sexta-feira, 30 de setembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 01.10.2016


 Nós estamos ligados aos seres que estão acima de nós: os anjos, os arcanjos... até ao próprio Deus.
Mas também estamos ligados àqueles que estão abaixo de nós: os animais, as plantas, as pedras.

Compreendereis melhor em que consiste esta ligação se observardes como circulam as duas correntes, ascendente e descendente, no tronco de uma árvore: a corrente ascendente transporta a seiva bruta até às folhas, onde ela se transforma em seiva elaborada, ao passo que a corrente descendente transporta a seiva elaborada que alimenta a árvore com substâncias orgânicas.
Na Árvore Cósmica, o homem encontra-se na passagem destas duas correntes e deve aprender a trabalhar conscientemente com elas.
Quando ele conseguiu atrair a sabedoria, a luz e o amor de Deus, transmite-os aos seres situados abaixo dele e ligados a ele, até aos minerais.
Depois, graças a uma outra corrente que também circula através dele, essas forças sobem desde o mundo mineral até aos reinos superiores da Criação.
Aquele que se liga conscientemente a esta cadeia viva dos seres é habitado pela alegria, pela luz e pela paz.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.09.2016

O ser humano caracteriza-se pelo facto de ter consciência, mas ele só está plenamente consciente quando desperta para as noções de colectividade, de universalidade.
Esta faculdade permite-lhe entrar na alma e no coração dos outros, ao ponto de, quando os faz sofrer, sentir as mesmas dores que lhes inflige.
Ele sente, compreende que tudo o que faz aos outros, tanto o bem como o mal, é a si mesmo que o faz.
Aparentemente, cada ser está isolado, separado dos outros; mas, na realidade, uma parte dele mesmo está ligada à colectividade e vive em todas as criaturas, em todo o cosmos.

Se esta consciência colectiva estiver desperta em vós, sentireis, nas vossas relações com os outros, que os vossos pensamentos, os vossos sentimentos, as vossas palavras, os vossos actos, voltam todos a vós como que um eco, pois o vosso ser, tendo-se estendido até às dimensões do Universo, tornou-se uma entidade colectiva.
É a este estado de consciência que se pode dar o nome de sentimento fraternal.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.09.2016

No Antigo Testamento, Miguel é o arcanjo que, à cabeça dos exércitos celestes, obtém todas as vitórias.
E, no Novo Testamento, em particular no Apocalipse, é ele que, no fim dos tempos, deita o dragão por terra.
Também está escrito que, quando Moisés morreu, o diabo quis apoderar-se do seu corpo e foi o arcanjo Miguel que se opôs a ele para lho tirar.
Há inúmeros quadros e ícones que representam este arcanjo com uma balança na mão, pesando os actos dos humanos após a sua morte: num prato acumulam-se as suas boas acções e, no outro, as más.
Entretanto, o diabo está ali, pronto a arrastar o homem para o seu reino infernal, e fica furioso, range os dentes, quando vê o arcanjo Miguel acrescentar no prato uma última boa acção que fará pender a balança para o lado do bem e da salvação.

A festa de São Miguel situa-se no signo da Balança, no começo do outono.
O outono é a estação das colheitas: apanham-se os frutos, deita-se fora os que estão estragados e guarda-se os que estão sãos.
Jesus dizia que se reconhece os homens pelos seus frutos.
De certo modo, podemos ver em cada colheita uma forma de julgamento.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


terça-feira, 27 de setembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.09.2016

Por causa do seu grande poder de absorção, a água, ao circular na terra e na atmosfera, carrega-se de impurezas.
Mas a Natureza previu certos processos para a sua purificação.
Esses processos são de dois tipos.
Com o primeiro, a água infiltra-se no solo: aí, na escuridão, ela atravessa diferentes camadas, deixando as suas impurezas por onde passa; pouco a pouco, ela torna-se límpida e clara e, um dia, jorra da terra como água de nascente.
O segundo processo é o da evaporação: aquecida pelos raios solares, a água eleva-se na atmosfera e, é tornando-se vapor que ela se purifica.
Mais tarde, ela cairá de novo sobre a terra na forma de orvalho, de chuva, e trará a vida à vegetação e a todas as criaturas.

Para os humanos, também existem dois métodos de purificação.
Se eles viverem uma vida sem brilho, prosaica, passional, terão de se purificar afundando-se no solo, onde serão submetidos a fortes pressões; isto é, passarão por provações, por sofrimentos.
Mas os espiritualistas escolhem conscientemente o segundo método: eles sabem que expondo-se aos raios do espírito, vão ficar mais leves, elevar-se e impregnar-se com as partículas mais luminosas, que os purificarão e os santificarão.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

A REENCARNAÇÃO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Conferência improvisada

Bonfin, 29 de Setembro de 1963


Ao ler a vida de muitos santos, profetas ou Iniciados, algumas pessoas dizem: «Eles sofreram, foram martirizados...
Como é que isso pode ter acontecido?
Eles não o mereceram...»
Sim, mereceram, e poderemos encontrar a razão nas suas vidas passadas, porque o facto de já se ter conseguido restabelecer em si próprio uma ordem divina, não significa que se tenha tudo pago e, que o passado esteja todo liquidado.
Não, o passado continua lá, e ainda não deixa um campo de actividade inteiramente livre.
Há que pagar a dívida até ao último centavo.
Observai como as coisas se passaram com os discípulos de Jesus: estavam com ele, seguiam um Ensinamento divino, viviam na luz, não praticavam mal algum; então, porque é que foram massacrados ou entregues às feras?
Porque é que Jesus não os ajudou?
Foi porque ainda não tinham liquidado o seu passado.
Nas outras reencarnações, quando não estavam ainda esclarecidos, haviam cometido algumas faltas que não repararam antes de partir para o outro lado.
É isso que foi dito (mas as pessoas não compreenderam o sentido desses conselhos): «Que o Sol não se ponha sobre a tua cólera». ou então «Antes que o Sol se ponha, vai reconciliar-te com o teu irmão.»
Se tomarmos esta expressão à letra, o prazo é muito curto...
Sobretudo se for no Inverno quando o Sol desaparece muito cedo!
Na realidade, não se trata do pôr-do-sol no plano físico.
Na linguagem simbólica dos Iniciados, o pôr-do-sol representa a morte do homem, a sua partida para o outro mundo.
É-lhe concedido pois, como vedes, um prazo suficientemente longo, de numerosos anos.
Mas, uma vez esgotado esse tempo, se ele não pensou em pagar as suas dívidas, ou se não soube fazê-lo, uma vez "o Sol posto", a lei do carma aplica-se!
Tudo está inscrito, porque tudo deixa uma marca que endurece e se cristaliza, e então é preciso pagar.
É impossível fazer um "arranjinho amigável" como se costuma dizer.
É preciso pagar.
A não ser que a questão seja resolvida antes do pôr-do-sol, teremos que pagar até ao último centavo.
E vós, que seguis um Ensinamento espiritual, viveis na luz, mas isso não impedirá que vos aconteçam, de tempos a tempos, alguns acidentes ou alguns infortúnios.
Não se fica ao abrigo de tudo só porque se está numa Escola Iniciática.
Para que nada de mau vos aconteça, é preciso que tenhais liquidado todas as dívidas do passado.
Se ainda as trazeis convosco, quer sigais ou não o Ensinamento, quer estejais ou não na luz, nada há a fazer, tendes que pagá-las.
Como vedes, a questão torna-se mais clara: vós estais num Ensinamento divino, de acordo, vós viveis nessa luz e doravante não praticareis senão o bem, de acordo, mas é preciso que saibais que esse bem dará resultados no futuro e não no imediato.
Portanto, quando atravessais dificuldades, deveis aceitá-las e dizer: «Senhor Deus, isto não pode destruir o trabalho que eu tenho feito na luz.
Tanto melhor se me surgem estes aborrecimentos, pois isso significa que estou a libertar-me, e isso é bom.
Agora eu sei porque é que isso me acontece, não me revoltarei mais, não pedirei de novo para ser poupado.»
Vós direis: «Mas será que também o próprio Jesus tinha ainda um carma a pagar quando foi crucificado?»
Não, o caso dele é completamente diferente e insere-se na questão essencial do sacrifício.
Existem seres que aceitam sacrificar a sua vida e passar por grandes sofrimentos quando já não têm nada a pagar.
São excepções.
Quando as pessoas não conhecem em pormenor esta questão da reencarnação, correm o risco de se pronunciar de uma maneira errónea.
Do ponto de vista da reencarnação, podemos classificar os seres em quatro categorias.
A primeira categoria é composta por creaturas cuja falta de luz, de ciência, de consciência, de moralidade, as leva frequentemente a cometer crimes.
Portanto, elas transgridem as leis, carregam-se de pesadas dívidas que terão que pagar e, em consequência disso, quando voltam a encarnar, vêm à terra em condições que as obrigam a sofrer para pagar e reparar; é por isso que a sua vida não é lá muito feliz.
A segunda categoria compreende seres mais evoluídos que procuram desenvolver certas qualidades e virtudes para poderem libertar-se.
Mas como não conseguem restabelecer tudo no trabalho de uma única encarnação, têm que voltar para acabar a tarefa.
Serão então colocados em melhores condições que lhes permitirão ter actividades mais úteis, mais elevadas.
Mas, apesar de tudo. deverão voltar para liquidar ainda certas dívidas do passado, até à sua libertação total.
Na terceira categoria encontram-se seres mais evoluídos, que vieram à terra para acabar certas tarefas.
Eles tinham muito poucas coisas para resolver e possuem, nesta vida, grandes virtudes, uma consciência mais larga. e até muito mais tempo para fazer o bem.
Esses seres quando partirem, depois de terem realizado o seu trabalho e terminado a sua missão, não voltarão mais.
No entanto, alguns deles, uma vez lá em cima, em lugar de permanecer nesse estado de felicidade. de alegria, de liberdade infinita de que usufruem no seio do Eterno, tomados de piedade e de compaixão para com os seres humanos. abandonam esse estado maravilhoso e descem voluntariamente para ajudá-los; e chegam mesmo a aceitar ser mortos, massacrados.
Ao passo que outros, dado que não são obrigados a vir cá novamente, podem no seu desejo de continuar um trabalho espiritual começado, infundir-se, habitar num ser muito evoluído.
Aliás, Jesus mencionou essa possibilidade quando disse: «Naquele que cumprir os mandamentos, o meu Pai Celeste e eu viremos habitar e faremos dele a nossa morada.»
Esses seres não são, pois, obrigados a reencarnar-se: sem tomar um corpo físico separado, eles podem entrar num homem vivo e atravessar com ele todas as etapas: a gestação, a infância, a juventude e a maturidade, para trabalhar com ele e nele.

Muitas pessoas querem libertar-se, mas compreendem mal a questão: fazem tudo para escapar às suas obrigações, para fugir aos seus deveres, para cortar todos os elos e, eis que se crêem livres.
Não, ninguém se liberta desta forma.
A verdadeira libertação de cada um, consiste em pagar todas as dívidas.
Quantos querem libertar-se da sua mulher, dos seus filhos, do seu patrão, da sociedade, da própria vida, suicidando-se!
Mas não há libertação possível, meus caros irmãos e irmãs, enquanto não tiverdes pago todas as vossas dívidas, apagado todo o carma.
Devemos querer libertar-nos, sim, mas de acordo com as regras divinas e, é raro encontrar seres que saibam fazê-lo.
Mesmo aqui, na Fraternidade, há quem não ponha a questão desta maneira: são os que querem, a todo o custo, ser independentes, escapando aos seus deveres.
É como, se depois de se terem regalado à mesa de um restaurante, quisessem partir sem pagar.
Isto é desonesto, é uma falta de nobreza e os espíritos luminosos. do outro lado, não aceitam uma tal atitude.
As pessoas imaginam muitas vezes que se libertam pelo facto de terem conseguido ver-se livres do seu antigo patrão ou da sua ex-mulher, mas, nessa altura, novos aborrecimentos, novas armadilhas as esperam para lhes mostrar que estão enganadas; é aquilo a que se chama «cair de Cila em Caríbdis.»*
O melhor caminho, o melhor método para a libertação, é o amor; e o pior é o egoísmo, a avareza, as manhas, os calculismos.
Na generosidade, no sacrifício, na bondade, em todos os gestos que fazemos para dar, trabalhamos sempre para a nossa libertação.
É por essa razão que, em vez de vos agarrardes ao qur possuís, de usar calculismos, subterfúgios, deveis dar!
Reparai como agem as pessoas no momento da separação, de um divórcio!...
Com que obstinação se agarram aos seus interesses!...
Sim, mas elas não sabem que, adoptando esta atitude, deverão voltar a encontrar-se e suportar-se nas encarnações futuras.
O amor, a generosidade, a bondade, a clemência, a misericórdia, é que colocam o discípulo no caminho da libertação.
Bem entendido, se fordes falar de bondade e de sacrifício às pessoas comuns, passareis por ser o maior dos imbecis, porque elas não têm essa luz e não sabem para que serve a generosidade.
Mas um Iniciado conhece as razões profundas e sabe que vale verdadeiramente a pena dar, ajudar, ser aberto e generoso, porque é assim que as pessoas se libertam.
Dai, pois, dai mesmo mais do que aquilo que a justiça exige, porque deste modo libertar-vos-eis mais rapidamente.


* No original, «tomber de Charybde en Scylla.»
    Esta expressão poderia ser traduzida por: «sair da lama para se meter no atoleiro.»


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PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.09.2016

 Quando se deseja fundar uma família, é-se obrigado a fazer esforços para sair de si mesmo, para se abrir ao outro, marido ou esposa e, mais tarde, aos filhos.
Só que o erro dos humanos é não terem compreendido que deviam alargar ainda mais o círculo da família, estender o seu amor a outras criaturas, a todo o Universo.
Por isso é que eles ainda não são felizes, mesmo com a sua família e os seus amigos.

A felicidade é não se deter num ser ou em dois, em dez, em cem..., e amar infinitamente.
Continuai, pois, a amar aqueles que já amais, mas alargai o círculo do vosso amor para fazerdes trocas, inclusive, com todas as criaturas superiores: os anjos, os arcanjos, as hierarquias celestes, o Senhor...
A vossa família, os vossos amigos ficarão enriquecidos, reforçados, mais belos, mais puros, por causa de todos esses estados sublimes que, então, vós alimentareis no vosso coração e na vossa alma.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



8º. Capítulo  -  UM  SIMPLES  GESTO


Muitas perturbações psíquicas e depressões graves têm como origem apenas a negligência, em pessoas que não souberam fazer o esforço de reagir imediatamente a certos mal-estares.
Após uma decepção, um desgosto, um revés, elas deixaram-se submergir, pouco a pouco, pelo desalento até se tornarem realmente doentes.
Poderiam muito bem nunca ter chegado a essa situação se tivessem procurado imediatamente mudar o seu estado.
Ora, a maioria das pessoas não reage, espera que as coisas se resolvam por si mesmas.
É verdade que, na maior parte dos casos, a vida retoma naturalmente o seu curso; mas, em certas situações mais difíceis, se não se estiver atento as coisas não se resolvem.
E o mais grave é que muitas pessoas nem sequer se dão conta de que estão a escorregar por uma ravina perigosa: afundam-se pouco a pouco, em estados mórbidos e, um dia, são "engolidas".
O que no começo era apenas um pequeno mal-estar acaba por tornar-se uma verdadeira doença.
Deveis, pois, tornar-vos conscientes, saber que pensamentos, sentimentos e sensações vos atravessam, e não permitir que se instalem em vós estados negativos.
A partir do momento em que sentis um mal-estar interior, reagi!
Frequentemente, basta um simples pequeno gesto: regar as flores, sorrir ou dizer umas palavras bondosas a alguém, oferecer a uma pessoa um objecto de que ela necessita ou que lhe agradará... mas só se esse gesto for feito conscientemente, com a vontade de dar uma outra orientação aos vossos estados interiores e, sobretudo, de o fazer antes de as coisas se tornarem graves.
O essencial é não ficar apático, estagnado, mas sim desencadear conscientemente algo de positivo.
Portanto, tentai vigiar sempre os vossos estados interiores, senão passar-se-á convosco o mesmo que com uma bola de neve que começastes a empurrar: a neve vai-se aglomerando e chega o momento em que essa bola, que ficou enorme, acaba por obstruir o vosso caminho.
Vós lamentais-vos: «Já não posso passar!»
De quem é a culpa?
Quem formou essa bola?
Vós próprios!
Alimentastes toda a espécie de pensamentos e sentimentos negativos, permitistes que eles tomassem proporções gigantescas na vossa cabeça, no vosso coração, e ficastes encurralados, bloqueados.
«E agora, o que hei-de fazer?»
Acendei um fósforo e aproximai-o dessa bola de neve: ela derreterá, a água irá regar os vossos jardins, os vossos pomares e, tereis flores e frutos em abundância.
É isto que se deve fazer: acender o fogo do amor; e o amor fará derreter em vós todas as bolas de neve, todos os tumores.
Sim, o amor manifesta-se através de todos esses gestos aparentemente sem importância que podemos fazer em cada dia.
Não espereis que o vosso equilíbrio e a vossa saúde venham de grandes coisas.
As pequenas coisas são as mais benéficas.
Se vos habituardes a levá-las a sério, desenvolvereis em vós uma atitude e forças que podem proteger-vos.
Existem tantas possibilidades!
Nem que seja apanhar do chão ou do caminho um objecto, um papel, uma garrafa vazia... afastar uma pedra em que alguém poderia tropeçar ou pedaços de vidro em que alguém poderia ferir-se...
Esforçai-vos por encontrar sempre algo de novo para fazer, sabendo que cada pequeno gesto executado com diligência, sinceridade e amor será como uma criatura de luz que afastará as trevas ou as impedirá de entrar em vós e destruir tudo.

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.09.2016

A espiritualidade não consiste em menosprezar a matéria, mas em descer a ela, em trabalhar nela para a vivificar, para a organizar.
E por "matéria" também se deve entender o corpo físico.
Se se descura o corpo físico, com o pretexto de ficar consagrado às nobres funções do intelecto, da alma e do espírito, essas funções também enfraquecerão, pouco a pouco.

Não se deve deixar o corpo físico no estado de uma casa abandonada que acabará por servir de abrigo aos bichos e às aves nocturnas.
Pelo contrário, o seu proprietário deve ocupar-se muitas vezes com a sua limpeza, a sua manutenção, tornando-o mais ágil, mais vivo.
Descer à matéria com esta intenção nunca é uma queda.
E é precisamente esta a distinção que é preciso fazer: entre descida e queda.
Descer à matéria é uma coisa, deixar-se cair nela, é outra.
Nós devemos descer à matéria para a animar, para a iluminar, para fazer do nosso corpo uma morada do Deus vivo.

domingo, 25 de setembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.09.2016

A espiritualidade não consiste em menosprezar ou em descurar o corpo físico, mas em fazer dele o instrumento do espírito.
É por isso que o Ensinamento da Fraternidade Branca Universal dá inúmeros métodos para a purificação e a regeneração do corpo físico.
Os actos mais naturais, mais quotidianos e indispensáveis à vida, como respirar, comer, beber, lavar-se, caminhar, dormir, falar, podem, assim, tornar-se ocasiões para fazer este trabalho de regeneração graças ao qual o nosso espírito adquire, cada vez mais, o poder de se manifestar.

Contudo, ter métodos não é o suficiente.
Também é necessária uma consciência esclarecida para compreender a sua razão de ser e saber como aplicá-los.
Os métodos, só por si, não bastam, pois são apenas ferramentas.
As palavras ou os gestos que se repetem só libertam o seu poder se se lhes atribuir um conteúdo, e atribuir-lhes um conteúdo supõe uma filosofia.
Os métodos são válidos desde que sejam suportados num pensamento, e é desejável aprofundar bem esse pensamento.

sábado, 24 de setembro de 2016

A REENCARNAÇÃO (Continuação)

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



Conferência improvisada

Vidélinata (Suiça), 11 de Dezembro de 1966


Já vos demonstrei que, apesar de a palavra "reencarnação" não estar escrita nos Evangelhos, certas passagens demonstram que esta crença pertence à tradição.
Posso dar-vos ainda outro exemplo.
Há uma passagem em que Jesus diz: «Sede perfeitos como o meu Pai Celeste é perfeito.»
Que pensar desta frase?
Ou Jesus fala sem reflectir, pois está a pedir a homens tão cheios de imperfeições para atingirem em alguns anos a perfeição do Pai Celeste, ou ele não tem a mínima ideia de quem é o Pai Celeste e, imagina que é fácil para as pessoas tornarem-se como Ele.
Em ambos os casos, isso não é muito elogioso para Jesus.
Na realidade, também esta frase subentende a reencarnação.
Jesus não pensava que o homem seria capaz de se tornar perfeito numa única existência, não, mas sabia que, à força de desejar esta perfeição e de trabalhar para a obter, reencarnações e reencarnações mais tarde ele acabará por atingir o objectivo.
E o que foi que Moisés escreveu no início do livro do Génesis, quando faz o relato da creação do homem?
«E Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e à nossa semelhança, e que ele domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos...
Deus creou o homem à sua imagem, à sua imagem Ele o creou.»
E onde reside essa semelhança?
Deus tinha, sem dúvida, a intenção de crear o homem à sua imagem e à sua semelhança, isto é, perfeito como Ele, mas não o fez.
Ele creou-o somente à sua imagem, com as mesmas faculdades, mas sem lhe dar a plenitude dessas faculdades, a semelhança.
Observai a glande de um carvalho; ela é uma imagem do seu pai, o carvalho, isto é, ela contém as mesmas possibilidades, mas não se lhe assemelha, não é ainda como o carvalho, só virá a sê-lo depois de plantada.
O homem foi creado à imagem de Deus, isto é, possui a sabedoria, o amor e o poder, mas num grau tão pequeno em comparação com a sabedoria, o amor e o poder do Creador!
Mas, um dia, quando se desenvolver - com o tempo - o homem será semelhante a Ele, possuirá as Suas virtudes em plenitude.
Por conseguinte, como vedes, esse desenvolvimento, essa passagem da imagem à semelhança, pressupõe a reencarnação.
Deus disse: «Creemos o homem à nossa imagem e à nossa semelhança», mas Ele não o fez.
«Deus creou o homem à sua imagem, à sua imagem Ele o creou»; foi na ausência da palavra semelhança e na repetição da palavra imagem que Moisés escondeu a ideia de reencarnação.*
Mas as pessoas não sabem ler os livros... e muito menos o grande Livro da Natureza viva, onde também está inscrita a reencarnação.
Tomemos a imagem da árvore.
Só os cabalistas compreenderam verdadeiramente a imagem da árvore, da qual fizeram um símbolo do Universo: todas as creaturas têm lugar em alguma parte desta árvore, seja como raízes, seja como casca, folhas, flores ou frutos.
Segundo a sua ciência imensa, todas as existências, todas as actividades, todas as regiões têm o seu lugar na Árvore da Vida.
Em diferentes épocas do ano, as folhas, as flores e os frutos caem da árvore; depois, decompõem-se e transformam-se em estrume, que é absorvido pelas raízes da árvore.
E o mesmo acontece com os seres.
Quando um homem morre, ele é de novo absorvido pela Árvore Cósmica, mas em breve reaparece sob uma outra forma: ramo, flor, folha...
Nada se perde, os seres desaparecem e reaparecem sem cessar nesta Árvore formidável que é a Árvore da Vida.
Como vedes, a reencarnação está inscrita por toda a parte.
E em que outros fenómenos?
Na evaporação da água, por exemplo: a água do oceano evapora-se e sobe no ar, para voltar a cair mais longe, sob a forma de neve ou de chuva, e regressa ao oceano.
A gota de água não desaparece, faz uma enorme viagem para explorar o mundo: sobe para o céu, cai sobre as montanhas, desce para os vales e infiltra-se nas camadas subterrâneas onde toma cor; amarelo, vermelho, verde...
A água que sobe e desce, eis mais um fenómeno onde está inscrita a lei da reencarnação.
Como a gota de água, cada espírito viaja para se aperfeiçoar e se instruir.
Quereis outro argumento?
Bom...
À noite, para vos deitardes, vós despis-vos.
Uma a uma, tirais as vossas peças de roupa: o casaco, a camisola, a camisa...
O ir para a cama, à noite, é o símbolo da morte; todas essas peças de vestuário que abandonais, representam os diferentes corpos de que deveis libertar-vos, uns após outros: primeiramente, o corpo físico; depois, algum tempo mais tarde, uma semana ou duas, o corpo etérico; em seguida, o corpo astral e, este demora muito mais tempo, porque no plano astral estão acumuladas as paixões, as cobiças, todos os sentimentos inferiores.
É isso o Inferno: o plano astral e o plano mental inferiores, onde devemos ficar algum tempo para nos purificarmos...
Em seguida, libertais-vos do corpo mental e, é aí que começa o Paraíso, com o primeiro Céu, o segundo Céu, o terceiro Céu...
Diz a tradição que existem sete.
Só depois de se ter largado todas as peles, é que se entra, completamente nu, no sétimo Céu; "completamente nu" significa purificado, sem entraves.
E de manhã. é o regresso do homem à terra, o nascimento da criança.
Voltamos a vestir as roupas: a camisa, a camisola, o casaco, etc...
Quando a criança vem à terra, começa por vestir os seus corpos subtis (átmico, búdico, causal), depois os seus corpos mental, astral, etérico, e finalmente o corpo físico.
Como vedes, todas as noites nos despimos e todas as manhãs voltamos a vestir-nos; as pessoas fazem isto durante anos e anos e nunca se detiveram para reflectir sobre esses gestos, que correspondem aos processos da reencarnação e da desencarnação.
No entanto, se soubessem interpretar esses actos quotidianos, esses gestos, esses trabalhos, esses comportamentos, os mecanismos da nutrição, da respiração, etc... fariam grandes descobertas.
Porque todos os mistérios do Universo estão reflectidos nos nossos gestos, nas nossas palavras, em todos os actos da nossa vida.
Simplesmente, para os decifrar é necessário ter estudado numa Escola Iniciática.
Algumas dessas pessoas esperam que a Igreja se pronuncie oficialmente para acreditarem na reencarnação.
Mas quando o fará ela?
Eu tive a oportunidade de falar várias vezes com membros do clero e vi que muitos acreditam na reencarnação, mas não ousam dizê-lo com medo de vir a ter aborrecimentos.
De qualquer maneira, digo-vos que se não aceitardes a reencarnação nunca tereis luz sobre a vossa situação, sobre os acontecimentos da vossa existência; nunca sabereis por que razão sois constantemente perseguidos, maltratados ou porque sois sempre ajudados e apoiados.
E também nunca sabereis como é que podereis trabalhar para uma próxima vida.
E quando não se conhece a verdade, aonde é que se pode chegar?...


* - Adoptámos, nesta tradução, a distinção estabelecida pelo filósofo brasileiro Huberto Rohden entre:
- "crear", que representa um novo início; e
- "criar", que é apenas uma continuação.

Assim, para usar um exemplo dado pelo próprio Rohden, a lei de Lavoisier está certa quando escrevemos: «Na Natureza nada se Crea, nada se perde, tudo se transforma», mas se escrevermos: «Na Natureza nada se Cria...», este enunciado será totalmente falso.



Oportunamente será publicada outra conferência do Mestre Omraam versando o mesmo tema.

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.09.2016

Pode suceder-vos ter a revelação de uma verdade que mexe profundamente convosco, é como que uma iluminação.
Com a rapidez de um relâmpago, algo do mundo do espírito vos atravessa e põe em causa tudo aquilo que até esse dia tinham sido as vossas convicções, as vossas certezas.
Vós pensais que, a partir desse momento, nada será como antes.
E, com efeito, pode suceder que, a partir desse momento, nada seja como antes.
Mas as coisas não são assim tão simples.
Deu-se, realmente um acontecimento perturbador, mas sentir todo o vosso ser abanado por uma revelação não significa que ela tenha penetrado suficientemente na vossa matéria psíquica para que possais manifestar-vos de imediato em conformidade com ela.

Vós ficastes deslumbrados, fostes penetrados por um mistério, surgiu-vos uma verdade, mas isso não basta para vos transformar.
Por isso, não fiqueis surpreendidos se, no vosso comportamento quotidiano, todo o tipo de indícios provar que ainda não a compreendestes nem a aceitastes suficientemente
Só quando conseguirdes realizar nos vossos actos essa verdade que vos foi revelada é que a tereis compreendido realmente.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A REENCARNAÇÃO (Continuação)

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Conferência improvisada

Vidélinata (Suiça), 11 de Dezembro de 1966


Mas avancemos um pouco mais: vou mostrar-vos agora, que sem a reencarnação, a religião e, até mesmo a própria existência, deixa de ter sentido.
Procurai os padres e os pastores e perguntai-lhes: «Explicai-me por que razão é que aquele homem é rico, belo, inteligente, forte e obtém sempre sucesso naquilo que empreende, e aquele outro é doente, pobre, miserável e estúpido?»
Eles responder-vos-ão que é a vontade de Deus.
Alguns falar-vos-ão da predestinação e da graça, mas isso não vos avançará qualquer explicação.
De qualquer maneira, para eles é a vontade de Deus.
Analisemos pois, esta resposta.
(Já que Deus nos deu um pouco de massa cinzenta, não a deixemos criar ferrugem).
Portanto, o Senhor tem caprichos; Ele faz o que lhe apetece, dá tudo a uns e nada aos outros.
Bom, estou a perceber... Ele é Deus, é essa a Sua vontade; é magnífico!
Perante isso, inclino a minha cabeça.
Mas, nesse caso, não consigo compreender é que depois Ele fique descontente, furioso, e se sinta ultrajado quando aqueles a quem nada deu de bom, cometem faltas, são maus, descrentes, criminosos.
Se foi Deus que deu aos humanos esta mentalidade, esta falta de inteligência ou de coração, porque é que Ele os pune?
Ele, que tem todos os poderes, não poderia tê-los tornado bons, honestos, inteligentes, sábios, piedosos, magníficos?
Não só Ele é o culpado dos crimes que eles cometem, mas ainda por cima os pune por causa desses crimes!
Aqui é que a coisa não bate certa.
Ele tem todos os poderes, Ele faz aquilo que quer, está certo, não podemos censurá-lo; mas então por que razão não é Ele mais consequente, mais lógico, mais justo?
Ao menos deveria deixar os humanos tranquilos.
Mas não, o que Ele faz é lançá-los no Inferno para toda a eternidade!
E, também aqui, eu fico estupefacto; e digo: «Durante quanto tempo é que eles pecaram?
Trinta anos, quarenta anos?
Bom, então que fiquem no Inferno durante quarenta anos; mais não.
Agora para a eternidade!...»
Neste ponto, com franqueza, já não estou de acordo.
Raciocinai um pouco!
Mas não, as pessoas não ousam raciocinar, tão obnubiladas estão por aquilo que lhes ensinaram.
Parece que é um crime raciocinar, mas então para que lhes serve a inteligência?
Se Deus no-la deu, para que foi?
Se aceitarmos a reencarnação, se a estudarmos e a compreendermos, tudo mudará.
Deus é verdadeiramente o Senhor do Universo, o maior, o mais nobre, o mais justo, e nós compreendemos que se somos pobres, estúpidos, infelizes, é por nossa culpa, porque não soubemos utilizar tudo aquilo que Ele nos deu na origem, quisemos fazer experiências que nos saíram caras; e Ele, o Senhor, como é generoso e tolerante, deixou-nos agir, dizendo: «Bem, eles irão sofrer, irão dar umas cabeçadas, mas não faz mal, pois eu voltarei a dar-lhes as minhas riquezas e o meu amor...
Eles têm numerosas reencarnações diante deles...»
Portanto, Ele deixou-nos fazer a nossa vontade e agora tudo o que nos acontece é por nossa culpa.
Por que razão é que a Igreja lançou toda a responsabilidade para cima do Senhor?
Vós direis: «Não, ela não fez isso, suprimiu simplesmente a crença na reencarnação.»
Na realidade, se reflectirmos um pouco, vem dar ao mesmo.
Até ao século quarto, os Cristãos acreditavam na reencarnação, tal como os Judeus, os Egípcios, os Hindús, os Tibetanos, etc. ...
Mas os padres da Igreja pensaram, sem dúvida, que essa crença fazia com que as coisas avançassem muito lentamente, que as pessoas não estavam interessadas em ser melhores, e por isso quiseram incitá-las a aperfeiçoar-se numa única vida, pelo que suprimiram a reencarnação.
Aliás, pouco a pouco, a Igreja inventou coisas tão horríveis para assustar as pessoas, que na Idade Média só se acreditava nos diabos, no Inferno e nos castigos eternos.
A crença na reencarnação foi, pois, suprimida para que as pessoas se aperfeiçoassem em função dos medos e receios, mas não só elas não se melhoraram, como se tornaram piores... e ainda por cima, ignorantes!
É por isso que é necessário retomar esta crença; caso contrário tudo está fora do seu lugar: a vida não tem sentido, o Senhor é um monstro, etc...
A questão da reencarnação foi estudada cientificamente.
Existem provas da sua veracidade graças a pessoas que se recordam de ter vivido num determinado local numa dada época; mas não irei alargar-me sobre isso, pois existe um número suficiente de livros que tratam deste assunto, ou não fosse esta a maneira como os lama tibetanos escolhem o
 Dalai-Lama...
Relatar-vos-ei apenas um caso extraordinário que conheci na Bulgária.
Um dia veio à Fraternidade de Sófia um casal que se sentia muito preocupado com as coisas incompreensíveis que o seu filho dizia: «Um dia, levá-mo-lo a passear a um local que ele nunca tinha visto e ele gritou: Oh! Mas eu conheço este local, já aqui vim.
Fez até a descrição exacta dos arredores e, no entanto, nunca ali tinha estado.»
(No entanto, os pais sabiam que o seu primeiro filho tinha ali estado).
«Não se recordam?
Quando eu ia para a escola, escondia-me ali... e foi acolá que me afoguei no rio.»
Com efeito, era ali que o seu primeiro filho morrera afogado, mas este outro não tinha conhecimento de nada, ninguém lhe falara a esse respeito.
Portanto, o seu primeiro filho tinha vindo encarnar-se na mesma família.
É raro uma criança vir encarnar-se duas vezes na mesma família, mas pode acontecer.
Se interrogarmos as crianças até ao sétimo ano de idade, elas recordar-se-ão de muitas coisas.
Mas, em lugar de as escutar, há muitas mães que lhes dão uma palmada, dizendo: «Cala-te, não digas asneiras...»
Uma vez, duas vezes, três vezes... por fim as crianças já não ousam contar nada.


Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.09.2016

Há dois milénios que se repete aos cristãos que Deus é amor, mas terão eles compreendido verdadeiramente o sentido dessas palavras?
Dizer que Deus é amor é ter consciência de que Ele deu tudo a todos os seres, sem excepção.
Vós sofreis, estais infelizes e pedis a Deus que venha socorrer-vos; pensais que é aqui, agora, que precisais da sua ajuda e que Ele deve responder às vossas orações, isto é, que Ele deve trazer-vos de novo a saúde, resolver as vossas questões, dar-vos amigos, libertar-vos dos vossos inimigos...
Mas estais enganados, Deus nada tem a fazer por vós agora, porque Ele já fez tudo.
Ao criar o ser humano, Ele previu tudo, Ele deu-lhe tudo, o seu amor deu-lhe tudo, portanto, já nada há a pedir.
Os verdadeiros filhos de Deus são aqueles que nada pedem, pois sabem que já têm tudo.
Se reclamardes mãos para trabalhar, pés para caminhar, olhos para ver, isso é ridículo, vós já os tendes, no plano espiritual como no plano físico.
Deveis unicamente orar para pedir a luz que vos mostrará a melhor maneira de os utilizar.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A REENCARNAÇÃO (Continuação)

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Vidélinata (Suiça), 11 de Dezembro de 1966

...
E se ainda não estiverdes convencidos, eis mais alguns argumentos.
Um dia, Jesus recebeu a informação de que João Baptista acabava de ser feito prisioneiro, e o texto diz unicamente: «Ao saber que João Baptista tinha sido entregue, Jesus retirou-se para a Galileia.»
Algum tempo depois, João Baptista foi decapitado por ordem de Herodes.
Após a transfiguração, os discípulos perguntaram a Jesus: «Porque afirmam os escribas que primeiramente virá Elias?»
E Jesus respondeu: «É verdade que Elias há-de vir e restabelecer todas as coisas, mas eu vos digo que Elias já veio, que eles não o reconheceram e o trataram como quiseram.»
E o texto acrescenta: «Os discípulos compreenderam que ele falava de João Baptista.»
Portanto, é claro que João Baptista era a reencarnação de Elias.
Aliás, o Evangelho refere também que quando um anjo apareceu a Zacarias, pai de João Baptista, para lhe anunciar que a sua mulher, Isabel, iria dar à luz um filho, foram estas as suas palavras: «Ele caminhará perante Deus com o espírito e a força de Elias.»
Vejamos agora a vida do profeta Elias e tentemos saber aquilo que ele fez, para que lhe tenha sido cortada a cabeça quando ele reencarnou mais tarde sob a forma de João Baptista.
É uma história muito interessante.
Elias vivia no tempo do rei Achab.
Achab tinha desposado Jesebel, filha do rei de Sidon, e por causa dela, rendia culto a Baal.
Elias apresentou-se perante o rei Achab para lhe reprovar a sua infidelidade ao Deus de Israel e disse-lhe: «Não haverá estes anos nem orvalho, nem chuva, senão pela minha palavra.»
Depois partiu e, por ordem de Deus, foi esconder-se nas montanhas para escapar às buscas que o rei mandara fazer.
Ao cabo de três anos, a seca tinha causado grandes prejuízos em toda a região: o povo sofria os efeitos da fome, e Deus enviou Elias novamente à presença do rei Achab.
Logo que o viu, o rei acusou violentamente Elias de ser a causa daquela seca.
«Não, disse o profeta, és tu a causa porque abandonaste o Eterno para render culto ao deus Baal.
Vamos ver agora quem é o verdadeiro Deus.
Ordena que todos os profetas de Baal se reúnam no Monte Carmelo.»
Todos os profetas foram reunidos e Elias disse: «Agora, tragam dois touros; ergueremos dois altares, um para Baal e outro para o Eterno.
Os profetas invocarão Baal e eu invocarei o Eterno.
O Deus que responder pelo fogo será o verdadeiro Deus.»
Os profetas começaram; desde o nascer-do-sol até ao meio-dia, fizeram invocações: «Baal... Baal... Baal... responde-nos...»
Mas não houve resposta, e Elias fazia troça deles: «gritai um pouco mais alto para que ele vos oiça, pois pode estar absorto com alguma coisa ou andar em viagem, ou então estar a dormir.»
Os profetas gritavam com mais força e, como conheciam a prática da magia, chegaram até a fazer incisões nos seus próprios corpos, porque tinham a esperança de atrair,  através do sangue que corria, larvas e outros elementais que fariam cair o fogo sobre o altar.
Mas nada aconteceu.
Então, Elias disse: «Agora basta!
Tragam-me doze pedras.»
E com essas pedras fez um altar, à volta do qual cavou um fosso; colocou madeira sobre as pedras e, sobre a madeira, o touro cortado em pedaços.
Depois, mandou regar tudo com água e encher o fosso também com água.
Então, estando tudo preparado, Elias invocou o Senhor:«Ó Eterno, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, que se saiba que tu és Deus em Israel, que eu sou teu servidor e que fiz todas estas coisas pela Tua palavra.»
E o fogo caiu do céu, com uma potência tal que consumiu tudo: não restou nem vítima, nem madeira, nem pedras, nem água.
Todo o povo, aterrorizado, reconheceu que o verdadeiro Deus era o Deus de Elias.
Nessa altura, Elias, que sem dúvida, após esta vitória, cedeu um pouco ao seu orgulho, mandou conduzir os 450 profetas de Baal para junto de uma torrente, onde os decapitou.
Eis a razão pela qual era de esperar que também ele, por sua vez, tivesse a cabeça cortada.
Pois existe uma lei que Jesus enunciou no jardim de Gethsémani, no momento em que Pedro, precipitando-se sobre o servidor de Caifás, lhe cortou a orelha: «Pedro, guarda a tua espada, porque todos os que se servirem da espada, pela espada morrerão.»
Ora, numa mesma existência nem sempre se vê a veracidade destas palavras.
E Elias, justamente, como é que ele morreu?
Não só não foi massacrado, como até lhe enviaram um carro de fogo no qual foi transportado ao céu.
Mas recebeu a punição da sua falta quando voltou à terra na pessoa de João Baptista.
Jesus sabia bem quem ele era e que destino o esperava.
Foi por esta razão que, apesar de ter proferido acerca dele estas palavras magníficas: «Entre aqueles que nasceram de mulheres, não há ninguém maior do que João Baptista», Jesus nada fez para o salvar, porque a justiça devia seguir o seu curso.
Compreendemos agora por que razão ele abandonou a região quando lhe anunciaram a sua prisão: é que ele não devia salvar João Baptista.
A lei é a lei.


Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.09.2016

Todos os anos, no dia 22 de Setembro, o sol entra na constelação da Balança, abrindo, assim, um novo período.
É o Outono, a época dos frutos maduros que são colhidos; e os cereais são escolhidos a fim de serem comidos ou então guardados para que, mais tarde, sirvam de semente e o ciclo recomece.
Mas este trabalho de separação, de triagem, que se faz na natureza, não abrange unicamente a vegetação: ele diz respeito também ao ser humano, pois o Outono é o momento da separação de que fala Hermes Trismegisto na Tábua de Esmeralda: «Separarás o subtil do espesso com grande perícia», isto é, com grande cuidado.
Separar o subtil do espesso significa separar o espiritual do material.
Por isso, o Iniciado, que participa com o seu espírito neste trabalho de toda a natureza, sabe que chegou o momento de deixar morrer a matéria obscura, que ainda resta nele, para assim libertar a verdadeira vida.

E, do mesmo modo que o fruto se separa da árvore, do mesmo modo que o caroço ou a semente, se separa do fruto, um dia, a alma separar-se-á do corpo.
O corpo é o invólucro da alma e, a alma é a semente que será semeada no Alto, no Céu.
No dia em que o fruto do homem estiver maduro, não volta a cair na terra, como a semente de uma planta; ele voa para o Céu.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A REENCARNAÇÃO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Conferência improvisada
Vidélinata (Suiça), 11 de Dezembro de 1966


Gostaria de vos falar hoje da reencarnação, porque me apercebi, desde há muito tempo, que esta questão preocupa e inquieta alguns de vós, a quem toda a vida foi ensinado que o homem só vive uma vez e, que agora, ao ouvir falar de reencarnação, ficam perturbados e bastante confusos.
Poderíamos alargar-nos bastante em relação a esta questão; expor, por exemplo, o que pensavam a este respeito os Tibetanos, os Hindús, os Egípcios, falar dos seus trabalhos e das suas experiências.
Mas contentar-me-ei em interpretar algumas passagens das Escrituras, e provar-vos-ei que o próprio Jesus conhecia e aceitava a reencarnação.
Dir-me-eis que haveis lido os Evangelhos de fio a pavio sem nunca ter encontrado a palavra "reencarnação".
Mas eu responder-vos-ei que não é de admirar que não se tenha mencionado explicitamente a reencarnação numa época em que toda a gente acreditava que ela é uma realidade.
Como é que os evangelistas poderiam suspeitar que era necessário referir especificamente a reencarnação, prevendo uma época em que as pessoas deixariam de acreditar nela?
Eles desenvolveram tão pouco as coisas nos seus escritos, que não iriam alongar-se sobre um assunto que fazia parte da tradição.
Isto não é convincente?...
Bom, bom, já ireis ficar convencidos.
Estudemos nos Evangelhos certas questões que são colocadas por Jesus ou pelos seus discípulos, e as respectivas respostas.
Um dia, Jesus perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que eu sou?»
Que significa esta pergunta?
Já vistes alguém perguntar: «Quem dizem os homens que eu sou?»
As pessoas sabem quem são e não se interrogam sobre o que os outros dizem a esse respeito.
Para fazer semelhante pergunta é necessário acreditar na reencarnação.
E observai o que respondem os discípulos:«Uns dizem que tu és João Baptista; outros, que és Elias; outros, que és Jeremias ou um dos profetas.»
Como se pode dizer que alguém é tal ou tal pessoa que já morreu há imenso tempo, se não se tiver como base a ideia de reencarnação?
Uma outra vez, Jesus e os seus discípulos encontravam-se perante um cego de nascença, e os discípulos perguntaram: «Rabi, quem pecou, este homem ou os seus pais, para que ele tenha nascido cego?»
Também neste caso, alguém faria perguntas tão absurdas se não acreditasse na reencarnação?
Como é que este homem poderia ter pecado no ventre da sua mãe?
A qual botequim, a qual "boîte", poderia ele ter ido?
Que negócio desonesto fazia ele?
Quem é que tinha assassinado?
Ou se trata de uma pergunta estúpida ou então ela subentende a crença numa vida anterior.
Vós direis: «Sim, mas os discípulos de Jesus não eram instruídos, conta-se que eles eram pescadores e, por isso poderiam fazer perguntas um tanto esquisitas.»
Se fosse esse o caso, Jesus ter-lho-ia feito notar.
Podemos ver nos Evangelhos que em certos casos ele não hesita em repreender os seus discípulos.
Ora, ele não os repreende; responde-lhes simplesmente: «Isto não aconteceu porque ele ou os seus pais pecaram...»
Este é também um aspecto importante.
Os discípulos puseram a hipótese de ter sido o pecado dos pais a causa da cegueira do filho, porque tinham aprendido na lei hebraica que cada anomalia, cada enfermidade, cada infelicidade, é devida a uma transgressão das leis, mas que muitas vezes uma pessoa pode pagar por outra e, por isso, quando vemos alguém infeliz, não podemos saber se ele pecou ou se está a sacrificar-se por uma outra pessoa.
Tratava-se de uma crença admitida pelos Judeus.
Como tudo o que pode acontecer de mau é o resultado de uma transgressão, os discípulos fizeram aquela pergunta, porque sabiam que um homem não pode nascer cego sem que haja uma razão para isso... porque apeteceu a Deus fazê-lo cego, como os cristão julgam!
E, por isso, Jesus respondeu: «Isto não aconteceu porque ele ou os seus pais pecaram, mas para que as obras de Deus se manifestem através dele», isto é, para que, ao passar por aqui, eu o cure e o povo creia em mim.
E ele explicou-lhes: «Foi-vos ensinado que os homens recebem sofrimentos por duas razões: ou cometeram pecados e são punidos, ou então, não tendo cometido pecados, tomam sobre si o carma dos outros, sacrificando-se para evoluir.
Mas existe uma terceira categoria, que terminou a sua evolução, que é livre, e a quem ninguém obriga a descer novamente à terra.
E, muitas vezes, eles descem porque aceitam suportar qualquer tipo de doença, sofrimento ou enfermidade e, até ser martirizados, a fim de ajudar os humanos.
Pois bem, este nado cego faz parte da terceira categoria.
Nem ele pecou nem os seus pais pecaram; ele desceu à terra com esta enfermidade para que eu o curasse e toda a gente acreditasse em mim.
Assim este homem salvava uma grande quantidade de pessoas.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.09.2016

Mesmo as pessoas mais ignorantes sabem que o sangue é um líquido infinitamente precioso e, que uma pessoa que perde o seu sangue também perde a vida.
Enquanto circula no interior do corpo, o sangue está protegido como num recipiente fechado.
Mas, assim que se escapa, por uma razão ou por outra, evapora-se, como qualquer líquido; isto é, desse sangue exalam partículas etéricas que vão dispersar-se no espaço.
Ora, essas partículas são vivas, elas conservaram algo dos elementos que fazem do sangue o portador da vida.
Por isso, servem de alimento às entidades invisíveis.

Esta propriedade que o sangue tem de emanar eflúvios, com os quais se alimentam entidades invisíveis, é conhecida desde a mais alta antiguidade.
Diz-se de um ferido que ele perde o seu sangue.
Ele, com efeito, perde-o, mas como na realidade, nada se perde no Universo, há sempre criaturas que vêm alimentar-se das emanações que se escapam de algumas gotas de sangue.
Por isso, se perderdes sangue, não o deixeis secar - ou não o deiteis fora - sem o ter consagrado, pelo pensamento, às entidades luminosas do mundo invisível.
Elas saberão como utilizá-lo para o seu trabalho.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



7º. Capítulo  -  ACENDAMOS  AS  NOSSAS  LÂMPADAS


Sejam quais forem as vossas dificuldades e as vossas tristezas, tentai nunca vos mostrar abatidos nem aflitos; pelo contrário, acendei todas as lâmpadas em vós!
Sim, quanto pior correm as coisas, mais deveis acender as vossas lâmpadas.
É o único meio de ultrapassardes as provações e de atraírdes a simpatia e a ajuda dos outros.
Acreditais que os vossos problemas podem tocar o coração das pessoas e, então ides falar-lhes neles, exagerando até, na esperança de despertar a sua compaixão.
Mas não, esse não é o melhor método.
É claro que elas vos dirão palavras animadoras, vos expressarão os seus votos ou as suas condolências, mas interiormente, só procurarão um pretexto para sair dali o mais depressa possível.
Sim, infeliz ou felizmente, é assim.
Se quereis repelir as pessoas, falai-lhes das vossas desgraças, das vossas doenças, dos vossos desgostos; em vez de vos escutarem, elas só terão uma coisa em mente: escapar-se.
O que atrai os seres é a beleza, é a luz, é o amor...
Portanto, quando tendes aborrecimentos, em vez de irdes falar deles por toda a parte, procurai pelo pensamento, pela oração, as forças que vos permitirão ultrapassar as vossas dificuldades.
Acender as lâmpadas é isso.
Pensai que as pessoas já estão cheias de todo o tipo de problemas que têm dificuldade em resolver; então, para quê ir ainda sobrecarregá-las com os vossos?
Elas não podem fazer nada.
Não só perdeis o vosso tempo a contar inutilmente os vossos problemas, como vos enfraqueceis e também correis o risco de perder a estima dos outros.
A melhor forma de resolverdes os vossos problemas é entrardes em vós mesmos e ligardes-vos a todas as entidades luminosas do mundo espiritual que estão prontas a ajudar-vos.
Elas dar-vos-ão a força, a luz e tudo aquilo de que necessitais para resolver os vossos problemas.
E isso reflectir-se-á beneficamente nos outros: eles sentirão em vós algo de diferente, verão que suportais as dificuldades, que resistis às provações sem vos queixardes, por isso admirar-vos-ão e virão tomar-vos como modelo.
E até tentarão, se puderem, dar-vos a sua ajuda e o seu apoio.
Ao passo que, se estiverdes sempre abatidos, esmagados, fracos, não só não ganhareis a simpatia dos outros, como não lhes fareis bem algum.
Portanto, sejam quais forem os vossos aborrecimentos, encontrai a atitude e as palavras que possam ajudar todos aqueles que encontrardes.
Será com esse esforço de desapego de interesses pessoais e de generosidade que conseguireis resolver os vossos problemas.


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.09.2016

Por que haveis de limitar-vos aos encontros que tendes no plano físico com seres humanos?
Há tantos outros seres com quem se encontrar e entrar em relação!
Todos os dias, vós tendes a possibilidade não só de vos ligardes às entidades luminosas que povoam o Universo, mas também de as atraír até vós.
Então, dirigi-vos a elas: «Vinde, vinde amigos celestes!
Instalai-vos em mim como numa morada vossa.»
Dirigi-vos ao Senhor, à Mãe divina, à Santíssima Trindade, a todos os Anjos e Arcanjos, servidores de Deus, servidores da Luz, e dizei-lhes: «Todo o meu ser vos pertence.
Disponde de mim para a glória de Deus, para a vinda do seu Reino e da sua Justiça à terra.»

Com estas palavras de consagração, vós convidais as entidades celestes a virem habitar em vós e colocais-vos sob  a sua protecção.
Antes disso, não vos surpreendais se forem outras entidades, nada celestes, que procurem instalar-se em vós, mesmo sem esperarem o vosso convite!
É a vós que cabe decidir por quem quereis ser "ocupados".

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.09.2016

Por que é que os alquimistas descrevem a transformação da matéria da Grande Obra como uma sucessão de cores?
Porque eles observaram essa sucessão na vida vegetal.
Observai as árvores de fruto: com algumas nuances, pois a natureza é rica em diferenças, elas passam por uma série de cores sempre na mesma ordem.
Durante o inverno, ficam negras e nuas.
Na primavera, tornam-se brancas com as flores e verdes com as folhas.
Depois, chega o verão: os frutos amadurecem e tornam-se amarelos e vermelhos.
E, quando o outono se aproxima, é a folhagem que se torna vermelha e dourada.
Com o vermelho e o dourado, o processo termina, é o fim de um ciclo, como na obra alquímica.

À imagem da vegetação, o ser humano deve atravessar interiormente todas as fases da obra alquímica.
Ele morre e depois renasce.
E renasce com virtudes e poderes novos: novas cores.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 17 de setembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.09.2016

Tudo o que vós viveis interiormente tem consequências.
Porquê?
Porque cada pensamento, cada sentimento, cada desejo, tem a propriedade de atrair do espaço uma matéria que lhe corresponde.
Assim, bons pensamentos, bons sentimentos e bons desejos, apoiados por uma vontade firme, atraem partículas de uma matéria pura, eterna, incorruptível.

Trabalhai todos os dias para atrair essa matéria subtil do espaço.
Todas as partículas que assim recolherdes encontrarão o seu lugar em vós, e, ao mesmo tempo, expulsarão as partículas sem brilho, gastas, doentias.
Será desse modo que regenerareis os vossos corpos físico, etérico, astral e mental.



 E, como cada partícula de matéria está ligada a uma energia da mesma natureza, quanto mais pura é uma matéria, mais ela vibra e atrai energias do mundo espiritual.
Portanto, à medida que substituís, no vosso organismo, partículas de matéria já gastas, por novas partículas, mais puras, atraís a vós energias das regiões celestes.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.09.2016

Quer seja homem quer seja mulher, o ser que encontrou verdadeiramente a sua alma gémea, isto é, que encontrou nele mesmo o seu princípio complementar, tem a sensação de encontrar esse princípio em todas as criaturas.
Ele ama todas as mulheres e todos os homens da terra, ama-os espiritualmente e sente-se feliz, pois, por intermédio de cada um desses seres, é a sua alma gémea que o preenche.
Ele já não sente a falta que o obriga a procurar continuamente uma maneira de a suprir.
Todos os encontros que tem contribuem para o enriquecer.
A partir do momento em que ele realizou a plenitude em si mesmo, descobre o seu princípio complementar em todas as criaturas.
São experiências inexplicáveis, inexprimíveis.
Só quem as realizou pode compreendê-las.
Mas, até lá, quanto caminho há a percorrer!
Sempre a sofrer, a ficar desiludido, sempre a procurar um ser sem o encontrar...
Até ao dia em que se toma consciência de que se possui esse ser dentro de si.
E, a partir do momento em que alguém encontrou a alma gémea dentro de si, encontra-a em toda a parte fora de si.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

DO HOMEM A DEUS

2º. Capítulo  - Páginas 25 a 32
Interrogar-vos-eis, por certo: «Porquê dez séfiras?
O Universo está realmente dividido em dez regiões?»
Não, e sobre este assunto há um ponto importante que deveis compreender.
A Árvore Sefirótica não se destina a ensinar-nos a astronomia nem a cosmologia.
Na realidade, ninguém pode dizer exactamente o que é o Universo nem como ele foi criado.
A Árvore Sefirótica representa um sistema de explicação do mundo, de natureza mística.
As suas bases são milenares.
Evidentemente, os espíritos excepcionais que o conceberam não possuíam telescópios, nem sequer lunetas astronómicas.
Pela meditação, pela contemplação, graças a uma vida interior intensa, eles conseguiram captar uma realidade cósmica que traduziram com a ajuda de imagens e relatos simbólicos.
É esta tradição, sempre retomada, sempre meditada ao longo dos séculos que, no essencial, chegou até nós.
A Árvore Sefirótica não é, pois, uma descrição exacta do nosso Universo, o que explica a ausência de certos planetas, a posição do sol, etc. ...
Mas voltemos às dez séfiras.
Porquê dez?
Porque este número representa uma totalidade, um conjunto acabado.
Séfira, eu já vos disse, significa numeração.
É a partir dos dez primeiros números que todas as combinações numéricas são possíveis.
Deus criou primeiro dez números, as dez séfiras, e com esses dez números Ele pode criar outros números, isto é, existências até ao infinito.
Os cabalistas mencionam, embora muito raramente, uma décima primeira séfira: Daath, cujo nome significa "Saber".
Eles colocam-na entre Kéther e Tiphéreth, mas ela não figura, geralmente, nas representações da Árvore Sefirótica.
Este quadro das séfiras, tal como o estão a ver, só representa as forças do bem.
Para o vosso aperfeiçoamento, são só elas que deveis estudar, é sobre elas que deveis concentrar-vos.
Mas a verdade é que a Cabala menciona também dez séfiras tenebrosas, chamadas kliphoth, que representam o reflexo invertido das séfiras divinas, exactamente como o Diabo é o reflexo invertido de Deus.
Estas séfiras maléficas também têm os seus nomes, as suas hierarquias de espíritos, mas eu não entrarei nos detalhes, não quero pronunciar esses nomes, pois não quero ligar-me a elas.
Por fim, para lá da séfira Kéther, os cabalistas colocam uma região a que eles chamam Aïn Soph Aur: luz sem fim, que é a região do Absoluto, de Deus não manifestado.
Para os cabalistas, o Universo é uma unidade de que a Árvore Sefirótica é a expressão perfeita.
Mas, nesta unidade, eles distinguem várias regiões.
Uma primeira divisão faz aparecer quatro planos.
De cima para baixo, esses planos são:

Olam Atsiluth ou mundo das Emanações, formado pelas séfiras Kéther, Hohmah e Binah;

Olam Briah ou mundo da Criação, formado pelas séfiras Hessed, Géburah e Tiphéreth;

Olam Iétsirah ou mundo da Formação, composto pelas séfiras Netsah, Hod e Iésod;

Olam Assiah ou mundo da Acção, formado só pela séfira Malhuth.

Também aqui existe uma hierarquização entre o mundo de cima e o mundo de baixo, que tem igualmente a sua correspondência no ser humano.
A Olam Atsiluth corresponde Neschamah, quer dizer, o plano divino da alma e do espírito.

A Olam Briah corresponde Ruah, quer dizer, o plano mental, o intelecto.

A Olam Iétsirah corresponde Néphesch, quer dizer, o plano astral, o coração.

A Olam Assiah corresponde Guph, o corpo físico.

Uma outra repartição faz aparecer três pilares.

À direita, o pilar da Clemência, denominado Yakin, que é uma força positiva, activa, e que corresponde às séfiras Hohmah, Hessed e Netsah.

À esquerda, o pilar do Rigor, denominado Boaz, que é uma força feminina, passiva, e que compreende as séfiras Binah, Géburah e Hod.

Por fim, o pilar central, que equilibra os outros dois, é composto pelas séfiras Kéther, Daath, Tiphereth e Malhuth.

Esta divisão exprime a ideia de que o Universo é governado pelos dois princípios antagonistas, o masculino e o feminino, a atracção e a repulsão, o amor e o ódio, a clemência e o rigor, e, que para se harmonizarem, essas forças devem encontrar-se no centro.

Possuís agora os elementos essenciais da Árvore Sefirótica.
Que fareis deles?...
É uma responsabilidade muito grave, para um instrutor, fazer entrar os humanos no santuário da Divindade, pois ele sabe que muito poucas pessoas estão aptas a compreender estas noções e a utilizá-las correctamente.
Isto para não falar daqueles que se servirão delas para práticas mágicas absolutamente repreensíveis; muitos, que não se apercebem do seu carácter sagrado, acham que podem, de imediato, passear-se pelo meio destes nomes como quem se passeia num jardim público e fazer malabarismos com as séfiras como se fossem bolas.
É com muita humildade e respeito que se deve abordar estes conhecimentos para deles se retirar grandes esclarecimentos.
Não é suficiente ler duas ou três vezes este quadro e fixar nomes que se mencionarão, de tempos a tempos, em conversa.
Para que se torne a base de um verdadeiro trabalho espiritual, a Árvore Sefirótica deve ser um tema de meditação permanente.
Tentai assimilar estas noções lentamente, digeri-las...
E não fiqueis admirados de me ouvir empregar termos que pertencem ao domínio da nutrição.
Esta meditação sobre a Árvore Sefirótica pode justamente ser comparada à nutrição.
Todos os dias vós comeis para estardes de boa saúde; entre um grande número de alimentos, escolheis alguns, que não são os mesmos de um dia para o outro.
Também na Árvore Sefirótica descobrireis uma imensa variedade de "alimentos", pois ela é um reflexo do Universo.
A religião e a filosofia estão representadas nela, claro, assim como a moral, a verdadeira, mas também as ciências e as artes: cabe-vos a vós aprender a alimentar-vos dela todos os dias.
É certo que muitos santos e místicos conseguiram progredir espiritualmente sem conhecer a Árvore Sefirótica, mas conhecê-la dá-nos uma visão mais clara do trabalho a realizar e, este método pode acompanhar-vos ao longo da vossa existência.
Nenhum quadro pode ultrapassar a Árvore da Vida.
Segui-o, o vosso pensamento deixará de vaguear ao acaso e vós recebereis bênçãos à medida que souberdes exercitar-vos e avançar nesta via.
Ao voltar amiúde à Árvore Sefirótica, acendereis luzes em vós e, essas luzes não só vos iluminarão, mas também vos purificarão, vos reforçarão, vos vivificarão e vos embelezarão.
Talvez nunca compreendais perfeitamente esta figura e, por maioria de razão, talvez não consigais realizar as virtudes e as forças que ela representa; mas ela não deixará de ser a representação de um mundo ideal que vos puxará sempre para o Alto.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.09.2016

Observai a Natureza e descobrireis que ela está sempre a apresentar-nos métodos para resolvermos os nossos problemas.
Por exemplo: como é que a ostra faz para fabricar uma pérola?
Um grão de areia entrou na sua concha e tornou-se uma dificuldade para ela, irrita-a.
«Ah, diz ela, como é que eu vou livrar-me deste grão de areia?
Ele incomoda-me, arranha-me.
O que hei-de fazer?»
A ostra põe-se a reflectir, concentra-se... medita!
Um dia, começa a segregar uma matéria especial com a qual envolve aquele grão de areia tão desagradável e ele torna-se liso, polido, aveludado.
Quando o conseguiu, ela fica contente e diz a si própria: «Não só este grão já não me incomoda, como eu fiz dele uma pérola magnífica!»

É esta a lição da ostra perlífera: ela mostra-nos que, se conseguirmos, pelo pensamento, envolver os nossos aborrecimentos, as nossas contrariedades com uma matéria luminosa, irisada, acumularemos grandes riquezas.
O verdadeiro espiritualista sabe trabalhar sobre as suas dificuldades para fazer delas pérolas muito preciosas.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV