quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3


 MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



4º. Capítulo  -  NÃO  SER  UM  PESO  PARA  OS  OUTROS


Quando se está preocupado, irritado ou infeliz, o que é que se faz?
Em vez de se procurar acalmar, ser sensato e dominar-se, corre-se para casa dos vizinhos ou dos amigos, ou então, pega-se no telefone para lhes relatar tudo o que corre mal.
Quando se acaba, fica-se contente, aliviado, melhor!
Sim, mas não se dá conta de que, ao agir assim, é como se se lançasse montes de imundícies para cima dos outros.
Não digo que nunca se deva falar das dificuldades aos amigos.
Os amigos podem ser uma ajuda preciosa pelos seus conselhos e apoio.
Apenas digo que não se deve servir-se deles como de um caixote do lixo, onde, por tudo e por nada, se vão lançar as decepções, a irritação, o mau humor.
Nada de bom pode resultar desta forma de agir.
Tanto mais que os amigos, que não são muito sensatos, vão por sua vez procurar outros amigos para se desfazerem desse fardo, e assim sucessivamente!
Repito: não é repreensível procurar conforto num amigo.
Mas, frequentemente, não é um conforto que se procura.
Não se espera nenhuma luz, nenhum conselho.
Tem-se apenas a necessidade de "aliviar a carga", mais nada.
E se, após tê-lo feito, se ficar melhor, na realidade essa melhoria é apenas passageira, porque não se fez um verdadeiro trabalho interior para resolver or problemas e, na primeira ocasião, volta-se a cair no mesmo estado.
Então, não só se foi envenenar os outros, como também não se melhorou realmente o seu próprio estado.
Para se desembaraçar dos desgostos, dos aborrecimentos, há outros métodos que não sejam ir a correr relatá-los aos amigos e aos vizinhos.
Quando vos sentis mal dispostos, irritados, permanecei tranquilamente em casa, fazei um trabalho com a luz, orai, meditai, cantai, ouvi música...
Ou então, saí para uma caminhada ao ar livre, respirai profundamente ligando-vos à terra, às árvores, ao Céu... e não vos apresenteis diante dos outros antes de vos sentirdes libertos, aliviados e capazes de lhes trazer pelo menos alguma coisa de bom, de luminoso, de construtivo.
Observai-vos e constatareis que é exactamente o contrário que estais habituados a fazer: quando as coisas correm mal, apressais-vos a contactar com os outros para lhes dar conta dos vossos aborrecimentos, e quando as coisas correm bem, não dizeis nada, não tendes nada para relatar.
Sim, é extraordinário; quando tudo corre bem, não há nada para relatar!
Não vos parece que há qualquer coisa a corrigir e que se devia aprender a só partilhar com os outros, os seus bons estados?
E ide mesmo mais longe: quando viveis momentos de paz, de alegria, de deleite, pensai em fazer com que os outros beneficiem desses estados priveligiados.
Dedicai alguns minutos a todos os seres no mundo que se encontram em angústia, no desespero.
Concentrai-vos neles e dizei: «Caros irmãos e irmãs do mundo inteiro, o que eu possuo é tão belo, tão luminoso, que eu quero partilhá-lo com todos vós.
Tomai algo desta beleza, tomai algo desta luz!...»
Dado que sabeis que os vossos estados interiores produzem ondas que se propagam, não guardeis a vossa alegria para vós, partilhai-a; assim, não só fareis bem aos outros, como ampliareis esses estados em vós.
Sim, é um fenómeno mágico: para conservar a alegria é preciso saber partilhá-la.



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