O SISTEMA DOS CHACRAS
I
Donde provém o costume de representar os Anjos com asas?...
Basta que uma pintura ou uma escultura represente um ser alado para que se saiba que é um Anjo.
Porquê essas asas?
Qual o seu significado?
Têm os Anjos asas, verdadeiramente?
Não, mas esta maneira de os representar provém de uma ciência muito antiga referente ao ser humano e aos seus centros subtis.
Os grandes Iniciados do passado sabiam que nas costas, ao nível das espáduas, o homem possui dois centros muito poderosos.
Estes centros, situados nos corpos etérico e astral, são capazes de produzir turbilhões que permitem, àqueles que souberem desenvolvê-los, deslocar-se no espaço.
Na tradição grega representa-se o deus Hermes com asas, mas nos calcanhares, porque o calcanhar possui igualmente um centro muito importante que está também em relação com o poder de se deslocar no espaço.
Na realidade, estes centros subtis existem no nosso corpo em elevadíssimo número.
Por exemplo, quando contemplais o nascer-do-sol, absorveis a sua luz por um centro que está situado sobre o baço.
O Sol envia-nos a sua energia, que chega até nós sob a forma de pequenas esferas luminosas.
Este centro absorve a luz solar e divide-a nas sete cores do prisma.
Depois, envia estes sete raios ao organismo, repartindo-os da seguinte maneira: o vermelho e o laranja para os órgãos sexuais; o amarelo para o coração e os pulmões; o verde para o estômago, o fígado, os intestinos e os rins; o azul para a garganta e o nariz; o violeta para a cabeça.
O vermelho pode também reforçar o sistema nervoso.
Uma pessoa que tem o sistema nervoso cansado tem falta de vermelho e pode melhorar o seu estado concentrando-se nesta cor.
Como sabeis, a função fisiológica do baço é formar os glóbulos vermelhos do sangue.
Por isso, não é de estranhar que o centro etérico da vitalidade esteja colocado mesmo por cima dele.
Para captar estes glóbulos de vitalidade que vêm do Sol, deveis pensar neste centro logo pela manhã, para o vivificardes e o tornardes mais receptivo, e assim absorverdes mais amplamente a luz do Sol, a fim de melhorardes a vossa saúde e o vosso vigor.
Por meio da observação, da dissecação, com a ajuda de aparelhos cada vez mais aperfeiçoados, os anatomistas, que desde há séculos se têm dedicado ao estudo do corpo humano, chegaram a um conhecimento muito detalhado da sua estrutura física; mas estão longe de ter encontrado o que os Iniciados, graças à sua clarividência e à sua experiência espiritual, descobriram sobre a anatomia subtil do homem.
E uma das descobertas mais impressionantes foi a que os Iniciados da Índia fizeram em relação ao sistema dos sete chacras.
Há milhares de anos que eles ensinam que, para além do corpo físico, nos corpos etérico e astral, o homem possui centros subtis situados no eixo da coluna vertebral.
A estes centros eles chamaram «chacras» (o que em sânscrito significa «roda») ou então «lótus».
De baixo para cima, são:
- na base da coluna vertebral: Muladhara, o lótus de quatro pétalas;
- acima dos órgãos genitais: Svadhistana, o lótus de seis pétalas;
- na região do umbigo e do plexo solar: Manipura, o lótus de dez pétalas;
- na região do coração: Anahata, o lótus de doze pétalas;
- na garganta: Visuddha, o lótus de dezasseis pétalas;
- entre as sobrancelhas: Ajna, com duas grandes pétalas subdivididas em quarenta e oito cada uma ou
seja, noventa e seis pétalas;
- no cimo da cabeça: Sahasrara, o lótus de mil pétalas.
Na realidade, são 960 mais uma corola de doze pétalas, no centro, o que perfaz 972.
As doze pétalas do centro são amarelo-dourado e as outras 960 são violeta; as duas corolas rodam em sentidos inversos.
Não se consegue encontrar sinais destes centros espirituais no corpo físico, porque eles estão situados no corpo etérico.
No entanto, or órgãos do nosso corpo estão sujeitos à sua influência.
Estes centros subtis estão inactivos na quase totalidade dos humanos.
Para os estimular, o «yogi» deve despertar a força Kundalini, que está adormecida na base da coluna vertebral, e fazê-la subir através dos chacras, onde põe em acção e liberta as forças que eles contêm.
A Kundalini é representada como uma serpente enrolada três vezes sobre si própria, no interior duma figura triangular, no centro do chacra Muladhara.
Quando desperta é como uma chama, um fogo que começa a subir em espiral ao longo da coluna vertebral e que, à medida que vai subindo, encontra e estimula os outros chacras.
Com a sua língua, diz a tradição, a serpente Kundalini trabalha em cada chacra para unir e ligar os diferentes elementos que permitirão a este girar.
Um chacra é um sistema muito delicado, com engrenagens duma extrema finura, e só a serpente Kundalini pode ajustar essas engrenagens e pô-las em movimento.
É quando o chacra começa a girar que se manifestam as faculdades e os poderes que a ele estão ligados.
Os chacras diferenciam-se uns dos outros pela cor, pelo número de pétalas - ou seja, o número e a intensidade das suas vibrações -, pelas divindades que neles habitam e, sobretudo, pelas virtudes e pelos poderes que o seu despertar confere ao homem: Muladhara dá a energia vital; Svadhisthana, a força criadora; Manipura, a consciência colectiva; Anahata, o amor universal; Visuddha, a sabedoria; Ajna, a clarividência; Sahasrara, a omnipotência e a liberdade.
Diz-se que em cada um dos chacras habita uma divindade ou Shakti.
Os seus nomes, começando pela base, são: Dakini Shakti, Rakini Shakti, Lakini Shakti, Kakini Shakti, Shakini Shakti e Hakini Shakti.
Chegando ao termo da sua viagem, o chacra Sahasrara, a Kundalini atinge Shiva, o princípio masculino.
A reunião dos dois princípios, masculino e feminino, a cabeça e a cauda da serpente, é acompanhada de uma luz deslumbrante..
Nesse momento, o «yogi» chega ao ponto culminante, fica livre de todos os entraves.
Continua
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