domingo, 30 de abril de 2017
A LIBERDADE, VITÓRIA DO ESPÍRITO
Capítulo VI - A VERDADEIRA LIBERDADE É UMA CONSAGRAÇÃO
Continuação (2)
Para todos aqueles que não têm um objectivo divino, uma ideia divina, um ideal sublime nas suas mentes, o Diabo encontra ocupações: loucuras, paixões, aventuras medonhas...
Sim, porque eram livres!
Para se ser livre e ao mesmo tempo protegido é preciso estar-se comprometido como Céu, preenchido, ocupado pelo Céu.
O vazio não existe, por isso devemos apressar-nos a não ser livres e a colocar-nos à disposição das forças celestes, senão seremos apanhados pelas forças infernais.
Nós estamos situados entre um mundo sublime de harmonia e luz e um outro mundo, caótico, tenebroso.
Estes dois mundos, a que se chama Céu e Inferno, guerreiam-se através de nós e, na nossa ignorância, permitimos ao mundo tenebroso que se infiltre e viva em nós.
Em consequência, somos incessantemente assediados e sentimo-nos infelizes.
A solução do problema da liberdade está numa compreensão correcta destes dois processos: aproximação e afastamento.
Só quando nos comprometemos com o Céu, nos submetemos ao Céu, é que encontramos a liberdade, porque as forças celestes não são forças que reprimam ou escravizem; pelo contrário, elas organizam, harmonizam e embelezam.
Os humanos consideram a liberdade um bem tão precioso que estão dispostos a dar a vida por ela, mas, infelizmente, ainda não entendem bem essa liberdade que amam e procuram.
Um país não quer ser subjugado por outro; bom, compreende-se; mas suponde que esse outro país é o Céu...
Não será melhor ser governado, dirigido, por um país inteligente?
Reparai no que frequentemente acontece: um país quer libertar-se do domínio de outro, mas, uma vez que o consegue, são os cidadãos ditos "livres" que tentam agora impor-se uns aos outros, se subjugam mutuamente e se massacram!
É lícito que um país adquira e proteja a sua independência, mas é insuficiente colocar o problema da liberdade unicamente nesse plano.
A liberdade é uma questão interior.
Muitas pessoas são livres exteriormente, mas não o são interiormente, porque os pensamentos e sentimentos que as perseguem privam-nas da liberdade.
A liberdade deve ser considerada como um estado interior produzido pelos pensamentos e pelos sentimentos.
É desejável, claro, que as pessoas sejam livres fisicamente, mas a liberdade física nunca deve preceder a liberdade interior, porque é precisamente a liberdade física que poderá levá-las a cair em armadilhas.
Quantas vezes se viu isso!
Vós julgais que sois livres porque não estais na prisão nem sois escravos, algures.
Sim, mas interiormente, não sois obrigados a servir tiranos?
Se vos analisardes, vereis que todas as escolhas que julgais ter feito livremente, foram ditadas, na realidade, por certos desejos, certas paixões, que vos dominam e às quais não conseguis resistir.
Trata-se, pois, de uma liberdade enganadora...
Quantas lutas os humanos travaram para serem livres no domínio social ou político!
É pena não terem feito os mesmos esforços, não terem empreendido os mesmos combates, para serem livres espiritualmente.
Muitas pessoas são como aqueles cavalos que o fazendeiro ata a uma estaca com uma corda: enquanto não tentam ultrapassar o limite, são livres de se mover, mas se tentam ir mais longe, a corda estica e impede-os de o fazer.
Do mesmo modo, enquanto se trata de dar satisfação aos seus apetites materiais ou aos seus desejos grosseiros, as pessoas não se sentem limitadas, mas se um dia quiserem chegar às regiões mais subtis, mais espirituais, serão obrigadas a constatar o quanto são limitadas, pesadas, escravizadas.
A verdadeira liberdade é não ficar preso por qualquer amarra.
Sempre que obedeceis a um desejo inferior, vós sois escravos, e na terra só se vêem escravos, pobres infelizes que, empurrados constantemente para um lado e para o outro, pensam justificar as suas asneiras dizendo: «Foi mais forte que eu.»
Quando um homem pronuncia estas palavras já é um escravo, está à mercê de alguém.
Um homem livre nunca diz «foi mais forte que eu», pois essa é a frase da capitulação, o cartão de visita onde se pode ler: eu sou escravo, sou fraco, sou um zero.
«O quê?
Mas no meu cartão está escrito: Presidente disto, Director daquilo, Inspector...»
Ah, é possível, mas eu leio algo completamente diferente.
Que quereis?
Quando se é deformado como eu, lê-se nas entrelinhas!
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.04.2017
Vós sabeis o que acontece numa sala de aula antes da chegada do professor: as crianças correm por toda a parte, gritam, discutem...
É normal: como diz o provérbio: «Quando o gato não está, os ratos dançam.»
Mas, quando o professor chega, todos vão para o seu lugar em poucos segundos, porque a cabeça, o chefe, entrou.
Pois bem, em nós existem as mesmas leis.
Em nós, é Deus que é a cabeça, o chefe, o centro, mas desde que lhe abramos uma porta para Ele entrar; senão, continuará a reinar a desordem.
Quando ouço alguém dizer: «Eu não preciso de Deus, desenvencilho-me sem Ele!», posso responder a essa pessoa que, efectivamente, ela desenvencilhar-se-á, mas ficará em desordem, na escuridão, e que perderá imenso!
A cabeça, o Senhor, introduz a ordem nas células do nosso organismo; quando Ele está presente, elas trabalham num entendimento perfeito, a vida circula.
É essencial ter o Senhor como centro de si mesmo, pois é esse ponto, no centro, que organiza e harmoniza todo o nosso interior.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
sábado, 29 de abril de 2017
A LIBERDADE, VITÓRIA DO ESPÍRITO
Capítulo VI - A VERDADEIRA LIBERDADE É UMA CONSAGRAÇÃO
Uma das qualidades mais raras nos humanos é a tenacidade: ser capaz de se lançar num empreendimento magnífico, divino, sem nunca perder a coragem.
Infelizmente, mesmo entre os que abraçaram um ideal espiritual, muitos desanimaram.
Fizeram alguns esforços, tentaram alguns exercícios e, como não obtiveram os resultados esperados, abandonaram tudo.
Isso prova que não conhecem realmente a natureza do trabalho espiritual.
Na vida espiritual, aconteça o que acontecer, é preciso continuar, e um dia, finalmente, vem a abundância, faz-se uma colheita formidável.
Uma colectividade, uma fraternidade, é necessária e até indispensável porque lhes oferece as melhores condições para perseverarem.
Por vezes, quando estais sós em casa, ficais inspirados ao ler um livro e decidis mudar a vossa maneira de viver e fazer alguns exercícios, mas ao fim de algum tempo abandonais os vossos esforços, porque não sois estimulados.
Ao passo que numa colectividade como a Fraternidade Branca Universal, mesmo que estejais fatigados, mesmo que queirais abandonar tudo, ao verdes os outros perseverarem, ficais de novo encorajados, entusiasmados.
Salvo casos muito excepcionais, os humanos têm necessidade de ser apoiados, estimulados, pois há sempre um momento ou outro em que o seu ardor esmorece.
É claro que haverá sempre pessoas que dizem que não têm vontade de ser influenciadas, que querem ser livres para fazer o que lhes apetece; por isso, a ideia de entrarem para uma colectividade, na qual sentem que irão ficar limitadas, não as atrai.
Pois bem, as pessoas que assim pensam não são inteligentes.
Uma pessoa inteligente vai justamente procurar uma situação em que será impedida de fazer loucuras e, pelo contrário, terá liberdade para se lançar em empreendimentos benéficos, luminosos.
Quando sentis vontade de fazer asneiras, em vez de procurardes condições favoráveis à sua execução, deveis correr para um local onde não podereis fazê-las ou então pedir a alguém que vos impeça disso.
Quereis matar alguém?
Ide rapidamente procurar um amigo e pedi-lhe que vos amarre.
É claro que é uma imagem um pouco exagerada, mas em muitas circunstâncias é possível empregar este método sob diferentes formas.
Podeis, por exemplo, ir ter com uma pessoa ou ler um livro que vos influenciem beneficamente, para que essa influência neutralize as más inclinações que sentis despertar em vós.
Mas os humanos não sabem quando e como devem amarrar-se, nem quando e como devem libertar-se.
Na realidade, ninguém encontra a verdadeira liberdade se não souber como, quanto e quando deve limitar-se.
Por isso, os únicos seres livres são os Iniciados: durante anos, eles aprenderam a limitar-se, a renunciar, a sacrificar-se, e agora são livres.
Aqueles para quem a liberdade significa apenas não depender de nada nem de ninguém, não sabem os perigos que correm: se não tiverem nada que lhes preencha a mente, a alma ou o espírito, terão dentro de si imensos lugares vazios e por aí se introduzirá neles tudo o que é negativo, infernal, tenebroso.
Desejam ser livres, mas em condições tais, que serão completamente submersos por outras forças que não conhecem.
Quantas vezes se tem verificado isto!
Há mulheres que, para terem dinheiro e serem livres de fazer o que queriam - levar uma vida de luxo, viajar, divertir-se... -, casaram com homens ricos que não amavam, sem verem que ficariam amarradas, que seriam devoradas.
Exteriormente, talvez fossem livres, mas interiormente!...
Na maioria dos casos, a liberdade exterior é enganadora.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.04.2017
Na maior parte das pessoas, à mínima contrariedade desencadeia-se todo um mecanismo interior: qualquer ocasião lhes serve para ruminarem pensamentos e sentimentos de irritação, de cólera, de hostilidade, de revolta.
Tudo o que os outros fazem é interpretado em função dos desejos delas, das suas próprias expectativas, e ai dos outros se não corresponderem a essas expectativas!
Não só elas se zangam com eles, como lhes atribuem todo o tipo de intenções malévolas.
Nem pensam que eles podem estar ocupados, retidos algures, ou com preocupações, ou doentes, ou que talvez haja uma justificação para o seu comportamento.
Por que é que hão-de interrogar-se nestes termos?
Preferem interpretar o comportamento dos outros como afrontas pessoais.
Os humanos sentir-se-ão muito melhor quando se aperceberem de que não são os outros que lhes fazem o maior mal, mas sim eles próprios, porque não deixam de dar ouvidos à sua natureza inferior.
É desta natureza inferior que eles devem desconfiar acima de tudo, pois ela é altamente neurótica e, à mínima ocasião, alimenta-se de ideias falsas e de crenças sem fundamento.
Tudo o que os outros fazem é interpretado em função dos desejos delas, das suas próprias expectativas, e ai dos outros se não corresponderem a essas expectativas!
Não só elas se zangam com eles, como lhes atribuem todo o tipo de intenções malévolas.
Nem pensam que eles podem estar ocupados, retidos algures, ou com preocupações, ou doentes, ou que talvez haja uma justificação para o seu comportamento.
Por que é que hão-de interrogar-se nestes termos?
Preferem interpretar o comportamento dos outros como afrontas pessoais.
Os humanos sentir-se-ão muito melhor quando se aperceberem de que não são os outros que lhes fazem o maior mal, mas sim eles próprios, porque não deixam de dar ouvidos à sua natureza inferior.
É desta natureza inferior que eles devem desconfiar acima de tudo, pois ela é altamente neurótica e, à mínima ocasião, alimenta-se de ideias falsas e de crenças sem fundamento.
sexta-feira, 28 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.04.2017
Aquele que não se revolta contra as dificuldades e as provações, mas, pelo contrário, as aceita esforçando-se por compreendê-las e por tirar lições delas, liberta os poderes da sua alma e do seu espírito.
Algum tempo depois, apercebe-se de que essas provações produziram nele algo de magnífico.
Há tantas pessoas que dizem que se sentem atraídas pela alquimia!
Pois bem, é nisto que consiste o verdadeiro trabalho alquímico.
No dia em que tiverdes esta compreensão, conseguireis tirar da matéria bruta, negra e informe do sofrimento, uma matéria preciosa, cintilante, irisada, resplandecendo em mil cores.
Como o sofrimento é inevitável, mais vale aprenderdes a trabalhar com ele; senão, assemelhar-vos-eis a estaleiros deixados ao abandono: quando quiserdes exprimir-vos não sabereis que materiais usar e não conhecereis nada da vida da alma e do espírito, da sua imensidão, das suas profundezas, dos seus cumes.
Só aqueles que sabem sofrer podem tornar-se criadores.
Algum tempo depois, apercebe-se de que essas provações produziram nele algo de magnífico.
Há tantas pessoas que dizem que se sentem atraídas pela alquimia!
Pois bem, é nisto que consiste o verdadeiro trabalho alquímico.
No dia em que tiverdes esta compreensão, conseguireis tirar da matéria bruta, negra e informe do sofrimento, uma matéria preciosa, cintilante, irisada, resplandecendo em mil cores.
Como o sofrimento é inevitável, mais vale aprenderdes a trabalhar com ele; senão, assemelhar-vos-eis a estaleiros deixados ao abandono: quando quiserdes exprimir-vos não sabereis que materiais usar e não conhecereis nada da vida da alma e do espírito, da sua imensidão, das suas profundezas, dos seus cumes.
Só aqueles que sabem sofrer podem tornar-se criadores.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
quinta-feira, 27 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.04.2017
A visão, a audição, o olfacto, o gosto e o tacto dão-nos um bom conhecimento da realidade material.
Mas os cinco sentidos têm prolongamentos no mundo psíquico e, para aquele que aprendeu a exercitá-los, são úteis também na sua relação com os outros.
Os olhos permitem-lhe interpretar certos detalhes imperceptíveis do comportamento.
Os ouvidos, para além das palavras pronunciadas, analisam as entoações de uma voz, ao telefone.
O olfacto percepciona os odores das emanações físicas e o
gosto revela os seus sabores.
Quanto ao tacto, basta apertar a mão de uma pessoa para se ficar imediatamente informado sobre o seu carácter, pois num aperto de mão é todo o ser que se exprime.
Há tantas pessoas que se arrependem de não terem sido perspicazes relativamente àqueles com quem se relacionam!
Sobrestimaram uns, subestimaram outros...
Porquê?
Porque se apressam sempre muito a fazer juízos.
Pronunciam-se tendo em conta a primeira impressão e, muitas vezes, aquilo que lhes é conveniente.
É preciso ser menos apressado, mais prudente, mais reflectido, sabendo que, embora seja difícil conhecer os humanos, os cinco sentidos bem exercitados fornecem-nos logo algumas indicações sobre eles.
Mas os cinco sentidos têm prolongamentos no mundo psíquico e, para aquele que aprendeu a exercitá-los, são úteis também na sua relação com os outros.
Os olhos permitem-lhe interpretar certos detalhes imperceptíveis do comportamento.
Os ouvidos, para além das palavras pronunciadas, analisam as entoações de uma voz, ao telefone.
O olfacto percepciona os odores das emanações físicas e o
gosto revela os seus sabores.
Quanto ao tacto, basta apertar a mão de uma pessoa para se ficar imediatamente informado sobre o seu carácter, pois num aperto de mão é todo o ser que se exprime.
Há tantas pessoas que se arrependem de não terem sido perspicazes relativamente àqueles com quem se relacionam!
Sobrestimaram uns, subestimaram outros...
Porquê?
Porque se apressam sempre muito a fazer juízos.
Pronunciam-se tendo em conta a primeira impressão e, muitas vezes, aquilo que lhes é conveniente.
É preciso ser menos apressado, mais prudente, mais reflectido, sabendo que, embora seja difícil conhecer os humanos, os cinco sentidos bem exercitados fornecem-nos logo algumas indicações sobre eles.
quarta-feira, 26 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.04.2017
Está escrito no Zend-Avesta que, quando Zaratustra perguntou ao deus Ahura Mazda como se alimentava o primeiro homem, este respondeu: «Ele comia fogo e bebia luz.»
Então, por que é que nós não havemos de aprender também a comer fogo e a beber luz, para voltarmos à perfeição do primeiro homem?
Vós direis que isso não é possível.
Sim, é possível.
Quando fordes assistir ao nascer do Sol, esperai pelo primeiro raio permanecendo vigilantes, atentos...
Assim que esse primeiro raio aparece, pensai que o absorveis.
Em vez de apenas olhardes para o Sol, vós bebei-lo. comei-lo, e imaginais que essa luz, que é viva, se propaga em todas as células dos vossos órgãos, que ela as purifica, as reforça, as vivifica.
Não só este exercício vos ajuda a concentrardes-vos, como sentis que todo o vosso ser estremece e se ilumina, porque conseguistes, verdadeiramente, absorver a luz...
Então, por que é que nós não havemos de aprender também a comer fogo e a beber luz, para voltarmos à perfeição do primeiro homem?
Vós direis que isso não é possível.
Sim, é possível.
Quando fordes assistir ao nascer do Sol, esperai pelo primeiro raio permanecendo vigilantes, atentos...
Assim que esse primeiro raio aparece, pensai que o absorveis.
Em vez de apenas olhardes para o Sol, vós bebei-lo. comei-lo, e imaginais que essa luz, que é viva, se propaga em todas as células dos vossos órgãos, que ela as purifica, as reforça, as vivifica.
Não só este exercício vos ajuda a concentrardes-vos, como sentis que todo o vosso ser estremece e se ilumina, porque conseguistes, verdadeiramente, absorver a luz...
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
terça-feira, 25 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.04.2017
Se derdes o vosso coração a alguém, ficareis sem ele, o outro terá dois, e o que fará ele com dois corações?
Deixará cair o vosso.
Na Bulgária, dizemos que não se pode transportar duas melancias debaixo do mesmo braço.
Ou seja, mais cedo ou mais tarde, aquele a quem destes o vosso coração pode deixá-lo cair.
Então, vós gritareis: «O meu coração está partido!»
E, se fordes queixar-vos ao Céu, ele responder-vos-á: «A culpa é tua!
Por que é que lho deste?
Devias tê-lo guardado para ti.»
«Sim, mas eu amo-o, eu amo-o!»
«Está bem, tu ama-lo, mas podias dar-lhe a tua ternura, o teu amor, as tuas canções... e guardar o teu coração para ti.»
E não penseis que estas precauções são válidas só para o coração.
A Natureza deu-nos também um corpo, uma inteligência e uma vontade.
Aquele que é sábio guarda-os para si, mas distribui os seus frutos, isto é, os seus pensamentos, os seus sentimentos, a sua actividade, o seu trabalho.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
segunda-feira, 24 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.04.2017
Mesmo que tenham muita imaginação, os humanos, na sua maioria, não sabem o que é realmente, essa faculdade.
A verdadeira imaginação, tal como os Iniciados a concebem e com a qual trabalham, é uma espécie de tela situada no limite entre o mundo visível e o mundo invisível.
Nessa tela, vêm reflectir-se objectos ou entidades que escapam, habitualmente, à consciência.
Em certos seres muito desenvolvidos e que sabem orientar a sua imaginação, esta recebe e regista muitas coisas que eles depois conseguem exprimir, realizar; muito mais tarde, percebe-se que aquilo que eles assim "imaginaram" não era uma pura invenção da sua parte, mas que eles tinham captado realidades ainda não manifestadas no plano físico.
Todos os humanos têm esta faculdade de captar realidades do mundo invisível, mas só aqueles que sabem como trabalhar sobre os seus pensamentos e os seus sentimentos conseguem purificar a tal ponto o seu mental, que a sua imaginação se torna límpida... uma pura transparência... e eles começam a "ver".
Nesse nível, imaginação e visão verdadeira são uma só coisa.
A verdadeira imaginação, tal como os Iniciados a concebem e com a qual trabalham, é uma espécie de tela situada no limite entre o mundo visível e o mundo invisível.
Nessa tela, vêm reflectir-se objectos ou entidades que escapam, habitualmente, à consciência.
Em certos seres muito desenvolvidos e que sabem orientar a sua imaginação, esta recebe e regista muitas coisas que eles depois conseguem exprimir, realizar; muito mais tarde, percebe-se que aquilo que eles assim "imaginaram" não era uma pura invenção da sua parte, mas que eles tinham captado realidades ainda não manifestadas no plano físico.
Todos os humanos têm esta faculdade de captar realidades do mundo invisível, mas só aqueles que sabem como trabalhar sobre os seus pensamentos e os seus sentimentos conseguem purificar a tal ponto o seu mental, que a sua imaginação se torna límpida... uma pura transparência... e eles começam a "ver".
Nesse nível, imaginação e visão verdadeira são uma só coisa.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
domingo, 23 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.04.2017
Quando os humanos se confrontam e se destroem uns aos outros, trabalham contra o Criador.
Embora Deus os tenha criado diferentes, essas diferenças nunca devem servir de pretexto para eles se combaterem.
Aos olhos de Deus, nada justifica o ódio a uma raça* ou a um povo, ou o seu desejo de subjugar uma classe social.
Todos os seres vivos saíram de Deus e Deus sofre ao vê-los estarem em confrontos.
Os humanos adoptaram a filosofia do separatismo, em nome de interesses que consideram superiores, mas que, na maior parte dos casos, são inspirados pelo seu egoísmo, pelas suas vistas curtas.
A defesa desses interesses vai contra os interesses da Criação no seu todo e isso arrastará a humanidade para a ruína.
Os verdadeiros interesses dos humanos confundem-se com os do Criador e só a conjugação dos interesses dos homens com os interesses do Criador traz bênçãos para todos.
*Há décadas que investigações na área da genética demonstraram
que a noção de "raça" não tem qualquer fundamento sólido: apesar das
diferenças na fisionomia, na cor da pele, etc., a espécie humana é uma só.
Seria desejável, por isso, evitar a utilização deste termo no discurso oral e na escrita.
Contudo, os meios de comunicação social referem-se, quase diariamente,
a injúrias e violências "racistas", a tensões e tumultos "racistas".
Embora se lamente que assim seja, enquanto os indivíduos se julgarem
autorizados a perseguir os seus semelhantes com o pretexto
de que eles pertencem a uma "raça", é um termo que se torna obrigatório continuar a utilizar.
(Nota do editor original)
Embora Deus os tenha criado diferentes, essas diferenças nunca devem servir de pretexto para eles se combaterem.
Aos olhos de Deus, nada justifica o ódio a uma raça* ou a um povo, ou o seu desejo de subjugar uma classe social.
Todos os seres vivos saíram de Deus e Deus sofre ao vê-los estarem em confrontos.
Os humanos adoptaram a filosofia do separatismo, em nome de interesses que consideram superiores, mas que, na maior parte dos casos, são inspirados pelo seu egoísmo, pelas suas vistas curtas.
A defesa desses interesses vai contra os interesses da Criação no seu todo e isso arrastará a humanidade para a ruína.
Os verdadeiros interesses dos humanos confundem-se com os do Criador e só a conjugação dos interesses dos homens com os interesses do Criador traz bênçãos para todos.
*Há décadas que investigações na área da genética demonstraram
que a noção de "raça" não tem qualquer fundamento sólido: apesar das
diferenças na fisionomia, na cor da pele, etc., a espécie humana é uma só.
Seria desejável, por isso, evitar a utilização deste termo no discurso oral e na escrita.
Contudo, os meios de comunicação social referem-se, quase diariamente,
a injúrias e violências "racistas", a tensões e tumultos "racistas".
Embora se lamente que assim seja, enquanto os indivíduos se julgarem
autorizados a perseguir os seus semelhantes com o pretexto
de que eles pertencem a uma "raça", é um termo que se torna obrigatório continuar a utilizar.
(Nota do editor original)
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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www.publicacoesmaitreya.pt
sábado, 22 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.04.2017
Vós estais expostos todos os dias às manifestações da vossa natureza inferior.
Ela faz parte de vós e apresenta-vos os seus argumentos.
Mas desconfiai dela e tentai não vos deixar convencer, nunca lhe deis razão.
Concedei-lhe, se quiserdes, o benefício da "razão irracional", dizendo: «Bom, ela é o que é por motivos que, sem dúvida, foram válidos no passado, numa certa fase da evolução, quando o homem, tal como o animal, devia obedecer aos seus instintos para sobreviver.
Mas agora, numa fase mais avançada, a Inteligência Cósmica tem outros projectos para mim.»
E desconfiai também daqueles que se deixam conduzir pela sua natureza inferior.
Podeis desculpá-los, compreendendo a causa do seu modo de agir, mas não vos deixeis influenciar.
Compreendê-los, desculpá-los, perdoá-los, é diferente e, a não ser em casos excepcionais, até é desejável.
Mas vós, segui a vossa natureza superior; estareis sempre no bom caminho e podereis arrastar outros convosco.
Ela faz parte de vós e apresenta-vos os seus argumentos.
Mas desconfiai dela e tentai não vos deixar convencer, nunca lhe deis razão.
Concedei-lhe, se quiserdes, o benefício da "razão irracional", dizendo: «Bom, ela é o que é por motivos que, sem dúvida, foram válidos no passado, numa certa fase da evolução, quando o homem, tal como o animal, devia obedecer aos seus instintos para sobreviver.
Mas agora, numa fase mais avançada, a Inteligência Cósmica tem outros projectos para mim.»
E desconfiai também daqueles que se deixam conduzir pela sua natureza inferior.
Podeis desculpá-los, compreendendo a causa do seu modo de agir, mas não vos deixeis influenciar.
Compreendê-los, desculpá-los, perdoá-los, é diferente e, a não ser em casos excepcionais, até é desejável.
Mas vós, segui a vossa natureza superior; estareis sempre no bom caminho e podereis arrastar outros convosco.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
sexta-feira, 21 de abril de 2017
RESPOSTAS À QUESTÃO DO MAL
Capítulo VIII - ACERCA DO SUICÍDIO
Continuação (4)
Os jovens devem aperceber-se da riqueza de que dispõem.
Eles têm imaginação, não é verdade?
Então, porque não se servem dela?
Oh!, claro, eles servem-se dela: quando se trata de pensar nos seus namorados e de imaginarem como os acariciam, como os beijam, a imaginação dos rapazes e das raparigas não descansa.
Mas porque hão-de eles utilizar unicamente nas elucubrações sexuais essa preciosa faculdade que o Criador lhes deu?
Porque não aprenderam a utilizar a imaginação para pensarem em todas as razões que podem ter para se sentirem felizes e ricos, graças a tudo o que existe no Céu e na terra e, principalmente, em si próprios?
Houve numerosos casos de suicídio na História, mas podem ser resumidos em três categorias.
Eles têm como causa ou falta de inteligência, ou falta de coração ou falta de vontade.
Se tiverdes uma boa compreensão das coisas, se souberdes que existe um mundo divino povoado de seres esplêndidos e que esse mundo divino imprimiu a sua marca no mundo físico; se souberdes que os sentimentos e os desejos são de uma potência tal que, com perseverança, se consegue sempre realizá-los...
Enfim, se conseguirdes educar-vos para não continuardes a procurar satisfazer unicamente as vossas cobiças mas a considerar todas as dificuldades como um meio de exercerdes a vossa vontade, então, estai certos de que jamais vos suicidareis.
Nem mesmo a miséria, as privações, a doença ou a solidão conseguirão vencer-vos.
Vós é que triunfareis.
Os jovens devem persuadir-se ao menos duma coisa: o mundo é vasto e eles não estão sós.
O que mais leva as pessoas ao suicídio é a falta de amor.
Quando alguém perdeu o amor, só deseja morrer; a vida já não tem sentido.
A vida está ligada ao amor.
Isto é tão verdadeiro que, se estiverdes nos braços daquele ou daquela que amais, querereis viver eternamente!
Sim, conservai preciosamente o amor e, por causa desse amor, querereis sempre viver.
Se suprimirdes o amor, morrereis.
Muitas pessoas suprimiram o amor e agora perguntam a si próprias por que razão já não têm gosto por nada.
Pois bem, é justamente porque nelas não há amor.
Quando vejo uma jovem com um ar travesso, cantarolando, sei que ela acaba de estar com o seu namorado, porque o amor é isso, é a alegria.
E se depois a vejo deprimida, sei que perdeu o namorado, não é difícil de decifrar.
Eis porque eu insisto sempre no amor.
Mas não nesse amor que hoje está na moda e que, na realidade, não é senão libertinagem, porque também esse amor, tal como a falta de amor, acaba por roubar aos seres todas as razões de viver.
Sim, é sobre o amor que se deve falar constantemente, durante toda a vida, porque os humanos ainda estão longe de conhecer o verdadeiro amor, aquele que é capaz de remover montanhas, de criar mundos!...
Quanto a mim, já encontrei o segredo: eu amo... a Fraternidade, e como amo a Fraternidade, todas as questões estão resolvidas.
Só penso nela, nada mais existe na minha cabeça, ela dá sentido à minha vida.
Fazei vós a mesma coisa e jamais tereis o desejo de vos suicidardes.
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.04.2017
Educar uma criança não consiste unicamente em dar-lhe lições de moral, em dar-lhe ordens ou em aplicar-lhe um castigo quando ela desobedece.
Para serem bons educadores, os adultos devem pensar em todas as qualidades e virtudes que estão ocultas na alma e no espírito da criança, concentrar-se na centelha divina que habita nela e dar-lhe todas as condições para se manifestar; assim, essa criança desenvolverá, mais tarde, as sementes magníficas que foram favorecidas nela.
E, como uma criança nem sempre compreende aquilo que lhe dizem, nem a razão por que lho dizem, também é preciso saber dirigir-se ao seu subconsciente.
Por exemplo, quando ela já estiver a dormir, os pais ou as pessoas que cuidam dela, podem colocar-se junto da sua cama e, fazendo-lhe umas carícias, sem a despertar, falar-lhe de tudo o que de bom desejam para ela.
Deste modo, introduzem nas profundezas do seu ser elementos preciosos que, quando se revelarem, anos mais tarde, a protegerão de muitos erros e de muitos perigos.
Para serem bons educadores, os adultos devem pensar em todas as qualidades e virtudes que estão ocultas na alma e no espírito da criança, concentrar-se na centelha divina que habita nela e dar-lhe todas as condições para se manifestar; assim, essa criança desenvolverá, mais tarde, as sementes magníficas que foram favorecidas nela.
E, como uma criança nem sempre compreende aquilo que lhe dizem, nem a razão por que lho dizem, também é preciso saber dirigir-se ao seu subconsciente.
Por exemplo, quando ela já estiver a dormir, os pais ou as pessoas que cuidam dela, podem colocar-se junto da sua cama e, fazendo-lhe umas carícias, sem a despertar, falar-lhe de tudo o que de bom desejam para ela.
Deste modo, introduzem nas profundezas do seu ser elementos preciosos que, quando se revelarem, anos mais tarde, a protegerão de muitos erros e de muitos perigos.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
quinta-feira, 20 de abril de 2017
RESPOSTAS À QUESTÃO DO MAL
Capítulo VIII - ACERCA DO SUICÍDIO
Continuação (3)
Algumas pessoas pensam que escapam às dificuldades pondo fim à vida.
Na verdade, é ainda pior, depois, quando estiverem do outro lado, porque ninguém tem o direito de partir antes do termo; é uma deserção que terá de ser paga duas vezes, três vezes mais caro.
Lá em cima não há lugar para aqueles que quiseram desertar da terra, e não querem recebê-los: terão de sofrer tanto tempo quanto o que ainda lhes restava viver na terra.
A atitude de quem põe fim à vida é extremamente repreensível.
Em primeiro lugar, essas pessoas são ignorantes, porque não conhecem a razão das provações que têm de suportar.
Depois, são orgulhosas, porque julgam saber melhor que os Vinte e Quatro Anciãos aquilo que merecem.
Finalmente, são fracas, porque não suportam as dificuldades.
Demonstram, pois, ignorância, orgulho e fraqueza.
E o mundo invisível fica descontente com esses seres porque eles abandonaram o seu posto.
Dir-me-eis: «Mas alguns suicidaram-se porque tinham um ideal extraordinário que não conseguiram atingir.
Ao verem que não conseguiam, ficavam tão decepcionados consigo próprios que acabavam com as suas vidas.»
Ora bem: isso também não é permitido.
Quando se tem um grande ideal, o essencial é trabalhar para realizá-lo, sem fixar uma data para a sua realização.
Se não se foi bem sucedido foi porque ainda não se possuía os elementos que fariam o sucesso; é próprio do orgulho não querer admitir isso e suprimir-se.
Dever-se-ia ter perseverado!
A maioria dos humanos pensam que vieram à terra para viverem em felicidade e realizarem as suas ambições.
Mas não: eles vieram à terra para pagarem as suas dívidas, para se instruírem e se reforçarem.
É por isso que o Céu não pode ter estima por quem tomou a decisão de pôr termo à sua vida, porque tais seres colocam-se acima dos Senhores de todos os destinos, e os sofrimentos que terão de suportar a seguir são indescritíveis.
Eis mais uma das grandes verdades da Ciência Iniciática.
É claro que se pode dar ao suicídio toda a espécie de explicações.
Mas, sejam quais forem as razões porque um homem ou uma mulher se suicida, pode dizer-se que a verdadeira razão é esta: trata-se de uma criatura que não sabe que o Criador colocou nela possibilidades incríveis de triunfar em quaisquer condições de vida: possibilidades de comunicar com os seres do mundo invisível, possibilidades de criar pelo pensamento e de lançar essas criações através do espaço...
Ela não sabe que, mesmo na maior solidão e na maior miséria, é possível não se sentir pobre e só, mas visitada, rodeada e senhora de todos os tesouros; aconteça o que acontecer, ela tem dentro de si um mundo tão vasto e tão belo para se sentir feliz!
Existem seres a quem nenhum acontecimento, nenhuma situação abala, porque têm um sistema filosófico ao qual se agarram.
Porque se diz nos Evangelhos que devemos construir a nossa casa sobre a rocha?
A rocha é o espírito, e o espírito permanece inabalável em todas as circunstâncias.
O coração, o intelecto ou o corpo físico são vulneráveis, mas o espírito não.
Os humanos estão muito mal instruídos; eles não sabem o que Deus colocou neles próprios e, à mais pequena decepção, pensam que a única solução é o suicídio.
O que quer isso dizer?
Que são génios?
Que são seres tão excepcionais que não podem suportar o mal no mundo?...
Não, são pobres miseráveis privados de tudo: de inteligência, de amor, de força; só a sua fraqueza os leva a acabarem assim.
Que tenha havido na História homens e mulheres heróicos que ofereceram a vida para salvarem um exército, uma cidade, um povo, isso eu compreendo, é uma outra questão.
Eu não me refiro a esses, mas a todos aqueles - principalmente jovens - que se preparam para acabar lamentavelmente, porque se sentem sós ou incompreendidos.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.04.2017
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Nós não podemos viver sem fazer trocas com o mundo que nos rodeia.
A começar pela respiração e pela nutrição, toda a nossa vida é feita de trocas; os órgãos dos sentidos (o tacto, o paladar, o olfacto, o ouvido e a vista) foram-nos dados pela Natureza para podermos fazer trocas com a Criação e com as criaturas.
E a nossa vida afectiva e intelectual consiste igualmente em encontros, em trocas: por palavras, por sentimentos, por pensamentos, estamos sempre a tecer uma rede de relações que é a base da vida familiar e social.
Se os humanos ainda não retiram muitas bênçãos dessas trocas é porque, muitas vezes, não ultrapassam o nível do instinto, do inconsciente, como acontece nas plantas e nos animais.
As plantas e os animais também respiram e se alimentam; os animais também têm órgãos dos sentidos e, por vezes, até mais bem desenvolvidos do que no homem; e têm igualmente uma vida familiar e social.
Cabe aos humanos tornarem mais profundas, mais ricas, todas as trocas que fazem com a Natureza e os seres com quem se relacionam.
E o nosso Ensinamento apresenta inúmeros exercícios para isso!
quarta-feira, 19 de abril de 2017
RESPOSTAS À QUESTÃO DO MAL
Capítulo VIII - ACERCA DO SUICÍDIO
Continuação
Deveis aceitar esta filosofia que vos mostra que sois filhos de Deus, herdeiros de um tesouro que só espera o momento em que sejais capazes de o colher.
O que faz falta aos humanos é uma filosofia, e não qualquer outra coisa; eles têm tudo em si e à sua volta e estão sempre a queixar-se.
São rabugentos - é isso! -, sempre rabugentos, porque lhes falta uma filosofia divina.
É por isso que, quando eu vejo alguém fechado sobre si mesmo, sobre os seus problemas, tenho vontade de lhe dizer: «Mas, meu pobre infeliz, como podes tu ver alguma coisa?
Tu não sais, estás sempre fechado na tua mansarda.
Passeia um pouco, para poderes ver a tua herança: todas essas florestas, essas montanhas, esses lagos, esses rios, essas estrelas...
Compreenderás que possuis uma imensidão, que nada te falta.»
Os humanos parecem-se com aquele homem que caíra num lago e gritava: «Água, água, dêem-me água!»
Eles estão mergulhados no oceano da luz cósmica, mas têm tantas carapaças que essa luz não consegue penetrar neles.
Eis o actual estado de muitas pessoas no mundo: sentem-se infelizes, queixam-se, querem até, suicidar-se.
Não conseguem compreender que só elas são responsáveis pelo seu estado.
A Inteligência Cósmica não tinha vontade alguma de reduzi-las a este extremo; foram elas que, ao mostrarem-se tão obtusas, chegaram a essa situação; e suprimem-se porque - dizem - a vida não tem qualquer sentido!
Na realidade, a vida encerra ainda tantas possibilidades insuspeitadas!...
É a maior das tolices ficar prostrado a um canto, infeliz, no vazio, por se ser incapaz de as ver!
Voltemos agora à imagem do copo meio cheio e do copo meio vazio.
É claro que, do ponto de vista da simples constatação, dizer duma maneira ou doutra vem a dar no mesmo.
Mas constatar as coisas não é ainda a verdadeira ciência.
A verdadeira ciência consiste em vermos, na nossa vida, as consequências desta ou daquela constatação.
Quando dizeis que um copo está meio cheio, fixais o pensamento na plenitude e habituais-vos, assim, a ver o lado bom das coisas.
E, mesmo quando se vos depara um acontecimento desagradável, em vez de chorardes horas inteiras para "regardes o jardim", dizei para convosco: «Oh!, existem ainda algumas possibilidades, o Céu tem boas intenções a meu respeito, quer que eu desenvolva qualidades que ainda não possuo.
Quais são?»
Vós procurais... e, quando descobris, agradeceis-lhe por vos ter dado essa provação.
É uma filosofia muito difícil de aceitar, mas é a melhor.
A partir do instante em que começardes a aceitá-la verdadeiramente, nada mais poderá voltar a entravar-vos.
Qualquer que seja a situação que vos aconteça, vós avançareis porque estareis a raciocinar bem.
E agora imaginai que os humanos se comportam muito mal convosco; durante toda a vossa vida, por mais que façais, apesar de toda a vossa gentileza, doçura e bondade, choverão injustiças sobre vós.
Então, por fim, achareis que é tudo tão cruel que vos revoltais contra o Senhor e até quereis pôr fim à vida.
Esperai!
Ainda há um ponto que não compreendestes bem: porque continua o Céu a dar-vos essas provações, sempre as mesmas?...
Suponde que numa outra encarnação fostes cruéis para com certas criaturas.
Para vos mostrarem quanto mal lhes fizeste, são elas agora que, por sua vez, vos fazem sofrer, mas vós não compreendeis que a culpa é vossa.
Se assim não fosse, toda a gente deveria amar-vos, ajudar-vos, respeitar-vos - é uma lei.
Por conseguinte, embora as «injustiças» por que passais sejam muito gritantes, deveis tirar da cabeça essa ideia de que são injustiças.
Porque na realidade, essas injustiças visíveis e reais, são a expressão duma justiça invisível.
Por uma razão ou por outra, vós mereceis o que vos acontece: ou estais a pagar uma dívida ou, então, tendes que aprender uma verdade que não conheceis, ou ainda, deveis reforçar-vos e tornar-vos um génio, um gigante, um colosso.
O que impede os humanos de evoluir é o facto de pensarem que as dificuldades ou os infortúnios são o resultado duma injustiça.
Eles pensam: «O destino é injusto, e até o Senhor é injusto, eu merecia melhor.»
E como podem eles saber se mereciam melhor?
Eles nem se conhecem, não conhecem o seu passado, nem o seu presente, nem, muito menos, o seu futuro; por isso, como poderão pronunciar-se?
Mesmo quando, num processo, os juízes condenam um inocente - e quantos erros judiciários têm acontecido ao longo da História! - na realidade, há sempre uma justiça por detrás dessa injustiça.
Pode mesmo acontecer com Santos, Iniciados e grandes Mestres: muitos foram enforcados, queimados, crucificados; aparentemente, foi injusto, mas na realidade, não.
Os Vinte e Quatro Anciãos ou Senhores do Carma são absolutamente justos - as provações por que tais seres passaram tinham-lhes sido enviadas para os fazer pagar uma dívida, ou para os ajudar a compreender algumas verdades que sem isso não teriam compreendido, ou ainda, para os incitar a tornarem-se fortes, poderosos, invencíveis.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.04.2017
O verdadeiro espiritualista é aquele que decide abandonar todas as suas ocupações fúteis, todos os prazeres passageiros que nada lhe trazem.
Fazendo isso, liberta nele as energias que estavam paralisadas, subjugadas por hábitos de vida vulgares, e começa a dar frutos no mundo da alma e do espírito.
Observai uma árvore: quando é invadida por insectos, por lagartas, ela não pode dar frutos e é preciso libertá-la desses parasitas.
O ser humano que se deixa ir atrás da preguiça, da facilidade, dos prazeres frívolos, também atrai parasitas.
E que parasitas são esses?
Entidades tenebrosas do mundo astral.
Elas invadem o seu corpo, a sua vontade, o seu coração, o seu intelecto, e aspiram os sucos que deveriam alimentar o seu Eu superior.
Sim, é verdade: se os humanos não estiverem vigilantes, começam a abrigar em si, outras criaturas que esgotam as suas forças.
Para se desembaraçarem desses parasitas, eles devem pôr-se ao serviço do seu Eu superior, para o alimentarem com frutos suculentos.
Fazendo isso, liberta nele as energias que estavam paralisadas, subjugadas por hábitos de vida vulgares, e começa a dar frutos no mundo da alma e do espírito.
Observai uma árvore: quando é invadida por insectos, por lagartas, ela não pode dar frutos e é preciso libertá-la desses parasitas.
O ser humano que se deixa ir atrás da preguiça, da facilidade, dos prazeres frívolos, também atrai parasitas.
E que parasitas são esses?
Entidades tenebrosas do mundo astral.
Elas invadem o seu corpo, a sua vontade, o seu coração, o seu intelecto, e aspiram os sucos que deveriam alimentar o seu Eu superior.
Sim, é verdade: se os humanos não estiverem vigilantes, começam a abrigar em si, outras criaturas que esgotam as suas forças.
Para se desembaraçarem desses parasitas, eles devem pôr-se ao serviço do seu Eu superior, para o alimentarem com frutos suculentos.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
terça-feira, 18 de abril de 2017
RESPOSTAS À QUESTÃO DO MAL
Capítulo VIII - ACERCA DO SUICÍDIO
Vós encheis um copo pela metade e mostrai-lo a duas pessoas: uma diz que ele está meio cheio e outra diz que ele está meio vazio.
Para a maioria das pessoas, isto significa a mesma coisa, mas para a Ciência Iniciática revela duas mentalidades, dois processos psicológicos diferentes.
Se vos fixardes na plenitude, sentir-vos-eis repletos; se vos fixardes no vazio, esvaziar-vos-eis.
É uma lei mágica: quando um doente não pensa senão na sua doença, o seu estado piora, porque todo o pensamento negativo provoca a desagregação.
Ele que pense em saúde, e esse pensamento curá-lo-á.
Pode ser que vos faltem muitas coisas, mas se quiserdes que vos faltem ainda mais, fixai-vos nessa falta!...
Pensai antes, que sois filhos e filhas de Deus, que sois herdeiros de uma imensa riqueza, e vereis todas as melhorias que se seguirão.
Aliás, o que falta aos humanos não é tanto o dinheiro, as casas, os carros... mas uma filosofia luminosa e divina, capaz de fazê-los sair de todas as suas fraquezas, de todas as dificuldades.
Sim, é muito simples, extremamente simples.
Alguns, seja o que for que se lhes apresente, estão habituados a ver o lado bom das coisas e das situações, ao passo que outros só vêem os inconvenientes.
Bem entendido, uns e outros têm razão, mas esta "razão" age, interiormente, de duas maneiras diferentes.
Do ponto de vista da verdade, pode dizer-se que um copo está meio cheio ou meio vazio, isso não tem qualquer importância; mas a acção mágica é diferente.
E é precisamente isto o essencial.
Se vos habituardes a ver as faltas, as lacunas, os defeitos, ireis ficando cada vez mais tristes, desanimados, azedos.
É o que acontece quando alguém se detém no que lhe falta.
Que essas faltas existem, é evidente, a quem o dizeis!...
Mas a questão não está aí; a questão está em saber trabalhar com o que se possui, para se melhorar.
Para mostrar a alguns o quanto se enganam e fazem mal a si próprios, dizendo que lhes falta isto, que lhes falta aquilo, e sobretudo dinheiro - é da falta de dinheiro que todos se queixam mais! -, eu dir-lhes-ei: «Dou-vos vinte milhões; dou mesmo, dou-vos vinte milhões, mas... vós dar-me-eis os vossos olhos.»
Oh!, eles recusarão, soltando gritos.
«E mais vinte milhões pelos vossos ouvidos... vinte milhões pelo vosso nariz... vinte milhões pelos vossos braços... e mais vinte milhões pelas vossas pernas.»
Oh, lá lá!
Vai subindo, chegamos aos biliões.
Pois bem, mesmo perante esta soma, eles recusarão.
Nesse caso, porque se sentem pobres?
Eles são ricos, só que não viram isso.
Não o viram porque são idiotas, e os idiotas têm sempre que sofrer, a sua cabeça tem que amadurecer.
Não sou eu que o digo, é a Natureza.
A Natureza é implacável: podeis gritar, chorar, ameaçar, que ela não muda nada; vós é que tendes de inclinar-vos, de obedecer, de pôr-vos de acordo com ela.
Sim, ela é implacável, irredutível.
Direis que ela é cruel...
Não, ela só pensa em tornar os humanos inteligentes, belos e, sobretudo, felizes.
Mas, quando se vê que eles têm cabeças duras...
Que quereis?
É preciso que essas cabeças amadureçam, e para isso ela emprega métodos que só ela conhece.
Quando a Natureza se empenha em relação a alguém, nem sequer lhe dá explicações, diz simplesmente: «Eu desejo o seu bem e, como não há outros meios para o tornar sensato, sou obrigada a usar estes.»
Não se pode censurá-la.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.04.2017
Todos nós temos uma alma e essa alma tem necessidades.
Se há tantas pessoas que não as sentem, é porque as abafaram, deixando-se arrastar para uma vida sem ideal.
Mas essas necessidades existem e, por vezes manifestam-se nos seres sem eles próprios conseguirem compreender a sua linguagem.
Todas essas experiências perigosas - a droga, por exemplo - que, actualmente tentam os jovens, mas também os adultos, são expressões de uma lacuna, de um chamamento da alma, que tem fome de infinito e reclama o seu alimento.
Com efeito, o que resta para a alma numa sociedade onde se destruiu totalmente a crença num mundo divino e onde se apresenta como ideal o combate político e o sucesso económico ou social?
Uma vez que a privam dos alimentos espirituais de que ela necessita para se lançar no espaço, a alma vai procurar esses elementos à matéria, em substâncias como o tabaco, o álcool, a droga, em tudo aquilo a que se chama "paraísos artificiais".
Só que essas substâncias destroem o ser humano psiquicamente e fisicamente.
Se há tantas pessoas que não as sentem, é porque as abafaram, deixando-se arrastar para uma vida sem ideal.
Mas essas necessidades existem e, por vezes manifestam-se nos seres sem eles próprios conseguirem compreender a sua linguagem.
Todas essas experiências perigosas - a droga, por exemplo - que, actualmente tentam os jovens, mas também os adultos, são expressões de uma lacuna, de um chamamento da alma, que tem fome de infinito e reclama o seu alimento.
Com efeito, o que resta para a alma numa sociedade onde se destruiu totalmente a crença num mundo divino e onde se apresenta como ideal o combate político e o sucesso económico ou social?
Uma vez que a privam dos alimentos espirituais de que ela necessita para se lançar no espaço, a alma vai procurar esses elementos à matéria, em substâncias como o tabaco, o álcool, a droga, em tudo aquilo a que se chama "paraísos artificiais".
Só que essas substâncias destroem o ser humano psiquicamente e fisicamente.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
segunda-feira, 17 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.04.2017
A evolução espiritual de um ser humano é acompanhada por um aumento da sua sensibilidade:quanto mais a sensibilidade aumenta, mais ele vive uma vida rica, intensa.
Aquele cuja sensibilidade diminui regride à condição dos animais, das plantas, das pedras.
Vós direis: «Mas, quanto mais sensíveis nos tornarmos, mais expostos ficaremos ao sofrimento.»
É verdade, mas, mesmo correndo o risco de ficar mais vulnerável, é preferível aumentar a sua sensibilidade, pois desse modo aumenta-se a intensidade da vida.
Aqueles que possuem uma grande sensibilidade devem ter o cuidado de a preservar sendo comedidos, pois são os excessos que enfraquecem a sensibilidade.
Se lerdes demasiado, por exemplo, o vosso cérebro ficará saturado e perdereis o gosto por pensar.
Para compreender o essencial, não é preciso acumular demasiadas ideias na cabeça.
E na amizade, no amor, também há que estar vigilante e manter certas distâncias.
Aquele que se lança perdidamente nas efervescências do amor acaba por ficar indiferente, já não sente nada.
Para se desenvolver a sensibilidade, é preciso saber diminuir a quantidade e aumentar a qualidade.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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domingo, 16 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.04.2017
Nada no mundo tem um valor superior ou mesmo igual ao da vida, e o nosso primeiro dever é o de preservar a nossa vida, de a proteger, de a tornar mais forte, mais intensa.
A História mostra-nos que houve homens e mulheres que deram a vida para defender certas ideias, para salvar vítimas, pessoas em perigo.
Santos, Profetas e Iniciados também deram a sua vida por uma ideia, para a glória de Deus, e não só não perderam nada, como depois receberam uma vida nova, ainda mais rica, ainda mais bela, porque se tinham sacrificado pelo bem.
Mas, tirando estes casos, que são excepcionais, cada um deve preservar a sua vida, purificá-la, intensificá-la, iluminá-la, pois ela é a fonte, o ponto de partida para todos os outros desenvolvimentos, nos planos físico, afectivo e mental.
A verdadeira ressurreição começa com um trabalho sobre a vida.
No começo, existe a vida e, é depois que vêm a sabedoria, o amor, a beleza, etc., que são outros tantos ramos da árvore primordial, a árvore da vida.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
sábado, 15 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.04.2017
Uma religião é uma forma que o espírito toma para se manifestar.
Ora, nenhuma forma pode permanecer inalterada.
O Cristianismo, que nasceu no Médio Oriente, recebeu desde o início certos elementos das culturas grega e latina; esses elementos juntaram-se aos herdados da religião judaica que, por sua vez, tinha sido influenciada pelas religiões dos países vizinhos: Egipto, Mesopotâmia, etc.
Uma religião nunca nasce do nada, recebe os elementos das religiões anteriores e ela própria se transforma, à medida que se difunde longe do seu lugar de origem.
Assim, os povos da África, da América ou da Ásia que foram convertidos ao Cristianismo mesclaram nele elementos da sua própria cultura.
Quer se queira, quer não, as religiões transformam-se.
Mesmo que os textos sagrados sejam mantidos, existe uma distância cada vez maior entre o que as pessoas lêem e a maneira como elas compreendem e sentem esses textos.
A evolução é a lei da vida, por isso não é sensato querer eternizar, à viva força, as formas de uma religião.
Ora, nenhuma forma pode permanecer inalterada.
O Cristianismo, que nasceu no Médio Oriente, recebeu desde o início certos elementos das culturas grega e latina; esses elementos juntaram-se aos herdados da religião judaica que, por sua vez, tinha sido influenciada pelas religiões dos países vizinhos: Egipto, Mesopotâmia, etc.
Uma religião nunca nasce do nada, recebe os elementos das religiões anteriores e ela própria se transforma, à medida que se difunde longe do seu lugar de origem.
Assim, os povos da África, da América ou da Ásia que foram convertidos ao Cristianismo mesclaram nele elementos da sua própria cultura.
Quer se queira, quer não, as religiões transformam-se.
Mesmo que os textos sagrados sejam mantidos, existe uma distância cada vez maior entre o que as pessoas lêem e a maneira como elas compreendem e sentem esses textos.
A evolução é a lei da vida, por isso não é sensato querer eternizar, à viva força, as formas de uma religião.
sexta-feira, 14 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 14.04.2017
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Todos os seres e todos os objectos que nos rodeiam podem ajudar-nos, mas nunca devemos contar absolutamente com eles.
Uma vez que são exteriores a nós, podem não estar sempre à nossa disposição; num dado momento estão lá, mas no momento seguinte estão noutro sítio, ou então, alguém no-los tira.
O verdadeiro discípulo da Ciência Iniciática aprendeu a procurar em si mesmo aquilo de que necessita para viver na plenitude, pois foi na sua alma e no seu espírito que Deus depositou todas as riquezas.
E, uma vez que elas estão nele, permanecem como sua propriedade.
Evidentemente, a exploração do mundo interior é um empreendimento de grande fôlego que exige esforços quotidianos, mas nenhuma outra coisa pode preencher verdadeiramente o discípulo.
O alimento que ele toma nas regiões sublimes da alma e do espírito sacia-o durante dias e dias, e nada pode tirar-lhe essa sensação de espaço e de eternidade.
quinta-feira, 13 de abril de 2017
O NATAL E A PÁSCOA NA TRADIÇÃO INICIÁTICA
As festas do Natal e da Páscoa, anualmente celebradas em todo o mundo cristão
para comemorar o nascimento e a ressurreição de Jesus, inscrevem-se numa
longa tradição iniciática muito anterior à era cristã.
A sua inserção no ciclo do ano - solstício de Inverno e equinócio da Primavera -,
que realça o seu significado cósmico, ensina-nos que o homem,
por fazer parte do Cosmos,
participa intimamente nos processos de gestação e de eclosão que se desenrolam na Natureza.
O Natal e a Páscoa - o segundo nascimento e a ressurreição - são, na realidade,
duas maneiras diferentes de apresentar a regeneração do homem,
a sua entrada no mundo espiritual.
Capítulo IV (parte) - «SE NÃO MORRERDES, NÃO VIVEREIS»
...
Para ressuscitar e atingir a imortalidade existem vários métodos que nos são revelados pelos símbolos dos dois triângulos, um com a ponta virada para cima e outro com a ponta virada para baixo.
Estes dois triângulos representam os dois processos universais da evolução e da involução; da evolução da matéria e da involução do espírito.
Eles ensinam-nos como devemos elevar-nos até à Divindade, para nos fundirmos nela, ao mesmo tempo que devemos atraí-la para que venha habitar e manifestar-se em nós.
Vós dizeis: «Senhor, já não sou eu que vivo e me manifesto, mas o Teu Espírito em mim.»
Vós perdeis-vos no espaço infinito a fim de que não reste um único átomo de vós e que Ele venha, Ele, o Poderoso, o Grande, o Forte, ocupar o vosso lugar...
É assim que é preciso compreender a morte que nos é pedida do ponto de vista espiritual: não destruís o vosso corpo físico mas unicamente o princípio que, em vós, mantém a morte.
É o «Solve» e «Coagula» dos alquimistas: vós diluís-vos, fundis-vos no espaço, e pedis a Deus, que é a imensidão, que venha encarnar-se em vós.
Compreendeis agora como estes dois triângulos exprimem o processo da ressurreição?
Eles são conhecidos sobretudo pelo nome de hexagrama ou selo de Salomão, mas este símbolo existia muito antes de Salomão.
Evidentemente, a verdadeira ressurreição, total, definitiva, do ser humano, não se faz num instante, mas progressivamente.
Quando acendeis uma vela, ficais a saber que podereis incendiar a Terra inteira, visto que possuís já uma chama.Do mesmo modo, desde o momento em que acendeis uma célula do vosso coração ou do vosso cérebro, pode dizer-se que estais ateados: mesmo que todas as outras células não estejam ainda acesas, podem vir a estar.
Na Páscoa, nas igrejas ortodoxas, o sacerdote acende um círio, depois transmite a chama ao círio do seu assistente, e assim, pouco a pouco, acendendo cada um o seu círio com o do vizinho, em breve toda a igreja está iluminada.
Eis algo que pode produzir-se também em vós: a partir do momento em que acendestes uma célula, todo o vosso corpo pode ser aceso e iluminado, sob a condição, evidentemente, de a natureza inferior não vir opor-se ao processo de regeneração.
A ressurreição definitiva subentende que já se produziram várias ressurreições...
Portanto, caros irmãos e irmãs, é preciso que consigais ressuscitar ao menos uma célula, porque ela é capaz de acender uma outra, a seu lado, e essa, uma outra... e é deste modo que a luz se propagará, pouco a pouco, em todo o vosso ser.
«Se não morrerdes, não vivereis.»
Morrer significa fundir-se no infinito para ceder o lugar ao Senhor, a fim de que seja Ele a vir reinar em vós.
Já não estais agarrados à vossa existência, quereis desaparecer, mas com uma única condição: que seja o próprio Deus que tome o vosso lugar.
E se insistirdes verdadeiramente, Ele é obrigado a capitular, porque utilizais forças da mesma natureza que as Suas.
Ele não pode dizer: «Vejamos, vamos reflectir, vamos estudar como ele viveu no passado.»
Já não há passado, já não há nada: perante semelhante desejo, tudo o resto é apagado, apenas fica a decisão que tomastes hoje.
Enquanto não quiserdes ceder em vós o lugar a um ser superior, nem mesmo ao Senhor, continuareis vulneráveis, fracos, medrosos, infelizes.
Não existe religião mais elevada que o sacrifício: aceitar morrer para viver, para viver uma vida diferente da vossa, para viver a vida de Deus.
Quisestes desaparecer, mas não só desaparecestes, como vos tornastes maiores do que antes.
É isso o verdadeiro heroísmo.
Os verdadeiros heróis são aqueles que não têm medo de desaparecer para serem substituídos pela Divindade.
Agora posso dar-vos um exercício.
Imaginai que vos projectais para as alturas e, ao mesmo tempo que subis, estendei-vos no espaço infinito, diluís-vos na Alma Universal e desapareceis sem receio, sem medo.
Mesmo que tenhais a impressão de ter perdido toda a consciência de vós mesmos, isso não deve inquietar-vos.
E, ao mesmo tempo que vos dissolveis no espaço, pensai que o Espírito Divino desce sobre vós e se instala em vós para aí trabalhar e, é ele que fala, é ele que age, é ele que se manifesta.
Não vos inquieteis com aquilo que se possa passar, vós continuareis a ser vós; apesar de já não serdes vós, não perdeis nada do vossa verdadeira identidade.
Mostrai-me algo no mundo mais significativo do que estas duas palavras: vida e morte.
Não há.
Tudo está contido nestes dois processos: a vida e a morte.
São as duas palavras mais poderosas que existem.
Dizei somente: «a vida» ou «a morte», tudo aí está contido, e as pessoas estremecem ou exaltam-se.
Tudo o resto não é nada a par destas duas palavras.
É preciso morrer para possuir a verdadeira vida, e aquele que quer viver está já a morrer.
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 13.04.2017
A hóstia que o cristão recebe na missa no momento da comunhão tem por função recordar o pão que Jesus, na última refeição que fez com os seus discípulos, lhes deu, dizendo: «Tomai e comei, isto é o meu corpo.»
Uma vez que tem mais ou menos a mesma composição que o pão, a hóstia, materialmente, não proporciona nada mais do que um pedaço de pão, mas foi-lhe atribuída uma função simbólica: ela representa o corpo do Cristo.
O sacerdote, pela sua bênção, transmite a esta hóstia energias espirituais, e o fiel que a recebe, pelo seu lado, deve impregnar-se do seu significado sagrado.
Então, não é o fiel que, em última instância, tem o papel mais importante?
É ele que, pela sua atitude interior, pode anular o que a bênção do sacerdote transmitiu, ou pelo contrário, reforçá-lo, pelo respeito e pela consideração que tem por essa hóstia.
Uma vez que tem mais ou menos a mesma composição que o pão, a hóstia, materialmente, não proporciona nada mais do que um pedaço de pão, mas foi-lhe atribuída uma função simbólica: ela representa o corpo do Cristo.
O sacerdote, pela sua bênção, transmite a esta hóstia energias espirituais, e o fiel que a recebe, pelo seu lado, deve impregnar-se do seu significado sagrado.
Então, não é o fiel que, em última instância, tem o papel mais importante?
É ele que, pela sua atitude interior, pode anular o que a bênção do sacerdote transmitiu, ou pelo contrário, reforçá-lo, pelo respeito e pela consideração que tem por essa hóstia.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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quarta-feira, 12 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 12.04.2017
Se estamos na Terra, é porque há uma razão para isso, senão os Senhores dos Destinos poderiam ter-nos enviado para outro sítio...
Não faltam regiões no Universo que são, certamente, lugares agradáveis para umas férias.
Na realidade, o melhor lugar para se ir é o Sol.
Perguntareis vós: «O Sol?
Mas ficaremos queimados!»
Se lá fordes com o vosso corpo físico, claro que ficareis queimados.
Mas quem disse que devíeis lá ir com o corpo físico?
O corpo físico está adaptado à vida na Terra.
Para irdes aos outros planetas ou ao Sol, tendes outros corpos, outros veículos.
Existem diferentes formas de vida no Universo que correspondem a diferentes aspectos da matéria.
E, embora não possamos ir ao Sol com o nosso corpo físico, podemos lá ir com a nossa alma e o nosso espírito.
Não faltam regiões no Universo que são, certamente, lugares agradáveis para umas férias.
Na realidade, o melhor lugar para se ir é o Sol.
Perguntareis vós: «O Sol?
Mas ficaremos queimados!»
Se lá fordes com o vosso corpo físico, claro que ficareis queimados.
Mas quem disse que devíeis lá ir com o corpo físico?
O corpo físico está adaptado à vida na Terra.
Para irdes aos outros planetas ou ao Sol, tendes outros corpos, outros veículos.
Existem diferentes formas de vida no Universo que correspondem a diferentes aspectos da matéria.
E, embora não possamos ir ao Sol com o nosso corpo físico, podemos lá ir com a nossa alma e o nosso espírito.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
terça-feira, 11 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 11.04.2017
Como as consequências das suas maneiras de pensar e agir não são imediatas, os humanos raramente conseguem discernir o que causou as suas infelicidades.
Quando eles se deixam levar pelas desordens interiores ou cometem actos repreensíveis, é raro serem imediatamente atingidos por catástrofes; sentem-se como antes e, por vezes, até melhor do que antes!
Por que é que a Inteligência Cósmica fez assim as coisas?
Para dar aos seres humanos o tempo e as possibilidades de eles tomarem consciência dos seus erros e de os repararem.
Em vez de deixar a lei das causas e das consequências agir imediatamente, com a sua sabedoria e o seu amor, ela faz com que eles tenham tempo para reflectir e rectificar o seu comportamento.
Um homem transgride algumas regras da vida social: por exemplo, não declara correctamente os seus rendimentos.
Só alguns meses ou alguns anos depois é que o fisco lhe pedirá contas e, enquanto espera pela decisão sobre o caso, ele ainda tem tempo para saldar a sua dívida.
Passa-se o mesmo na vida interior, e esta possibilidade que foi dada ao homem de rever as situações e de as corrigir é um aspecto da sabedoria e do amor divinos.
Quando eles se deixam levar pelas desordens interiores ou cometem actos repreensíveis, é raro serem imediatamente atingidos por catástrofes; sentem-se como antes e, por vezes, até melhor do que antes!
Por que é que a Inteligência Cósmica fez assim as coisas?
Para dar aos seres humanos o tempo e as possibilidades de eles tomarem consciência dos seus erros e de os repararem.
Em vez de deixar a lei das causas e das consequências agir imediatamente, com a sua sabedoria e o seu amor, ela faz com que eles tenham tempo para reflectir e rectificar o seu comportamento.
Um homem transgride algumas regras da vida social: por exemplo, não declara correctamente os seus rendimentos.
Só alguns meses ou alguns anos depois é que o fisco lhe pedirá contas e, enquanto espera pela decisão sobre o caso, ele ainda tem tempo para saldar a sua dívida.
Passa-se o mesmo na vida interior, e esta possibilidade que foi dada ao homem de rever as situações e de as corrigir é um aspecto da sabedoria e do amor divinos.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 10.04.2017
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Aspirais à liberdade?
Então, seja o que for que vos aconteça, não vos deixeis perturbar nem desanimar, fazei com que o vosso espírito retome, pouco a pouco, o domínio da situação, pois só o espírito é verdadeiramente livre, ele plana acima dos acontecimentos.
Quando devolveis ao espírito o seu lugar em vós, algo vos diz que nenhum obstáculo, nenhuma provação, pode fazer-vos perder o equilíbrio, a paz, o amor.
E, como as experiências luminosas que fizestes antes vos ensinaram os valores com os quais podeis contar, agarrai-vos a essas experiências, não duvideis do que vivestes de belo e de grandioso, levai-o como um viático para o caminho difícil que ireis percorrer.
Quando a tormenta tiver passado, aperceber-vos-eis de que aquilo que poderia ter-vos feito desanimar, pelo contrário, reforçou-vos.
sábado, 8 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 09.04.2017
Para a maioria dos humanos, amar significa pedir, exigir, reclamar.
Sim, tradução literal!
É assim que eles se comportam em relação ao Senhor, e fazem o mesmo com as pessoas que dizem amar: perseguem-nas com as suas exigências e, seja o que for que lhes dêem, ficam sempre insatisfeitos.
Quereis mais um critério para saber se amais realmente um ser?
Se não tendes nada a exigir dele, se o vosso único desejo é agradecer-lhe e agradecer ao Céu simplesmente porque esse ser existe - sim, só porque ele existe -, podeis estar certos de que o amais.
Senão, chamai aos vossos sentimentos aquilo que quiserdes mas, seguramente, não será amor.
Sim, tradução literal!
É assim que eles se comportam em relação ao Senhor, e fazem o mesmo com as pessoas que dizem amar: perseguem-nas com as suas exigências e, seja o que for que lhes dêem, ficam sempre insatisfeitos.
Quereis mais um critério para saber se amais realmente um ser?
Se não tendes nada a exigir dele, se o vosso único desejo é agradecer-lhe e agradecer ao Céu simplesmente porque esse ser existe - sim, só porque ele existe -, podeis estar certos de que o amais.
Senão, chamai aos vossos sentimentos aquilo que quiserdes mas, seguramente, não será amor.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 08.04.2017
Por que é que se deu uma imagem do Senhor ocupado dia e noite a vigiar os humanos e a anotar num caderninho os erros que eles cometem, abertamente ou em segredo?
Na realidade, o Senhor não se ocupa dos erros dos humanos, Ele passa o tempo em banquetes, alimentando-se de néctar e de ambrósia, e todos os anjos rejubilam com ele, cantando e tocando os seus instrumentos.
Questionareis vós: «Então, o que é que se passa quando nós cometemos erros?»...
É muito simples.
Se os humanos tiveram a ideia de fabricar máquinas que fazem registos, é porque já existem máquinas análogas na Natureza e, portanto, também as há neles mesmos.
E essas "máquinas" registam os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus actos.
Quando eles ultrapassam os limites, seja em que domínio for, desencadeia-se um mecanismo e eles perdem qualquer coisa, no plano físico, no plano do sentimento ou no plano do pensamento.
E é isso o castigo.
Não é Deus que nos castiga.
Pelo contrário, Deus está sempre pronto a receber-nos nos banquetes celestes.
Na realidade, o Senhor não se ocupa dos erros dos humanos, Ele passa o tempo em banquetes, alimentando-se de néctar e de ambrósia, e todos os anjos rejubilam com ele, cantando e tocando os seus instrumentos.
Questionareis vós: «Então, o que é que se passa quando nós cometemos erros?»...
É muito simples.
Se os humanos tiveram a ideia de fabricar máquinas que fazem registos, é porque já existem máquinas análogas na Natureza e, portanto, também as há neles mesmos.
E essas "máquinas" registam os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus actos.
Quando eles ultrapassam os limites, seja em que domínio for, desencadeia-se um mecanismo e eles perdem qualquer coisa, no plano físico, no plano do sentimento ou no plano do pensamento.
E é isso o castigo.
Não é Deus que nos castiga.
Pelo contrário, Deus está sempre pronto a receber-nos nos banquetes celestes.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 07.04.2017
Raízes, um tronco e ramos não são suficientes: uma árvore só é verdadeiramente uma árvore a partir do momento em que o espírito universal trabalha sobre ela para que produza folhas, flores e frutos.
Acontece o mesmo connosco, seres humanos.
Nós possuímos um estômago, pulmões, um cérebro, mas é isso suficiente para se dizer que somos seres plenamente desenvolvidos?
Não.
Tal como as raízes, o tronco e os ramos da árvore, os nossos órgãos são apenas suportes materiais sobre os quais o espírito deve trabalhar para fazer nascer as folhas, as flores e os frutos.
Simbolicamente, as folhas representam a actividade do estômago, as flores, a dos pulmões e, os frutos, a do cérebro.
A descida do espírito ao homem é comparável à chegada da primavera, que dá à árvore a possibilidade de exprimir todas as riquezas que tem em si.
Acontece o mesmo connosco, seres humanos.
Nós possuímos um estômago, pulmões, um cérebro, mas é isso suficiente para se dizer que somos seres plenamente desenvolvidos?
Não.
Tal como as raízes, o tronco e os ramos da árvore, os nossos órgãos são apenas suportes materiais sobre os quais o espírito deve trabalhar para fazer nascer as folhas, as flores e os frutos.
Simbolicamente, as folhas representam a actividade do estômago, as flores, a dos pulmões e, os frutos, a do cérebro.
A descida do espírito ao homem é comparável à chegada da primavera, que dá à árvore a possibilidade de exprimir todas as riquezas que tem em si.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
quinta-feira, 6 de abril de 2017
RUMO AO REINO DA PAZ
Capítulo I - PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DA PAZ
Continuação (5)
A maior parte dos humanos só se interessa pelo que é passageiro, ilusório e, lhe trará decepções e desgostos.
Mas é-lhes difícil compreender isso.
Para o compreender é necessário sofrer, sofrer, ficar decepcionado...
É necessário chegar bem ao fundo, ao desespero, para se compreender que aquilo que se desejava não trazia nem a paz, nem a plenitude, nem a glória, nem o poder; nada.
Mas é impossível explicar isto a todos os que são ainda muito jovens.
É preciso ser idoso, muito idoso, interiormente ou exteriormente, para se ligar somente às riquezas eternas.
Os que são jovens ainda brincam com as bonecas, os soldados de chumbo e os castelos de areia; a sua idade não lhes permite preocuparem-se com questões sérias, mas, quando amadurecem, abandonarão tudo por realizações grandiosas e conhecerão a paz.
A paz apenas se instala quando todas as células se puserem a vibrar em uníssono com uma ideia sublime e desinteressada.
É por isso que os sábios têm razão ao dizer que não podeis conhecer a paz enquanto não introduzirdes nas vossas células, em todo o vosso ser, pensamentos de amor, isto é, a misericórdia, a generosidade, o perdão, a abnegação.
Não podeis, porque só estes pensamentos trazem a paz.
Quando tendes alguma coisa a censurar ao vosso vizinho, quando não conseguis perdoar-lhe e matais a cabeça tentando descobrir um modo de vos vingardes... ou então, se alguém vos pediu dinheiro emprestado e estais sempre a pensar que ele tem de vo-lo devolver, não podeis ter paz; estes pensamentos são demasiado pessoais, demasiado egoístas.
E mesmo que estejais tranquilos por alguns minutos, por algumas horas, isso não é ainda a paz, é um pouco de repouso, uma acalmia (mesmo os maus podem ter esta paz) e, em seguida sois novamente surpreendidos pelos vossos tormentos e angústias.
A verdadeira paz é um estado espiritual que não se pode perder depois de se o ter obtido.
Quando tendes o desejo de cumprir a vontade de Deus, isto é, de vos tornardes um benfeitor da humanidade, de amar todos os homens, de os servir, de lhes perdoar, esta ideia faz vibrar em uníssono todas as partículas do vosso ser e nesse momento podeis experimentar a paz.
E essa paz, quando conseguirdes obtê-la, seguir-vos-á por toda a parte: havei-la sentido ontem, hoje ela mantém-se todo o dia... e no dia seguinte, logo ao despertar, de novo ela vos espera.
Ficais admirados ao constatar que nem sequer tendes necessidade de fazer esforços para a encontrar.
Antes, para vos acalmar, éreis obrigados a concentrar-vos durante muito tempo a orar, a cantar ou até a tomar tranquilizantes; agora, isso já não é necessário, a paz está presente em vós.
Trabalhai pois, durante muito tempo sobre esta ideia de amar, de fazer o bem, de tudo perdoar... até ela se tornar tão poderosa que impregne todas as vossas células, que começarão a vibrar em uníssono com ela.
Então, a paz não vos deixará mais, e mesmo que alguns acontecimentos venham perturbar-vos, olhando para dentro de vós descobrireis que a paz ainda lá se encontra, apesar de tudo.
Porque já não é como antes, um apaziguamento, uma calma fabricada, imposta, que só dura o tempo dos vossos esforços para a manter...
É um estado que, por assim dizer, faz parte de vós.
Já vistes as feras?
Enquanto o domador está ali, elas fingem que se entendem, mas, logo que ele se afasta, lançam-se novamente umas contra as outras para se despedaçar!
E as crianças numa sala de aula?
Enquanto o professor está lá, elas estão sossegadamente nos seus lugares mas, logo que este sai, as crianças agitam-se, gritam e brigam.
Acontece o mesmo com as células do organismo: enquanto fazeis esforços para as dominar, elas aceitam acalmar-se um pouco, mas se vos ausentardes, isto é, se estiverdes a pensar noutra coisa qualquer, os problemas recomeçarão.
É necessário, pois, ocupar-se delas, torná-las sensatas, lavá-las, alimentá-las, como se fossem crianças vossas alunas.
Sim, e quando tiverdes conseguido instruí-las, quando elas souberem fazer muito bem o seu trabalho sem querelas nem discussões, então a paz estará instalada.
Em qualquer caso, não penseis que, pelo facto de mudardes de apartamento, de amigos, de profissão, de livros, de país, de religião... ou de mulher, tereis a paz.
A paz não depende dessas mudanças.
Uma pequenina tranquilidade, umas tréguas, sim, mas logo a seguir, lá onde estiverdes, outros tormentos virão assaltar-vos, porque não compreendestes que a paz depende unicamente de uma maneira de pensar, de sentir e de agir.
Mudai isso e, ainda que permaneçais nos mesmos lugares, com as mesmas dificuldades, tereis paz.
Porque a paz não depende exclusivamente das condições exteriores, ela vem de dentro e jorra, invade-nos, apesar das turbulências e das trepidações do mundo inteiro.
É como um rio que vem de cima.
E quando possuís esta paz sois capazes de a derramar, de a espalhar, como algo real, vivo; fazeis um trabalho sobre o mundo inteiro, transmitindo esta paz aos outros.
Actualmente há tantas pessoas que dizem que trabalham para a paz no mundo!
Mas, na realidade, elas nada fazem para que esta paz se instale verdadeiramente.
Não passam das palavras...
Criam associações a favor da paz, mas é para se evidenciarem, para serem convidadas, para receberem condecorações; a sua vida não é uma vida para a paz.
Elas nunca pensaram que, em primeiro lugar, são todas as células do seu corpo, todas as partículas do seu ser físico e psíquico, que devem viver segundo as leis da paz e da harmonia a fim de emanarem essa paz para a qual elas dizem que pretendem trabalhar.
Enquanto escrevem sobre a paz, enquanto se reúnem para falar da paz, continuam a alimentar guerra em si próprias, porque estão constantemente prontas a lutar contra uma coisa ou outra.
Que paz podem elas trazer, afinal?
A paz, o homem deve instalá-la primeiro em si próprio, nos seus actos, nos seus sentimentos, nos seus pensamentos.
Só então ele trabalha verdadeiramente para a paz.
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 06.04.2017
Vós olhais para um balão, preso por um fio: ele quer elevar-se para o céu, mas continua atado ao solo...
Tal como este balão, existe em cada ser humano algo que aspira a escapar-se, a elevar-se livremente nos ares, mas que está retido por laços.
Pois bem, ele deve esforçar-se por afrouxar ou desatar tais laços pouco a pouco, para corresponder a esse desejo profundo, eterno, inscrito na sua alma: o de se lançar para a imensidão de luz e de paz onde teve a sua origem.
É esta recordação, muitas vezes vaga, confusa, de uma pátria longínqua, de uma pátria perdida, que alimenta a fé na maioria dos humanos.
Eles trazem inconscientemente neles os traços indeléveis de um passado muito longínquo em que viviam no seio do Eterno e sentem a nostalgia desse passado.
Tal como este balão, existe em cada ser humano algo que aspira a escapar-se, a elevar-se livremente nos ares, mas que está retido por laços.
Pois bem, ele deve esforçar-se por afrouxar ou desatar tais laços pouco a pouco, para corresponder a esse desejo profundo, eterno, inscrito na sua alma: o de se lançar para a imensidão de luz e de paz onde teve a sua origem.
É esta recordação, muitas vezes vaga, confusa, de uma pátria longínqua, de uma pátria perdida, que alimenta a fé na maioria dos humanos.
Eles trazem inconscientemente neles os traços indeléveis de um passado muito longínquo em que viviam no seio do Eterno e sentem a nostalgia desse passado.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
quarta-feira, 5 de abril de 2017
RUMO AO REINO DA PAZ
Capítulo I - PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DA PAZ
Continuação (4)
A paz, a verdadeira paz, é impossível perdê-la.
Podem surgir de tempos a tempos algumas agitações, mas não passam de movimentos superficiais: interiormente, profundamente, a paz está lá.
É como o oceano cuja superfície está sempre agitada pelas vagas e pela espuma, mas longe da superfície, nas profundezas, reina a paz.
Quando conseguirdes introduzir a verdadeira paz em vós, as perturbações que possam ocorrer no exterior já não vos perturbarão, porque vos sentireis protegidos como se estivésseis numa fortaleza.
O Salmo 91 diz: «Pois Tu és o meu refúgio, ó Eterno!
Tu fazes do Altíssimo o teu retiro.»
Este retiro é o Eu superior.É quando conseguis atingir este ponto, o cume do vosso ser, que conheceis a paz.
Esta paz é uma sensação divina, inexprimível.
Mas, antes de chegar a este estado, quantas vitórias tereis de alcançar sobre as vossas tendências inferiores!
A paz provém, pois, duma harmonia, duma consonância absoluta entre todos os factores e todos os elementos que constituem o ser humano.
Mas acrescentarei ainda isto: esta harmonia só poderá existir quando todos esses elementos estiverem purificados.
Se eles não se harmonizarem é porque neles se introduziram impurezas.
Quando um homem tomou um alimento que não lhe era conveniente, não se sente bem, fica irritável; mas, se ele tomar uma purga, a coisa melhorará muito!
As impurezas destroem a paz.
Por isso, para se obter a paz, a primeira coisa a fazer é trabalhar para se purificar, para eliminar todos os materiais que entravam o bom funcionamento do intelecto, do coração e da vontade.
Um verdadeiro Iniciado compreendeu uma única coisa: que o essencial é tornar-se puro, puro como um lago da montanha, puro como o céu azul, puro como o cristal, puro como a luz do sol...
Com esta pureza ele poderá obter tudo o resto.
É evidente que não se pode realizar tão facilmente a pureza mas, pelo menos, é preciso compreendê-la, em seguida amá-la e desejá-la com todas as fibras do seu ser e, finalmente, tentar realizá-la.
Ficai sabendo que, quando se produzem desordens no vosso corpo físico, no vosso coração ou no vosso pensamento, isso acontece porque absorvestes elementos impuros, e "impuros" pode significar muito simplesmente: estranhos.
As impurezas são materiais indesejáveis, porque são estranhos ao organismo humano.
Estes materiais talvez não sejam impuros em si, mas são considerados impuros porque a sua presença no organismo provoca perturbações.
São, pois, nocivos e, deveis desembaraçar-vos deles.
Se estais doentes ou atormentados é porque permitistes que uma impureza se introduzisse em vós, sob a forma de um pensamento, de um sentimento ou de qualquer outra coisa.
Cada impureza, seja no plano mental, no plano astral ou no plano físico, traz perturbações; e quando digo "perturbações" refiro-me ainda ao mal menor, porque as impurezas podem produzir também o envenenamento, a intoxicação e até a morte.
É necessário pois, purificar-se em todos os planos: no plano físico pelos banhos, pelas purgas, pelas lavagens, pelo jejum, etc., e no plano psíquico pela oração, pela meditação e outros exercícios espirituais.
Só assim obtereis a verdadeira paz.
Só quando conseguir ter a capacidade de vigilância necessária para manter intacto o seu reino, esse reino que ele próprio representa, é que o homem obterá uma paz estável e duradoura.
E o que será esta paz?
Uma felicidade indescritível, uma sinfonia ininterrupta, um estado de consciência sublime em que todas as células estão banhadas num oceano de luz, nadam nas águas vivas a alimentam-se da ambrósia...
Ele vive então numa tal harmonia que todo o Céu se reflecte nele, e começa a ver todos os esplendores que nunca vira antes, porque estava demasiado perturbado, demasiado agitado e, o seu olhar interior, e mesmo o exterior, não se fixavam nas coisas para as ver.
Só a paz permite ver e compreender a presença das realidades subtis e, é por isso que os Iniciados, que conseguiram experimentar a paz verdadeira, descobrem as maravilhas do Universo.
Continua
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