sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Brochura Nº. 3 - O SER HUMANO E AS SUAS DIFERENTES ALMAS

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Continuação - (parte 5)


Até à idade de trinta anos, Jesus não tinha encontrado ainda o seu Eu superior, mas aos trinta anos, após um grande trabalho espiritual, recebeu a sua alma divina, o Espírito Santo.
Esta alma divina vive de tal modo alto que, instantaneamente, comunica ao homem o conhecimento do passado e do futuro, e dá-lhe todos os poderes.
Eis a razão porque o Espírito Santo dava o poder de falar línguas desconhecidas, o poder de curar, de caminhar sobre serpentes, de profetizar; é porque ele possui qualidades superiores.
Tomemos agora o caso mais simples de um virtuoso que dá um concerto.
Por vezes, a sua execução é de tal modo vulgar, que o público permanece indiferente; nenhuma emanação, nenhum brilho, nenhuma força sai dele que possa comover, agitar, projectar bem alto aqueles que o escutam.
Depois, de repente, algo entra nele e, sem que saiba o que faz (mas este algo sabe-o muito bem), os seus dedos, os movimentos da sua cabeça, os seus gestos, tudo é diferente e produzem-se fenómenos inexplicáveis.
Então surgem os comentários: «É maravilhoso, é divino, ele está inspirado...»
O que é a inspiração?
Não se sabe.
A inspiração é algo que entra no homem, uma corrente ou uma entidade, ou uma inteligência que toma posse dele e se manifesta maravilhosamente...
Mas, quando ele não é inspirado, apesar de todos os seus esforços, não pode restabelecer os mesmos fenómenos.
Segundo a ciência esotérica, a inspiração não é outra coisa senão um contacto, um contacto com uma outra força, uma outra inteligência, uma outra entidade, uma outra corrente superior, que pode levar-nos a executar aquilo que nós próprios não somos capazes.
Por exemplo, há alguém que quer falar mas não encontra as palavras, está atrapalhado, não tem nenhuma inspiração.
E eis que, de repente, algo entra nele, uma luz, uma corrente e ele abandona-se a ela: já não tem que procurar as palavras, é ele próprio que escuta, é ele que está pasmado com aquilo que diz.
De onde é que isto vem?
Quem é aquele que sabe encontrar os materiais, reunir os elementos e combiná-los para criar formas e expressões?
O homem, em si mesmo, não tem tanta capacidade para produzir criações geniais, sobre-humanas, divinas, mas é visitado por almas evoluídas que o inspiram, ou por almas inferiores que o bloqueiam, o diminuem, o impedem de fazer certas coisas e, em contrapartida, o levam a cometer crimes, e depois, ele interroga-se acerca do que era essa força.
O criminoso diz: «Não sei como pude fazer aquilo; eu que tinha horror a essas coisas, que jamais quis... eu cometi um crime... houve uma força que se apoderou de mim.»
Muitos o dizem, mas como esta questão não foi estudada, o criminoso é condenado, quando foi alguém que agiu através dele.
Actualmente começa-se a ouvir dizer que tal pessoa era um doente, um anormal, mas isto não explica tudo; ele foi levado por uma força desconhecida, tinha perdido a cabeça... sim, mas tudo isto é o lado exterior, não constitui uma explicação.
Presentemente, os tribunais já não condenam certas pessoas, porque os médicos lhes dizem que elas não estavam no seu estado normal, mas não podem fornecer explicações acerca disso.
Que força é essa que se apodera de um criminoso?
Aliás, vós próprios talvez já tenhais conhecido momentos na vossa vida em que, sem saber como, nem porquê, haveis batido em alguém, ou vos haveis lançado sobre uma rapariga...
Porque é que isto acontece?

(parte 6)

Todos estes estados de consciência, assim como os casos de desdobramento de personalidade, não são estudados convenientemente pela psicologia.
Como é que é possível, por exemplo, que um procurador que, durante o dia, condena severamente os criminosos, à noite se disfarce inconscientemente para ir cometer crimes e, depois volte, se dispa, durma e não se lembre de nada daquilo que fez?
Que desdobramento de personalidade é este?
Mais uma vez se ignora que o homem está ligado a criaturas invisíveis.
Direis vós: «Mas como é que ele se ligou?»
Atraiu-as pelo seu modo desordenado e caótico de viver e, um belo dia, elas tomam posse dele.
As coisas passam-se deste modo com todos os homens que não conhecem estas verdades e se abandonam a hábitos perniciosos.
De antemão, dão a entidades muito maléficas a possibilidade de se apoderarem deles; depois, já não conseguem dominá-las e então dizem: «isto é mais forte do que eu», e tornam-se escravos dessas entidades que, sem que o saibam, são eles que têm de satisfazer e alimentar.
Mas, com os discípulos deste Ensinamento acontece o contrário.
Pelas suas orações, pelo seu trabalho, pelo seu auto-domínio, eles conseguem produzir certas mudanças no seu sistema nervoso, nos átomos e electrões das suas células e, desse modo, preparam boas condições para que espíritos muito elevados se venham instalar neles, para trabalhar.
É assim que eles são visitados e que o Céu se manifesta agora através deles; eles são ajudados, fazem maravilhas.
Por conseguinte, o conhecimento destas verdades pode ajudar-nos muito, mas se nós as ignorarmos, arriscamo-nos a ir bastante longe na criminalidade ou nas infelicidades.
Também os médicos se têm recusado a compreender que as doenças são entidades.
Ora, a ciência iniciática diz-nos: «trata-se de entidades.»
A prova é que todos os grandes Mestres, os grandes Iniciados, que talvez não conheçam nem a medicina, nem a química, para poderem dar medicamentos, dizem simplesmente: «Vai-te, sai; deixa esse doente!»
A quem é que eles falam?
A uma entidade instalada numa pessoa que tinha transgredido certas leis e que desse modo a tinha atraído.
Os médicos não podem compreender que todas as doenças são entidades que sabem destruir e devastar e, que, para nos livrarmos delas, devemos viver uma vida pura, de acordo com as leis divinas.
O cancro trata-se das piores entidades que existem, as mais coriáceas, as mais tenazes, as mais difíceis de destruir; elas resistem a todos os meios materiais, mesmo aos raios de cobalto.
Só a magia branca as pode afastar.
Tanto assim, que todos os grandes Mestres que trabalham para expulsar as entidades o fazem por meio da magia branca e, é somente desta forma que o cancro pode ser curado; eu não acredito muito nos outros meios.
Mas procurai fazer compreender aos eruditos, hoje em dia, que as doenças são entidades, são seres vivos e, que somente expulsando essas entidades, restabelecereis a saúde!
Certas entidades não resistem ao calor ou ao frio, a tal erva ou a tal produto, contrários à sua natureza.
Mas os Iniciados não conhecem todos esses detalhes, conhecem somente uma coisa: como introduzir a pureza, a vida e a luz; são elas que se encarregam de curar.
Esta a razão por que a ciência iniciática é necessária, para esclarecer os homens e dizer-lhes como as coisas se passam na realidade.
Vós sois os artesãos do vosso futuro.
Se um dia fordes visitados por forças extremamente desagradáveis é porque lhes haveis permitido entrar em vós. lhes haveis preparado o caminho e as haveis atraído.
Portanto, começai desde já a trabalhar no outro sentido, para atraírdes os espíritos luminosos, que são inumeráveis na Natureza e que estão prontos a entrar em vós e a ajudar-vos.
Mas se tudo estiver obstruído, esses espíritos luminosos não poderão entrar, e somente as criaturas tenebrosas passarão.
Eis por que é necessário aprender estas verdades, eis por que eu insisto: O homem deve preparar-se para um dia ser o condutor de todas as correntes celestes e, então será habitado por seres que curam, por músicos, poetas, filósofos e profetas.
Ele tornar-se-á belo, harmonioso e poderoso.


Continua


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