sábado, 25 de abril de 2015

A EVOLUÇÃO HUMANA E O DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS ESPIRITUAIS

Nós possuímos um corpo físico composto de órgãos.
Até os bebés sabem isso: perguntai-lhes onde estão os seus olhos, e eles apontar-vos-los-ão; e apontar-vos-ão também a boca, os ouvidos, o nariz e as pernas.
Mais tarde, já na escola, aprendem que o homem possui cinco sentidos (a vista, o olfacto, o ouvido, o paladar e o tacto) tendo cada um deles funções bem determinadas: a função e as sensações do tacto não são as mesmas do paladar ou da visão, etc.

Todas as relações do homem com o mundo à sua volta se baseiam nos seus cinco sentidos e, é por isso que ele tenta aproveitar ao máximo as capacidades destes e principalmente multiplicar as sensações que lhe são proporcionadas pelos seus olhos, pelos seus ouvidos, pela sua pele, etc. ...
Dentro das sensações, há algumas mais ou menos necessárias e mais ou menos intensas.
Tomemos como exemplo o paladar: ninguém negará a riqueza e a variedade de sensações experimentadas, sobretudo se se fizer uma refeição copiosa.
E o tacto?
Quando um homem e uma mulher trocam carícias, descobrem uma enorme variedade de sensações; até se diz que é o prazer sexual que provoca as mais fortes sensações, o que é bastante duvidoso.
Em geral, é isso que acontece, mas não forçosamente com toda a gente: alguns grandes artistas, dotados de grande sensibilidade ao nível da vista ou do ouvido, experimentam as impressões mais intensas das cores e dos sons, muito mais que com o acto sexual, que muitas vezes os deixa indiferentes e frios.

Como a maioria dos humanos ainda não estão assim tão evoluídos, poderemos dizer que o tacto (no qual se pode incluir a sexualidade) e o paladar são, por hora, os dois sentidos que dominam o mundo.
A vista, o ouvido e o olfacto revestem-se de uma importância menor; há pessoas que são indiferentes aos perfumes, aos sons e às cores, a menos que os seus interesses estejam em jogo, tal como acontece com os animais, nos quais o olfacto, a audição e a visão estão extremamente desenvolvidos, visto eles terem necessidade de se proteger e de procurar alimentos.
Estou a falar-vos de coisas que já conheceis, mas faço-o apenas para chamar a vossa atenção a fim de que possais chegar a determinadas conclusões, nas quais não pensastes.

Desde há milhões de anos que os homens se esforçam por multiplicar e ampliar as suas sensações e percepções através dos seus sentidos, e é a este tocar no teclado dos cinco sentidos que eles chamam «cultura» e «civilização».
Pois bem, isto é um pouco pobre.
Seja qual for o grau de afinação que consigam atingir, os cinco sentidos serão sempre limitados, pois pertencem apenas ao plano físico e jamais explorarão outro plano além deste.
Mas a Natureza previu outras teclas neste teclado... sim, um sexto, um sétimo e um oitavo sentidos, de uma intensidade completamente diferente.
Só que, até agora, os homens limitaram-se aos cinco sentidos e não querem reconhecer que existem outros domínios a ser explorados, vistos, tocados, respirados.
Por isso não é de admirar que ele não consiga experimentar novas sensações, mais vastas, mais ricas, mais subtis.
Como explicar então, que, sem alimentar os cinco sentidos, existam seres que têm percepções que os levam ao êxtase: um alargamento da consciência, uma impressão de plenitude, de grandeza, de imensidão?

É preciso fazer os humanos entender que, se procurarem apenas acumular e amplificar as suas sensações físicas, encontrarão grandes decepções, visto estas sensações serem limitadas.
Porquê?
Porque cada órgão é especializado em algo: desempenha uma função determinada e não procura senão as sensações que correspondem à sua natureza.
Para podermos experimentar sensações novas, temos de dirigir-nos a outros órgãos que também possuímos.
Observai os humanos: eles têm a possibilidade de ver tudo, de comprar tudo; no entanto, falta-lhes sempre algo.
Porquê?
Porque não sabem que, para conhecer a plenitude, para descobrir sensações de uma força e de uma riqueza verdadeiramente excepcionais, é preciso começar a não contar exclusivamente com os cinco sentidos.
Neste domínio, os Orientais conseguem fazer experiências absolutamente impensáveis para os Ocidentais.
Na Índia ou no Tibete, por exemplo, alguns «yogis» habitam num buraco cavado na terra.
Nessa escuridão, nesse silêncio absoluto, deixa de haver qualquer alimento para os cinco sentidos, que o «yogi» consegue adormecer através da meditação.
E, quando deixam de funcionar, os sentidos deixam de absorver a energia psíquica destinada aos centros subtis; então, estes despertam e o «yogi» começa a ver, a ouvir, a sentir e a tocar elementos fluídicos nas regiões superiores.
Eis, pois, o objectivo pelo qual estes seres excepcionais se esforçam, alguns durante anos, por suprimir as sensações visuais, auditivas, olfactivas, etc. ... até pararem todo o movimento.
Fica então,  apenas o pensamento; e, em seguida, eles param também o pensamento para viver em comunhão total com a Divindade.

Continua



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