Continuação - (parte 7)
Sem se conhecer a existência de todas estas almas, nada se explica.
Ou até se nega a existência da alma.
Tomemos o caso de Swedenborg que, inicialmente não era um clarividente.
Ele era um erudito naturalista sueco que comia, bebia e se divertia.
Mas um dia, apareceu-lhe um anjo que lhe deu uma bofetada e lhe disse:
- «Até quando vais continuar assim?
Tu tens outras coisas a fazer, deves mudar a tua vida.»
Ele aceitou, acreditou nesse anjo; mudou, e tornou-se clarividente.
Mas também existem casos em que se pode perder a clarividência; era-se clarividente e já não se é.
O que é que se passou?...
De igual modo, certas pessoas tinham o poder de curar e perderam-no; e outras ouviam vozes e um dia deixaram de ouvi-las.
Por conseguinte, pode-se ganhar ou perder essas faculdades; fisicamente, o homem é sempre o mesmo e, no entanto, perdeu algo de imponderável mas essencial.
Como se explica isso?
Eu não vos apresento aqui teorias que são o resultado de apalpadelas ou devaneios filosóficos.
Sempre existiram clarividentes.
Eles viam, por exemplo, como é que um espírito tenebroso se aproximava de uma pessoa e se precipitava nela para a aniquilar; ou então, como é que um espírito luminoso entrava num homem e quais eram as manifestações desse ser extraordinário, nobre e grande.
Isto não são suposições, mas sim constatações feitas por grandes clarividentes, porque tudo isto se pode ver.
E quando Jesus expulsava os demónios, ele via-os.
Recordai a história do possesso gadareno: Jesus perguntou ao espírito impuro: «qual é o teu nome?
- Legião é o meu nome, respondeu ele, porque nós somos vários.»
Então, Jesus mandou-os sair.
Mas eles suplicaram-lhe para não serem expulsos da região e os deixarem entrar nos porcos.
Ele concedeu-lhes isso e, então os porcos ficaram de tal modo agitados que se precipitaram para o mar e, afogaram-se.
Encontramos as mesmas narrativas entre os Tibetanos, os Hindus, os Japoneses, os Egípcios, os Caldeus e, em todos os Livros Sagrados, na Bíblia, nos Evangelhos e na Cabala...
Os cabalistas dizem igualmente que o homem possui várias almas, às quais eles chamam Dibcuks.
À alma inferior, astral, chamam-lhe Néphesh; à alma intelectual, Rouah e, às outras, Neschamah, Hayah e Iéhida.
Portanto, todos os Iniciados estão de acordo neste ponto.
Quanto aos Hindus, eles não falaram abertamente de almas, mas sim de corpos.
Porquê?
Segundo a ciência, toda a partícula de matéria possui uma energia: esta energia é o princípio masculino e a matéria é o princípio feminino.
O corpo físico, que é matéria, possui também uma energia e, é esta energia que se chama alma.
Mas como, na realidade, o homem é constituído por vários corpos, cada um possui uma alma: para o corpo físico é a alma instintiva; para o corpo astral, a alma emocional e para o corpo mental, a alma intelectual.
Para os corpos causal, búdico e átmico existem ainda três almas superiores.
Cada corpo contém a sua alma; o corpo é o continente e a alma o conteúdo.
Os dois são inseparáveis.
A própria Natureza, o Cosmos, é um corpo, o corpo de Deus, mas tem uma alma: é a Alma Universal que o preenche.
Tudo isto é claro e límpido.
Foram os humanos que complicaram as coisas porque lhes falta o conhecimento.
Mas para mim, para nós, isto é clarissímo, é muito simples: existem tantas almas como corpos.
Diz-se, por vezes, acerca de alguém: «Que alma diabólica!»
Como explicar isto?
Quando o corpo astral é realmente impuro, infiltra-se nele uma alma diabólica que não pensa senão em estragar, em destruir.
O homem pode igualmente ser diabólico no plano mental, se o seu corpo mental abrigar uma alma intelectual diabólica e infernal que faz projectos e cálculos para tudo envenenar!»
E o contrário também é possível.
Quando o homem sabe que pode melhorar tudo nele e trabalha para o conseguir, pouco a pouco, atrai a sua alma divina e tudo nele se harmoniza, tudo vibra em uníssono com a Inteligência Cósmica, da qual ele se torna um condutor, um servidor.
Será isso verdadeiramente possível?
Sim, é possível!
No passado, muitos seres conseguiram atrair entidades luminosas das regiões sublimes e, assim tornaram-se condutores da luz.
E por isso, aqui estou eu, para vos encorajar, para vos iluminar, para vos libertar, para vos dizer que vós tendes grandes possibilidades.
Aquilo que eu vos revelo é uma Ciência Absoluta, uma ciência verídica que vós podereis verificar.
Abandonai-vos ao lado inferior e depois vereis as forças diabólicas que se manifestarão através de vós...
Já vimos milhares de vezes.
Porquê, então, continuar a duvidar e esperar que a ciência se pronuncie sobre a existência da alma?
Portanto, e em resumo, o homem representa uma unidade na qual vivem duas naturezas diferentes.
A primeira, a personalidade, contém a trindade inferior: os instintos, os sentimentos, os pensamentos.
A segunda, a individualidade, contém a trindade superior: a inteligência pura e intuitiva, o sentimento sublime que é amor, felicidade e sacrifício, e a vontade divina que é a Omnipotência Criadora.
A filosofia hindu ensina que estas três manifestações sublimes habitam nos três corpos a que dá os nomes de: corpo causal, corpo búdico e corpo átmico.
O selo de Salomão é também uma representação destas duas naturezas, superior e inferior, pois é constituído por dois triângulos entrelaçados, em que o primeiro (o que tem a ponta virada para baixo) é o símbolo do espírito, e o segundo (com a ponta virada para cima) é o símbolo da matéria.
Continua
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