quinta-feira, 2 de abril de 2015

O DIA E A NOITE (Cont. II)

Esta alternância encontra-se em cada mês, onde há também o dia e a noite: durante catorze dias a lua cresce - é o dia - e dirante os outros catorze dias a lua decresce - é a noite.
Quando a lua está a crescer, a actividade desloca-se para cima, para o cérebro, e o homem pode permitir-se despender e produzir mais, ser mais activo e mais enérgico.
Quando a lua está a decrescer, a actividade desloca-se para o ventre, para o estômago, para os órgãos sexuais; nessa altura, o homem não tem grande poder ao nível do cérebro, mas é muito activo, muito poderoso no subconsciente, quer dizer, é mais sensual, quer comer mais, dormir mais...
Por conseguinte, um mês são quinze dias de claridade e quinze dias de escuridão.
Durante um dia também pode haver o dia e a noite e, por vezes, até apenas numa hora.

O dia é portanto, a vigília, a actividade, o dispêndio, mas se não houvesse a noite para o preparar, não haveria dia.
Tomemos um exemplo.
O que é a gestação?
Uma noite.
A criança passa nove meses na noite: não está consciente, não vê nada, e aliás, a ela também ninguém a vê, apenas a mãe a sente mexer por momentos.
Assim, a existência é uma noite que dura nove meses e um dia que dura noventa anos!
Entretanto, é claro, existem outros dias e outras noites...
Mas é necessário entender que estamos a falar em termos simbólicos.

Está escrito no Génesis: "Houve uma noite e uma manhã: primeiro dia... houve uma noite e uma manhã: segundo dia."
Uma noite e uma manhã quer dizer, uma noite e um dia.
Porque é que o Criador começou pela noite?
Porque não pode haver dia sem que haja noite.
A noite prepara o dia.
O dia em si, não prepara nada, despende, gasta o que foi preparado a acumulado durante a noite.
Antes do aparecimento do sol, da lua e das estrelas, fez-se uma preparação na escuridão, nas trevas, na noite.
Segundo a Ciência Iniciática, é a noite que prepara o dia, são as trevas que preparam a luz, porque são as trevas que preparam o jorrar da luz.
As trevas representam a matéria inorganizada, o caos, o trabalho no subconsciente, antes de surgir algo na consciência sob a forma de luz, de compreensão, de entendimento.
São noções com as quais é necessário saber trabalhar.
É por isso que, quando o céu está encoberto, quando não há sol, é altura de fazer um trabalho no subconsciente..
Se há dias em que conseguis fazer o vosso trabalho espiritual na consciência ou na superconsciência porque se vê o sol e as condições atmosféricas, as correntes electromagnéticas são favoráveis, há outros dias em que as condições são diferentes e não podeis fazer o mesmo trabalho.
Por isso, deveis mudar de actividade.
Uma vez que o tempo nublado e pesado corresponde à noite, deveis parar a actividade do cérebro e descer ao plexo solar.

O plexo solar é a sede do subconsciente e o cérebro é a sede da consciência.
Quando desceis à subconsciência, como está ligada a todo o Cosmos, à imensidão, e representa o lado colectivo, entrais na vida universal, no oceano da vida universal, ligais-vos a ela, fundis-vos com ela; através do plexo solar vibrais com a imensidão.
E quando quereis tornar-vos um indivíduo consciente, livre e isolado, subis ao cérebro.
O cérebro tem a propriedade de individualizar os seres humanos e o plexo solar a de os fazer entrar na colectividade; com o plexo solar fazeis um trabalho na noite.

Continua

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