segunda-feira, 6 de março de 2017

A FORÇA SEXUAL OU O DRAGÃO ALADO





X

ABRIR  AO  AMOR  UM  CAMINHO  PARA  O  ALTO


Continuação (4)

Onde estão os homens e as mulheres que pensam em consagrar o seu amor ao Céu?
Todos estão convencidos de que as trocas que fazem só dizem respeito a eles próprios.
Se comem, é para eles próprios, e o Céu nada tem a ver com isso.
Pois bem, nesse momento é o Inferno que tem a ver com isso.
Porque esse «eu» que eles desejam satisfazer na sexualidade é já uma parte do Inferno.
Suprimem o Céu com o pretexto de que aquilo que estão a fazer é vergonhoso (mas então porque o fazem?) e que, portanto, o Céu não deve vê-los, mas do Inferno não se escondem, não sentem vergonha e, deste modo, é o Inferno que vem comer tudo.
E a própria Igreja não deu nenhuma explicação sobre o assunto e limita-se a repetir «Crescei e multiplicai-vos», e todos copulam nas trevas para enorme alegria do Inferno.
Fala-se do sacramento do matrimónio mas, na realidade, ainda que se casem de acordo com as regras, marido e mulher fazem autênticas orgias para as quais convidam o Inferno em peso.
E lá vão eles juntos para a cama, experimentando toda a espécie de posturas que lhes proporcionem quanto mais sensações, melhor, para se saciarem como se fossem animais e, é a isso que se chama a santidade do casamento!
Pobre humanidade!
Compreendo que o lado físico do amor é importante e, até, que pode ajudar a encontrar o lado espiritual, mas é necessário aprender a considerá-lo como um ponto de partida e nunca como uma finalidade.
Suponde que sentis uma atracção física por um homem ou por uma mulher; pois bem, em lugar de mergulhardes e ficardes afogados, utilizai essa atracção como uma ocasião para irdes mais longe, para vos elevardes espiritualmente.
Pode também acontecer que, ao assistirdes a um espectáculo, ao lerdes um livro, ao folheardes uma revista, se desencadeiem em vós certas reacções; em vez de vos deixardes ir atrás e soçobrar, tomai isso como um ponto de partida, como um trampolim, e procurai elevar-vos bem alto na contemplação divina a ponto de, ao descer, ficardes espantados com as riquezas que acabastes de recolher e com o facto de aquilo que ao princípio vos tinha perturbado vos ter servido, afinal, como estímulo, como ajuda e encorajamento para progredir.
Porque é que sempre que sentis uma sensação perturbadora vos abandonais a ela cegamente, sem cuidar de saber para onde ireis?
Lembrai-vos de que na Ciência Iniciática se utiliza tudo; portanto, alegrai-vos e agradecei ao Céu, dizendo: «Ah! Hoje, que sorte, que bênção!
Eis uma situação em que toda a gente arranca os cabelos e sucumbe e, onde eu tenho a possibilidade de triunfar.
Obrigado, Senhor, eu compreendi.
Vamos então!»
E aplicai os métodos que vos dei.
Deste modo, habituar-vos-eis a triunfar em todas as provas, nada poderá perturbar-vos nem vencer-vos, tornar-vos-eis fortes e poderosos, tornar-vos-eis uma divindade.
Mas em vez disso, todos se deixam ir às cegas, porque são impelidos.
É claro que todos são impelidos...
Só que existem diferentes direcções e, é preferível deixar-se impelir para o Alto.

De onde terá vindo este amor humano, senão do próprio Deus?
Diz-se que Deus é amor, mas não se sabe o que é esse amor, e fazem-se separações em amor físico, amor sensual, amor divino.
Não, não há separação: o que há são graus, porque se trata sempre da mesma energia, da mesma força que vem de muito alto.
Vós não conheceis ainda suficientemente o número 1, indivisível, inseparável.
O amor é justamente isso: o número 1 e, é o número 1 que produz os outros; o 2, o 3, o 4, não são mais do que manifestações do 1, são graus, são formas do 1.
Deus é 1, o amor é 1, Deus é amor.
Tudo o que não é o 1 é, na realidade, um aspecto do 1; por isso é necessário regressar à unidade.
Nós estamos na multiplicidade, estamos na periferia, e sempre que se fala no retorno à unidade, isso quer dizer que é preciso retornar a Deus, retornar a esse amor que é 1.
Quando vos digo que é preciso fazer regressar o amor ao Céu, é porque o amor deve regressar à sua origem.
Ainda não se compreendeu o que quer dizer «Deus é amor», como também não se compreendeu o significado da palavra «unidade», e que nós devemos voltar à unidade.
Mas para mim, é tão claro!
A unidade é Deus, Deus é amor e, há que voltar a esse amor.

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