MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Continuação - (parte 8)
Se acreditardes em mim, conseguireis grandes realizações.
Mas, tal como vos disse, deveis observar-vos constantemente.
A cada minuto do dia, e mesmo durante a noite, deveis saber o que entra em vós e o que sai; saber quais os pensamentos, os desejos e os sentimentos que vos invadem e, ao mesmo tempo, aquilo que vos deixa, aquilo que perdeis.
É preciso estar-se consciente.
«Para que é que isso serve?», direis vós.
Mas, isto é toda uma ciência que começa a abrir-se diante de vós...!
Vós aprendeis em vós próprios a realidade das coisas, vós observais se avançais ou se recuais, se aquilo que entra em vós é bom ou mau, luminoso ou tenebroso, harmonioso ou caótico.
Se a consciência não estiver desenvolvida, não damos por nada do que se passa.
Por vezes, perguntamos a outra pessoa: «em que é que estais a pensar?»
E ela responde: «não sei.»
Ela é atravessada por pensamentos dos quais não tem consciência.
É como num lugar público: entra-se e sai-se e ninguém sabe quem entra e quem sai.
Como quereis vós que um ser assim seja senhor da situação?
Ele será sempre vencido, estará sempre por terra.
Se algo de magnífico, de divino vos invade, deveis conhecer a sua cor e de que região vem, a fim de o poderdes classificar; é nessa medida que progredis.
Num ensinamento espiritual não há lugar para seres inconscientes.
Por isso vos digo: «Vigiai-vos, analisai-vos a cada instante!»
E admitamos que haveis vivido momentos sublimes, que haveis sido envolvidos por turbilhões de inspiração e de êxtase, mas que agora já não viveis esses estados.
Ora, eu disse-vos numa outra conferência que vós tendes uma discoteca interior onde tudo fica gravado.
Portanto, é necessário procurar nela o disco desse momento maravilhoso, isto é, restabelecer pelo pensamento as mesmas condições, a fim de reproduzir os mesmos efeitos.
Após algum tempo, vós vivereis as mesmas emoções, restabelecereis quase aquilo que haveis vivido e podereis repeti-lo tantas vezes quantas quiserdes.
Deste modo fazeis um trabalho muito positivo sobre vós mesmos, porque procurais sempre aquilo que é construtivo; é, pois, um bom trabalho.
Quando certos seres viveram algures um grande amor e regressam a esse local, mesmo muito tempo depois, eles recordam os momentos que aí viveram e são tomados pelas mesmas emoções.
Isto prova que alguma coisa estava gravada neles.
Nesses lugares, eles voltaram a encontrar as mesmas sensações, talvez menos intensas, porém da mesma natureza.
E outros, quando se aproximam de certos lugares sinistros onde passaram tormentos, foram espancados ou torturados, são invadidos pelas mesmas emoções de medo e horror.
Isso prova que todas as impressões se registam no subconsciente e que um dia podemos recordá-las.
Agora se quereis fazer um grande trabalho sobre vós mesmos, tratai de recordar os melhores momentos da vossa existência e vivei com esses momentos; repeti-os.
Ora, o que fazem, em geral, os humanos?
Põem sempre os mesmos discos, mas são discos negativos: as suas doenças, as suas infelicidades, as injustiças que sofreram, etc..., é disto que eles vos falam constantemente.
São uns ignorantes, que desse modo caem sempre no lado negativo e destroem alguma coisa neles próprios.
O mais importante para o discípulo é compreender que deve fazer um trabalho sobre ele mesmo, observar-se, estar vigilante, acordado, para saber a cada momento aquilo que se passa em si, saber exactamente, e sem se enganar, o que é diabólico e o que é divino.
Trabalhando conscientemente desta maneira, tendo um ideal muito elevado, o discípulo liga-se a entidades e a inteligências sublimes, que um dia se vêm instalar nele e torná-lo capaz de assumir tarefas pesadas, de resolver problemas, de triunfar sobre numerosas dificuldades e de se tornar, finalmente, um filho de Deus.
É necessário ligar-se sempre ao que é superior, ao que é divino.
Jesus dizia: «Se alguém me ama, guardará a minha palavra e o meu Pai amá-lo-á, dele faremos a nossa morada.»
E em todos os Livros Sagrados da humanidade está escrito que espíritos luminosos vieram habitar naqueles que os tinham chamado, que a eles se tinham ligado.
Continua
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