I
Ides passear e no caminho encontrais pedras, rochas...
Será que alguma vez pensastes em parar para lhes pegar, para lhes falar?
Não, porque vos deixais enganar pelas aparências: pensais que as pedras estão mortas, não têm alma.
Não imaginais que histórias extraordinárias elas poderiam contar-vos se soubésseis escutá-las!
Tudo é vivo, e a história do Universo está inscrita nas pedras, nos rochedos e por toda a Natureza.
Sim, tudo se regista.
Os humanos, sempre tão presunçosos, julgam que foram os primeiros e os únicos a descobrir a técnica do registo.
É verdade que fizeram maravilhas com a fotografia, o cinema, os discos, as bandas magnéticas...
Mas não lhes passa pela cabeça que, se conseguiram chegar a estas realizações, foi porque o fenómeno do registo existe na Natureza: toda ela é sensível e reage.
Nos Estados Unidos foram feitas certas experiências por investigadores que descobriram, com a ajuda de aparelhos, que as plantas têm uma forma de sensibilidade que as faz reagir às presenças benéficas ou maléficas; eles constataram que, se alguém que as tinha maltratado entrava no local onde elas se encontravam, através de certos sinais as plantas manifestavam uma reacção de medo.
Isto significa pois, que elas também têm uma memória.
As plantas são sensíveis, e as pedras, à sua maneira, são-no igualmente.
Se gostardes delas, se lhes tocardes com amor, elas poderão responder-vos e fazer-vos revelações.
O amor é a linguagem universal que todas as criaturas podem compreender.
Tocai uma pedra com amor e logo ela começará a vibrar de outra maneira, poderá mesmo responder-vos com amor; simplesmente, é necessário ser muito sensível para o constatar, é necessário aprender a decifrar a sua linguagem.
Mas quem é que quer aprender a linguagem das pedras, das plantas, dos animais?
Os humanos aprenderão a ler e a escrever em todas as línguas do mundo, mas a linguagem da Natureza, a única linguagem que vale a pena conhecer, não a aprenderão.
Apesar de a leitura e a escrita se terem tornado actividades tão indispensáveis no mundo civilizado de hoje, isso não significa que o homem não poderia progredir sem elas.
É indubitável que ler e escrever oferece vantagens, mas a importância dada actualmente ao papel acarreta também muitos inconvenientes.
Só se confia no papel.
Só os papéis é que contam.
Quando um papel diz que sois culpados, mesmo que estejais inocentes os outros são incapazes de ler em vós esta inocência, lêem o papel e põem-vos na prisão.
O homem não é nada, é o papel que é tudo.
Vivemos numa civilização que exige que saibamos ler e escrever, está muito bem, mas aquilo em que eu quero insistir é nas outras formas de leitura e de escrita.
Será sempre necessário ler e escrever, mas trata-se de duas actividades que é necessário saber exercer noutros planos.
Para um Iniciado, ler é ser capaz de decifrar o lado subtil e escondido dos objectos e das criaturas, interpretar os símbolos e os sinais colocados em todo o lado pela Inteligência Cósmica no grande livro do Universo.
E escrever é cada um deixar neste grande livro a sua marca, é trabalhar sobre as pedras, as plantas e os animais com a força mágica do seu espírito.
Portanto, não é somente no papel que é necessário saber ler e escrever, mas em todas as regiões do Universo.
Continua
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