quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A MEDITAÇÃO (Cont. VII)

II

O Senhor deu a cada ser vivo que criou a possibilidade de encontrar a alimentação que lhe convém.
Basta considerarmos os animais; existem inúmeras espécies: insectos, aves, peixes, mamíferos... e para cada uma a Natureza preparou uma alimentação diferente, particularmente adaptada.
Como é possível que só os seres humanos não encontrem aquilo de que têm necessidade?
A alimentação física, é claro que todos sabem onde e como encontrá-la. Mas a alimentação psíquica, espiritual, não sabem.
Todavia, também neste domínio está tudo distribuído por todo o Universo.
Só é preciso sabermos em que região se encontra aquilo de que necessitamos.

Se ides aventurar-vos numa região pantanosa, infestada de mosquitos, vespas e serpentes, é evidente que é isso que encontrareis.
Mas, para encontrar águias, deveis ir para a montanha.
Tendes necessidade de contemplar a beleza e viveis numa mansarda: deveis sair e ir passear para a floresta, para um jardim ou à beira-mar.
Se quereis instruir-vos, deveis ir às universidades ou às bibliotecas.
Para cada necessidade é preciso encontrar a região correspondente.
Isto é verdadeiro no plano material e também no plano espiritual.
Por isso, os discípulos de uma Escola Iniciática consagram todos os dias um determinado tempo a trabalhos de meditação para visitarem as regiões do mundo invisível, pois sabem que encontrarão aí tudo quanto necessitam para o seu equilíbrio, a sua elevação, o seu progresso espiritual.

Vós direis:«Mas como poderemos encontrar essas regiões?
 Quem no-las pode indicar?
Para o plano físico, pelo menos, há livros de geografia com mapas e toda a espécie de informações, existem atlas, enciclopédias...
Mas, no mundo invisível, como poderemos orientar-nos?»
Ah! Eis precisamente algo que vós não sabeis: no domínio psíquico ocorre um fenómeno análogo ao que permite a um radiestesista encontrar uma pessoa, por exemplo, graças a um indício (uma madeixa de cabelos ou uma peça de vestuário que tenha pertencido a essa pessoa).
A radiestesia baseia-se na lei da afinidade.
Aqui, o que serve de indício é o vosso pensamento que, por afinidade, vai encontrar no espaço os elementos que lhe correspondem.
O plano espiritual está organizado de tal maneira que só o facto de se pensar em determinada pessoa, em determinada região ou em determinado elemento, permite estabelecer contacto directo com essa pessoa ou esse elemento, qualquer que seja o lugar onde se encontrem.
Não é necessário, pois, conhecer exactamente o lugar, como no plano físico, em que são necessários mapas e indicações precisas.

No plano espiritual, no plano divino, não é necessário fazerdes investigações, basta que concentreis fortemente o vosso pensamento para que ele vos conduza exactamente onde quereis.
Pensais na saúde e estais já na região da saúde...
Pensais no amor e estais na região do amor...
Pensais na música e estais na região da música... e, até, se fordes sensíveis, se tiverdes um dom, captareis ecos dessa música celeste.
Não penseis que os grandes compositores "inventavam" a música que compunham.
Não, eles transmitiam o que ouviam no Alto e muitas vezes até não conseguiam transcrever o que tinham ouvido, pois na terra não existem sons ou acordes capazes de reproduzir verdadeiramente a música das regiões sublimes.
E a mesma dificuldade existe para os pintores, para os poetas, para todos os artistas, porque o homem não se encontra ainda preparado para captar e transmitir a beleza do mundo divino.
Ele não está preparado, mas pode vir a estar, se empreender um verdadeiro trabalho espiritual para substituir todas as partìculas que nele estão velhas, murchas, usadas, por partículas celestes, puras, harmoniosas.

Continua

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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