segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A FAIXA DO ZODÍACO (cont.)

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Todos aqueles que penetram na faixa do Zodíaco estão submetidos aos imperativos do tempo (períodos, ciclos) e do espaço (localização no interior da faixa).
Só os puros espíritos são livres, só eles não são acorrentados pelo tempo e pelo espaço.
Mas, a partir do momento em que se encarnam, entram na faixa do Zodíaco e ficam presos no círculo mágico do implacável destino que acorrenta mesmo os seres mais luminosos, os grandes Filhos de Deus.
Aliás, o próprio ser humano representa com o seu corpo físico, o círculo do Zodíaco, no interior do qual o seu espírito está agora cativo.
A cada signo corresponde uma parte do corpo:
- ao Carneiro, a cabeça
- ao Touro, o pescoço
- aos Gémeos, os braços e os pulmões
- ao Câncer, o estômago
- ao Leão, o coração
- à Virgem, os intestinos e o plexo solar
- à Balança, os rins
- ao Escorpião, os órgãos sexuais
- ao Sagitário, as coxas
- ao Capricórnio, os joelhos
- ao Aquário, as barrigas das pernas
- aos Peixes, os pés

Para escapar a esta serpente que o cerra com os seus anéis, o homem tem que sair do ciclo das reencarnações.É no momento do nascimento que o corpo etérico da criança, que é como que uma cera mole e virgem, recebe o cunho das influências astrais.
Depois, a cera arrefecida não pode ser modificada.
Quando a criança solta o seu primeiro grito, o céu apõe o seu selo no seu corpo etérico e fixa o seu horóscopo, no qual se inscreve o seu destino.
O único meio que o homem tem para se libertar das limitações que os astros lhe impõem é trabalhar para restabelecer conscientemente a ligação com Deus; é assim que ele escapa à lei da necessidade para entrar sob a influência da lei da graça.
Mas esta liberdade à qual todos aspiramos é a última coisa que obteremos.
Por isso a liberdade é considerada como a coroa da espiritualidade; esta coroa é um círculo de luz que o Iniciado traz por cima da cabeça para mostrar que ele saiu do círculo das limitações terrestres.

Estudemos agora as consequências práticas, para a nossa vida quotidiana, da existência do círculo zodiacal.
Suponhamos que, um dia em que passeais pela montanha, vos divertis soltando uma palavra, um apelo.
O que é que se passa?
A montanha enviavo-lo de volta.
O som, a palavra, foram de encontro a um obstáculo que os repercutiu.
É exactamente o mesmo que acontece quando atirais uma bola ao chão - ela salta - ou contra a parede - ela volta e atinge-vos.
São leis físicas, e as leis físicas são um reflexo das leis espirituais.
Portanto, se gritardes: «Eu amo-vos», de todos os lados o eco virá dizer-vos: «Eu amo-vos, eu amo-vos, eu amo-vos.»
E se gritardes: «Eu detesto-vos», de toda a parte o eco vos responderá: «Eu detesto-vos, eu detesto-vos...»
Deveis compreender que, na vida, este fenómeno está sempre a repetir-se: o homem emite incessantemente, por intermédio dos seus pensamentos, dos seus sentimentos e dos seus actos, ondas benéficas ou maléficas;
estas ondas viajam pelo espaço até encontrar a parede que as reenvia para o homem, e ele recebe presentes ou pauladas.
Sim, um choque de retorno.
Aqueles que conhecem esta lei esforçam-se por enviar para toda a parte a luz, o amor, a bondade, a pureza, o calor, e mais cedo ou mais tarde recebem em retorno, obrigatoriamente, as mesmas bençãos: sentem-se felizes, dilatados e são bem sucedidos.
Dizem para consigo: «Deus nosso Senhor recompensou-me!»
Não é nada disso, o Senhor nem sequer está a par do sucedido, tem mais que fazer do que observar-nos constantemente e anotar todas as nossas acções para nos recompensar ou nos castigar.
Ele estabeleceu leis em nós e são essas leis que nos punem ou nos recompensam.

O círculo com um ponto central é a estrutura que se encontra por todo o Universo.
Examinai qualquer organismo, uma célula, por exemplo: vereis um núcleo, um protoplasma e, a envolvê-lo uma película, a membrana.
Examinai um fruto: ao centro encontrais o caroço, depois a polpa, a parte suculenta que se come, e por fim a pele ou a casca.
Portanto, qualquer organismo vivo tem um centro, depois um espaço onde a vida circula e, finalmente, uma «pele» que serve de fronteira, de limite, graças à qual a lei do eco pode operar.
Pode acontecer que, sendo muito grande a distância entre o centro e a periferia, a «voz» vá muito, muito longe e que só anos mais tarde é que encontre a parede que a reenviará.
Mas lá porque o choque de retorno demora a chegar isso não significa que nada acontecerá; produzir-se-á sempre algo, porque a fronteira (ou ainda, a periferia, a parede) está muito afastada.
É assim que se explica o destino inscrito no nosso tema astral: ele é uma consequência das nossas acções passadas.
O átomo e o sistema solar possuem uma estrutura idêntica: um círculo com um ponto central.
E o espaço que rodeia este ponto representa a matéria; sem espaço a matéria não existiria.
Ao passo que o espírito, esse, não tem necessidade de espaço; o seu poder deve-se a que, como ele é um ponto ínfimo, age em toda a parte ao mesmo tempo.
É, pois, nos limites deste espaço ocupado pela matéria que tudo vem embater e depois retorna para o seu ponto de partida.
Assim, através da matéria, tudo o que nós fazemos, tudo o que nós pensamos, volta para nós depois de ter percorrido o espaço.
É a matéria que envia o eco, não é o espírito.
O espírito age e a matéria reage, responde ao impulso
O seu papel é fazer face ao espírito, opor-se a ele, limitá-lo, aprisioná-lo, até.
E o Zodíaco é esse limite que encerra o nosso Universo tal como a serpente da matéria encerra o espírito

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


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