sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O SEGUNDO NASCIMENTO



Parte do 3º. Capítulo  -  VERDADE  OCULTA  NOS  OLHOS   (páginas 63 a 67)

Continuação


Deveis ficar a saber que também nós, tal como a atmosfera, somos feitos de várias camadas, e que em cada camada vivem seres diferentes.
Nós cremos que somos sempre os mesmos...
Que grande erro!
Ora é um ser que se manifesta através de nós, ora é outro...
E há uma enorme quantidade deles!
Alguns não podem seguir-nos quando subimos e ultrapassamos certos limites, porque não conseguem respirar e viver acima de certos níveis, tal como os micróbios não podem sobreviver acima de certas temperaturas.
Quanto mais subimos, mais libertos ficamos, porque a cada passo rumo às alturas há seres inferiores que têm de abandonar-nos e voltar ao seu nível habitual.
Mas há certas entidades que ficam agarradas a nós até ao cume: são as entidades do orgulho.
Todos os Iniciados sabem isso: o orgulho é semelhante ao líquen, que pode subsistir até nas rochas dos mais altos cumes.
Nós devemos subir pelo pensamento.
Quando rezamos e meditamos, nós elevamo-nos.
Também podemos subir graças aos esforços que fazemos para nos aperfeiçoarmos.
Agora, eu estou a dizer-vos: «Subi, enquanto há pouco dizia para vos aproximardes do centro do círculo.
Na realidade, as imagens do cume e do centro têm exactamente o mesmo significado.
Na Natureza, não há alto nem baixo, nem direita nem esquerda.
Estas expressões significam simplesmente vibrações rápidas e vibrações lentas, vibrações intensas e vibrações fracas.
O alto, o dentro, correspondem às vibrações rápidas; o baixo, o fora, correspondem às vibrações lentas.
Os pensamentos, os sentimentos e os actos também podem ser situados nesta escala das vibrações.
As paixões, a avareza, o ciúme, a cobiça, a cólera, o medo, a inveja, têm vibrações lentas, fracas...
Vós direis que o medo não é lento, é rápido.
Exteriormente, sim, mas interiormente, o medo paralisa o pensamento e torna as pessoas inaptas para a acção.
Muitas vezes, durante um incêndio, as pessoas precipitam-se para o fogo em vez de fugirem!
O seu cérebro deixa de funcionar.
Pelo contrário, os pensamentos e os sentimentos harmoniosos tornam a acção fácil, rápida, eficaz.
O Mestre Peter Deunov escreveu um livro sobre as cores.
Ele explica que são os anjos que se ocupam das cores e que tudo o que se passa na Natureza se realiza com a ajuda das cores, que agem sobre as plantas, os animais e os homens.
Eu li muitas coisas nesse livro, onde ele também diz que alguns versículos da Bíblia, quando são pronunciados, criam certas cores à nossa volta e, que, graças a essas cores, podemos curar doentes, lendo esses versículos junto deles.
Os "hodjas" turcos curam também os doentes, lendo-lhes versículos do Corão.
O Mestre dizia: «Vós quereis arrancar todos os segredos à Natureza, mas ela é viva, sabe quantas vezes fostes ingratos, e esconde-se de vós.
A Natureza diverte os homens vulgares, instrui os discípulos, mas é só aos sábios que ela revela os seus segredos.
Cada coisa na Natureza tem uma forma, um conteúdo e um sentido.
A forma é para os homens vulgares, o conteúdo é para os discípulos e o sentido profundo é para os Mestres.»
Todos querem penetrar nos grandes mistérios na Natureza, mas isso não é assim tão fácil.
É necessária toda uma preparação para os compreender, e essa preparação só se pode fazer pelo exercício das cinco virtudes de que falávamos há pouco.
A bondade permite-nos deslocarmo-nos e, caminhando na via da Iniciação, observar e encontrar todas as coisas belas que Deus criou.
A justiça dá-nos a possibilidade de agir e de criar obras esplêndidas com as nossas mãos.
O amor inspira-nos palavras que ressuscitam, dá-nos a alegria de apreciar o que há de mais saboroso na Natureza e, assim, sentimo-nos sempre alimentados e saciados com água viva.
A sabedoria abre os nossos ouvidos espirituais, graças aos quais poderemos, um dia, ouvir a harmonia das esferas e compreender a palavra divina.
A verdade dá-nos todas as possibilidades de nos dirigirmos, de nos orientarmos, de encontrar aquilo que procuramos, de contemplar a beleza da Natureza e o rosto do Ancião dos Anciãos, o Misterioso dos Misteriosos: Aïn Soph, como é designado pela Cabala.
É espantoso como a maioria dos homens pretende penetrar nos mistérios da mais alta Iniciação sem nada pôr em prática, sem fazer qualquer sacrifício, sem fazer qualquer esforço para se dominar, e dando plena satisfação às suas fraquezas.
Por isso, os segredos da Natureza estão-lhe vedados, fechados a sete chaves.
Lembrai-vos das palavras do Mestre: «A Natureza diverte os homens vulgares, ensina os discípulos, mas é só aos sábios que ela revela os seus segredos.»
Eu também tinha a intenção de vos dar hoje algumas explicações do ponto de vista frenológico, mas agora já me resta pouco tempo para o fazer
Reparai neste esquema da cabeça:
O perfil 1 está dividido em 2 partes: a primeira corresponde ao amor pelas coisas concretas, pela ciência, e a segunda, o alto da testa, corresponde ao amor pelas coisas abstractas, pela filosofia.
O perfil 2 corresponde ao amor pelos outros, à benevolência, ao altruísmo, às tendências humanitárias.
O perfil 3 corresponde ao amor a Deus, à devoção, à veneração pelos seres superiores.
O perfil 4 indica o apego às convicções pessoais, que impele os seres a manterem as suas opiniões até à obstinação.
Se essa parte da cabeça está demasiado desenvolvida em relação às outras, isso indica que a pessoa preferirá deixar-se queimar a renunciar às suas ideias.
O perfil 5 corresponde ao amor-próprio, à estima pela sua própria pessoa.
O perfil 6 corresponde ao amor pela casa, pela pátria.
O perfil 7 corresponde ao amor pelas crianças, pela família.
O perfil 8 corresponde aos instintos.
Está escrito que o Paraíso era um Jardim cheio de árvores e povoado com animais de toda a espécie.
Nesse Jardim, Eva foi o primeiro botânico da humanidade, pois era ela que se ocupava das plantas, das flores, e Adão o primeiro zoólogo, pois foi ele quem deu o nome aos animais.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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