terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.02.2017

Uma das vocações da mulher é ser educadora do homem; pelos seus pensamentos, pelos seus sentimentos, pelos seus pontos de vista, pela sua atitude, ela deve inspirá-lo de modo a que ele se conduza na vida cada vez com mais nobreza, mais rectidão, mais coragem.
O grande desejo do homem é o de ser inspirado, exaltado, pela mulher.
Por isso, enquanto as mulheres não tiverem este ideal, enquanto elas só pensarem nos homens para satisfazerem os seus desejos, os seus prazeres ou a sua necessidade de conforto, passarão ao lado da sua verdadeira vocação e elas próprias serão vítimas disso.

Vós direis: «Mas como é que a mulher pode educar o homem?
Ela é tão mais fraca e frágil do que ele!
Não tem qualquer hipótese de se lhe opor.»
Para influenciar o homem, a mulher não precisa de se opor a ele, existem métodos mais subtis.
E ela também pode educá-lo de outra maneira: educando os seus filhos.
Esses filhos, durante toda a vida, respeitarão as mulheres por causa da sua mãe.
Pela influência quotidiana que podem exercer nos seus filhos desde a mais tenra idade, as mães têm os meios para criar seres rectos, nobres, generosos, santos, heróis.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV







segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.02.2017


 Tudo está na maneira de considerar os seres e as coisas.
Se a vossa consciência é esclarecida, cada um dos vossos pensamentos pode ser o ponto de partida para realizações magníficas; caso contrário, rejeitais as riquezas oferecidas pela Natureza e pelos seres humanos e, não compreendeis nada, não ganhais nada, sentis-vos pobres e infelizes.

Reparai como os humanos vivem em sociedade: cruzam-se e prosseguem o seu caminho sem terem mais consciência da presença dos outros do que se eles fossem blocos de pedra ou pedaços de madeira.
Reparai também como eles se atropelam!
Então, falar-lhes das relações que devem ter com a Natureza é pedir-lhes demasiado.
Eles julgam-se os únicos seres verdadeiramente vivos e inteligentes no Universo e, para darem provas dessa vida, dessa inteligência, o que é que fazem?
Exploram a Natureza sem qualquer escrúpulo, sem se aperceberem de que, ao destruírem-na, destroem também algo neles mesmos, limitam-se, obscurecem-se.
É necessário, pois, que ocorra neles uma grande tomada de consciência, para que as suas relações, não só com os humanos, mas também com a Natureza, sejam, finalmente, vivas e ricas.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sábado, 25 de fevereiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.02.2017

Um dia, em que reprovava os discípulos pela sua incredulidade, Jesus disse-lhes: «Se a vossa fé fosse como uma semente de mostarda, diríeis àquela montanha: 'Move-te daqui para além', e ela mover-se-ia».
Aqueles que lêem estes versículos ficam sobre tudo surpreendidos com a desproporção que existe entre o tamanho da montanha e o da semente e, ficam-se por aí; por isso, não podem interpretá-la correctamente.
Para se compreender, é preciso, primeiro, reflectir sobre a Natureza e as propriedades da semente.

Ter fé simplesmente como uma semente de mostarda pode chegar ao ponto de deslocar montanhas...
Sim, é possível, porque a fé é como uma semente plantada no seu coração, na sua alma: ela cresce, desenvolve-se e, quando se torna uma árvore, as aves do Céu, como Jesus também diz, vêm habitar nos seus ramos.
As aves do Céu são todas as entidades luminosas do mundo invisível e, essas entidades não vêm de mãos vazias, trazem todos os presentes do Céu: a sabedoria, o amor, a pureza, a paz, a força...
É graças a estes presentes que o homem adquire, pouco a pouco, o poder de mover montanhas.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.02.2017

Para a maioria dos humanos, a felicidade consiste em ser amado.
É claro que eles concordam em também amar um pouco, mas acham que o mais importante é serem amados.
Eis a prova: por que é que eles sofrem tanto quando descobrem que aquele ou aquela que amam não lhes retribui esse amor ou não lhes retribui tanto quanto eles desejavam?
Para serem felizes, eles esperam que o amor lhes venha do exterior.
Se ele não vem ou lhes é retirado, sentem-se privados; não acreditam no seu próprio poder, na sua própria capacidade de amar, têm necessidade de que o amor lhes seja dado por alguém exterior a eles.

Na realidade, para encontrarmos a paz e a alegria não devemos esperar que o amor nos venha dos outros, mas sim contar unicamente com o nosso próprio amor, pois a fonte do amor encontra-se em nós e ela é inesgotável.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.02.2017

Embora todos os humanos tenham uma estrutura idêntica, são todos diferentes na sua sensibilidade, na sua compreensão, nas suas necessidades, nas suas aspirações e, portanto, não podem ter a mesma percepção das coisas.
Não, quando eles se combatem em nome da verdade, essa verdade que cada um afirma é apenas a sua verdade.

Vós direis: «Mas, então, a verdade não existe?»
Existe, sim.
Quanto mais o homem se eleva interiormente, desligando-se dos seus interesses próprios, egoístas, purificando-se, deixando-se penetrar pela luz divina, mais se aproxima da verdade.
Mas é impossível dizer que, um dia, nós conheceremos a verdade enquanto princípio absoluto.
A única coisa que podemos dizer com certeza é que, se nos esforçarmos por eliminar as camadas opacas formadas à nossa volta pelos nossos pensamentos e sentimentos obscuros e mal controlados, de cada vez aproximar-nos-emos um pouco mais da verdade.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O YOGA DA ALIMENTAÇÃO




I

ALIMENTAR-SE,  UM  ACTO  QUE  DIZ  RESPEITO  À  TOTALIDADE  DO  SER


Continuação

Alimentai o vosso corpo astral e experimentareis sensações de bem estar indescritíveis que vos incitarão a manifestar-vos com generosidade e com benevolência.
Se tiverdes que resolver questões importantes, sabereis mostrar-vos generosos, compreensivos, e sabereis fazer concessões.
Para alimentar o seu corpo mental, um Iniciado concentra-se sobre os alimentos e, fecha os olhos para melhor se concentrar.
Como, para ele, os alimentos representam uma manifestação da Divindade, o Iniciado esforça-se por estudá-los sob todos os aspectos: qual a sua origem, o que contêm, quais as qualidades que lhes correspondem, que entidades se ocuparam deles (pois há seres invisíveis que trabalharam sobre cada árvore, cada planta).
Estando o seu espírito absorvido nestas reflexões, ele retira da comida elementos superiores aos elementos do plano astral.
Daí nascem para ele, a clareza e uma penetração profunda da vida e do mundo.
Após uma refeição tomada nestas condições, ele levanta-se da mesa com uma compreensão tão luminosa que é capaz de empreender os maiores trabalhos com o pensamento.
A maior parte das pessoas imagina que basta ler, estudar e reflectir para desenvolver as suas capacidades intelectuais.
Não!
O estudo, a reflexão, são actividades indispensáveis mas insuficientes; o corpo mental também deve ser alimentado durante as refeições, para se tornar resistente e susceptível de esforços prolongados.
É preciso compreender bem que, sendo os corpos astral e mental os suportes, um do sentimento, o outro do pensamento, ambos têm necessidade de receber um alimento apropriado para que o homem possa assumir a sua tarefa nos domínios afectivo e intelectual.
Para além dos corpos etérico, astral e mental, o homem possui outros corpos de uma essência ainda mais espiritual: os corpos causal, búdico e átmico, sedes da razão, da alma e do espírito, os quais também devem ser alimentados.
Alimentá-los-eis se vos deixardes penetrar por um sentimento de gratidão para com o Criador.
Esse sentimento de gratidão, que os humanos também têm vindo progressivamente a perder, abrir-vos-á as portas do Céu através das quais recebereis as maiores bênçãos.
Nesse momento, tudo se revelará perante vós e então vereis, sentireis, vivereis!
O reconhecimento é capaz de transformar a matéria grosseira em luz, em alegria e, é preciso aprender a utilizá-lo.
Se souberdes alimentar os vossos três corpos superiores, as partículas subtis que assim captareis serão distribuídas por toda a parte: vão para o cérebro, para o plexo solar, para todos os órgãos.
Começareis a dar-vos conta de que tendes outras necessidades, outras alegrias de natureza superior, e abrir-se-ão também, perante vós, maiores possibilidades.

Quando tiverdes acabado de comer, não devereis levantar-vos da mesa imediatamente para encetar trabalhos ou entabular discussões.
Mas também não é bom que vos instaleis num sofá ou num canapé.
Se vos deitardes, pensando que ireis repousar, na realidade não descansareis nada, ficareis moles e o vosso organismo tornar-se-á preguiçoso.
Quando tiverdes acabado de comer, ficai tranquilos durante uns momentos, fazendo algumas respirações profundas que permitirão uma melhor distribuição das energias por todo o organismo; sentir-vos-eis então extremamente bem dispostos para empreender todo o tipo de trabalhos.
Não basta começar bem a refeição, há que terminá-la também da melhor maneira, para deste modo dar um bom começo aos diferentes trabalhos que vos esperam.
Nunca deveis esquecer que cada actividade tem o seu começo e que esse começo é o momento essencial.

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.02.2017


Todos os dias se ouve falar da poluição do ar, todos os dias as pessoas se queixam dos fumos das fábricas, dos gases de escape dos automóveis...
Mas elas próprias, individualmente, o que é que fazem com frequência?
Não envenenam elas a atmosfera espiritual com emanações tóxicas: os seus pensamentos e os seus sentimentos de ódio, de ciúme, de cólera?
Há que saber isto: todos os pensamentos e sentimentos malsãos que fermentam em cada ser humano produzem exalações pestilentas, asfixiantes.

Se existissem laboratórios equipados com aparelhos suficientemente aperfeiçoados, poder-se-ia verificar que certas emanações humanas são tão sujas, tão impuras, que têm, no mundo psíquico, uma influência mais tóxica do que gazes asfixiantes.
E também se poderia constatar o inverso: que as emanações de um ser espiritual são extremamente benéficas para todas as criaturas.
Por ter vencido as suas fraquezas, um tal ser, com a sua presença, age favoravelmente sobre todos os que o rodeiam.
A atmosfera psíquica da Terra só ainda não ficou completamente irrespirável porque existem homens e mulheres com desapego e cheios de amor que consagraram a sua vida à paz e à luz.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O YOGA DA ALIMENTAÇÃO






I

ALIMENTAR-SE,  UM  ACTO  QUE  DIZ  RESPEITO  À  TOTALIDADE  DO  SER


Continuação

Deve-se comer lentamente e mastigar bem, não só porque isso favorece a digestão, é claro, mas também por uma outra razão: porque a boca, que é a primeira a receber o alimento, é o laboratório mais importante, pois é o mais espiritual.
A boca desempenha, num plano mais subtil, o papel de um verdadeiro estômago; ela absorve as partículas etéricas dos alimentos, as energias mais subtis e mais poderosas, sendo depois enviados para o estômago os materiais grosseiros.
A boca contém aparelhos extremamente aperfeiçoados, glândulas situadas sobre e sob a língua, que têm por missão captar as partículas etéricas dos alimentos.
Quantas vezes não fizestes vós a seguinte experiência: sentíeis uma fome imensa, estáveis quase inanimados e, começastes a comer.
Logo às primeiras garfadas, antes mesmo que a comida pudesse ter sido ingerida, já vos sentíeis restabelecidos, reanimados.
Como é que isso pôde ter acontecido tão depressa?
Graças à boca, o organismo já recebeu energias, elementos etéricos, que foram alimentar o sistema nervoso.
Antes de o estômago receber os alimentos, o sistema nervoso já está alimentado.
Não fiqueis admirados por eu falar dos elementos etéricos que devemos procurar captar nos alimentos.
Um fruto, por exemplo, é constituído por matérias sólidas, líquidas, gasosas e etéricas.
Toda a gente conhece bem as matérias sólidas e líquidas.
Mas há muito menos pessoas que dão importância aos perfumes, que já são mais subtis e pertencem ao domínio do ar.
Quanto ao lado etérico, que está ligado às cores do fruto e sobretudo à sua vida, esse constitui, pode dizer-se, um domínio totalmente ignorado e descurado, mas é, no entanto, da maior importância, pois é graças às partículas etéricas existentes na comida que o homem alimenta os seus corpos subtis.
Como o homem não possui unicamente um corpo físico, mas também outros corpos mais subtis, sedes das suas funções psíquicas e espirituais (corpos etérico, astral, mental, causal, búdico, átmico), ele vê-se, pois, perante a questão de saber como alimentar esses corpos subtis que, devido à sua ignorância, muitas vezes não estão a ser alimentados.
O homem sabe mais ou menos o que deve dar ao corpo físico (digo «mais ou menos» porque a maioria dos humanos come carne, o que é nocivo para a sua saúde física e psíquica), mas não sabe alimentar os outros corpos - o corpo etérico (ou corpo vital), o corpo astral (sede dos sentimentos e emoções), o corpo mental (sede do intelecto) - e ainda menos os outros corpos superiores.
Dizia-vos há momentos que é preciso mastigar bem os alimentos, mas a mastigação é relativa sobre tudo ao corpo físico.
Para o corpo etérico, há que acrescentar a respiração.
Assim como o ar aviva a chama - como sabeis, para activar o fogo é necessário soprara - também as respirações profundas durante a refeição produzem uma melhor combustão.
A digestão não é mais do que uma combustão, tal como a respiração e a reflexão; só o grau de calor e a pureza da matéria diferem de um processo para o outro.
Portanto, quando comeis, deveis deter-vos de vez em quando e respirar profundamente para que esta combustão permita ao corpo etérico retirar dos alimentos partículas mais subtis.
Sendo o corpo etérico o portador da vitalidade, da memória e da sensibilidade, só beneficiais com o seu bom desenvolvimento.
Quanto ao corpo astral, esse alimenta-se de sentimentos, de emoções; por conseguinte, de elementos que são constituídos por uma matéria ainda mais fina do que as partículas etéricas.
Se vos detiverdes durante alguns instantes, com amor, sobre os alimentos, preparais o vosso corpo astral para extrair deles partículas mais preciosas do que as partículas etéricas.
Quando o corpo astral tiver absorvido esses elementos, terá  todas as possibilidades de suscitar sentimentos de uma ordem extremamente elevada: o amor pelo mundo inteiro, a sensação de ser feliz, de estar em paz e de viver em harmonia com a Natureza.
Infelizmente, os humanos estão a perder cada vez mais esta sensação: deixaram de sentir este desejo de protecção, esta solicitude, este amor, esta amizade pelos objectos, pelas árvores, pelas montanhas, pelas estrelas; vivem inquietos, perturbados, e mesmo quando se refugiam em suas casas, mesmo durante o sono, sentem-se ameaçados.
Trata-se de uma impressão subjectiva, pois na realidade não estão tão ameaçados como isso, mas há algo, interiormente, que se vai desagregando e eles já não se sentem protegidos pela Mãe Natureza, porque o seu corpo astral não recebeu o alimento de que necessita.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.02.2017

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Por que é que os humanos têm medo do sacrifício?
Por que repelem eles a ideia de sacrifício?
Até a palavra soa desagradavelmente aos seus ouvidos...
Com o pretexto de que, na maior parte das vezes, é pelos outros que se deve fazer sacrifícios, eles imaginam que são esses outros que ganharão qualquer coisa à sua custa.
Eles sentem o sacrifício como uma perda e, por isso, cortam a sua ligação com a fonte da vida e da alegria.

Na alma daquele que aceita o sacrifício de boa vontade e com amor, abre-se subitamente uma porta e ele sente-se submerso por um oceano de luz.
Não acreditais nisto?...
Mas é verdade.
Começai por aceitar a ideia do sacrifício e descobrireis que cada esforço que fazeis pelos outros, pondo de lado os vossos interesses pessoais, pode reforçar-vos, vivificar-vos e, sobre tudo, regozijar-vos.

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.02.2017

Quantos homens e mulheres puseram fim aos seus dias, apesar de, como se diz, «terem tudo para ser felizes»: a juventude, a beleza, a inteligência, a riqueza, uma família e amigos que os amavam...!
Eles tinham tudo, excepto o essencial: o gosto pela vida.
E isso, nenhuma das vantagens exteriores ou materiais que eles possuíam podiam proporcionar-lhes, nem mesmo o afecto daqueles que os rodeavam.

Portanto, é em si próprio que o homem tem de fazer alguma coisa, é interiormente, na sua alma e no seu espírito, que ele deve procurar aquilo de que tem necessidade.
Só a sua alma e o seu espírito lhe ensinarão o sentido da vida, lhe darão o gosto de viver e, sejam quais forem as condições, ele não fraquejará.
Nas piores situações, ele poderá comunicar com as entidades celestes e sentir-se preenchido, cheio de luz.
Quando a causa da vossa alegria, da vossa felicidade está dentro de vós, nada nem ninguém pode privar-vos delas.
No dia em que decidirdes procurar o essencial em vós mesmos, estareis no caminho da liberdade, da imortalidade, da eternidade.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O YOGA DA ALIMENTAÇÃO




I

ALIMENTAR-SE,  UM  ACTO  QUE  DIZ  RESPEITO  À  TOTALIDADE  DO  SER


Aquilo que vou dizer-vos acerca da alimentação é da maior importância, queridos irmãos e irmãs, e muito poucas pessoas o conhecem, mesmo entre as mais instruídas e avançadas.
De início, é claro, achareis que não tem grande interesse mas, à medida que fordes ouvindo aquilo que vos digo, e sobre tudo se começardes a pôr estas verdades em prática, sereis obrigados a reconhecer que elas podem enriquecer a vossa existência, transmitir-lhe beleza e transformá-la.

Imaginai que, devido a certas circunstâncias, ficastes privados de alimentos durante vários dias: estais tão fracos que não conseguis caminhar nem fazer um único movimento.
Mesmo que sejais extremamente instruídos ou ricos, todos os vossos conhecimentos e todas as vossas posses nada valem comparados com um pedaço de pão ou com um fruto que alguém possa trazer-vos.
Com a primeira dentada, sentis-vos logo reanimados.
Não achais maravilhoso?
Esta simples dentada desencadeou tantos mecanismos e forças que uma exixtência inteira não bastaria para enumerá-los todos.
Mas, já alguma vez vos detivestes um pouco para reflectir acerca da potência dos elementos contidos nos alimentos, e acerca do facto de que, para recuperardes fisicamente, será sempre mais eficaz uma refeição do que os vossos pensamentos, os vossos sentimentos e a vossa vontade?...
São esses alimentos, aos quais atribuís uma importância meramente instintiva, e não uma importância intelectual, consciente, são eles e só eles que têm a possibilidade de vos devolver a energia e a saúde.
Graças a eles, podeis continuar a agir, a falar, a sentir, a pensar.
De entre os seus múltiplos trabalhos, os Iniciados concederam um lugar de destaque às investigações acerca da alimentação.
Eles compreenderam que os alimentos, preparados nos laboratórios divinos com uma sabedoria inexprimível, contêm os elementos mágicos capazes de conservar ou restabelecer a saúde, não apenas física mas também psíquica, e de trazer as maiores revelações.
Mas, para se beneficiar desses elementos, é necessário conhecer as condições a preencher.
Evidentemente, é impossível não se constatar que toda a gente põe a questão da comida em primeiro lugar.
Todas as pessoas procuram, antes de tudo, resolver esta questão: trabalham todos os dias e até se batem por isso - muitas das guerras e revoluções não têm outra origem!
Mas esta atitude em relação à comida não passa de um instinto que os humanos ainda têm em comum com os animais; os humanos não compreenderam ainda a importância espiritual do acto de comer, não sabem comer.
Observai como eles se comportam durante as refeições: absorvem os alimentos de uma forma mecânica, inconsciente, engolem sem mastigar, fomentam na sua cabeça e no seu coração pensamentos e sentimentos caóticos, e muitas vezes até discutem enquanto comem.
Deste modo, perturbam o funcionamento do organismo, pois nenhum processo pode continuar a desenrolar-se correctamente: nem a digestão, nem as secreções, nem a eliminação das toxinas.
Há milhares de pessoas que adoecem sem saber que os seus males provêm da maneira como se alimentam.
Basta ver o que se passa nos lares: antes da refeição, ninguém tem nada a dizer a ninguém, estão todos ocupados, cada um no seu canto, a ler, a ouvir rádio ou a fazer uns biscates...
Mas quando chega a hora de ir para a mesa, todos têm histórias para contar, ou até, contas a ajustar; e falam, discutem, descompõem-se.
Depois de uma refeição destas, as pessoas têm necessidade de repousar, ou até dormir, pois sentem-se sonolentas, pesadas, e as que têm de ir trabalhar, fazem-no sem gosto nem entusiasmo.
Ao passo que aquelas que souberam comer correctamente, sentir-se-ão lúcidas e bem dispostas.
Dir-me-eis: «Mas então, como é que se deve comer?...»
Vou falar-vos da maneira como um Iniciado concebe a alimentação.
Como a questão consiste em pôr-se nas melhores condições para receber os alimentos preparados nos laboratórios da Natureza, um Iniciado começa por se recolher e, sobre tudo, não se envolve em conversas, come em silêncio.
Não se deve considerar o silêncio durante as refeições unicamente como um hábito de convento; um sábio, um Iniciado, come em silêncio.
E quando leva à boca a primeira garfada, mastiga-a conscientemente, durante o máximo de tempo possível, até que ela desapareça na sua boca sem que seja necessário engoli-la.
Sim, porque o estado em que se come a primeira garfada é extremamente importante.
Devemos, pois, preparar-nos para fazê-lo nas melhores disposições possíveis, porque é esta primeira garfada que desencadeia interiormente todos os mecanismos.
Nunca deveis esquecer que o momento mais importante de um acto é o seu começo, é ele que dá o sinal para o desencadeamento das forças, e essas forças não se detêm pelo caminho, vão até ao fim.
Se começardes num estado harmonioso, tudo o resto se fará harmoniosamente.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.02.2017

Os adultos dão um péssimo conselho aos jovens quando lhes dizem: «Aproveitem enquanto é tempo, pois a juventude não dura.
Ela passa bem depressa!»
É verdade, a sua juventude passou muito depressa, mas porquê?
Pois bem, foi precisamente porque, quando eram jovens, eles escutaram esses conselhos perniciosos e apressaram-se a divertir-se, a gozar todos os prazeres: é a melhor forma de perder a sua frescura!
Então, como os factos são evidentes, as pessoas tiram daí conclusões.
Sim, mas, se os factos são o que são, é porque não se soube, previamente, observar e raciocinar bem.

Então, o que eu direi aos jovens é o seguinte: se trabalhardes para a luz, para um alto ideal, quanto mais a vossa idade avançar, mais vivos e expressivos vos tornareis.
Adquirireis mesmo uma vida e uma expressividade que não tínheis quando éreis muito mais jovens.
Evidentemente, ficareis um pouco mais encurvados, tereis um pouco mais de rugas, de cabelos brancos, mas não vos fixeis nisso: deixai o vosso corpo envelhecer tranquilamente e pensai que a vossa alma continua a poder manifestar-se através dele com uma juventude extraordinária.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


domingo, 19 de fevereiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.02.2017

Geralmente chama-se "milagres" a fenómenos que - julga-se - desafiam ou negam as leis da Natureza.
Pois bem, tais fenómenos não existem.
Todos os fenómenos obedecem às leis da Natureza.
E considera-se certos fenómenos como milagres porque se ignora as leis que permitem explicá-los.
Existem fenómenos excepcionais, porque as pessoas capazes de os produzir são muito raras; mas milagres, tal como a maior parte dos crentes os imaginam, isso é impossível.

Mesmo os factos mais extraordinários são naturais, nada é "sobrenatural".
E a explicação é simples: a Natureza tem uma infinidade de níveis, de graus, dos mais materiais aos mais subtis, e os níveis subtis da Natureza escapam à maioria dos humanos.
As leis do mundo psíquico e do mundo espiritual que explicam os "milagres" também são leis da Natureza, mas é preciso conhecer os planos subtis em que elas se aplicam.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO







A  LEI  DE  CAUSA  E  EFEITO

II
Continuação

Suponde que hoje decidistes servir Deus, ajudar a humanidade, não mais vos deixardes influenciar pela vossa natureza inferior: imediatamente o vosso futuro se torna belo, luminoso, formidável, todas as maravilhas vos estão reservadas.
Então, porque não as viveis?
Porque estais ainda sob a influência do passado.
Porém, se persistirdes em manter a mesma decisão, o mesmo caminho, pouco a pouco ireis anulando o passado e, um belo dia recebereis a vossa herança divina.
Mas eis que decidis viver de novo uma vida egoísta; então, tudo se modifica: preparais para vós próprios um futuro completamente diferente, cheio de sofrimentos e de desilusões.
É claro, no imediato continuais a divertir-vos, a tratar dos vossos negócios, o vosso presente continua igual, pois tendes ainda algumas reservas e nem sonhais que futuro sombrio vos espera.
Mas logo que se esgotem as reservas, esse terrível futuro surgirá de um momento para o outro.
É fácil construir o futuro, mas é difícil apagar o passado.
Dar-vos-ei uma outra imagem.
Vós quereis viajar e hesitais entre Nice e Moscovo.
Suponhamos que vos decidis finalmente por Nice; desde logo ficam determinados o caminho que ireis seguir, as paisagens, as estações, os encontros...
A partir do momento em que partis numa certa direcção, tudo está calculado, deveis seguir um itinerário anteriormente fixado.
Não fostes vós que criastes as paisagens, a sua existência não depende de vós, o que de vós depende é a escolha da direcção a seguir.

Nós não criamos o futuro.
Quando se diz que o homem cria o seu futuro, é uma maneira de falar, seria preferível dizer que ele escolhe o seu caminho.
Vós dizeis: «Irei por aquele caminho», é certo, mas não sois vós que ides criar as regiões e os seres que encontrareis nesse caminho.
Há muito que essas regiões e essas entidades foram criadas por Deus.
Nós não criamos o nosso mau destino, encaminhamo-nos para ele: areias movediças, pântanos, florestas perigosas...
Nós simplesmente decidimos a nossa orientação, mais nada.
E se for um futuro esplêndido, o caso é o mesmo: nós é que decidimos caminhar para ele, ele está ali, à nossa espera.
Existem no espaço milhares de regiões ou esferas, povoadas por uma infinidade de criaturas e, conforme a nossa decisão, assim visitamos as regiões mais elevadas ou as regiões mais profundas.
Todas as infelicidades e todas as venturas existem já, outros as conheceram antes de nós, elas foram criadas há muito; apenas nos cabe decidir para quais iremos.
Por isso deveis decidir agora mudar a vossa direcção e orientar-vos para as regiões do Paraíso, que Deus criou para vós desde a eternidade.

F.B.U. - Portugal




PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.02.2017

A nossa vida não é mais do que uma série de encontros, de contactos com objectos, lugares, situações, seres humanos ou outras criaturas.
Todas as pessoas desejam conhecer, saber.
Porquê?
Porque pensam que podem ganhar alguma coisa com cada novo conhecimento que adquirem.
Mas atenção!
É preciso ser prudente, pois há o risco de acontecer o contrário.

A mosca olha para a teia de aranha com uma grande curiosidade: quer saber o que é aquilo.
Ela não suspeita de que no centro daquela magnífica rede de filamentos está uma criatura muito manhosa que é a sua autora e, então aventura-se e trava um bom conhecimento com a aranha.
A artista que construiu essa armadilha fica encantada, mas era uma vez uma mosca!
Pois bem, a existência está cheia destas teias de aranha e destas armadilhas, à espera dos curiosos e dos imprudentes que partem à aventura sem instrutor e sem guia.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO






A  LEI  DE  CAUSA  E  EFEITO

II
Continuação

Sim, esta lei é formidável e podemos utilizá-la em muitos outros domínios.
Sorrir e receber um sorriso ainda é pouco.
Destes um sorriso e retribuiram-vo-lo; fostes simpáticos, amáveis, e os outros foram simpáticos e amáveis para convosco.
Bom, está bem, fizestes um cumprimento a vós próprios, é compreensível, é necessário, sentis-vos contentes.
Mas é preciso aplicar esta lei noutras regiões para que ela produza resultados ainda mais formidáveis que um sorriso, um aperto de mão, um olhar ou algumas palavras amáveis de ocasião.
Com esta lei pode-se remover o Universo inteiro e isso é que é interessante: poder ir longe, muito longe, remexer regiões do espaço...
Só podeis colher os frutos correspondentes às sementes que tiverdes semeado.
Agora se houve intempéries, se o sol foi demasiado forte e queimou tudo, se não choveu ou se as aves ou as toupeiras comeram as vossas sementes, isso é outro assunto.
São acidentes que não alteram em nada a realidade da lei.
O que a semente possui no seu interior não lho podemos retirar.
Pode-se impedi-la de dar frutos, mas não se pode alterar a sua natureza.
Ora, é precisamente da natureza da semente que eu estou a falar-vos.
Portanto, se vós fordes sempre amáveis, gentis, delicados, e vos responderem torto, isso é de somenos importância; de resto, é preciso ver de quem vêm essas reacções, quando e em que condições...
Talvez sejais demasiado bons, demasiado caridosos, demasiado generosos, demasiado confiantes, e nesse caso, é claro, sois imediatamente classificados na categoria dos imbecis e estais sujeitos às convenções transitórias dos humanos.
Mas isso não é significativo, não durará muito, porque as pessoas e as condições variam, ao passo que as leis são imutáveis.
E quando os verdadeiros valores forem restabelecidos, tudo retornará ao seu lugar e vós colhereis o bem que tiverdes semeado.
Por enquanto, é claro, é preciso ser um magistrado para se ser apreciado, é preciso pisar um bocado as pessoas, incomodá-las, atormentá-las; nessa altura, considerar-vos-ão alguém muito interessante, mas isso não durará eternamente, e ao fim de algum tempo outro magistrado virá dar tareia a vós.
Não deveis deixar-vos impressionar por uma situação apenas momentânea: uma pessoa violenta acaba sempre por vir a ser maltratada por outra ainda mais violenta.
Então, não vos apresseis a procurar objecções.
Eu próprio conheço melhor do que vós tudo quanto possam objectar-me.
Não fico à espera de que os outros perguntem: «Sim, mas então... porquê isto, porquê aquilo?»
Sou eu mesmo que agarro pelo pescoço os meus argumentos, que os ataco e, se eles resistem a tudo quanto eu faço, então digo: «Isto é ouro!
É ouro, portanto é uma verdade.»
E quanto aos argumentos que não resistem?
Bem, nada mais há a fazer do que enterrá-los: «Ámen... aqui jaz!...»
Dar-vos-ei agora uma imagem.
Imaginai uma floresta magnífica com animais, aves e árvores carregadas de flores e de frutos de toda a espécie.
É de uma tal riqueza!
Simplesmente há um inconveniente: é que ela está rodeada de muros muito altos e muito grossos que a tornam inacessível.
Colocaram mesmo, no cimo dos muros, bocados de vidro e arame farpado.
E ainda por cima esta floresta é perigosa por causa dos animais que nela se passeiam - ursos, leões, tigres -, que se regalarão com algum imprudente que por lá se aventure.
Pois sim, mas vós precisais daqueles frutos...
Como haveis de fazer?...
De repente, apercebeis-vos de que há macacos nas árvores.
Aí está, é a vossa salvação!
Pegais num cesto de laranjas, por exemplo, aproximais-vos do muro e começais a atirá-las, uma a uma, aos macacos...
E como eles são perfeitos imitadores, pegam também nos frutos das árvores, em grande quantidade, e atiram-vo-los.
Apenas tendes de os apanhar e partis carregados de cestos com frutos.
O segredo, então, está em atirar as vossas laranjas aos macacos!
Direis vós: «Mas que conversa é essa?
Como se nós tivéssemos a possibilidade de ir para junto do muro duma floresta atirar laranjas aos macacos!»
Claro que isto é uma imagem.
Nunca vistes um semeador no seu campo?
Ele atira laranjas aos macacos; simplesmente, aquelas laranjas são minúsculas e os macacos estão escondidos um pouco mais abaixo, sob a terra...
Quando o semeador termina, parte tranquilamente e, quando volta, alguns meses depois, faz a colheita para encher os seus celeiros.
«Ah! Bom!, direis vós, se é assim, já compreendemos.»
Não, ainda não compreendestes nada, não decifrastes a imagem.
Neste caso, os macacos são as forças da Natureza; quer estejam debaixo da terra, quer sobre as árvores, isso não tem importância, é apenas um símbolo.
Eis agora a explicação: o Universo que Deus criou é uma floresta que encerra todas as riquezas.
Os muros são os obstáculos que impedem o homem de as alcançar; os macacos são criaturas do mundo invisível; as laranjas são a luz e o amor que decidis projectar, por meio dos vossos pensamentos e dos vossos sentimentos.
E que acontece então?
Algum tempo depois, as criaturas do mundo invisível fazem o mesmo que vós e enviam-vos o cêntuplo em frutos, ou seja, em bênçãos.
Mas se enviardes o azedume, o ódio, a cólera, também isso vos será reenviado um dia.
«Como tiverdes semeado, assim colhereis» significa ainda: conforme procederdes no presente, assim preparais o vosso futuro.
A cada momento, pelo vosso trabalho interior, podeis orientar o vosso futuro.
Ao tomar uma decisão, boa ou má, orientais o vosso futuro no bom ou mau caminho.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.02.2017

 MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Nenhuma outra fraqueza pode trazer tantas decepções e infelicidades aos humanos como a sua teimosia em defenderem certos pontos de vista sem verificarem se eles estão bem fundamentados.
Eles continuam a acreditar que se baseiam em verdades, quando toda a espécie de acontecimentos da sua existência lhes mostra o contrário.
Como podem eles aceitar tais contradições?...
São os acontecimentos da vida que devem provar-lhes se eles estão ou não em verdade e, não a sua imaginação, os seus gostos, as suas preferências.

Eu dei-vos muitos critérios para vos esclarecer, para vos orientar!
O primeiro desses critérios é o seguinte: antes de vos pronunciardes sobre qualquer assunto, procurai descobrir aquilo que, em vós, vos impele a agir num sentido ou noutro.
Os vossos propósitos são honestos, desinteressados?...
Se não são, acautelai-vos!
Estais expostos a todas as desilusões.


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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO






A  LEI  DE  CAUSA  E  EFEITO

II

Continuação

Aquele que pratica o bem também não é imediatamente recompensado e, é melhor assim; se recebesse uma recompensa, começaria a ser negligente e nessa altura transgrediria todas as leis.
Então, o Céu deixa-o tornar-se mais forte, para que se consolide um pouco, para que se conheça; não lhe dá tudo imediatamente para ver até que ponto ele continuará a fazer o bem.
Mas que realmente o bem produz o bem, isso é absoluto e, que o mal acaba... muito mal, também é absoluto!
O que é difícil saber é quanto tempo decorrerá até que essas consequências se produzam.
É claro que, para se continuar a praticar o bem enquanto o mundo inteiro decai, quanta força, quanto poder, quanta vontade, quanta decisão e quanta fé são necessárias!
E isso é que é meritório, porque noutras condições é demasiado fácil crer no bem e continuar nesse caminho; tudo é agradável, tudo é benéfico, tudo é fácil.
Não, não, é precisamente quando a situação piora que é meritório a pessoa continuar sem se deixar influenciar pelas condições.
Um discípulo ou um Mestre, procura sempre confiar nos poderes do seu espírito.
Mesmo nas piores condições, esforça-se sempre por despertar em si as forças da vontade, do bem e da luz.
É nisso que se reconhece um verdadeiro espiritualista.
Pelas palavras, é claro, muitos poderão passar por espiritualistas, mas aos menores inconvenientes ficam logo por terra.
Então, onde está a força do espírito?
Cada um espera que os outros sejam delicados, amáveis, pacientes e indulgentes para consigo.
Sim, mas como conseguir isso?
Começando ele próprio por ser delicado, amável, paciente e indulgente.
Se quiserdes que os outros procedam bem para convosco, começai vós primeiro a proceder bem.
Direis: «Mas isso já nós sabemos!»
Sim, mas só teoricamente; há ainda na terra, milhões de pessoas que são grosseiras, duras, cruéis, e que se admiram ao ver os outros responder-lhes na mesma moeda.
Estão convencidas de que é aos outros que compete submeter-se e sujeitar-se à vontade delas.
Observai o seu comportamento: esperam obter satisfações através de meios completamente contrários ao que desejam para si e, inversamente, não acreditam que, semeando a doçura, o amor e a bondade, obterão também o amor, a doçura e a bondade.
No entanto, eu vos garanto que mesmo que alguém continue a ser desagradável e mau para vós, se persistirdes em enviar-lhe coisas boas, ao fim de algum tempo essa pessoa render-se-á.
Para obter a afeição, a confiança, é preciso chamar por elas.
«Mas nós chamamos por elas e elas não vêm!»
Não, quando eu falo em «chamar por elas» quero dizer: produzi-las.
Quando criais boas condições em vós próprios, podeis estar cem por cento seguros de que também as encontrareis nos outros.
É criando-as em vós que as atraíreis.
Toda a magia está nisto.
Então, experimentai: se quiserdes receber alguma coisa que apreciais muito, experimentai, primeiro, dá-la.
Dir-me-eis: «Mas isso não é verdade, há personalidades muito ricas, muito bem colocadas, que não dão nada aos outros, que são inacessíveis, desdenhosas, no entanto continuam a receber o respeito, a estima, as honras.»
Tal acontece simplesmente porque elas deram isso tudo numa outra encarnação, e agora recebem-no.
Mas se continuarem a ser orgulhosas e sem amor, mais tarde receberão exactamente o mesmo, através de outras pessoas.
O segredo do êxito, o segredo da felicidade, é manifestar-se aquilo que se quer conseguir.
Se quiserdes sorrisos, bons olhares, oferecei sorrisos e bons olhares.
Se quiserdes que o Céu ou um anjo venha ensinar-vos, procurai alguém menos instruído do que vós e começai a introduzir algumas «luzes» no seu cérebro; isso reflectir-se-á imediatamente no mundo invisível e deste modo atraíreis espíritos luminosos que farão outro tanto por vós.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.02.2017

Deus não está aí para corresponder às necessidades de facilidade, de tranquilidade e de bem-estar dos humanos.
Ele só se preocupa com aquilo que os fará crescer.
Mas eles não compreenderam bem isto.
Quando sofrem, oram ao Senhor...
Muito bem, a oração pode ajudá-los, mas desde que eles saibam para que é que ela deve servir, com que objectivo e quando utilizá-la.
De outro modo, nunca sentirão que as suas preces são atendidas.

Quando sofreis, não deveis pedir ao Senhor que vos liberte desse sofrimento, mas que vos ajude a suportá-lo a fim de aproveitardes todos os benefícios que dele podeis extrair.
A razão de ser do sofrimento não é fazer-nos mal, mas ensinar-nos onde está o verdadeiro bem e, deste  modo, tornar-nos mais fortes, mais inteligentes, mais vivos.
Repeti para vós todos os dias que, graças ao sofrimento, podeis adquirir um grande saber.
E não penseis que, ao falar-vos nestes termos, eu minimizo ou subestimo os vossos sofrimentos; eu também falo assim para mim mesmo, pois todos nós, sem excepção, temos de instruir-nos e aperfeiçoar-nos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO


A  LEI  DE  CAUSA  E  EFEITO

II

Continuação

Presentemente, os homens precisam de um saber sólido, completo, verídico, irrefutável e, é esse conhecimento que eu vos trago. Vá, experimentai negar que se colhe o que se semeou!
Claro que todos estão convencidos da veracidade desta lei, mas apenas no plano físico.
Porém, isso não basta.
Se forem mais longe, mais alto, continuarão a encontrar esta lei, porque o mundo é uma unidade: em todas as categorias, em todos os níveis se encontram os mesmos fenómenos, mas sob formas diferentes e cada vez mais subtis.
Tudo o que existe sobre a terra também se encontra na água, e tudo o que existe na água encontra-se igualmente no ar, etc...
Os quatro elementos obedecem às mesmas leis mas, dado que não são da mesma essência nem da mesma densidade, verificam-se, de uns para outros, algumas diferenças na aplicação das leis.
Reagem mais ou menos rapidamente, mais ou menos violentamente, mas são exactamente os mesmos princípios que os dirigem.
O mundo mental do homem, por exemplo, corresponde ao ar: pois bem, encontram-se nele os mesmos turbilhões e as mesmas correntes que existem na atmosfera, mas sob a forma, mais subtil, de ideias e pensamentos.
As leis do mundo psíquico são idênticas às leis da Natureza.
Quando um hortelão não vê crescer aquilo que não semeou, ele é justo, honesto, não se revolta, não se põe aos gritos; diz simplesmente: «Que queres, meu velho, já que não tiveste tempo de semear cenouras, não terás cenouras.
Mas terás alfaces, salsa e cebolas, visto que as semeaste.»
Aparentemente, os homens são muito instruídos no campo da agricultura.
Sim, quando se trata de frutos e legumes, são conhecedores, mas logo que se trate do domínio da alma, do pensamento, já não sabem nada e pensam que vão colher a felicidade, a alegria ou a paz mesmo que  semeiem a violência, a crueldade e a malvadez.
E se, nessa altura, eles se excitam, se ficam furiosos, revoltados, isso prova que não são bons agricultores!

A primeira regra da moral é nunca vos deixardes arrastar por um pensamento, um sentimento ou um acto que seja perigoso ou nocivo para os outros, pois sereis obrigados a colhê-lo e a «comê-lo», e se ele for um veneno vós sereis os primeiros a ficar envenenados!
Quando considerardes isto como regra absoluta, começareis a aperfeiçoar-vos.
Eu sei perfeitamente que aquilo que, muitas vezes, impede os homens de compreender é a demora com que as leis se manifestam: nem o bem nem o mal vêm imediatamente.
Um homem não pára de transgredir as leis e tudo continua bem para ele, enquanto outro, que é honesto, que pratica o bem, só encontra dificuldades; então, evidentemente, todos concluem daí que não existe justiça.
Os homens não conhecem a razão desta demora nas recompensas e nos castigos.
Questionam-se e dizem para consigo: «Se as leis agissem mais rapidamente seria melhor, porque seríamos imediatamente punidos ou recompensados, e compreenderíamos.»
Pois bem, eu conheço a razão desta demora.
Ela mostra a bondade e a clemência da Inteligência Cósmica, que quer dar tempo aos homens para fazerem experiências, para reflectirem e até para se arrependerem, para se tornarem melhores e apagarem os seus erros.
Se as leis viessem castigar-nos imediatamente pelas nossas faltas seríamos aniquilados, nem sequer poderíamos aperfeiçoar-nos.
Por conseguinte, o Céu dá-nos tempo enviando-nos de vez em quando alguns inconvenientes para nos fazer reflectir e, assim temos a possibilidade de reparar os nossos erros.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.02.2017

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


No seu sentido original, a palavra "caridade", que é, tal como a fé e a esperança, uma virtude teologal (ou seja, que tem Deus por objecto), designa o amor do homem por Deus, do qual procede necessariamente o amor ao próximo.
Infelizmente, esta palavra "caridade" acabou por perder, com o tempo, o seu significado sublime e, aquilo a que agora se chama caridade exprime-se por actos que podem não ser acompanhados de nenhum sentimento de amor verdadeiro.
Muitos "praticam a caridade" porque a Igreja e a família lhes ensinaram que devem dar aos pobres, socorrer os infelizes, etc.

A caridade é, pois, muitas vezes, o produto de uma educação limitada e nada tem a ver com a bondade.
Há muitas pessoas "caridosas" que envenenam a vida da sua família e dos seres que as rodeiam!
Seguindo este critério, encontram-se muitas pessoas caridosas, mas muito poucas verdadeiramente boas.
Os cristãos deveriam fazer um esforço para reencontrar o sentido primordial da palavra "caridade", que significa "amor", pois aquele que ama Deus deve amá-l'O no seu próximo.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO







A  LEI  DE  CAUSA  E  EFEITO

II

Continuação

Esquecei a Bíblia e os Evangelhos, se quiserdes esquecei os profetas, as igrejas, os templos, mas pelo menos aceitai esta lei incontestável: aquilo que semeardes tereis de o colher.
«Quem semeia ventos, colhe tempestades», disseram também os sábios que tinham observado bem as coisas.
Quanto aos cientistas e aos pensadores que querem negar esta verdade, pois bem, também eles serão encostados à parede, apanhados; é inevitável, não poderão escapar às consequências dos seus actos e, nessa altura compreenderão.
Como é que eles, que são tão inteligentes, não vêem o que é tão simples?...
Dir-vos-ei mesmo que a partir desta lei se pode reconstruir todos os livros sagrados do mundo inteiro... sim, simplesmente a partir desta lei.
Muitas pessoas pensam: «É certo que este e aquele facto estão escritos na Bíblia, nos Evangelhos, mas será mesmo verdade que Deus existe?»
Respondo-vos que não tendes de vos preocupar com isso; nem sequer precisais de saber se Jesus existiu e se os Evangelhos são ou não autênticos.
Considerai unicamente esta lei, ela é suficiente para estabelecer tudo e para vos conduzir à verdade.
Como vedes, a minha explicação é simples.
Em tal circunstância, mesmo que Deus não existisse, seríamos obrigados a inventá-Lo.
Então, porque é que as pessoas se deixam levar pelos pensadores «da moda» que tudo desagregam?
Em vez de conduzir os homens para as coisas simples, que são visíveis, tangíveis, atraem-nos sempre para reflexões e argumentos... «originais».
Bom, é que por mais que esses argumentos sejam contrários à verdade que está inscrita em toda a Natureza, isso não vale nada, todos ficam maravilhados desde que seja algo novo, original.
A moral é uma realidade, os homens é que não a vêem e ainda discutem acerca de Deus, deste e daquele assunto de teologia...
É inútil discutir, basta saber que tudo, tudo é registado.
Se a Natureza determinou que uma árvore grave na sua semente as propriedades, as cores, as dimensões, os sabores e os perfumes dos frutos, por que razão não teria feito o mesmo a respeito do homem?
A Natureza conseguiu registar tudo, e a moral é fundamentada precisamente no registo, na memória da Natureza.
Sim, a memória, pois a Natureza possui uma memória que nada pode apagar.
E tanto pior para aquele que não tiver em consideração esta memória!
Ela continua a registar, dia e noite, as cacofonias, os estados pavorosos que ele atravessa, e um belo dia esse ser é apanhado, esmagado, aniquilado.
Ninguém pode escapar a esta lei, nunca ninguém foi suficientemente poderoso para conseguir escapar-lhe: nenhum imperador, nenhum ditador, ninguém...
Na memória da Natureza tudo é registado.

Portanto, atenção!
Tudo o que fazeis, dizeis, pensais ou desejais se regista no mais profundo das vossas células e, mais cedo ou mais tarde, provareis na vossa vida os respectivos frutos.
Para conseguirdes criar para vós um outro destino, deveis ter o cuidado de não propagar, pelos vossos pensamentos, sentimentos e actos, sementes tenebrosas e destruidoras.
E não penseis que aqueles que são bons, generosos e cheios de amor, recebem sempre em troca o mal em vez do bem.
Quem se apressa demasiado a tirar conclusões espalha disparates ao dizer: «por bem fazer, mal haver.»
Não, isso é falso.
O bem produz sempre o bem, e o mal produz o mal.
Praticai o bem, pois encontrá-lo-eis mesmo sem querer.
Se fizerdes o bem e vos acontecer algo de mal, é porque ainda há na terra pessoas que se aproveitam da vossa bondade e abusam dela.
Mas é preciso ser paciente, é preciso continuar, pois mais cedo ou mais tarde elas serão punidas, serão estranguladas por outras mais fortes e mais violentas do que elas e, então compreenderão, arrepender-se-ão e virão repara as faltas que cometeram para convosco.
É deste modo que o bem produz frutos, e até duplamente, porque nesses casos, o Céu tem em conta, tudo o que tiverdes sofrido ao fazer o bem, todas as desgraças que vos tiverem acontecido sem que as merecêsseis; o Céu tem isso em conta e a recompensa é dupla.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 14.02.2017

Há cada vez mais homens e mulheres que se interessam pela economia e pelas finanças.
Todos se tornam campeões neste domínio.
Pelo menos é o que eles crêem.
Na realidade, se eles tivessem uma compreensão correcta das questões económicas e financeiras, saberiam ocupar-se das riquezas espirituais que recebem do Céu, saberiam como conservá-las, como fazê-las frutificar.

Qualquer ignorante sabe que, se não fizer frutificar o seu capital, ao fim de algum tempo não terá nada, pois um capital que não é alimentado depressa se gasta.
Mas, quando se trata do plano espiritual, mesmo os mais instruídos se deixam empobrecer: eles esquecem que a luz, o calor e a riqueza interior se esgotam rapidamente, se não se trabalhar todos os dias para os aumentar.
E como se pode aumentá-los?
Pela oração, pela meditação, por intermédio de exercícios.
Ligando-nos diariamente à Fonte inesgotável da Vida Divina, renovamos continuamente as energias que nos permitirão cumprir a nossa tarefa.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO






A  LEI  DE  CAUSA  E  EFEITO

II


É impossível escapar à lei de causa e efeito; a questão está unicamente em saber qual a força que se vai pôr em acção.
Por isso vos direi que a mais extraordinária lei que a Inteligência Cósmica nos deu, se encontra precisamente onde ninguém a procura, onde os filósofos, os teólogos e os moralistas já não conseguem discernir: na Natureza, e muito particularmente na agricultura.
Todos os agricultores sabem que, se plantarem uma figueira, não colherão uvas, mas sim figos e, que de uma macieira não apanharão pêras.
Eis a mais importante das leis morais: recolhe-se aquilo que se semeou.
Portanto, pode dizer-se que os agricultores foram os primeiros moralistas; foram eles que se aperceberam de que a Inteligência da Natureza tinha estabelecido uma lei estrita e imutável: a lei de causa e efeito.
Depois, ao observar a vida dos homens, constataram  que nela se reproduz esta mesma lei: se procederdes com crueldade, egoísmo, violência, mais cedo ou mais tarde essa crueldade, esse egoísmo e essa violência recairão sobre vós.
A esta lei chama-se também lei do eco, lei da repercussão.
A bala faz ricochete e vem atingir-vos.

Como tiverdes semeado, assim colhereis.
Se se estudar pormenorizadamente esta lei fundamental, se se alargar o seu significado, ela tornar-se-á um sistema rico e profundo, pois cada verdade essencial tem aplicações em todos os domínios.
Explicada de forma detalhada, esta lei dá origem a todo um sistema filosófico e, é essa a razão por que a religião está agora tão rica de regras e de preceitos.
Mas, no fundo, na origem de todas estas regras, está uma só lei - só se colhe o que se tiver semeado - à qual, depois, se acrescentaram outras igualmente verídicas e que são como que uma extensão, uma amplificação desta no campo filosófico.
Por exemplo, as palavras de Jesus: «Não façais aos outros o que não quereis que vos façam a vós» são uma extensão desta lei.
Aqueles que negam e rejeitam todas estas leis fundamentais afastam-se cada vez mais da verdade; a sua alma é atormentada por dúvidas e incertezas, e eles são eternamente sacudidos pela existência.
No entanto, a verdade é muito simples, está ali diante deles.
Por que é que os pensadores actuais não querem reconhecê-la e propõem toda a espécie de teorias de sua invenção que estão em desacordo com a Inteligência Cósmica?
Como eles já não acreditam que existe uma moral baseada nas Leis da Natureza, o seu raciocínio é falso, as suas conclusões são falsas e, aqueles que lêem os seus livros, ou que os seguem, engolem todos os seus erros e caem na desordem, na angústia e nas trevas.
Portanto, atenção!
Deveis aprender a raciocinar e a julgar.
Se não tiverdes critérios, qualquer um pode induzir-vos em erro.
Sede vigilantes, não vos deixeis influenciar por intelectos humanos obscurecidos; segui a Inteligência Cósmica que ordenou e organizou as coisas tão maravilhosamente.
Mesmo que as pessoas não acreditem em Deus, não podem deixar de reconhecer que existe na Natureza uma ordem e, portanto, uma inteligência que criou esta ordem.
Que ao menos se detenham perante o facto de cada semente produzir uma semelhante.
Como é possível não ver nisso a obra de uma inteligência?
Basta analisar esta lei para se ser obrigado a modificar a visão que se tem do mundo.
Pode-se não crer em Deus, mas não se pode deixar de acreditar que toda a semente se reproduz exactamente, quer se trate de uma planta, de uma árvore, de um insecto, de um animal ou de um homem...
Esta lei é absoluta e deve fazer-vos reflectir.
Podeis permitir-vos ser ingratos, injustos, cruéis ou violentos, mas também podeis estar certos de que esta lei, mais cedo ou mais tarde, virá a aplicar-se no vosso caso, na vossa vida.
Por exemplo: se tiverdes um filho ou vários, como eles serão semelhantes a vós, sereis os primeiros a sofrer, através deles, por causa do vosso próprio comportamento.
Mesmo que Deus não existisse, há uma Inteligência Cósmica, tendes constantemente provas disso.
Vós fazeis o que vos apraz e pensais que não sofrereis nenhuma consequência...
Pensai o que quiserdes, mas a Inteligência Cósmica já registou tudo.
Em cada pensamento, sentimento ou acto, vós colocais um gérmen que começa a crescer e, se vos tiverdes mostrado ingratos, injustos, cruéis ou violentos, um dia encontrareis no vosso caminho as mesmas ingratidões, as mesmas injustiças, as mesmas crueldades, as mesmas violências; elas recairão sobre vós, vinte, trinta ou quarenta anos mais tarde, e nesse momento começareis a compreender que existe uma Inteligência Cósmica que regista tudo.

Continua
 

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 13.02.2017

No livro da Génese, vem escrito que, depois de ter separado a terra das águas, criado o Sol,  Lua, as estrelas, as plantas e os animais, Deus disse: «Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança.»

O Universo é o corpo de Deus, um corpo que Ele anima com o seu Espírito.
Da mesma maneira, o homem possui um corpo que é o reflexo do Universo, e o espírito que anima esse corpo é uma centelha saída do Espírito Divino.
Portanto, Deus não é, como alguns imaginam, um monarca absoluto sentado no seu trono, longe da nossa vista, num local inacessível, nos confins do Céu.
Ele é, sem dúvida, o ser mais impenetrável, o mais impossível de apreender, mas é, ao mesmo tempo, o mais próximo, porque está em nós.
Temos de fazer, pois, todo um trabalho para sentirmos e vivificarmos essa presença em nós.
Nada é mais precioso do que a sensação de ser habitado pelo Senhor: nesse momento, aconteça o que acontecer, nada pode abalar a nossa fé.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

domingo, 12 de fevereiro de 2017

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO







A  LEI  DE  CAUSA  E  EFEITO

I

Sempre que age, o homem desencadeia inevitavelmente certas forças que, também inevitavelmente, produzirão certos resultados.
Era esta ideia de relação entre causa e consequência que estava inicialmente contida na palavra «karma».
Foi só mais tarde que «karma» tomou o sentido de pagamento por uma transgressão cometida.
O Karma-yoga, um dos numerosos yogas que existem na Índia, mais não é do que uma disciplina que ensina o indivíduo a desenvolver-se por meio de uma actividade desinteressada, graças à qual se liberta.
Quando o homem introduz nos seus actos, a ambição, a manha, calculismos duvidosos, contrai dívidas que terá de pagar, e nesse momento a palavra «karma» toma o sentido que em geral as pessoas lhe atribuem: castigo por faltas passadas.
Na realidade, pode dizer-se que o karma (no segundo sentido do termo) se manifesta sempre que uma acção não é executada na perfeição, o que acontece na maioria dos casos.
Mas o homem vai fazendo tentativas, vai-se esforçando até atingir a perfeição, e enquanto as suas experiências se malograrem ele deve corrigir-se, reparar os seus erros e, é claro que para isso terá de penar, de sofrer.
Direis vós: «Mas então, dado que ao agir, as pessoas cometem obrigatoriamente erros e terão de sofrer para os reparar, mais vale não fazer nada!»
Não, há que agir.
Evidentemente, sofrereis, mas aprendereis, evoluireis... e, um belo dia deixareis de sofrer.
Quando tiverdes aprendido a trabalhar correctamente, já não provocareis karma.
Cada movimento, cada gesto ou cada palavra, desencadeia certas forças que acarretam consequências, isso é certo.
Mas suponhamos que esses gestos ou essas palavras são inspirados pela bondade, pela pureza, são desinteressados; nessa altura atrairão consequências benéficas, e a isso chama-se «dharma».
O «dharma» é a consequência duma actividade ordenada, harmoniosa, benéfica.
Aquele que é capaz de empreender um tal trabalho, escapa à lei da fatalidade e coloca-se sob a lei da Providência.
Não fazer nada para evitar trabalhos e sofrimentos não é a solução ideal; é preciso ser activo, dinâmico, cheio de iniciativa, mas agir com outro móbil, não por egoísmo e interesse pessoal.
É a única maneira de escapar a consequências desastrosas.
Escapar às consequências é impossível: haverá sempre causas e consequências, seja qual for a vossa actuação; simplesmente, se conseguirdes agir de maneira desinteressada, já não tereis como consequência, a dor, o sofrimento, mas sim a alegria, a felicidade, a libertação.
Se, só para ficar em paz, nada fizerdes, não vos desenvolvereis, não aprendereis nada, não ganhareis nada.
Evidentemente, não cometereis nenhum erro, mas  sereis como uma pedra: as pedras nunca cometem erros!
É preferível errar e até macular-se, sujar a sua alma, mas aprender.
Como quereis vós que não caiam alguns pingos de cimento ou de tinta quando se está a fazer uma obra?
É impossível!
É necessário tolerar as manchas, contanto que a construção prossiga e que o trabalho se faça.
No fim, esfrega-se, lava-se, muda-se de roupa, mas pelo menos a casa está pronta.
O Mestre Peter Deunov dizia, um dia: «Dou a cada um de vós um livrinho para aprenderdes o alfabeto (em búlgaro, dizemos: «bukvartché»... e vós?... um abecedário?
Bem, um abecedário...)
Ao fim de um ano peço que mo devolvais.
Alguns devolvem-me esse «bukvartché» completamente limpo, impecável, nem o abriram, portanto, nada aprenderam.
Outros, pelo contrário, entregam-mo riscado, rasgado, sujo; abriram-no e fecharam-no centenas de vezes, levaram-no para todo o lado, até comeram em cima dele...
Sim, mas agora sabem ler!»
E o Mestre concluía: «Eu prefiro assim.»
Nessa altura eu era muito jovem, e lembro-me que lhe perguntei, muito timidamente: «E eu, a que categoria pertenço?»
Ele respondeu-me: «Tu? À segunda categoria.»
Está claro que fiquei contente, depois compreendia que assim era melhor.
Sim, eu não sei em que estado lhe devolvi o «bukvartché», mas em todo o caso, ele classificou-me na segunda categoria, a das pessoas que querem que o trabalho se faça...
E é verdade.
Quantos erros se cometerão, quantas nódoas e salpicos se provocarão, quantas críticas e injúrias se receberão, isso não tem importância.
É necessário saber ler, é necessário fazer o trabalho, é necessário terminar a construção.
E todos aqueles que são sempre muito razoáveis, muito prudentes, para não se comprometer, não avançam.
Então, Senhor Deus, que será dessa gente?
Está escrito no Apocalipse: «Sê frio ou sê quente.
Se fordes morno, vomitar-te-ei pela minha boca.»
Por que é que alguns querem continuar a ser mornos?
Não se deve ter medo de errar.
Quando aprendeis uma língua estrangeira, se não disserdes nada com medo de ser ridículos por cometer alguns erros, nunca sabereis falar.
É preciso ousar ser ridículo e cometer algumas faltas, mas aprender a falar.
Pois bem, acontece o mesmo com o karma: não se deve ficar inactivo por medo de cometer faltas que será necessário reparar.
Isto porque, à medida que as pessoas se forem treinando a dar aos seus actos um objectivo divino, não mais provocarão o karma, mas sim o dharma, ou seja, as graças e as bençãos do Céu.

Continua