A espiritualidade não consiste em menosprezar a matéria, mas em descer a ela, em trabalhar nela para a vivificar, para a organizar.
E por "matéria" também se deve entender o corpo físico.
Se se descura o corpo físico, com o pretexto de ficar consagrado às nobres funções do intelecto, da alma e do espírito, essas funções também enfraquecerão, pouco a pouco.
Não se deve deixar o corpo físico no estado de uma casa abandonada que acabará por servir de abrigo aos bichos e às aves nocturnas.
Pelo contrário, o seu proprietário deve ocupar-se muitas vezes com a sua limpeza, a sua manutenção, tornando-o mais ágil, mais vivo.
Descer à matéria com esta intenção nunca é uma queda.
E é precisamente esta a distinção que é preciso fazer: entre descida e queda.
Descer à matéria é uma coisa, deixar-se cair nela, é outra.
Nós devemos descer à matéria para a animar, para a iluminar, para fazer do nosso corpo uma morada do Deus vivo.
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