MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
5º. Capítulo - TRABALHAI SOBRE A ATMOSFERA PSÍQUICA
Cada vez mais as pessoas se queixam de que o ar se torna irrespirável: os fumos das fábricas, os gases que saem dos automóveis e muitos outros produtos tóxicos que contribuem para envenenar a atmosfera...
É verdade, mas o que dizer então da atmosfera psíquica da terra?
A maioria dos humanos, que vivem sem luz, sem amor, sem consciência das suas responsabilidades, passam o tempo a lançar à sua volta pensamentos e sentimentos tão sombrios, viciados, malsãos, que a atmosfera da terra parece um pântano onde fervilham toda a espécie de animalejos que lançam excrementos no mesmo tanque, e os outros são obrigados a respirá-los, a absorvê-los.
Sim, é a triste realidade: uma cidade não é mais do que um pântano onde todos os humanos lançam as suas angústias, os seus ciúmes, os seus ódios e todos os seus desejos insatisfeitos.
Se eles fossem um pouco clarividentes veriam formas horríveis, negras, viscosas que saem de muitas criaturas para se acumularem nas camadas da atmosfera.
Mas, mesmo que não se veja nada, há momentos em que é impossível não sentir nas cidades como que um véu espesso, pesado, tenebroso.
Portanto, mesmo admitindo que toda a gente se mobilize para combater a poluição do ar, da água e da terra, isso será ainda insuficiente, porque no mundo psíquico também se propagam gases, fumos, produtos tóxicos que estão a asfixiar a humanidade.
Muitas doenças actuais não são devidas apenas à poluição do ar, da água e dos alimentos, mas também à poluição psíquica.
Se a atmosfera psíquica na qual o ser humano está mergulhado não estivesse tão poluída, ele seria capaz de neutralizar todos os venenos exteriores.
O mal está, antes de tudo, no interior.
Quando alguém se sente interiormente forte e em harmonia consigo próprio e com os outros, é como se fosse atravessado por correntes de energias que eliminam as impurezas, mesmo no plano físico e, assim o organismo torna-se capaz de se defender melhor.
É sobretudo interiormente que as pessoas são vulneráveis, e pouco a pouco, o mal acaba por se manifestar também exteriormente.
Conhecem-se exemplos disso entre os médicos e os enfermeiros: alguns, que tinham uma fé extraordinária e um sangue muito puro conseguiram viver entre pessoas que sofriam das piores doenças contagiosas sem serem contagiados.
Ao passo que outros, mesmo que fugissem, os micróbios apanhavam-nos.
Sim, porque tinham deixado penetrar neles impurezas, e as impurezas são sempre um bom alimento para os micróbios e os vírus.
A pureza do sangue, assim como a dos pensamentos e dos sentimentos, opõe-se à doença.
Ao passo que, se o mal já entrou nos pensamentos, nos sentimentos, no coração, nos desejos, passa a existir uma porta aberta e depois é tão fácil para esse mal descer até ao plano físico!
O que é preciso, a partir de agora, é tomar consciência da existência dessa atmosfera psíquica.
Se cada um se esforçasse por produzir menos miasmas e trabalhasse, pelo contrário, para produzir pensamentos puros, luminosos, benéficos, como as coisas nunca ficam no mesmo sítio, pois propagam-se, essas ondas purificadoras seriam uma benção para a humanidade.
Mas onde estão os seres esclarecidos que queiram fazer este trabalho?
Não há muitos: cada um está ocupado a satisfazer os seus desejos, as suas cobiças, e tenta ser bem sucedido a todo o custo, ao soco, ao arranhão, à dentada e ao pontapé.
Por toda a parte essas armas são usadas para abrir caminho e essa atitude tem custos para toda a humanidade, pois a atmosfera é atravessada por ondas caóticas, por emanações malsãs.
Se existisse no mundo um número suficiente de seres esclarecidos que, pela sua forma de viver, trabalhassem para purificar primeiro que tudo a sua atmosfera espiritual, pouco a pouco, levados pelo exemplo, muitos outros fariam o mesmo.
Por isso eu vos falo tão frequentemente da necessidade de criardes através do pensamento, em todos os locais onde estiverdes, uma atmosfera límpida, harmoniosa, fraterna, a fim de que a terra se torne, um dia, como um jardim florido onde todos se sentirão felizes por nela habitar.
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