sábado, 29 de abril de 2017

A LIBERDADE, VITÓRIA DO ESPÍRITO



Capítulo  VI  -  A  VERDADEIRA  LIBERDADE  É  UMA  CONSAGRAÇÃO


Uma das qualidades mais raras nos humanos é a tenacidade: ser capaz de se lançar num empreendimento magnífico, divino, sem nunca perder a coragem.
Infelizmente, mesmo entre os que abraçaram um ideal espiritual, muitos desanimaram.
Fizeram alguns esforços, tentaram alguns exercícios e, como não obtiveram os resultados esperados, abandonaram tudo.
Isso prova que não conhecem realmente a natureza do trabalho espiritual.
Na vida espiritual, aconteça o que acontecer, é preciso continuar, e um dia, finalmente, vem a abundância, faz-se uma colheita formidável.
Uma colectividade, uma fraternidade, é necessária e até indispensável porque lhes oferece as melhores condições para perseverarem.
Por vezes, quando estais sós em casa, ficais inspirados ao ler um livro e decidis mudar a vossa maneira de viver e fazer alguns exercícios, mas ao fim de algum tempo abandonais os vossos esforços, porque não sois estimulados.
Ao passo que numa colectividade como a Fraternidade Branca Universal, mesmo que estejais fatigados, mesmo que queirais abandonar tudo, ao verdes os outros perseverarem, ficais de novo encorajados, entusiasmados.
Salvo casos muito excepcionais, os humanos têm necessidade de ser apoiados, estimulados, pois há sempre um momento ou outro em que o seu ardor esmorece.
É claro que haverá sempre pessoas que dizem que não têm vontade de ser influenciadas, que querem ser livres para fazer o que lhes apetece; por isso, a ideia de entrarem para uma colectividade, na qual sentem que irão ficar limitadas, não as atrai.
Pois bem, as pessoas que assim pensam não são inteligentes.
Uma pessoa inteligente vai justamente procurar uma situação em que será impedida de fazer loucuras e, pelo contrário, terá liberdade para se lançar em empreendimentos benéficos, luminosos.
Quando sentis vontade de fazer asneiras, em vez de procurardes condições favoráveis à sua execução, deveis correr para um local onde não podereis fazê-las ou então pedir a alguém que vos impeça disso.
Quereis matar alguém?
Ide rapidamente procurar um amigo e pedi-lhe que vos amarre.
É claro que é uma imagem um pouco exagerada, mas em muitas circunstâncias é possível empregar este método sob diferentes formas.
Podeis, por exemplo, ir ter com uma pessoa ou ler um livro que vos influenciem beneficamente, para que essa influência neutralize as más inclinações que sentis despertar em vós.
Mas os humanos não sabem quando e como devem amarrar-se, nem quando e como devem libertar-se.
Na realidade, ninguém encontra a verdadeira liberdade se não souber como, quanto e quando deve limitar-se.
Por isso, os únicos seres livres são os Iniciados: durante anos, eles aprenderam a limitar-se, a renunciar, a sacrificar-se, e agora são livres.
Aqueles para quem a liberdade significa apenas não depender de nada nem de ninguém, não sabem os perigos que correm: se não tiverem nada que lhes preencha a mente, a alma ou o espírito, terão dentro de si imensos lugares vazios e por aí se introduzirá neles tudo o que é negativo, infernal, tenebroso.
Desejam ser livres, mas em condições tais, que serão completamente submersos por outras forças que não conhecem.
Quantas vezes se tem verificado isto!
Há mulheres que, para terem dinheiro e serem livres de fazer o que queriam - levar uma vida de luxo, viajar, divertir-se... -, casaram com homens ricos que não amavam, sem verem que ficariam amarradas, que seriam devoradas.
Exteriormente, talvez fossem livres, mas interiormente!...
Na maioria dos casos, a liberdade exterior é enganadora.

Continua


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