segunda-feira, 27 de março de 2017

O QUE É UM MESTRE ESPIRITUAL?






Capítulo  IX  -  A  DIMENSÃO  UNIVERSAL  DE  UM  MESTRE

Continuação

Agarrai-vos somente ao Ensinamento que eu vos trago e estareis incessantemente comigo.
Quando eu vejo uma alma que trabalha para a luz, sou atraído para ela como as borboletas para a luz de uma lâmpada.
Mas só nesta condição: que ela trabalhe para a luz.
Senão, não haverá nada a fazer, nem as promessas nem as ameaças me farão ceder.
Eu amo a luz, a beleza, a pureza: se vós trabalhardes para desenvolver estas qualidades eu estarei incessantemente convosco, o meu pensamento estará convosco para vos apoiar, para vos ajudar, para vos proteger.
Mas se eu vejo que quereis açambarcar-me só para vós e não deixar nada para os outros, perante esse egoísmo e essa incompreensão, eu tenho medo e faço tudo para vos escapar.
Não é para me monopolizardes que vós deveis vir aqui, mas para vos instruirdes e trabalhardes.
Ficai sabendo que, enquanto me procurardes unicamente no plano físico, eu jamais poderei satisfazer-vos, porque, materialmente, não tenho tempo para me ocupar fisicamente de todos vós.
Quando vos encontro, posso oferecer-vos uma avelã, um pistáchio, um bombom, um sorriso, apenas isso...
Mas se vós vos elevardes até ao domínio do pensamento, do espírito, aí eu posso ocupar-me de vós todos ao mesmo tempo e incessantemente.
Todos os dias, a cada momento do dia e da noite, vós recebeis alguma coisa, pois um Iniciado, que aprendeu a trabalhar com o pensamento, sabe criar correntes de forças no domínio subtil.
Por isso ele pode estar em toda a parte, por todo o Universo, e penetrar com a sua quinta-essência as plantas, os oceanos, as estrelas...
Direis vós: «Que orgulho, que vaidade!»
Pensai o que quiserdes, eu digo-vos a verdade.
Se me procurardes no plano físico, eu não vos servirei de grande coisa, mas se conseguirdes procurar-me noutras regiões, sentireis que eu me ocupo incessantemente de vós.
Como?
Isso é comigo; mas só isso me interessa: ocupar-me de vós e de muitos outros que não conheceis.
Se vós não sentis que recebeis qualquer coisa, é porque estais fechados, é porque não soubestes subir às regiões luminosas para compreender que tudo o que procuro é alimentar-vos com os elementos mais substanciais.
Eu vos digo com toda a humildade e simplicidade: noutras regiões, eu ocupo-me incessantemente de vós.
E também outros, entidades luminosas, se ocupam de vós...
Pois um Mestre, um verdadeiro Mestre, que está consciente do valor do trabalho divino, está sempre ligado ao Céu.
E, mesmo quando tem de ausentar-se para fazer outros trabalhos, ele permanece em comunicação com a sua Fraternidade.
Por isso, nesses momentos de ausência, existem sempre outras entidades do mundo invisível que vêm manifestar-se para o representar, para sustentar e apoiar a colectividade.
O discípulo nunca perde o que quer que seja se tiver confiança e amar o seu Mestre.
Ele será sempre apoiado, ajudado, esclarecido, vivificado, se não for pelo próprio Mestre, por aqueles a quem ele está continuamente ligado e que estão sempre presentes.
Muitos verificaram isto: quando eu estava ocupado noutro lugar e nem sequer estava ao corrente das suas dificuldades, eles recebiam ajuda.
Eles pensavam que ela vinha de mim, mas não, não era eu que os ajudava, mas sim amigos do mundo invisível que se manifestavam por mim.
Eles não são orgulhosos nem vaidosos e não os incomoda assumirem o meu rosto para se apresentarem diante de vós.
Mas eu, sou o último a ficar ao corrente do que se passou.

Recebi, há algum tempo, uma carta de um físico, investigador do CNRS* que me dizia: «Oh, Mestre, que clareza, que luz existe nos seus livros!
Eu conheci muitos movimentos espiritualistas, li muitos livros esotéricos, mas nunca encontrei em parte alguma os problemas essenciais explanados com uma tal clareza.
Eu gostaria de me encontrar consigo, mas a sós, porque não gosto da colectividade.
Pode receber-me?»
Bem, o que achais que eu devo responder-lhe?
É melhor ele não vir, pois não está preparado!
Não quero aqui pessoas que só se interessam pelas nossas ideias com o objectivo de depois se servirem delas só no seu interesse pessoal, egoísta.
Eu necessito de seres que gostam da colectividade e que desejam participar num trabalho colectivo para a vinda do Reino de Deus à face da terra.
Por isso, quando certas pessoas me dizem terminantemente que não gostam da colectividade e que querem encontrar-se só comigo, questiono-me sempre sobre como é que elas irão utilizar o que eu lhes disser e não tenho grande vontade de as receber.
Honra-me muito que queiram dar-se ao esforço de vir ter comigo, mas não tenho necessidade desses egoístas.
Eles que vão onde quiserem, mas não aqui!
E irei até mais longe.
Suponhamos que eu decido deixar de fazer conferências, não vos revelar mais nada.
Pois bem, isso não seria razão para já não virdes à Fraternidade.
Não se vem a um Ensinamento espiritual somente para adquirir conhecimentos, como se faz nas escolas e nas universidades, onde, uma vez terminados os estudos, os estudantes deixam os professores.
Aqui, vós vindes, é certo, para vos instruirdes, mas essa instrução deve servir-vos para fazerdes um trabalho.
E esse trabalho é formarmos todos juntos uma pilha de uma potência extraordinária a fim de iluminarmos e ajudarmos os humanos mergulhados nas trevas e nos sofrimentos...
Até ao dia em que conseguiremos, finalmente, trazer o Reino de Deus à terra.
O vosso objectivo nunca devo ser eu nem deve ser a ciência, mas o trabalho espiritual para o bem da humanidade.
E é um trabalho que pode perdurar eternamente.

* Centre National de Recherche Scientifique  (Centro Nacional de Investigação Científica)

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