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A solução, a verdadeira solução, devemos procurá-la num alargamento da família.
Enquanto vos limitardes ao vosso pequeno círculo familiar, nunca podereis contribuir para o bem do mundo inteiro: aquilo que fazeis é apenas para vós, e mesmo assim é duvidoso que desta maneira trabalheis realmente para o vosso bem.
Ocupando-vos de vós próprios, só Deus sabe se servis os vossos interesses!
Mas, trabalhando para que todas as famílias se fundam na Grande Família, não trabalhareis apenas para os outros, mas também para vós, porque esta ideia, a realizar-se, trará ao mundo inteiro vantagens das quais vós próprios beneficiareis.
De outro modo nunca fareis bem a ninguém, nem sequer aos vossos filhos, pois com a vossa maneira dos amar inculcais neles noções demasiado pessoais e, um belo dia, será o seu espírito a reprovar-vos por não lhes terdes dado ideias divinas, por os terdes retardado no caminho da evolução.
Muitas vezes os filhos fazem os pais infelizes porque, inconscientemente, os reprovam por eles os terem educado de uma maneira demasiado mesquinha, por não lhes terem indicado o caminho da grandeza, da luz.
Pois é, esta questão leva-nos longe!
Quantas pessoas se sentem orgulhosas de si próprias porque estão convencidas de estarem a cumprir o seu dever e a trabalhar para o bem da família.
Na realidade, não é assim tão seguro que a beneficiem.
Se considerarmos a sua conduta de um ponto de vista celeste, eles nada fazem de bom, pois mantêm os membros da sua família na mesquinhez, no egoísmo e na escuridão.
Estai atentos, pois, esforçai-vos por mudar o vosso ponto de vista, consagrai-vos a este trabalho para a Grande Família e toda a vossa vida se harmonizará.
As pessoas precisam de um alimento espiritual e acabarão por vos abandonar se não fordes capazes de lho dar.
Muitas mulheres abandonaram os maridos porque a única preocupação destes era encherem-nas de bens materiais, sem nunca darem coisa alguma à sua alma e ao seu espírito!
Actualmente, muitos pais queixam-se de que os filhos os abandonam para entrarem nas seitas que proliferam desde há alguns anos.
Não compreendem por que razão, apesar do seu amor, dos seus sacrifícios, da sua bondade, esses filhos têm necessidade de ir procurar uma outra "família" fora do lar.
Então, enfurecem-se, avisam as autoridades, contactam os jornalistas e lançam acusações, muitas vezes injustas, a fim de que a opinião pública lhes dê razão.
Isto porque, se a família se desune, se a família, que está na base de toda a vida social, periclita, é grave, é perigoso.
Com certeza que é perigoso, e é magnífico querer proteger a família, eu estou de acordo e não tenho feito outra coisa em toda a minha vida.
Mas como proceder?
E que concepção se família se irá defender?
É uma questão que merece ser levantada.
Se os psicólogos, os educadores, se debruçassem honestamente sobre o assunto de um ponto de vista filosófico, ético, psicológico, descobririam a razão pela qual alguns filhos sentem a necessidade de deixar os pais.
É que a juventude actual precisa de algo mais do que aquilo que lhe propõem, precisa de uma visão da vida mais alargada, mais ampla, mais nobre, mais justa, e é isso que ela vai procurar nas seitas.
Muitos filhos querem sair de casa por causa da mesquinhez e da incompreensão dos pais, ou da sua maneira de viver demasiado vulgar, demasiado primitiva.
E é facto que os jovens precisam de um ideal, querem viver uma vida mais bela, mais luminosa, mais espiritual, querem conhecer o lado oculto das coisas; o mistério e o sobrenatural atraem-nos.
É claro que, infelizmente, certos indivíduos aproveitam-se dessas tendências para os fazerem "embarcar", para lhes darem a volta à cabeça e enriquecerem fazendo-se passar por grandes Mestres, embora tendo os mesmos vícios e fraquezas que os outros.
Não sabem que não é permitido a quem quer que seja fazer-se passar por um Mestre sem ter sido posto à prova, escolhido e mandatado por verdadeiros Mestres para fazer esse trabalho.
Mas as pessoas são tão ignorantes e desprovidas de discernimento que perseguirão um verdadeiro Iniciado mas seguirão um indivíduo qualquer que se auto-proclame profeta, salvador ou Cristo.
Meu Deus, mas se há tantos Cristos no mundo, como se justifica que a humanidade se encontre num estado tão lastimoso?
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