domingo, 9 de março de 2014

OS FUNDAMENTOS DA NOSSA EXISTÊNCIA: A FÉ NUM CRIADOR

Muitas pessoas dir-vos-ão que ser crente ou ateu não tem importância alguma, que a fé ou a ausência de fé não tem verdadeira influência na mentalidade dos seres e no seu comportamento.
Pois bem, isso prova simplesmente que essas pessoas não conhecem nada de psicologia.
A realidade é que todas as convicções e todos os pensamentos e sentimentos que deixardes introduzir-se na vossa alma, agem sobre vós e, a presença ou a ausência desses elementos em vós, influencia o vosso raciocínio e, portanto, a vossa atitude profunda face à vida.
E assim acontece, aliás, em relação a tudo.

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Quando esse elemento de fé vem introduzir-se no homem, ele descobre a verdadeira dimensão dos seres e das coisas e, sobretudo, sente as correntes que circulam entre eles.
Um ateu conduz-se na existência como alguém que, perante um ser humano, apenas considerasse a sua anatomia.
Enquanto se trata de identificar os membros e os órgãos e de descrever a sua aparência, ainda vai, a anatomia é suficiente.
Mas ocupar-se somente da anatomia significa ocupar-se de um corpo sem vida, não da própria vida.

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Contrariamente àquilo que alguns pensaram e ainda pensam, Deus não é um velhote barbudo, sentado nas nuvens, a observar atentamente os humanos para anotar os seus erros e depois os castigar.
Não é possível descrever nem explicar Deus, nem sequer concebê-l'O, mas aqueles que O procuram sinceramente, que trabalham para se aproximar d'Ele pela prática das virtudes, sentem pouco a pouco a Sua presença manifestar-se neles sob a forma de paz, de luz, de amor, de força, e já nada de mau pode atingi-los.
Sim, e é isto que há que começar por compreender: jamais encontrareis Deus no exterior de vós, só podereis encontrá-l'O em vós, como uma presença que vivifica e ilumina por completo o vosso ser interior.

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Mesmo que aquilo que eu estou agora a explicar-vos não vos diga ainda grande coisa, não faz mal, nada se perde. Como se trata de realidades existentes em vós, eu sei que, mesmo que não estejais ainda conscientes delas, ao falar-vos eu toco em algo que precisa de ser aclarado.
Pouco a pouco, este algo - o sentido do divino - irá manifestar-se em vós.
Como o lótus, que começa por crescer debaixo de água e depois desabrocha à superfície...

O lótus é precisamente o símbolo deste processo psíquico que tenho estado a descrever-vos.
As coisa nascem, formam-se e começam a crescer na escuridão do subconsciente e, no momento em que aparecem na consciência, não estão no seu começo, mas quase acabadas, pois já estavam em movimento há muito.
Do mesmo modo, as minhas palavras despertam no mais profundo do vosso ser algo que, um dia, como a flor de lótus, virá desabrochar acima da água.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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