Os jovens são sempre cheios de vida, de frescura, de impulsos e de aspirações magníficos; como seria possível não gostar deles?
A questão está apenas em saber o que irão eles fazer com esse extraordinário fervilhar de energias que neles transbordam.
Dado que existem correspondências entre a vida do homem e a da Natureza, podemos dizer que os anos da juventude são comparáveis ao período da formação da terra.
Nessa altura, há milhões de anos, nenhuma vida organizada era ainda possível, porque tudo se resumia a erupções vulcânicas e matérias em fusão. Foi necessário que esses movimentos e essas forças serenassem para que a terra começasse finalmente a tornar-se um lugar de permanência para as plantas, os animais e os homens.
Ora bem, os jovens, interiormente, vivem neste estado primitivo da terra: as suas energias, que ainda não estão dominadas nem controladas, provocam toda a espécie de manifestações desregradas e contraditórias.
Eles vivenciam tudo em moldes excessivos: as atracções e as repulsas, os entusiasmos e as revoltas; e os impulsos generosos, criadores, são frequentemente seguidos por sentimentos de desagrado, pela necessidade de destruírem tudo, ao ponto de quererem destruir-se a si próprios.
Nada de sólido pode ser edificado num solo tão instável.
A juventude deve, pois, introduzir em si um pouco de moderação, de controlo, de harmonia, para se transformar numa terra em que possam viver plantas, animais e homens - simbolicamente falando.
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Não há muitos adultos que se interroguem sobre se o que preparam para a juventude lhe fará realmente algum bem, se a ajudará a ver as coisas com mais clareza, a tornar-se mais equilibrada e mais forte.
Na maior parte das vezes, só pensam é em arrastá-la para um caminho que lhes convém a eles.
E o que lhes convém é ganhar dinheiro.
Quantos livros, filmes, discos, etc., que são postos à disposição dos jovens, só servem para enriquecer homens de negócios!
Se os jovens se encontram cada vez mais desorientados, desequilibrados, com tudo o que vêem e ouvem, pouco importa, essas pessoas não querem saber disso para nada!
Esta questão vai mesmo mais longe: cada vez há mais criminosos que se aproveitam da curiosidade dos jovens ou do seu mal-estar para lhes proporem a droga.
Com a droga, fazem deles escravos, destroços ou matam-nos, mas que importância tem isso para eles, desde que ganhem dinheiro?
Todos os meios lhes servem para enriquecer.
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É por isso que eu aconselho os jovens a estudarem bem todas as propostas que lhes fazem.
Quer se trate de objectos, de peças de vestuário, de músicas, de actividades ou de ideias, primeiro eles devem tentar compreender qual é a natureza das tendências que se procura favorecer neles.
Não podem esquecer-se de que ainda são como uma terra em formação e, se sentirem que os levam para ganhos e sucessos fáceis, para a violência, para o desespero, etc., podem estar cientes de que se trata de forças destrutivas e que desse modo irão transviar-se!
Se quiserem realmente proceder melhor do que os adultos e criar um mundo novo, não deverão aceitar senão o que lhes proporcionar o gosto de construírem, em si próprios e à sua volta, algo de bom, de belo, de puro, de forte.
de OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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