segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A RESPIRAÇÃO (Cont. IX)

dimensão espiritual
e aplicações práticas
Uma boa respiração harmoniza as trocas.
Tomemos um caso concreto.
As pessoas apertam-vos as mãos para vos saudar; uma com amor para exprimir o quanto vos aprecia, outra com moleza... outra com negligência, para mostrar que aquele gesto não significa grande coisa para ela... outra quase vos quebra os dedos...
Num aperto de mão, deve passar uma corrente, senão esse gesto de nada serve.
Pois bem, senão respirardes correctamente, profundamente, não podereis dar um bom aperto de mão a um amigo.
Antes de estender a mão a alguém, respirai profundamente (com discrição, é claro)... e fazei o mesmo antes de entrardes em casa de alguém que ides visitar, pois deste modo o vosso encontro com essa pessoa decorrerá mais harmoniosamente.
Praticai os exercícios que vos são dados, eles reforçar-vos-ão e permitir-vos-ão enfrentar melhor as dificuldades.
O que importa é a capacidade de atenção e de concentração que colocais neles; eu verifiquei isso tantas vezes!
«Quando oras, dizia o Mestre Peter Deunov, concentra exclusivamente o teu pensamento no objectivo da tua prece e faz uma respiração longa e profunda.»
Uma prece acompanhada de uma respiração tranquila e ritmada tem uma eficácia muito maior.
Respirar profundamente permite-nos ligarmo-nos a Deus, que nos diz: «Respira, escuta e ouvirás a minha palavra.»
Fazei esta experiência: respirando muito profundamente, recitai uma prece de modo a poderdes fazê-la durar todo o tempo em que inspirais, retendes o ar e expirais o ar.
Escolhei, por exemplo, o Pai Nosso, e recitai os três primeiros apelos do seguinte modo:
«Santificado seja o Teu nome», inspirando;
«Venha a nós o Teu reino», retendo o ar;
«Seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu», expirando.
Há que aprender a respirar conscientemente, isto é, a fazer participar o pensamento na respiração.
Em vez de fazerdes as vossas respirações todas as manhãs de modo automático e ocupardes simplesmente o vosso pensamento a contar os tempos durante os quais deveis respirar, utilizai as mãos para contar e libertai o pensamento, enchei-o com as ideias e as imagens mais luminosas, e assim fareis um trabalho magnífico.
Um dos melhores exercícios que eu posso aconselhar-vos é o de vos habituardes todos os dias, várias vezes ao dia, a respirar a luz.
Escolheis um lugar tranquilo onde ninguém vos perturbe, colocais-vos numa posição cómoda e respirais: inspirais imaginando que atraís a luz cósmica, essa luz infinitamente mais subtil ainda do que a luz do sol, essa quinta-essência impalpável, invisível que penetra tudo.
Fazeis circular essa luz em vós para que ela circule através de todas as vossas células, de todos os vossos órgãos...
Depois, ao expirar, fazei-la sair de vós, projectai-la para iluminar, para esclarecer, para ajudar o mundo inteiro.
É um exercício extraordinário, pois, do ponto de vista cabalístico, vós tornais-vos a letra Aleph.
Aleph, a primeira letra do alfabeto hebraico, é o símbolo do ser que recebe com uma mão a luz celeste e que, com a outra,a distribui aos humanos.
Vós não podeis tornar-vos Aleph se só pensardes em vós, se guardardes tudo para vós.
Aleph é o ser que só pensa em dar, em aquecer, em iluminar, em vivificar, sem se ocupar de si mesmo.
Ele é um criador, um salvador da humanidade, um filho de Deus.
Aquele que aprende a respirar conscientemente ilumina o seu intelecto, aquece o seu coração, fortifica a sua vontade e prepara também melhores condições para as suas encarnações futuras.
Porque, ao respirar com um consciência desperta, ele entra em sintonia com entidades muito evoluídas , atrai-as, cria uma ligação com elas.
Então, essas inteligências luminosas aceitam vir trabalhar nele e, um dia, quando ele deixar a terra, encontrará nos outros mundos esses "amigos" com os quais já terá aprendido a trabalhar.
Nunca esqueçais que o vosso organismo forma uma sociedade cujos membros se esforçam por manter a unidade.
Por enquanto, vós ainda não conheceis esses associados que vivem dentro de vós, mas, no dia em que fordes para o outro mundo, encontrá-los-eis e sabereis que eram amigos que habitavam em vossa casa e que voltareis a encontrá-los numa próxima encarnação.
Eis uma questão que é muito importante conhecer para aqueles que querem manifestar-se correctamente e realizar a missão divina para a qual desceram à terra.

Continua
OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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