terça-feira, 7 de abril de 2015

O DIA E A NOITE (Cont.VI)


 III

A alternância do dia e da noite ensina-nos que o homem deve viver nos dois mundos: desenvolver o seu intelecto e ver o plano físico com os seus detalhes, mas não permanecer exclusivamente neste plano, senão jamais ficará completo, faltar-lhe-á toda a imensidão do coração e da alma.
O sábio sabe que deve comunicar com a colectividade das almas existentes no Universo e ao mesmo tempo trabalhar no plano físico.
Vive no plano divino e vive no plano físico; deste modo beneficia das riquezas destes dois mundos.
Um materialista, na minha opinião, não é um homem inteligente, porque não estudou bem as coisas: fiou-se exclusivamente no seu intelecto, e como o intelecto é o assassino da realidade, esta realidade, a verdadeira, para ele está oculta.

Mas não me compreendais mal.
Eu não quero diminuir a importância do sol.
Não, o nosso sol está ligado ao sol espiritual e, portanto, através dele pode-se entrar em comunicação com esse sol espiritual.
Da mesma maneira, o nosso sol, o intelecto, está ligado ao sol do plano causal, que é a sabedoria universal, o conhecimento absoluto.
Assim, o nosso sol, é uma etapa, uma porta, um degrau.
Agora não digais: "Ah! Se é assim, se o sol esconde a realidade, nunca mais me dirigirei a ele".
Ele não a esconde, a não ser aos que não sabem ir mais longe.

Se o dia vos mostra a importância da terra, dos detalhes, das pequenas coisas, a noite mostra-vos a insignificância.
Tendes problemas, inquietações?
Contemplai as estrelas, à noite, e sentireis que pouco a pouco tudo o que é negativo começa a esfumar-se, que vos tornais nobres, generosos, indulgentes, rireis mesmo das ofensas e dos vexames.
Quando se afasta desta pequena realidade que a terra é e se lança na imensidão, o homem torna-se grande, funde-se com o Espírito Cósmico.
Mas em seguida, para não desaparecer completamente, uma vez que ainda tem de permanecer na terra para cumprir os seus deveres, ele deve voltar e retomar os seus trabalhos.
Se não tiverdes tempo para contemplar as estrelas, pelo menos confiai-vos ao Senhor antes de adormecer e dizei-lhe: "Senhor, faz-me compreender, conhecer e visitar os esplendores da tua Criação".
Assim, durante a noite ireis bem longe, não ficareis estagnando na terra.

O homem não foi feito para ficar agarrado à terra, mas para viajar até outros planetas, até às estrelas, pois para a alma não há obstáculos.
Evidentemente, o corpo é muito denso, não pode voar no espaço, mas a alma não encontra obstáculos, nem barreiras, nem paredes.
Só que, para ela poder viajar, os laços que a prendem ao corpo físico não podem ser demasiado fortes.
Se os apetites, os desejos, as cobiças, retêm a alma fixa ao corpo físico, ela fica sua prisioneira, não pode voar para experienciar as coisas do Alto.

Continua

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