sábado, 18 de março de 2017

UMA FILOSOFIA UNIVERSAL


Capítulo  VIII  -  A  FRATERNIDADE,  UM  ESTADO  DE  CONSCIÊNCIA  SUPERIOR

Continuação
                                                                            II

Vimos na História muitas pessoas que tinham grandes faculdades, em particular faculdades de cura de cura e clarividência, mas que se serviam sempre delas para o seu próprio enriquecimento, para seu prestígio; não se preocupavam em utilizar estes dons para a vinda do Reino de Deus e da Fraternidade Universal.
Era por isso que, apesar de todos os seus dons e poderes, nunca estavam satisfeitas.
Ao passo que as que trabalham para a colectividade, para a ideia da universalidade, nadam em felicidade; mesmo que não tenham grandes faculdades nem grandes poderes, são felizes porque reforçam a egrégora da Grande Fraternidade Branca Universal.
Cada movimento religioso, político, artístico, forma uma egrégora; cada país também.
Uma egrégora é um ser psíquico formado pelos fluidos, pelos pensamentos, pelos desejos de todos os membros que trabalham para o mesmo fim.
Muitas vezes, no Alto, as egrégoras guerreiam-se, e alguns clarividentes vêem este combate de egrégoras.
Cada uma tem as suas cores, as suas formas particulares.
A egrégora da França é um galo, a da Rússia um urso, etc...
Mas nem o urso, nem o galo, nem o tigre, nem o dragão resolverão as coisas.
Agora é preciso que a humanidade inteira forme a egrégora da pomba que traz a paz.
Mas quem a formará, se todos só trabalham para si próprios?
Os cristãos?
Ide ver na Irlanda se os católicos e os protestantes trabalham para a paz!

A Fraternidade Branca Universal apareceu na terra porque os espíritos no Alto decidiram introduzir uma nova corrente entre os humanos.
Direis que já há os Rosa-Cruz, os Teósofos, os Antropósofos, os Mazdeístas, os Cavaleiros de Malta, as Testemunhas de Jeová... e até as Trombetas do Eterno e, que isso basta.
Não, porque nada de maravilhoso ainda daí resultou.
Cada um trabalha para a sua capela, cada um crê possuir a verdade única e toma-se pelo centro do Universo.
Pode mesmo dizer-se que são os movimentos espiritualistas que contribuem para impedir a vinda do Reino de Deus à terra.
Mesmo que o seu objectivo seja o bem, a luz, eles não trabalham para a colectividade.
Só a Fraternidade Branca Universal aceita toda a gente com as suas particularidades.
Ela não pretende ultrapassar os outros movimentos pelo saber, pelas qualidades, pelos poderes e, menos ainda pela riqueza.
Eles têm tudo isso, são formidáveis, eu não diminuo o seu valor, não sou curto de vista, mas falta-lhes um elemento novo que nós trazemos: o calor, o amor, as trocas fraternais.
Eu assisti a reuniões de numerosos movimentos espiritualistas: as pessoas tinham um ar frio, orgulhoso, altivo.
Não é com uma tal atitude que o Reino de Deus virá à terra.
Nós, aqui, talvez possuamos um único elemento - o espírito da fraternidade -, mas de momento ele é o mais importante.
Todos estão cheios de ciência, de poderes, de riquezas, mas para que a terra se torne uma grande família é preciso este elemento de fraternidade que ainda poucos procuram.
Mas se doravante os humanos se decidirem a trabalhar para esta vida colectiva e já não cada um apenas pelo seu poder, pelo seu prestígio, pela sua glória, pela sua riqueza, o Reino de Deus poderá vir.
É simples e claro, basta trabalhar numa outra direcção.

O verdadeiro sentido da vida está em participar no trabalho destes Espíritos mais velhos que querem ajudar a humanidade e dizer para consigo: «Eu quero mudar, quero trabalhar para uma ideia divina.»
Então esta ideia crescerá e espalhar-se-á pelo mundo, levando bênçãos a toda a parte, fazendo nascer génios, santos, profetas.
Nada é mais importante que este trabalho.
Sem ele, é-se um cadáver ambulante.
Também vós compreendereis um dia que os humanos não sabem onde se encontra o seu verdadeiro interesse.
Colocando-o onde o colocam, só conseguem enfraquecer-se, ficar amarrados.
Precisam , pois, de uma nova luz, que só pode vir de seres que estudaram e sofreram para conhecer estas verdades.
Bem entendido, nada acontece de repente; são necessários tempo e esforços, mas pouco importam o tempo e os esforços, o essencial é saber que está ali o nosso interesse.
O nosso interesse está em encaminhar-mo-nos inteiramente para um objectivo celeste e, se for preciso passar por sofrimentos, isso não terá importância nenhuma.
O importante é caminhar para o que existe de melhor.

Continua

Sem comentários:

Enviar um comentário