domingo, 19 de março de 2017
UMA FILOSOFIA UNIVERSAL
Capítulo VIII - A FRATERNIDADE, UM ESTADO DE CONSCIÊNCIA SUPERIOR
Continuação
III
Se olharmos o ser humano tal como ele se apresenta à primeira vista, parece-nos impossível, evidentemente, que toda a terra se torne uma família.
Exteriormente, é verdade, os homens são muito diferentes: a cor, o tipo físico, os costumes, a cultura, a religião...
E se fizéssemos parisienses e esquimós viverem juntos, esquimós em Paris ou parisienses na Lapónia, seria verdadeiramente complicado.
Mas, na realidade, se estudarmos melhor a questão, compreenderemos que no seu foro íntimo os humanos são todos parecidos, porque no Alto, na sua natureza superior, têm as mesmas necessidades, os mesmos desejos, o mesmo ideal.
Só que, como eles não vivem nessas regiões superiores para se conhecerem e verem que são idênticos, que são irmãos e irmãs, quando se olham aqui sentem-se tão afastados, diferentes, opostos, até, que chegam a detestar-se, a combater-se e mesmo a massacrar-se.
Pouco a pouco, a evolução levará os humanos a conhecerem-se melhor e, então eles ver-se-ão todos semelhantes, aspirando todos à alegria, à felicidade, ao conhecimento, à luz, e sofrendo todos da mesma maneira.
Nessa altura, começarão a compreender que as suas diferenças são apenas exteriores e que são seres semelhantes sob máscaras diferentes.
Como os actores duma peça de teatro, que se combatem ou se massacram em cena, mas na realidade pertencem à mesma companhia e são amigos.
Todos os seres desempenham comédias e tragédias, mas na realidade são todos irmãos e irmãs.
Portanto, se os povos que se guerreiam tomassem consciência de que vêm da mesma pátria do Alto, cessariam de se massacrar.
Mas esta consciência ainda não se manifestou: os humanos vivem demasiado baixo, ao nível dos interesses, dos desejos e das cobiças.
É preciso que cheguem finalmente a esta consciência de que são todos filhos e filhas dum mesmo pai e duma mesma mãe, o Pai Celeste e a Mãe Divina; nesse momento, o seu comportamento mudará.
Deveis reflectir, estudar, até que chegueis a esta verdade: quanto mais conhecemos o ser humano no mundo superior, mais nos apercebemos de que todos os seres são construídos da mesma maneira, com as mesmas necessidades.
Há que fazer, pois, todo um trabalho interior para despertar em si mesmo esta sensação de unidade.
Quando os humanos admitirem que as suas almas e os seus espíritos se fundem no Alto, formarão uma grande família, a grande família da Fraternidade Branca Universal, e automaticamente deixarão de se guerrear.
Na realidade, como vos tenho dito, a necessidade de se baterem nunca desaparecerá, as suas manifestações é que mudarão.
A guerra tornar-se-á, um dia, uma guerra de amor: os humanos, tal como as estrelas, enviarão uns aos outros, através do espaço, raios de amor.
Sim, porque quanto mais se evolui, mais as trocas que se fazem se tornam luz e amor, como as trocas que as constelações e os sóis fazem entre si.
Quando eu era muito jovem, na Bulgária, acontecia-me muitas vezes dormir ao relento, acima dos lagos de Rila.
Era a dois mil e quinhentos metros de altitude; algumas vezes, nevava durante a noite e eu despertava de manhã incrustado na neve.
Ah! que recordações magníficas!
Muitas vezes eu adormecia contemplando as estrelas.
E foi assim que descobri que as estrelas declararam guerra umas às outras, combatem-se com luz, e que um dia os humanos também se combaterão com raios de amor.
A Inteligência Cósmica jamais suprimirá no homem a necessidade de fazer guerra; as formas de guerra é que mudarão e, no futuro, já não haverá a guerra com canhões e bombas, mas com a luz, as cores, o amor.
Será uma guerra bem encarniçada!
Eu sou a favor dela e declarei guerra à humanidade inteira.
Ah! não há nada mais maravilhoso que esta guerra!
Continua
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