sexta-feira, 17 de março de 2017
UMA FILOSOFIA UNIVERSAL
Capítulo VIII - A FRATERNIDADE, UM ESTADO DE CONSCIÊNCIA SUPERIOR
Continuação
II
A prova de que esta questão só está meio resolvida é que exteriormente os humanos fizeram aquisições fantásticas, mas interiormente vivem ainda atormentados, infelizes, no vazio, no frio, na miséria, na escuridão.
Há pois, uma outra etapa a transpor.
Vede o que se passa nos países ocidentais: exteriormente todos os indivíduos são mais ou menos alimentados e alojados.
Mesmo os mais pobres, mesmo os mendigos, quando caem, são recolhidos e conduzidos aonde possam ser cuidados; mesmo os mais miseráveis, regra geral, há quem se ocupe deles.
Portanto, as condições exteriores são bem melhores que no passado.
Sim, mas interiormente...
E é esse o trabalho do futuro, meus queridos irmãos e irmãs: conseguir que a humanidade disponha interiormente das possibilidades de que dispõe exteriormente.
O que é que impede os humanos de formarem a Fraternidade Branca Universal, de se tornarem todos irmãos?
O que é que os impede?
Já vo-lo tenho dito: uma ilusão!
Imaginam que serão muito mais felizes permanecendo separados, mas os anos passam e eles tornam-se cada vez mais infelizes.
É normal cada um continuar a viver a sua própria vida, ninguém vos pedirá que vos deixeis absorver pela vida dos outros.
Tendes a vossa vida, tendes o vosso organismo, sois separados, independentes, mas no mundo invisível deveis formar uma unidade.
As células do organismo não estão fundidas: uma célula do coração não é uma célula do estômago, cada uma mantém a sua individualidade, mas os seus elos, as suas afinidades, criam entre elas esse estado de harmonia a que chamamos saúde.
É assim tão difícil de compreender?
Ninguém pede a um negro que se torne branco ou a um branco que se torne negro ou amarelo.
Nem mesmo a um muçulmano que se torne budista ou a um budista que se torne cristão.
Os cristãos enviaram missionários para converter os índios, os negros, os amarelos, mas na maioria dos casos isso não deu bons resultados.
Que todos conservem pois, as suas particularidades, mas que exista entre eles uma compreensão graças à qual formarão uma unidade no mundo divino.
O ideal da Fraternidade Branca Universal é ensinar os humanos a não continuarem a trabalhar exclusivamente para eles próprios, mas para o mundo inteiro.
É difícil, eu sei, e de momento somos quase só nós a fazer este trabalho.
Mas é justamente quando é difícil que é preciso mostrar perante o Céu que se é fiel e verídico.
Quando muitos tiverem compreendido a necessidade desta atitude, nós teremos menos mérito.
É agora, em condições tão difíceis, que é meritório ser um modelo.
Se um dia o Céu me der a possibilidade de falar ao mundo inteiro, eu direi somente isto: «Vós todos, ricos e pobres, sábios e ignorantes, não sabeis onde está o vosso interesse e é por isso que estais em dificuldades inextricáveis.
Quando se trata de tirar proveito, de se divertir, de fazer guerra, logo vós apareceis, mas quando se trata de criar condições para que a humanidade inteira viva na felicidade, já não há ninguém.
Isso mostra, pois, que não sabeis onde está o vosso interesse.
Não desejais a felicidade, senão reunir-vos-íeis todos para a obter.»
Sim, quando se trata de bens materiais, de dinheiro, de casas, todos concordam em consagrar as suas energias para as adquirir.
Mas quando se trata da felicidade para todos, da liberdade, da alegria para o mundo inteiro, isso já nada lhes diz.
Como se explica isto?...
Quando os humanos conseguirem compreender qual é o seu interesse, todos os problemas serão resolvidos.
Na realidade, é a questão mais clara e mais simples que existe, mas eles não se detêm nela.
É preciso dizer-lhes: «Se tendes tantas infelicidades e dificuldades, é porque as desejais; consciente ou inconscientemente, desejai-las.
Se desejásseis o contrário, hoje mesmo isso poderia ser realizado.»
Eu vos digo que os humanos não sabem onde está o seu interesse.
Mas eu sei onde ele está: na Fraternidade Branca Universal, onde se ensina o homem a sair de todas as limitações, a fazer convergir os seus desejos, os seus pensamentos, os seus interesses e os seus trabalhos para a colectividade, para o lado universal da vida.
Dir-vos-ei ainda o seguinte: todos os movimentos espiritualistas que existem na terra são magníficos, necessários; todos procuram o saber, o poder, a realização.
Muito bem, mas eles não têm esta consciência alargada que lhes permitiria preocuparem-se menos com a sua salvação individual, o que era próprio do passado, e fazer esforços no sentido colectivo.
Está muito certo desejar o saber e o poder, mas somente como meios para atingir um fim muito mais elevado: a fraternidade, a vida universal.
Continua
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