da consciência.
Perguntais-vos em que consiste esse alargamento da consciência?
Consiste em sair-se do pequeno eu limitado para se entrar na imensa comunidade dos seres.
A tomada de consciência deste fim para o qual tende todo o ser humano deve começar na puberdade, quando desperta no adolescente a afectividade, a necessidade de tecer ligações com os moços e as moças da sua idade.
Até aí, o ser necessita essencialmente do amor dos pais.
Ainda que tenha irmãos e irmãs ou colegas, o amor dos pais, de que ele bebe egoísticamente - o que é normal -, basta-lhe.
Ele move-se no círculo apertado do seu pequenino eu, encontrando nesse amor os elementos de que necessita para começar a enfrentar a existência: a garantia de que não está só, a sensação de estar protegido, ao abrigo do frio, da fome e dos perigos.
Mas, passado um tempo, isso já não chegará.
Um dia, o jovem sente despertar nele o interesse por moços e moças da sua idade, começa a ficar emocionado com rostos, com gestos, com palavras, e aí começa para ele a verdadeira aprendizagem da vida.
A partir desse momento, ele aprende que os outros existem e não estão ali para obedecer à sua vontade e aos seus desejos.
E aprende-o sobretudo no dia em que quiser suscitar o interesse ou a amizade de um deles e não o conseguir, porque o outro está ocupado com algo mais ou interessa-se por uma outra cara...
Ou então, se consegue suscitar esse interesse, é à custa de enormes concessões e, muitas vezes, tem que verter umas lágrimazinhas...
É verdade...
É o começo de muitas comédias e também tragédias, infelizmente!
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.06.2015
De tão presos que estão com estas preocupações, eles descuram questões muito mais importantes, cometem erros que deveriam corrigir imediatamente mas não corrigem e, como tudo isso se acumula, chega um momento em que ficam submersos, esmagados.
Para se evitar cair nesta engrenagem, há que meditar nestas palavras de Jesus: «Não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã cuidará de si mesmo.»
"O amanhã cuidará de si mesmo" significa que, se em cada dia estiverdes vigilantes para que o vosso comportamento seja impecável, o dia seguinte surgirá automaticamente facilitado; e vós estareis disponíveis para realizar os vossos projectos, mantendo-vos vigilantes para não deixardes ficar nada para corrigir.
Assim, cada dia novo encontrar-vos-á livres, bem-dispostos, prontos para trabalhar, para estudar, para vos regozijardes, e toda a vida ganhará uma cor extraordinária, será uma felicidade, uma benção.
É zelando para pôr tudo em ordem em cada dia que preparais um bom dia seguinte.
terça-feira, 23 de junho de 2015
ENTRAR PARA A FAMÍLIA UNIVERSAL (Cont. III)
A atracção que se sente por um ser é algo incontrolável.
Vós reparais num moço ou numa moça e, sem saberdes porquê, ficais instantaneamente cativados por algum pormenor do seu aspecto físico - o rosto, os gestos, o comportamento, uma atmosfera que o (a) rodeia - e tentais aproximar-vos dele (a).
É absolutamente natural.
Precisais é de saber que essas formas de simpatia imediata nem sempre significam que encontrastes o grande amor da vossa vida, a vossa alma gémea.
Salvo raras excepções, a escolha da pessoa com quem podereis construir algo de harmonioso e estável requer tempo e reflexão.
E até lá, deveis preparar-vos.
Mas, quando vos digo que deveis preparar-vos, isso não significa que não deveis dar-vos com moços e moças da vossa idade e ter com eles relações de amizade, pelo contrário.
A liberdade de que dispõem os jovens da época actual para se encontrarem, estudarem e se distraírem em conjunto é verdadeiramente algo de extraordinário, que a juventude de outras épocas não possuía.
É extremamente lamentável vermos que essa liberdade, muitas vezes, só os faz precipitarem-se em aventuras de que saem prematuramente envelhecidos, corrompidos, machucados.
Porque não tentam eles usar essa liberdade para prepararem melhor o seu futuro?
Perguntais vós: «Mas como havemos de preparar-nos?»
Tornando-vos conscientes de que a vida é uma aventura muito séria em que há uma quantidade de coisas a observar e a compreender, e que, para enfrentardes os problemas que ela fatalmente vos colocará, necessitais não apenas de estudar, mas também de trabalhar sobre vós próprios a fim de desenvolverdes qualidades psíquicas e morais que vos permitam compreender e aceitar melhor os outros.
Fazei os vossos estudos, pois isso é indispensável, mas tende sempre em atenção que o essencial é aprenderdes a viver com os outros.
E não apenas com os vossos amigos e colegas.
Também devereis relacionar-vos com toda a espécie de pessoas diferentes de vós pela idade, pela formação, pelo meio social, a nacionalidade, a raça, a fim de vos habituardes rapidamente a todas as situações humanas, pois, se não estiverdes preparados, no dia em que tiverdes que enfrentar essas situações mostrar-vos-eis fechados, incompreensivos e até maldosos, por vezes, mesmo sem o quererdes.
Continua
Vós reparais num moço ou numa moça e, sem saberdes porquê, ficais instantaneamente cativados por algum pormenor do seu aspecto físico - o rosto, os gestos, o comportamento, uma atmosfera que o (a) rodeia - e tentais aproximar-vos dele (a).
É absolutamente natural.
Precisais é de saber que essas formas de simpatia imediata nem sempre significam que encontrastes o grande amor da vossa vida, a vossa alma gémea.
Salvo raras excepções, a escolha da pessoa com quem podereis construir algo de harmonioso e estável requer tempo e reflexão.
E até lá, deveis preparar-vos.
Mas, quando vos digo que deveis preparar-vos, isso não significa que não deveis dar-vos com moços e moças da vossa idade e ter com eles relações de amizade, pelo contrário.
A liberdade de que dispõem os jovens da época actual para se encontrarem, estudarem e se distraírem em conjunto é verdadeiramente algo de extraordinário, que a juventude de outras épocas não possuía.
É extremamente lamentável vermos que essa liberdade, muitas vezes, só os faz precipitarem-se em aventuras de que saem prematuramente envelhecidos, corrompidos, machucados.
Porque não tentam eles usar essa liberdade para prepararem melhor o seu futuro?
Perguntais vós: «Mas como havemos de preparar-nos?»
Tornando-vos conscientes de que a vida é uma aventura muito séria em que há uma quantidade de coisas a observar e a compreender, e que, para enfrentardes os problemas que ela fatalmente vos colocará, necessitais não apenas de estudar, mas também de trabalhar sobre vós próprios a fim de desenvolverdes qualidades psíquicas e morais que vos permitam compreender e aceitar melhor os outros.
Fazei os vossos estudos, pois isso é indispensável, mas tende sempre em atenção que o essencial é aprenderdes a viver com os outros.
E não apenas com os vossos amigos e colegas.
Também devereis relacionar-vos com toda a espécie de pessoas diferentes de vós pela idade, pela formação, pelo meio social, a nacionalidade, a raça, a fim de vos habituardes rapidamente a todas as situações humanas, pois, se não estiverdes preparados, no dia em que tiverdes que enfrentar essas situações mostrar-vos-eis fechados, incompreensivos e até maldosos, por vezes, mesmo sem o quererdes.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.06.2015
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Alguém agiu mal para convosco ou vos disse palavras que vos feriram e sentistes-vos ofendidos, incomodados.
É normal, mas, se aceitardes entregar-vos a esse estado, eis o que se passará: começareis a recordar todas as vezes em que essa pessoa já vos ofendeu, vos contrariou.
E nem sequer é garantido que fiqueis por aí: pensareis em todas as outras que foram desagradáveis convosco.
No fim, sentir-vos-eis esmagados ao ponto de não conseguir respirar.
Será isso inteligente?
Vou explicar-vos um método para evitardes chegar a esse ponto: apelai para o vosso intelecto e perguntai-lhe se vale a pena fixardes-vos nessa ofensa ou nessa contrariedade.
Se o vosso intelecto for honesto, responder-vos-á certamente: «Não, isso não é assim tão grave!
Por que hás-de ficar nesse estado?»
E assim, pouco a pouco, conseguireis dissolver essa matéria pesada e obscura que ameaçava asfixiar-vos.
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
segunda-feira, 22 de junho de 2015
ENTRAR PARA A FAMÍLIA UNIVERSAL (Cont.II)
Observarão alguns: «Mas por vezes, há jovens que se lançam em aventuras que, com toda a evidência, acabarão mal.
Também aí não devemos dizer nada?
Devemos consentir?»
Bom, vou limitar-se a dizer-vos o que faço quando os moços e as moças me falam dos seus sentimentos por outros e me pedem conselho.
Eu digo-lhes: «Em primeiro lugar, há uma coisa que deve ficar clara para vós: a razão pela qual amais esse ser, o que nele vos atrai.
Isso permitir-vos-á saber se ele está verdadeiramente preparado para fazer um trabalho convosco e seguir pelo mesmo caminho que vós.»
Uma relação amorosa só terá sentido se puderdes construir com o vosso parceiro algo de sólido e duradoiro.
Tratai de descobrir se entre vós existe harmonia nos três planos - físico, afectivo e mental - ou se apenas cedeis a um capricho passageiro, ao atractivo do prazer.
Se não tiverdes afinidades no domínio das emoções, dos gostos e das ideias, não argumenteis que isso não tem qualquer importância e que as coisas acabarão por se compor.
De maneira nenhuma.
Pelo contrário, ao fim de algum tempo, uma vez esgotada a novidade que alguns prazeres representam, percebe-se, precisamente, que as afinidades físicas e intelectuais são de extrema importância e, se essas afinidades não existirem, instalar-se-á a discórdia.
Sim, o entendimento e a harmonia no plano dos gostos e das ideias é muito importante, pois as relações de um casal não se resumem a beijos e a declarações de amor.
Há todos os pequenos nadas da vida quotidiana a considerar e a enfrentar, as decisões a tomar em conjunto, uma existência a organizar.
Se um desejar ter filhos e o outro não, se um quiser viver na cidade e o outro no campo, se um gostar de reflexão e silêncio e o outro de música e divertimentos ruidosos, que irá acontecer?
E a respeito de todos os acontecimentos do mundo exterior, cada um tem as suas opiniões, as suas maneiras de sentir e de ver; se as reacções forem sempre divergentes, que diálogo poderá existir?
Ou haverá discussão ou cada um ficará silencioso no seu canto, e tanto num caso como noutro a vida tornar-se-á um inferno.
Continua
Também aí não devemos dizer nada?
Devemos consentir?»
Bom, vou limitar-se a dizer-vos o que faço quando os moços e as moças me falam dos seus sentimentos por outros e me pedem conselho.
Eu digo-lhes: «Em primeiro lugar, há uma coisa que deve ficar clara para vós: a razão pela qual amais esse ser, o que nele vos atrai.
Isso permitir-vos-á saber se ele está verdadeiramente preparado para fazer um trabalho convosco e seguir pelo mesmo caminho que vós.»
Uma relação amorosa só terá sentido se puderdes construir com o vosso parceiro algo de sólido e duradoiro.
Tratai de descobrir se entre vós existe harmonia nos três planos - físico, afectivo e mental - ou se apenas cedeis a um capricho passageiro, ao atractivo do prazer.
Se não tiverdes afinidades no domínio das emoções, dos gostos e das ideias, não argumenteis que isso não tem qualquer importância e que as coisas acabarão por se compor.
De maneira nenhuma.
Pelo contrário, ao fim de algum tempo, uma vez esgotada a novidade que alguns prazeres representam, percebe-se, precisamente, que as afinidades físicas e intelectuais são de extrema importância e, se essas afinidades não existirem, instalar-se-á a discórdia.
Sim, o entendimento e a harmonia no plano dos gostos e das ideias é muito importante, pois as relações de um casal não se resumem a beijos e a declarações de amor.
Há todos os pequenos nadas da vida quotidiana a considerar e a enfrentar, as decisões a tomar em conjunto, uma existência a organizar.
Se um desejar ter filhos e o outro não, se um quiser viver na cidade e o outro no campo, se um gostar de reflexão e silêncio e o outro de música e divertimentos ruidosos, que irá acontecer?
E a respeito de todos os acontecimentos do mundo exterior, cada um tem as suas opiniões, as suas maneiras de sentir e de ver; se as reacções forem sempre divergentes, que diálogo poderá existir?
Ou haverá discussão ou cada um ficará silencioso no seu canto, e tanto num caso como noutro a vida tornar-se-á um inferno.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO
Coitados dos humanos!
Eles são continuamente bombardeados com publicidade sobre casas, carros, electrodomésticos, alimentos, roupas e toda a espécie de produtos, para os convencer de que necessitam realmente daquilo.
Dir-se-ia que tentam impedi-los de ter contacto com o mundo espiritual, onde eles encontrariam a luz, o amor e a paz, de que têm ainda muito mais necessidade.
O mundo espiritual é tão ignorado, tão desdenhado, que raros são os seres capazes de sentir que é aí que devem procurar os elementos necessários à sua sobrevivência.
A maior parte deles estão a morrer asfixiados, intoxicados.
É preciso não continuar a criar ilusões.
Mesmo que o progresso material facilite a vida dos humanos, ele não lhes trará a felicidade, pode até levá-los à perdição.
Eles só obterão a salvação se se esforçarem por entrar em contacto com o mundo da luz, onde a sua alma e o seu espírito poderão finalmente respirar, alimentar-se.
Quando nós meditamos, quando oramos, não interagimos com nada material; aparentemente, é o vazio, mas é neste "vazio" que a nossa alma e o nosso espírito se desenvolvem e encontram a plenitude.
Eles são continuamente bombardeados com publicidade sobre casas, carros, electrodomésticos, alimentos, roupas e toda a espécie de produtos, para os convencer de que necessitam realmente daquilo.
Dir-se-ia que tentam impedi-los de ter contacto com o mundo espiritual, onde eles encontrariam a luz, o amor e a paz, de que têm ainda muito mais necessidade.
O mundo espiritual é tão ignorado, tão desdenhado, que raros são os seres capazes de sentir que é aí que devem procurar os elementos necessários à sua sobrevivência.
A maior parte deles estão a morrer asfixiados, intoxicados.
É preciso não continuar a criar ilusões.
Mesmo que o progresso material facilite a vida dos humanos, ele não lhes trará a felicidade, pode até levá-los à perdição.
Eles só obterão a salvação se se esforçarem por entrar em contacto com o mundo da luz, onde a sua alma e o seu espírito poderão finalmente respirar, alimentar-se.
Quando nós meditamos, quando oramos, não interagimos com nada material; aparentemente, é o vazio, mas é neste "vazio" que a nossa alma e o nosso espírito se desenvolvem e encontram a plenitude.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 22.06.2015
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
domingo, 21 de junho de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO
O Verão é a estação da maturidade.
As árvores já floriram há muito tempo e os frutos formaram-se lentamente a partir das flores.
Isso leva-nos a interrogarmo-nos sobre a natureza da flor.
O que é uma flor?
Se a estudarmos bem, descobrimos que é o órgão da planta que se aproxima mais do reino animal.
As flores têm sensibilidade, com algo que se aparenta ao sistema nervoso: muitas abrem-se quando há luz e fecham-se quando fica escuro.
Mas podemos ir mais longe e dizer que é na flor que se forma o corpo astral da planta.
A flor é, de facto, o sexo da planta, é aí que tem lugar a fertilização.
Em cada ano, sob o efeito da luz e do calor, as flores dão nascimento aos frutos.
As árvores já floriram há muito tempo e os frutos formaram-se lentamente a partir das flores.
Isso leva-nos a interrogarmo-nos sobre a natureza da flor.
O que é uma flor?
Se a estudarmos bem, descobrimos que é o órgão da planta que se aproxima mais do reino animal.
As flores têm sensibilidade, com algo que se aparenta ao sistema nervoso: muitas abrem-se quando há luz e fecham-se quando fica escuro.
Mas podemos ir mais longe e dizer que é na flor que se forma o corpo astral da planta.
A flor é, de facto, o sexo da planta, é aí que tem lugar a fertilização.
Em cada ano, sob o efeito da luz e do calor, as flores dão nascimento aos frutos.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 21.06.2015
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
sábado, 20 de junho de 2015
ENTRAR PARA A FAMÍLIA UNIVERSAL
I
Há pessoas que têm o mau hábito de se intrometer nas questões sentimentais dos outros.
Sempre que vêem formar-se um casal encontram boas razões para achar que alguma coisa não está bem e começam a criticar, a tecer conluios e intrigas com a família, com os amigos, etc...
Mas isso é grave, ninguém tem o direito de separar aqueles que se amam.
Muitos jovens, de ambos os sexos, vêem pedir-me conselhos, mas eu sei quão delicado é imiscuirmo-nos em questões sentimentais.
Temos que ser muito prudentes para não destruirmos nada, porque somos responsáveis perante a lei divina.
Na Bulgária conta-se a seguinte história.
Havia um salteador que em toda a sua existência só praticara maus actos: roubos, pilhagens, assaltos a viajantes...
Mas um dia, só Deus sabe porquê, começou a dar-se conta de todo o mal que fizera e arrependeu-se.
Mas o que havia ele de fazer para expiar tantos crimes?
Foi confiar-se a um eremita que vivia na floresta.
Este escutou-o longamente e depois disse-lhe: «Tu enriqueceste muito a despojar os que viajavam; eis então, o que agora deves fazer: abrir uma estalagem à beira da estrada e receber nela, gratuitamente, todos os que por lá passarem.
Assim, os teus pecados ser-te-ão perdoados.»
O salteador, muito contente, começou a pôr em prática o que o eremita lhe aconselhara.
Todos os que passavam eram convidados a entrar para comer e dormir gratuitamente.
Todavia, ele continuava inquieto.
Havia cometido tantos crimes que se interrogava sobre a possibilidade de ser verdadeiramente perdoado.
Depois de um dia em que tinha sido particularmente atormentado por esta ideia, teve um sonho; apareceu-lhe um anjo que lhe disse: «Quando a estaca de madeira que está à tua porta ficar coberta de folhas e flores, será o sinal de que os teus pecados foram perdoados.»
Ele tranquilizou-se um pouco, mas... como poderia uma estaca florir?
É claro que todos os dias ia observá-la, mas não via aparecer uma só folha, a estaca permanecia seca e nua.
Passaram-se anos, e um dia ele viu passar um homem a cavalo.
Quis convidá-lo a descer e a ficar na sua estalagem, mas o homem galopava, galopava, e não se deteve.
Ofendido e furioso ao vê-lo recusar o seu convite, o infeliz salteador arrependido puxou da pistola e matou o cavaleiro com um só tiro.
Depois, tomando consciência do que acabara de fazer, encheu~se de desespero: em poucos segundos, anulara anos de esforços.
Quando ia a entrar em casa, olhou para a estaca, Murmurando: «Agora é que ela nunca mais reverdescerá nem florirá.»
Mas que viu ele?
A estaca transformara-se num magnífico arbusto coberto de folhas e flores.
Era extraordinário, incrível!
Ele não conseguia entender...
Na noite seguinte, o anjo voltou a visitá-lo, dizendo-lhe: «O homem que mataste não parou na tua estalagem porque corria a separar dois jovens que se amam, e uma vez que o impediste de cometer esse crime, todos os teus pecados estão perdoados.»
Não mateis a cabeça para saberdes se esta narrativa é verídica ou não. (Talvez os Búlgaros nem sempre sejam lá muito precisos nem muito exactos...)
E sobretudo, não imagineis que todos os vossos pecados serão perdoados se suprimirdes aqueles (ou, sobretudo aquelas - porque geralmente são as mulheres que gostam de se imiscuir nessas coisas!) que querem separar os seres que se amam.
Esta história pretende exprimir uma coisa muito importante: ninguém, no mundo tem o direito de impedir os seres de se amarem.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.06.2015
Como no passado, a Iniciação estava reservada a uma elite, uma elite moral, muitas pessoas imaginam que dela faziam parte cerimónias misteriosas durante as quais eram revelados grandes segredos.
Não, a Iniciação estava reservada a alguns seres não propriamente porque lhes faziam revelações que nem todos os ouvidos deviam escutar.
Então, por que era?
Porque aqueles a quem se revelavam verdades espirituais tinham todas as qualidades necessárias para as fazer frutificar neles.
As verdades espirituais só enriquecem aquele que tem inteligência para compreender o uso que deve dar-lhes, um coração para as amar e desejar torná-las vivas em si próprio e, além disso, uma vontade, tenacidade para perseverar no trabalho.
Aos outros elas nada trazem, até são perigosas para eles.
É como se se pusesse caixas com fósforos nas mãos de crianças.
Numa Escola Iniciática, o mais importante não são as verdades que lá são reveladas, mas o que vós fareis com essas verdades.
Não, a Iniciação estava reservada a alguns seres não propriamente porque lhes faziam revelações que nem todos os ouvidos deviam escutar.
Então, por que era?
Porque aqueles a quem se revelavam verdades espirituais tinham todas as qualidades necessárias para as fazer frutificar neles.
As verdades espirituais só enriquecem aquele que tem inteligência para compreender o uso que deve dar-lhes, um coração para as amar e desejar torná-las vivas em si próprio e, além disso, uma vontade, tenacidade para perseverar no trabalho.
Aos outros elas nada trazem, até são perigosas para eles.
É como se se pusesse caixas com fósforos nas mãos de crianças.
Numa Escola Iniciática, o mais importante não são as verdades que lá são reveladas, mas o que vós fareis com essas verdades.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.06.2015
O ser humano possui uma alma que só pode desenvolver-se na imensidão, no infinito.
Por isso, embora o mundo físico que ele perceciona graças aos órgãos dos sentidos lhe seja útil, indispensável, e apresente, pela sua variedade, um grande interesse, este só o satisfaz em parte, não é suficiente para preencher a sua existência.
Por que é que as crianças gostam tanto de contos?
E por que é que também a maioria dos adultos, quando podem, se refugiam em universos estranhos, no fantástico, no irracional?
Porque isso é uma necessidade inata do ser humano: Deus criou-o para viver nos dois mundos, objectivo e subjectivo, visível e invisível, material e espiritual.
Por isso, ele tem capacidades para entrar em relação com esses dois mundos e necessita de ambos.
Mas é preciso não confundir: a realidade que ele perceciona graças aos seus órgãos dos sentidos físicos (o tacto, o paladar, o odor, o ouvido e a vista) não é a que ele perceciona graças aos seus órgãos dos sentidos espirituais: a aura, o plexo solar, o centro Hara, os chacras.
São dois mundos diferentes cujo conhecimento exige "instrumentos" diferentes, que ele deve aprender a utilizar.
Por isso, embora o mundo físico que ele perceciona graças aos órgãos dos sentidos lhe seja útil, indispensável, e apresente, pela sua variedade, um grande interesse, este só o satisfaz em parte, não é suficiente para preencher a sua existência.
Por que é que as crianças gostam tanto de contos?
E por que é que também a maioria dos adultos, quando podem, se refugiam em universos estranhos, no fantástico, no irracional?
Porque isso é uma necessidade inata do ser humano: Deus criou-o para viver nos dois mundos, objectivo e subjectivo, visível e invisível, material e espiritual.
Por isso, ele tem capacidades para entrar em relação com esses dois mundos e necessita de ambos.
Mas é preciso não confundir: a realidade que ele perceciona graças aos seus órgãos dos sentidos físicos (o tacto, o paladar, o odor, o ouvido e a vista) não é a que ele perceciona graças aos seus órgãos dos sentidos espirituais: a aura, o plexo solar, o centro Hara, os chacras.
São dois mundos diferentes cujo conhecimento exige "instrumentos" diferentes, que ele deve aprender a utilizar.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
O VERDADEIRO ARTISTA DO FUTURO (Cont. II)
Dir-lhes-ei ainda que o mais importante não é trabalharem sobre a tela ou a madeira, ou com os sons e as cores... mas trabalharem sobre si próprios.
Porque é essa a verdadeira matéria prima: eles próprios.
Os artistas criam numa matéria exterior a eles, obras exteriores a eles; e como é sobre esta matéria exterior que concentram os seus esforços, ainda que produzam obras-primas - sinfonias, poemas, quadros, monumentos -, quando estamos com eles verificamos que não são tão magníficos como isso.
Muitas vezes ficamos siderados: as suas atitudes são desprovidas de tudo o que faz a beleza das suas criações; não têm equilíbrio, nem harmonia, nem poesia.
E o mesmo acontece com os artistas do passado.
Ao lermos as suas biografias e ao descobrirmos as suas fraquezas e os seus vícios pensamos que mais valia não os termos conhecido a eles, mas apenas às suas obras!
E o que é extraordinário é que toda a gente aceita esta situação.
Considera-se normal que um homem crie obras que atraem multidões mas que ele próprio seja insuportável para aqueles que o rodeiam; ou que proporcione aos outros prazer e alegria quando ele próprio vive angustiado, atormentado.
Pois bem, eu digo-vos que o verdadeiro artista é aquele que é capaz de se tomar a si mesmo como matéria para a sua criação.
Todos os métodos da vida espiritual estão à sua disposição para o ajudar e o inspirar nesta tarefa.
Trata-se de uma concepção da criação artística ainda inédita e desconhecida, mas é a que merece todo o vosso estudo, toda a vossa atenção.
Sim, em primeiro lugar, é em vós que deveis criar a poesia e a música, formas e movimentos harmoniosos, cores cintilantes.
Dir-me-eis: «Mas ninguém verá nem ouvirá nada!»
Evidentemente, ninguém verá nem ouvirá essa harmonia no sentido em que vêem e ouvem as formas de arte habituais, mas aqueles com quem vos relacionais senti-la-ão e ficarão maravilhados convosco.
Nada do que o homem cria interiormente permanece sem efeito e, em primeiro lugar, para si próprio.
Se através dos vossos pensamentos, sentimentos e desejos, tentardes criar o paraíso em vós, sereis vós que, em primeiro lugar, nele ireis viver.
E então, pouco a pouco, as pessoas ir-se-ão aproximando de vós, irão começando a sentir que por ali existem fontes que correm, aves que cantam, flores que perfumam o ar, e dirão umas às outras: «Conheceis aquele jardim? Que paz! Que pureza! Que benção!»
Os verdadeiros artistas do futuro serão aqueles que empreenderem este trabalho formidável que é a criação interior.
Preparai-vos então, vós também.
E não alegueis que sois pobres, miseráveis, que não podereis tirar nada da vossa própria matéria.
Qualquer que seja a matéria, existe sempre a possibilidade de se tirar algo dela.
Quando eu era ainda estudante - isto passou-se em Sófia, na Bulgária -, estava um dia a ler no meu quarto, quando de repente ouvi uma ária de violino duma beleza e de uma pureza extraordinárias.
Dir-se-ia que vinha do Céu.
Saí, para ver quem assim tocava e encontrei um cigano esfarrapado que extraía aqueles sons espantosos de um instrumento extraordinariamente bizarro, mal se podia dizer que era um violino.
Todos os habitantes da rua saíram de casa ou vieram à janela...
Quando ele terminou, eu aproximei-me e perguntei-lhe:
- De onde veio esse violino?
- Fui eu que o fiz.
- Dá-me licença que o veja?
Virei e tornei a virar aquele instrumento, e fiquei siderado: uma caixa de madeira mal aparada e, sobre esta, umas cordas esticadas...
Alguns anos mais tarde, em França, conheci um homem que fazia pesquisas acerca dos vernizes dos violinos Stradivarius, que ele queria redescobrir.
Que teria ele dito daquele violino que, obviamente, não tinha qualquer verniz?...
Muito tempo depois, ainda aquele encontro me preocupava.
Pensava eu: «Mas então, o essencial não é a perfeição do instrumento, é uma coisa bem diferente. Tudo depende de quem toca».
Reflecti muito e concluí que também eu, com um violino tão rudimentar como o meu - eu próprio - conseguiria, trabalhando, tirar uns belos sons.
Disse para comigo mesmo: «É certo que não tenho excelentes condições, que a madeira do meu violino não é das mais preciosas, que as cordas não vibram muito harmoniosamente, mas a minha vontade, o meu desejo e o meu amor pela beleza triunfarão».
E lancei-me ao trabalho!
Sim, o que conta é termos vontade de triunfar, é visarmos o cimo, o ponto mais elevado, o alto ideal, a fim de criarmos a verdadeira beleza, de a criarmos em nós e fora de nós.
A ideia de criação é a quinta-essência do nosso Ensinamento.
Porque é essa a verdadeira matéria prima: eles próprios.
Os artistas criam numa matéria exterior a eles, obras exteriores a eles; e como é sobre esta matéria exterior que concentram os seus esforços, ainda que produzam obras-primas - sinfonias, poemas, quadros, monumentos -, quando estamos com eles verificamos que não são tão magníficos como isso.
Muitas vezes ficamos siderados: as suas atitudes são desprovidas de tudo o que faz a beleza das suas criações; não têm equilíbrio, nem harmonia, nem poesia.
E o mesmo acontece com os artistas do passado.
Ao lermos as suas biografias e ao descobrirmos as suas fraquezas e os seus vícios pensamos que mais valia não os termos conhecido a eles, mas apenas às suas obras!
E o que é extraordinário é que toda a gente aceita esta situação.
Considera-se normal que um homem crie obras que atraem multidões mas que ele próprio seja insuportável para aqueles que o rodeiam; ou que proporcione aos outros prazer e alegria quando ele próprio vive angustiado, atormentado.
Pois bem, eu digo-vos que o verdadeiro artista é aquele que é capaz de se tomar a si mesmo como matéria para a sua criação.
Todos os métodos da vida espiritual estão à sua disposição para o ajudar e o inspirar nesta tarefa.
Trata-se de uma concepção da criação artística ainda inédita e desconhecida, mas é a que merece todo o vosso estudo, toda a vossa atenção.
Sim, em primeiro lugar, é em vós que deveis criar a poesia e a música, formas e movimentos harmoniosos, cores cintilantes.
Dir-me-eis: «Mas ninguém verá nem ouvirá nada!»
Evidentemente, ninguém verá nem ouvirá essa harmonia no sentido em que vêem e ouvem as formas de arte habituais, mas aqueles com quem vos relacionais senti-la-ão e ficarão maravilhados convosco.
Nada do que o homem cria interiormente permanece sem efeito e, em primeiro lugar, para si próprio.
Se através dos vossos pensamentos, sentimentos e desejos, tentardes criar o paraíso em vós, sereis vós que, em primeiro lugar, nele ireis viver.
E então, pouco a pouco, as pessoas ir-se-ão aproximando de vós, irão começando a sentir que por ali existem fontes que correm, aves que cantam, flores que perfumam o ar, e dirão umas às outras: «Conheceis aquele jardim? Que paz! Que pureza! Que benção!»
Os verdadeiros artistas do futuro serão aqueles que empreenderem este trabalho formidável que é a criação interior.
Preparai-vos então, vós também.
E não alegueis que sois pobres, miseráveis, que não podereis tirar nada da vossa própria matéria.
Qualquer que seja a matéria, existe sempre a possibilidade de se tirar algo dela.
Quando eu era ainda estudante - isto passou-se em Sófia, na Bulgária -, estava um dia a ler no meu quarto, quando de repente ouvi uma ária de violino duma beleza e de uma pureza extraordinárias.
Dir-se-ia que vinha do Céu.
Saí, para ver quem assim tocava e encontrei um cigano esfarrapado que extraía aqueles sons espantosos de um instrumento extraordinariamente bizarro, mal se podia dizer que era um violino.
Todos os habitantes da rua saíram de casa ou vieram à janela...
Quando ele terminou, eu aproximei-me e perguntei-lhe:
- De onde veio esse violino?
- Fui eu que o fiz.
- Dá-me licença que o veja?
Virei e tornei a virar aquele instrumento, e fiquei siderado: uma caixa de madeira mal aparada e, sobre esta, umas cordas esticadas...
Alguns anos mais tarde, em França, conheci um homem que fazia pesquisas acerca dos vernizes dos violinos Stradivarius, que ele queria redescobrir.
Que teria ele dito daquele violino que, obviamente, não tinha qualquer verniz?...
Muito tempo depois, ainda aquele encontro me preocupava.
Pensava eu: «Mas então, o essencial não é a perfeição do instrumento, é uma coisa bem diferente. Tudo depende de quem toca».
Reflecti muito e concluí que também eu, com um violino tão rudimentar como o meu - eu próprio - conseguiria, trabalhando, tirar uns belos sons.
Disse para comigo mesmo: «É certo que não tenho excelentes condições, que a madeira do meu violino não é das mais preciosas, que as cordas não vibram muito harmoniosamente, mas a minha vontade, o meu desejo e o meu amor pela beleza triunfarão».
E lancei-me ao trabalho!
Sim, o que conta é termos vontade de triunfar, é visarmos o cimo, o ponto mais elevado, o alto ideal, a fim de criarmos a verdadeira beleza, de a criarmos em nós e fora de nós.
A ideia de criação é a quinta-essência do nosso Ensinamento.
PENSAMENTO QUOTIDIANO
Mesmo os seres mais dotados do mundo não conseguem nada se não se exercitarem todos os dias, várias horas por dia, e muitas vezes desde a infância, para desenvolverem os seus talentos.
Só o trabalho dá resultados.
E isso é ainda mais verdadeiro para a vida espiritual do que para todos os outros domínios.
Porquê?...
Porque a vida espiritual não pode ser considerada separadamente da totalidade da existência.
A vida espiritual diz respeito a todo o ser e a todos os momentos do dia.
Consideremos o caso de um músico: mesmo que ele seja um génio, não só a música não ocupa todo o seu tempo, como ele pode manifestar os seus dons deixando-se ir atrás de todas as suas más inclinações e levando uma vida caótica.
O mesmo se aplica aos escritores, aos pintores, etc.
É muito mais fácil cultivar um dom, qualquer que ele seja, do que superar as lacunas psíquicas ou morais.
Isso é um trabalho de todos os instantes, dia e noite, e por isso é que não há muitos candidatos à vida espiritual.
Só o trabalho dá resultados.
E isso é ainda mais verdadeiro para a vida espiritual do que para todos os outros domínios.
Porquê?...
Porque a vida espiritual não pode ser considerada separadamente da totalidade da existência.
A vida espiritual diz respeito a todo o ser e a todos os momentos do dia.
Consideremos o caso de um músico: mesmo que ele seja um génio, não só a música não ocupa todo o seu tempo, como ele pode manifestar os seus dons deixando-se ir atrás de todas as suas más inclinações e levando uma vida caótica.
O mesmo se aplica aos escritores, aos pintores, etc.
É muito mais fácil cultivar um dom, qualquer que ele seja, do que superar as lacunas psíquicas ou morais.
Isso é um trabalho de todos os instantes, dia e noite, e por isso é que não há muitos candidatos à vida espiritual.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 18.06.2015
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
quarta-feira, 17 de junho de 2015
O VERDADEIRO ARTISTA DO FUTURO
Muitos jovens queixam-se de que nada do que lhes é proposto vai ao encontro das suas aspirações.
Mas saberão eles verdadeiramente o que desejam?
Eles fazem experiências, dão cabeçadas e continuam infelizes porque não sabem que o que necessitam é de criar.
Sim, eles têm necessidade de criar beleza, poesia, música, cores, formas...
Infelizmente, quando vemos no que está a tornar-se a arte dos nossos dias, já nem sequer podemos falar de criação, mas de desagregação.
Dir-se-ia que, cada vez mais, os artistas querem conduzir-nos para o caos.
A poesia transformou-se num alinhamento de palavras ao acaso, em que cada um encontra o sentido que mais lhe agrada; a música, em bizarras e sincopadas sonoridades ou num barulho infernal; a dança, em contorções.
Quanto à pintura e à escultura, não passam de garatujas, manchas, massas informes.
Mas, como se há-de fazer compreender às pessoas que essa "evolução" da arte vai contra a ordem natural das coisas requerida pela Inteligência Cósmica?
Para a Inteligência Cósmica, do caos deve partir a ordem, a harmonia, a perfeição.
Ora, é justamente o contrário que acontece actualmente, sobretudo na arte: os humanos retornam ao caos.
Todavia, a vida dá-nos tantos exemplos de como as coisas devem passar-se!
Para se construir uma casa fazem falta o ferro, a madeira, os tijolos, o cimento, a areia...
Mas ninguém se instala no meio de todos esses materiais para aí viver; primeiro constrói-se a casa com eles.
E para construir a casa também não se dispõe os materiais de qualquer maneira, há que organizá-los para se conseguir um trabalho acabado, isto é, obter um lugar habitável.
E quando tendes de convidar alguém para uma refeição, não lhe apresentais tudo a monte, em cima da mesa, com cascas, espinhas, caroços, etc., ofereceis-lhe pratos confeccionados.
Pois bem, as pessoas agem de forma mais ou menos razoável quando se trata de prepararem o seu alojamento ou a sua comida, mas comportam-se de modo insensato quando se trata de arte.
Já nada é construído, estruturado, elaborado, é tudo um bricabraque, uma barafunda.
A música que hoje em dia os jovens tocam e ouvem, sobretudo, é de ficar assustado.
Eles não sabem que aquelas vociferações e aqueles movimentos agitados destroem o seu sistema nervoso.
De que serviu, durante séculos, os músicos terem procurado descobrir sonoridades e ritmos capazes de despertar nos homens as sensações mais elevadas, mais subtis, mais harmoniosas, se agora se pode chamar música a qualquer barulheira, a qualquer gritaria?...
Mas eu sinto perfeitamente que, ao falar assim, estou a pregar no deserto.
Paciência, eu continuo na minha filosofia que, em primeiro lugar, serve para mim, e deixo que os outros experimentem tudo o que quiserem.
Mas eles que saibam que, se continuarem nessa direcção, a coisa tornar-se-á preta para eles porque essa "arte" que apreciam demoli-los-á.
Que os jovens reflictam, pois...
Continua
Mas saberão eles verdadeiramente o que desejam?
Eles fazem experiências, dão cabeçadas e continuam infelizes porque não sabem que o que necessitam é de criar.
Sim, eles têm necessidade de criar beleza, poesia, música, cores, formas...
Infelizmente, quando vemos no que está a tornar-se a arte dos nossos dias, já nem sequer podemos falar de criação, mas de desagregação.
Dir-se-ia que, cada vez mais, os artistas querem conduzir-nos para o caos.
A poesia transformou-se num alinhamento de palavras ao acaso, em que cada um encontra o sentido que mais lhe agrada; a música, em bizarras e sincopadas sonoridades ou num barulho infernal; a dança, em contorções.
Quanto à pintura e à escultura, não passam de garatujas, manchas, massas informes.
Mas, como se há-de fazer compreender às pessoas que essa "evolução" da arte vai contra a ordem natural das coisas requerida pela Inteligência Cósmica?
Para a Inteligência Cósmica, do caos deve partir a ordem, a harmonia, a perfeição.
Ora, é justamente o contrário que acontece actualmente, sobretudo na arte: os humanos retornam ao caos.
Todavia, a vida dá-nos tantos exemplos de como as coisas devem passar-se!
Para se construir uma casa fazem falta o ferro, a madeira, os tijolos, o cimento, a areia...
Mas ninguém se instala no meio de todos esses materiais para aí viver; primeiro constrói-se a casa com eles.
E para construir a casa também não se dispõe os materiais de qualquer maneira, há que organizá-los para se conseguir um trabalho acabado, isto é, obter um lugar habitável.
E quando tendes de convidar alguém para uma refeição, não lhe apresentais tudo a monte, em cima da mesa, com cascas, espinhas, caroços, etc., ofereceis-lhe pratos confeccionados.
Pois bem, as pessoas agem de forma mais ou menos razoável quando se trata de prepararem o seu alojamento ou a sua comida, mas comportam-se de modo insensato quando se trata de arte.
Já nada é construído, estruturado, elaborado, é tudo um bricabraque, uma barafunda.
A música que hoje em dia os jovens tocam e ouvem, sobretudo, é de ficar assustado.
Eles não sabem que aquelas vociferações e aqueles movimentos agitados destroem o seu sistema nervoso.
De que serviu, durante séculos, os músicos terem procurado descobrir sonoridades e ritmos capazes de despertar nos homens as sensações mais elevadas, mais subtis, mais harmoniosas, se agora se pode chamar música a qualquer barulheira, a qualquer gritaria?...
Mas eu sinto perfeitamente que, ao falar assim, estou a pregar no deserto.
Paciência, eu continuo na minha filosofia que, em primeiro lugar, serve para mim, e deixo que os outros experimentem tudo o que quiserem.
Mas eles que saibam que, se continuarem nessa direcção, a coisa tornar-se-á preta para eles porque essa "arte" que apreciam demoli-los-á.
Que os jovens reflictam, pois...
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.06.2015
Muitas pessoas lamentam que o mundo inteiro não aprecie as suas ideias, os seus projectos, as suas aspirações, sentem-se sós e dizem: «Não me compreendem, não me têm em conta, fazem como se eu não existisse.»
Mas devem conformar-se!
Se têm realmente nelas ideias tão boas, podem estar certas de que os anjos, os espíritos luminosos da Natureza e até o Senhor as apreciam.
Isso não lhes basta?
Por que hão-de querer absolutamente que os humanos venham em peso aplaudi-las, felicitá-las?
Coitadas!
Se soubessem do perigo inerente àquilo que desejam!
É exactamente como se tentassem atrair moscas, que deixarão por toda a parte pequenas assinaturas, ou ladrões que rapidamente lhes "limparão" tudo.
Perguntai às pessoas célebres se a sua celebridade não tem grandes inconvenientes.
Então,não vos queixeis de ser desconhecidos, incompreendidos.
Aliás, com essa atitude sois vós mesmos que impedis os outros de vos apreciarem.
Ficai felizes porque o Céu vos compreende e tentai vós compreender os outros.
Se tendes realmente coisas tão boas em vós, mais cedo ou mais tarde haverá quem reconheça isso.
Mas devem conformar-se!
Se têm realmente nelas ideias tão boas, podem estar certas de que os anjos, os espíritos luminosos da Natureza e até o Senhor as apreciam.
Isso não lhes basta?
Por que hão-de querer absolutamente que os humanos venham em peso aplaudi-las, felicitá-las?
Coitadas!
Se soubessem do perigo inerente àquilo que desejam!
É exactamente como se tentassem atrair moscas, que deixarão por toda a parte pequenas assinaturas, ou ladrões que rapidamente lhes "limparão" tudo.
Perguntai às pessoas célebres se a sua celebridade não tem grandes inconvenientes.
Então,não vos queixeis de ser desconhecidos, incompreendidos.
Aliás, com essa atitude sois vós mesmos que impedis os outros de vos apreciarem.
Ficai felizes porque o Céu vos compreende e tentai vós compreender os outros.
Se tendes realmente coisas tão boas em vós, mais cedo ou mais tarde haverá quem reconheça isso.
terça-feira, 16 de junho de 2015
PROTEGEI A POESIA DO VOSSO AMOR (Cont. II)
Porque não vos observais, para tirardes conclusões de experiências que por certo já fizestes?
Amastes um rapaz ou uma rapariga e durante os primeiros tempos desse amor vivestes maravilhados.
Bastava pensardes que o outro existia e que talvez fôsseis encontrá-lo na rua ou em qualquer lugar para vos sentirdes mergulhados em poesia, em música.
Certo dia, pudestes obter um objecto em que ele tocara ou que lhe pertencera e, mesmo tratando-se de uma coisa insignificante, para vós foi o tesouro mais precioso do mundo, pois estava impregnado dos eflúvios desse ser; era como que um talismã para vós.
Depois, começastes a encontrar-vos e, passo a passo, as coisas seguiram o seu curso... "normal", como se costuma dizer.
Nessa altura, certamente, vos deliciastes com outros prazeres, outras alegrias, mas perdestes tudo o que fazia a magia dos vossos primeiros encontros.
E como é que tudo acaba, geralmente?
Por mal-entendidos, zangas, separações...
Para conservardes o vosso amor, deveríeis ter compreendido que ele não residia na posse física desse ser, mas em algo subtil que, através dele, vos ligava a todo o Universo, à beleza das flores, das florestas, das nascentes, do sol, das constelações...
Ao quererdes suprimir completamente a distância que vos separava dele, perdestes, pouco a pouco, todo esse mundo subtil, nada vos ficou, a não ser o lado material, prosaico.
Se quiserdes preservar o vosso amor, não tenhais pressa de vos aproximar fisicamente, pois, uma vez passadas as primeiras ebulições, rapidamente vos cansareis e começareis a notar o lado negativo um do outro.
Para protegerdes a vossa inspiração, tentai conservar uma certa distância.
Aqueles que querem conhecer e experimentar logo tudo, ao fim de pouco tempo já não sentem curiosidade em relação um ao outro, já nem sequer têm vontade de se encontrar, porque já viram, já experimentaram e já comeram demasiado, já estão saturados, e para eles acabou-se, o seu lindo amor acabou-se.
Aquele amor que lhes trazia todas as bençãos, que lhes proporcionava o Céu, eles sacrificaram-no por alguns minutos de prazer!
Porque não tentam estar mais vigilantes?
Porque se privam tão depressa daquelas sensações tão subtis e poéticas?
Dir-se-ia que são demasiado belas e que eles têm pressa de acabar com tal poesia, com tal beleza.
Dirão alguns que bem gostariam de viver esse amor, mas não sabem como.Sim, é claro, eu compreendo, e dir-lhes-ei que, para conhecerem o verdadeiro amor, deverão começar por estabelecer uma ligação com o mundo divino, porque é essa ligação que dá o verdadeiro gosto às coisas, inclusive ao amor.
Quando tiverdes realizado essa ligação, sentireis que uma onda de energias superiores vos inunda.
Deveis procurar a presença destas energias divinas, que dão um sabor requintado ao vosso amor, como se comungásseis com toda a Natureza, com todo o Universo.
Mas, sobretudo, ficai cientes de que o vosso amor será sempre o reflexo de vós mesmos.
Acreditais que o amor virá do exterior, sob a forma de um ser que será exactamente como esperáveis: agradável, belo, generoso, paciente?
Vós sois resmungões, egoístas, coléricos, e o amor deveria apresentar-se-vos sob a forma de um anjo?
Pois não será assim; e, ainda que tivésseis um anjo ou um arcanjo nos braços, não sentiríeis nada do seu esplendor, pois estais fechados ao mundo divino.
Repito-vos: nenhum homem nem nenhuma mulher poderá dar-vos o amor absoluto que procurais.
E não poderá dar-vo-lo porque é apenas o seu depositário.
A fonte, o dispensador do amor, é a Divindade e, se não vos ligardes a ela, não conhecereis o verdadeiro amor.
O amor é uma qualidade da vida divina, pelo que nunca o encontrareis se não conseguirdes fazer circular em vós essa vida, uma vida purificada e iluminada pela prática das virtudes.
É claro que, apesar de estar a apresentar-vos estas ideias, eu sei que não ireis imediatamente compreendê-las e realizá-las na vossa vida.
Quando se é jovem, é difícil admitir esta visão das coisas, tanto mais que nem a família, nem a escola, nem a sociedade vos instruem neste sentido.
Algumas vezes, num poema, num romance ou num filme, encontrareis a evocação de um amor excepcional, mas é tão raro!
E, embora fiqueis maravilhados, não pensais que podeis realizá-lo na vossa vida, remeteis tudo para o domínio da poesia e do sonho.
Pois bem, estais enganados, ele é realizável.
Talvez não imediatamente, mas é realizável.
Para isso, o essencial é manterdes preciosamente essa ideia em vós, fazendo dela uma luz para a qual deveis caminhar, com a convicção de que, quaisquer que sejam as vossas experiências, é dessa luz que deveis aproximar-vos.
PENSAMENTO QUOTIDIANO
Todas as criaturas têm uma linguagem, mas só o ser humano dispõe da palavra e, para que essa palavra tenha tenha realmente um sentido rico, deve tornar-se a expressão do Verbo divino que apoia, cura, ilumina.
Se tiverdes este ideal, a primeira regra para o realizar é decidirdes não vos deixar arrastar para maledicências, calúnias ou mesmo palavras "no ar".
Aprendei a dominar a vossa língua, dizendo: «Se eu não me controlar, nunca possuirei o verdadeiro poder do Verbo.»
Diz-se tanta coisa durante um dia!
Lançam-se críticas ou acusações com ligeireza pensando que, se se estiver enganado ou se se for longe demais, não é grave, será fácil reparar isso.
Não, as pessoas não conhecem o itinerário de uma palavra, as regiões que ela atravessa e os estragos que ela pode fazer se for violenta ou mentirosa.
E que não se pense que se pode reparar o mal causado pelas palavras pedindo desculpa ou pagando algumas "perdas e danos"!
Face aos humanos, talvez a situação fique reparada; mas face às leis cósmicas, nada fica reparado, a culpa mantém-se.
Se tiverdes este ideal, a primeira regra para o realizar é decidirdes não vos deixar arrastar para maledicências, calúnias ou mesmo palavras "no ar".
Aprendei a dominar a vossa língua, dizendo: «Se eu não me controlar, nunca possuirei o verdadeiro poder do Verbo.»
Diz-se tanta coisa durante um dia!
Lançam-se críticas ou acusações com ligeireza pensando que, se se estiver enganado ou se se for longe demais, não é grave, será fácil reparar isso.
Não, as pessoas não conhecem o itinerário de uma palavra, as regiões que ela atravessa e os estragos que ela pode fazer se for violenta ou mentirosa.
E que não se pense que se pode reparar o mal causado pelas palavras pedindo desculpa ou pagando algumas "perdas e danos"!
Face aos humanos, talvez a situação fique reparada; mas face às leis cósmicas, nada fica reparado, a culpa mantém-se.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 16.06.2015
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
segunda-feira, 15 de junho de 2015
PROTEGEI A POESIA DO VOSSO AMOR
Os jovens estão satisfeitos por terem conseguido libertar-se de todos os "tabus sexuais", como eles dizem, e se sentirem finalmente livres.
Sim, eles sentem-se felizes por serem livres, mas será que aquilo que fazem dessa liberdade os torna felizes?...
Não, pelo contrário, até se verifica entre os jovens um número cada vez mais elevado de suicídios ou de tentativas de suicídio, o que prova bem que as suas experiências sexuais não lhes trazem o amor.
Se lho trouxessem, eles jamais pensariam em pôr termo à sua vida, porque o amor está ligado à vida.
Quem ama tem vontade de viver, pois extrai do seu amor os elementos que, sejam quais forem as dificuldades que encontre, o reforçam e dão sentido à sua vida.
Só que, ainda que não se possa negar que eles estejam ligados, o amor não é a sexualidade.
E, em vez de se regozijarem com a conquista da liberdade sexual e de se apressarem a aproveitar-se dela, os jovens deveriam antes pôr a tónica no amor para compreenderem melhor a sua verdadeira natureza e encontrarem as melhores maneiras de o manifestar.
O que é o amor, na realidade?
Não é algo que venha de um homem ou de uma mulher.
O amor é uma energia cósmica que está espalhada por todo o Universo.
Podemos encontrar o amor na terra, na água, no ar, no sol, nas estrelas...
Podemos encontrá-lo nas pedras, nas plantas, nos animais...
E também podemos encontrá-lo nos humanos, claro, mas não exclusivamente neles, pelo que não deveis considerar-vos privados de amor apenas por não terdes um moço ou uma moça para abraçar e beijar.
Não compreendeis que é a vós mesmos que tornais infelizes com essas vossas concepções tão limitadas?
Não é o corpo, não é a carne que vos dará o amor.
Ele não se encontra aí.
O amor pode servir-se do corpo físico como suporte, mas ele encontra-se para além dele, em toda a parte.
É uma luz, um néctar, uma ambrósia que preenche o espaço.
Continua
Sim, eles sentem-se felizes por serem livres, mas será que aquilo que fazem dessa liberdade os torna felizes?...
Não, pelo contrário, até se verifica entre os jovens um número cada vez mais elevado de suicídios ou de tentativas de suicídio, o que prova bem que as suas experiências sexuais não lhes trazem o amor.
Se lho trouxessem, eles jamais pensariam em pôr termo à sua vida, porque o amor está ligado à vida.
Quem ama tem vontade de viver, pois extrai do seu amor os elementos que, sejam quais forem as dificuldades que encontre, o reforçam e dão sentido à sua vida.
Só que, ainda que não se possa negar que eles estejam ligados, o amor não é a sexualidade.
E, em vez de se regozijarem com a conquista da liberdade sexual e de se apressarem a aproveitar-se dela, os jovens deveriam antes pôr a tónica no amor para compreenderem melhor a sua verdadeira natureza e encontrarem as melhores maneiras de o manifestar.
O que é o amor, na realidade?
Não é algo que venha de um homem ou de uma mulher.
O amor é uma energia cósmica que está espalhada por todo o Universo.
Podemos encontrar o amor na terra, na água, no ar, no sol, nas estrelas...
Podemos encontrá-lo nas pedras, nas plantas, nos animais...
E também podemos encontrá-lo nos humanos, claro, mas não exclusivamente neles, pelo que não deveis considerar-vos privados de amor apenas por não terdes um moço ou uma moça para abraçar e beijar.
Não compreendeis que é a vós mesmos que tornais infelizes com essas vossas concepções tão limitadas?
Não é o corpo, não é a carne que vos dará o amor.
Ele não se encontra aí.
O amor pode servir-se do corpo físico como suporte, mas ele encontra-se para além dele, em toda a parte.
É uma luz, um néctar, uma ambrósia que preenche o espaço.
Continua
Subscrever:
Mensagens (Atom)