Suponde agora que, por causa das condições atmosféricas desfavoráveis - um dia nublado, pesado - não conseguis meditar.
Que deveis fazer?
Uma vez que as condições não são favoráveis, deveis deslocar a vossa actividade: em vez de a manter no cérebro, na consciência, deslocai-a para a subconsciência.
Deixai-vos ficar nesse oceano cósmico de amor e de beatitude, abandonai-vos a Deus com confiança e dizei: "Senhor, deixo-me levar por este oceano de luz, tenho confiança em Ti".
E, mantendo no intelecto somente uma luzinha para que nada de mau se introduza no vosso interior, abandonai-vos, nadai num oceano de alegria, ficai na beatitude.
Sim, eis o que podemos fazer em tais dias: não adormecer, é claro, mas apenas deixar-nos embalar vigiando de tempos a tempos o que se passa em nós, sem pensar em nada.
Está escrito nos Livros Sagrados que quem conseguir parar o pensamento experimentará a beatitude e a imortalidade.
Saber parar o pensamento - eis o que há de mais difícil!
Sim, o que há de mais difícil é fazer o silêncio completo na nossa mente, permanecendo vigilante... não pensar, também não adormecer, apenas sentir, sem pensar.
Sente-se e compreende-se simultaneamente, não se sabe como se compreende nem por que via se compreende, mas constata-se que não é pelo cérebro.
O cérebro não é o único órgão capaz de compreender.
Os fisiólogos talvez ainda não tenham descoberto isto, mas eu afirmo-vos: o cérebro que conhecemos não é o único órgão especialmente preparado para compreender, há outros!
Se comparardes o plexo solar e o cérebro vereis que são feitos das mesmas matérias cinzenta e branca, mas dispostas de maneira inversa: no cérebro, a matéria cinzenta está à superfície e a matéria branca no interior, ao passo que no plexo solar é o inverso.
Graças à matéria cinzenta o homem compreende, graças à matéria branca ele sente.
A matéria cinzenta do cérebro leva-nos a compreender o lado exterior da existência, ao passo que a matéria cinzenta do plexo solar leva-nos a perceber o lado espiritual, profundo, interior, da vida.
A luz e as trevas são dois princípios divinos: na noite nada há de mal, nada mais que no dia.
Só na cabeça dos homens é que existe o mal, porque eles não entendem tudo, mas na Natureza o mal não existe.
As trevas fazem o seu trabalho, a luz também, e a luz sai das trevas, são as trevas que produzem a luz.
Nunca esqueçais isto no vosso trabalho espiritual.
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