domingo, 23 de março de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Não se pode negar que muitas pessoas sentem afecto umas pelas outras. Mas, ao mesmo tempo, elas são tão egocêntricas que não vêem até que ponto estão a fazer-se sofrer mutuamente. E daí advêm dramas, ruturas, mesmo nas famílias.
Consideremos como exemplo um homem extremamente ocupado pelas suas actividades profissionais, como acontece tão frequentemente hoje em dia, que passa o tempo fora de casa em reuniões e viagens...
Quando volta a casa no final do dia, cansado, preocupado, de mau humor até pelas dificuldades que teve ao longo do dia, ele deixa-se cair para um sofá e mergulha na leitura do jornal para fazer compreender bem à mulher que não quer ser perturbado pelos problemas da casa, dos filhos, etc.
Ela poderia ver, por todo o tipo de indícios, que a mulher começa a ficar cansada desta situação e os filhos também sofrem com ela.
Mas não, não vê nada: a mulher continua ali, os filhos continuam ali, os móveis continuam ali, tudo está bem.
Até ao dia em que, ao voltar a casa, ele descobre, estupefacto, que a mulher foi embora e levou os filhos... ou deixou-os!
E ele não compreende.
É um choque terrível do qual ele não consegue recuperar, fica destroçado e vai a um psicanalista... ou então consulta clarividentes para saber se a mulher voltará!
Há anos que ele poderia muito bem ter visto o que estava em risco de acontecer, mas o seu egocentrismo tornou-o cego.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  23.03.2014



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