MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Continuação - (parte 3)
E que é, então, a Iniciação?
É o caminho que nós devemos percorrer para atrair a nossa alma divina, a fim de que ela se instale e habite em nós (também se diz o Eu superior).
Esta alma divina possui três cambiantes: é conhecimento puro, amor puro e poder puro; ela é a imagem da Santíssima Trindade.
Também aqui na terra, nós somos uma trindade que pensa, que sente e que age; mas esta trindade é demasiado ordinária, não passa de um reflexo da Trindade celeste, a qual aguarda que nós possamos juntar-nos a ela, porque um dia, esta fusão terá que se produzir.
Os Iniciados esconderam o sentido desse acontecimento no selo de Salomão, símbolo de uma grande profundeza, mas que não foi inventado por Salomão porquanto já existis milhares de anos antes dele.
Com efeito, os Iniciados resumem em símbolos todos os seus conhecimentos: em lugar de transportar toda uma floresta - o que seria muito difícil e penoso - eles preferem possuir grãos, sementes e, com algumas sementes que plantam e regam fazem reaparecer toda a floresta.
É por isso que eles procuram ter esses grãos, e os grãos são os símbolos, isto é, a quinta-essência de tudo aquilo que é o mais importante.
Com algumas figuras geométricas, os Iniciados podem restabelecer esse saber prodigioso e milenar que as pessoas da ciência oficial não quiseram decifrar, pensando que se tratava de idiotices.
Se um dia eles conseguissem decifrar alguns desses símbolos: a serpente que morde a própria cauda, por exemplo, ou o quadrado ou a cruz, ou o círculo com o ponto, que prodigiosa ciência eles descobririam!
Mas voltemos à questão das almas.
Portanto, no plano inferior, nós somos três almas reunidas numa alma individual e que devem, um dia, unir-se às três almas do plano superior.
Todas as peripécias da nossa vida, os sofrimentos, as ilusões, as decepções, as procuras, as aspirações, etc..., são-nos dadas unicamente para que nós possamos reencontrar-nos.
Porque é que o Senhor arranjou as coisas desta maneira?
Estas duas partes, inferior e superior, de nós mesmos, devem juntar-se para realizar alguma coisa de concreto e para que o Céu e a terra se unam na plenitude, na abundância e na alegria.
Trabalha-se, estuda-se, lê-se, ama-se, detesta-se, luta-se unicamente para reencontrar alguma coisa que se perdeu, reencontrar o outro lado da sua existência.
Mas este reencontro não é possível senão para alguns seres excepcionais que compreenderam e, que estudam, oram, meditam e trabalham nesse sentido: os Iniciados, os Mestres, etc...
Eles não pensam senão em reencontrar-se, em realizar-se e atrair a sua alma divina para que esta se manifeste na plenitude.
Durante anos e anos, através de abluções, de purificações, de trabalhos, de meditações, de orações, de privações e de sacrifícios eles preparam o terreno para atrair a sua alma divina, a sua alma celeste, quer dizer, o seu Eu superior que é o seu Eu divino; e quando o conseguem, diz-se que receberam o Espírito Santo.
A partir desse momento eles sabem tudo, podem tudo, porque não são eles, mas sim a sua alma, quem vê, e pode, ao passo que a alma animal, a alma emocional e a alma intelectual, não têm a possibilidade de tudo saber, de tudo poder, de tudo penetrar.
Continua
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