A LEI DE CAUSA E EFEITO
II
Continuação
Presentemente, os homens precisam de um saber sólido, completo, verídico, irrefutável e, é esse conhecimento que eu vos trago. Vá, experimentai negar que se colhe o que se semeou!
Claro que todos estão convencidos da veracidade desta lei, mas apenas no plano físico.
Porém, isso não basta.
Se forem mais longe, mais alto, continuarão a encontrar esta lei, porque o mundo é uma unidade: em todas as categorias, em todos os níveis se encontram os mesmos fenómenos, mas sob formas diferentes e cada vez mais subtis.
Tudo o que existe sobre a terra também se encontra na água, e tudo o que existe na água encontra-se igualmente no ar, etc...
Os quatro elementos obedecem às mesmas leis mas, dado que não são da mesma essência nem da mesma densidade, verificam-se, de uns para outros, algumas diferenças na aplicação das leis.
Reagem mais ou menos rapidamente, mais ou menos violentamente, mas são exactamente os mesmos princípios que os dirigem.
O mundo mental do homem, por exemplo, corresponde ao ar: pois bem, encontram-se nele os mesmos turbilhões e as mesmas correntes que existem na atmosfera, mas sob a forma, mais subtil, de ideias e pensamentos.
As leis do mundo psíquico são idênticas às leis da Natureza.
Quando um hortelão não vê crescer aquilo que não semeou, ele é justo, honesto, não se revolta, não se põe aos gritos; diz simplesmente: «Que queres, meu velho, já que não tiveste tempo de semear cenouras, não terás cenouras.
Mas terás alfaces, salsa e cebolas, visto que as semeaste.»
Aparentemente, os homens são muito instruídos no campo da agricultura.
Sim, quando se trata de frutos e legumes, são conhecedores, mas logo que se trate do domínio da alma, do pensamento, já não sabem nada e pensam que vão colher a felicidade, a alegria ou a paz mesmo que semeiem a violência, a crueldade e a malvadez.
E se, nessa altura, eles se excitam, se ficam furiosos, revoltados, isso prova que não são bons agricultores!
A primeira regra da moral é nunca vos deixardes arrastar por um pensamento, um sentimento ou um acto que seja perigoso ou nocivo para os outros, pois sereis obrigados a colhê-lo e a «comê-lo», e se ele for um veneno vós sereis os primeiros a ficar envenenados!
Quando considerardes isto como regra absoluta, começareis a aperfeiçoar-vos.
Eu sei perfeitamente que aquilo que, muitas vezes, impede os homens de compreender é a demora com que as leis se manifestam: nem o bem nem o mal vêm imediatamente.
Um homem não pára de transgredir as leis e tudo continua bem para ele, enquanto outro, que é honesto, que pratica o bem, só encontra dificuldades; então, evidentemente, todos concluem daí que não existe justiça.
Os homens não conhecem a razão desta demora nas recompensas e nos castigos.
Questionam-se e dizem para consigo: «Se as leis agissem mais rapidamente seria melhor, porque seríamos imediatamente punidos ou recompensados, e compreenderíamos.»
Pois bem, eu conheço a razão desta demora.
Ela mostra a bondade e a clemência da Inteligência Cósmica, que quer dar tempo aos homens para fazerem experiências, para reflectirem e até para se arrependerem, para se tornarem melhores e apagarem os seus erros.
Se as leis viessem castigar-nos imediatamente pelas nossas faltas seríamos aniquilados, nem sequer poderíamos aperfeiçoar-nos.
Por conseguinte, o Céu dá-nos tempo enviando-nos de vez em quando alguns inconvenientes para nos fazer reflectir e, assim temos a possibilidade de reparar os nossos erros.
Continua
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