terça-feira, 30 de setembro de 2014

COMO ALARGAR A NOÇÃO DE FAMÍLIA (cont. II)

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A solução, a verdadeira solução, devemos procurá-la num alargamento da família.
Enquanto vos limitardes ao vosso pequeno círculo familiar, nunca podereis contribuir para o bem do mundo inteiro: aquilo que fazeis é apenas para vós, e mesmo assim é duvidoso que desta maneira trabalheis realmente para o vosso bem.
Ocupando-vos de vós próprios, só Deus sabe se servis os vossos interesses!
Mas, trabalhando para que todas as famílias se fundam na Grande Família, não trabalhareis apenas para os outros, mas também para vós, porque esta ideia, a realizar-se, trará ao mundo inteiro vantagens das quais vós próprios beneficiareis.
De outro modo nunca fareis bem a ninguém, nem sequer aos vossos filhos, pois com a vossa maneira dos amar inculcais neles noções demasiado pessoais e, um belo dia, será o seu espírito a reprovar-vos por não lhes terdes dado ideias divinas, por os terdes retardado no caminho da evolução.

Muitas vezes os filhos fazem os pais infelizes porque, inconscientemente, os reprovam por eles os terem educado de uma maneira demasiado mesquinha, por não lhes terem indicado o caminho da grandeza, da luz.
Pois é, esta questão leva-nos longe!
Quantas pessoas se sentem orgulhosas de si próprias porque estão convencidas de estarem a cumprir o seu dever e a trabalhar para o bem da família.
Na realidade, não é assim tão seguro que a beneficiem.
Se considerarmos a sua conduta de um ponto de vista celeste, eles nada fazem de bom, pois mantêm os membros da sua família na mesquinhez, no egoísmo e na escuridão.
Estai atentos, pois, esforçai-vos por mudar o vosso ponto de vista, consagrai-vos a este trabalho para a Grande Família e toda a vossa vida se harmonizará.
As pessoas precisam de um alimento espiritual e acabarão por vos abandonar se não fordes capazes de lho dar.
Muitas mulheres abandonaram os maridos porque a única preocupação destes era encherem-nas de bens materiais, sem nunca darem coisa alguma à sua alma e ao seu espírito!
Actualmente, muitos pais queixam-se de que os filhos os abandonam para entrarem nas seitas que proliferam desde há alguns anos.
Não compreendem por que razão, apesar do seu amor, dos seus sacrifícios, da sua bondade, esses filhos têm necessidade de ir procurar uma outra "família" fora do lar.
Então, enfurecem-se, avisam as autoridades, contactam os jornalistas e lançam acusações, muitas vezes injustas, a fim de que a opinião pública lhes dê razão.
Isto porque, se a família se desune, se a família, que está na base de toda a vida social, periclita, é grave, é perigoso.
Com certeza que é perigoso, e é magnífico querer proteger a família, eu estou de acordo e não tenho feito outra coisa em toda a minha vida.
Mas como proceder?
E que concepção se família se irá defender?
É uma questão que merece ser levantada.
Se os psicólogos, os educadores, se debruçassem honestamente sobre o assunto de um ponto de vista filosófico, ético, psicológico, descobririam a razão pela qual alguns filhos sentem a necessidade de deixar os pais.
É que a juventude actual precisa de algo mais do que aquilo que lhe propõem, precisa de uma visão da vida mais alargada, mais ampla, mais nobre, mais justa, e é isso que ela vai procurar nas seitas.

Muitos filhos querem sair de casa por causa da mesquinhez e da incompreensão dos pais, ou da sua maneira de viver demasiado vulgar, demasiado primitiva.
E é facto que os jovens precisam de um ideal, querem viver uma vida mais bela, mais luminosa, mais espiritual, querem conhecer o lado oculto das coisas; o mistério e o sobrenatural atraem-nos.
É claro que, infelizmente, certos indivíduos aproveitam-se dessas tendências para os fazerem "embarcar", para lhes darem a volta à cabeça e enriquecerem fazendo-se passar por grandes Mestres, embora tendo os mesmos vícios e fraquezas que os outros.
Não sabem que não é permitido a quem quer que seja fazer-se passar por um Mestre sem ter sido posto à prova, escolhido e mandatado por verdadeiros Mestres para fazer esse trabalho.
Mas as pessoas são tão ignorantes e desprovidas de discernimento que perseguirão um verdadeiro Iniciado mas seguirão um indivíduo qualquer que se auto-proclame profeta, salvador ou Cristo.
Meu Deus, mas se há tantos Cristos no mundo, como se justifica que a humanidade se encontre num estado tão lastimoso?

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PENSAMENTO QUOTIDIANO


 Quereis saber para onde ireis quando deixardes a terra?
É simples: sereis naturalmente atraídos pelas regiões para as quais, ao longo da vossa existência, dirigistes os vossos desejos.
Se usastes as vossas energias para pedir a inteligência, o amor, a beleza, e para os realizar nesta vida, podeis estar absolutamente certos de que nenhuma força poderá impedir-vos de ir encontrá-los nessas regiões a que o vosso coração aspira.

Aqueles que se recusam a aceitar que existe vida depois da morte e permitem a si próprios toda a espécie de transgressões para satisfazer os seus desejos não têm a menor ideia dos sofrimentos que os esperam no além.
Ao passo que aqueles que procuram sintonizar-se diariamente com as leis divinas entram em relação com os espíritos da luz e esses espíritos vêm instalar-se neles: como eles os atraíram, esses espíritos criam uma associação com eles.
Mais tarde, quando eles deixarem a terra, quando o seu corpo físico se desagregar e todas as partículas que o compõem forem integrar-se de novo nos quatro elementos, eles encontrar-se-ão no outro mundo em companhia dos espíritos que atraíram.
Assim, sem o saber, sem conhecer ainda todos os amigos que dela farão parte, cada um de vós está a trabalhar para formar a sociedade em que viverá no além.
É esta a explicação para aquilo a que as religiões chamaram o Inferno e o Paraíso.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  30.09.2014

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

COMO ALARGAR A NOÇÃO DE FAMÍLIA (cont.)

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Quando digo que o aspecto espiritual deve estar em primeiro lugar, pois bem, o aspecto espiritual é precisamente isso: a colectividade, a Grande Família, a Fraternidade Universal, a que se segue, em segundo lugar, a pequena família.
Enquanto a pequena família estiver em primeiro lugar, nada poderá melhorar.
Por isso não se deve ter medo de substituir determinadas concepções se elas forem estreitas, erradas, caducas.
E a família não desaparecerá (não se trata de a fazer desaparecer!), ela alargar-se-á, entrará na Grande Família, e será isso o Reino de Deus e a sua Justiça, a Idade de Ouro...
Eu não sou contra a família: admiro-a, também eu tenho uma família.
A família é necessária, mas não se deve sacrificar tudo a ela, porque ela não é o que de maior e mais importante existe.
Irei ainda mais longe dizendo que a família tem a missão de ajudar os seus membros a juntarem-se à Grande Família Universal.
É isto que gostaria de vos fazer entender: a importância desta Grande Família, desta Fraternidade Universal para a qual todos os membros devem trabalhar.
Até aqui a família falhou na sua missão e por isso está a desagregar-se.
Quantas famílias existem ainda nas quais se viva em harmonia?
Vede quantos divórcios...
As estatísticas falam por si.
Será culpa minha?
Não tenho nada a ver com isso.
Antes de eu ter dito o que quer que fosse, já outros se tinham encarregado da demolição.

Para se salvar a família é necessário alargar a noção que se tem dela, é necessário que ela invada a terra inteira e toda a humanidade se torne uma só família.
Não me interpreteis mal: isto não significa que deixareis de vos ocupar dos membros da vossa família, de os alimentar, de os alojar, de lhes dar dinheiro, de os instruir, não, mas precisamente graças a este alargamento de consciência, fá-lo-eis melhor do que antes.
Explicar-lhe-eis que é trabalhando para criar esta Família Universal que se poderá resolver todos os problemas.
Até agora, a família não conseguiu impedir as desgraças, as guerras e as misérias.
E tudo isso continuará.
Mas, se as famílias se fundirem numa Grande Família, isso acabará, não haverá mais guerra nem miséria.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  - 29.09.2014


Tal como as pedras, as plantas e os animais, o ser humano faz parte do Universo.
Mas, enquanto ser pensante, ele tem aí um papel particular a desempenhar: deve participar na construção do edifício que é a vida colectiva.
Àqueles que trabalham unicamente para si mesmos nada de bom pode advir.
Alguém dirá: «Como?
É trabalhando para mim que eu ganho alguma coisa!»
Não, pois esse "eu" a que ele consagra todos os seus esforços, esse eu egoísta, separado dos outros, é um sorvedouro, e se se concentrar só nos seus interesses ele lança nesse sorvedouro todas as suas riquezas, sem se aperceber.
Pensa que ganha, mas na realidade, perde.

Raros são os humanos que têm consciência de tudo o que poderiam adquirir trabalhando para a colectividade; e por "colectividade" não se deve entender somente a colectividade humana, mas todas as criaturas do Universo, até ao próprio Deus.
Para ser compreendido mesmo pelos materialistas mais empedernidos, eu direi que essa colectividade cósmica, essa imensidão na qual nós devemos trabalhar, é comparável a um banco no qual se depositam capitais: tudo o que fazemos por ela voltará um dia a nós, amplificado.

domingo, 28 de setembro de 2014

COMO ALARGAR A NOÇÃO DE FAMÍLIA

 Apresentar-vos-ei hoje uma ideia que, bem sei, não encontrará facilmente eco nos vossos corações e nas vossas mentes, pois, em vez de tentardes compreender quão elevado é o ponto de vista que vos trago, reagireis segundo velhas concepções e tradições e ficareis indignados com as minhas explicações.
Lamento-o antecipadamente, mas falar-vos-ei, mesmo assim, a fim de preparar o terreno.
Procurai ouvir-me atentamente até ao fim; talvez compreendais as vantagens do que vos transmito.

Há milénios que a família tem sido considerada como a base de uma sociedade.
É certo que no Ocidente, desde há várias dezenas de anos, ela começa a desagregar-se, mas apesar de tudo, a célula familiar ainda continua a ser muito importante: cada um vive na sua família, ama-a, trabalha para ela, protege-a, defende-a...
Está bem, é normal, eu concordo.
A família é uma criação da própria Natureza.
A Inteligência Cósmica viu que esta forma de existência era boa para as criaturas que, assim, se ajudavam, se amparavam, se protegiam e trabalhavam em conjunto.
A família é como uma fortaleza, um abrigo sólido, estável, no qual o indivíduo se sente em segurança.
E no passado as famílias formavam verdadeiras tribos que podiam até declarar guerra umas às outras.
Vede como têm sido as vinganças das famílias da Córsega!
Foi pois, a Natureza que deu aos membros de uma mesma família esta união, esta necessidade de estarem juntos para se ajudarem, para se protegerem; também entre os animais isso acontece.
Sim, mas será que nos projectos da Inteligência Cósmica esta situação deve durar eternamente?
Será que os humanos não podem ir um pouco mais longe?
Será que a forma segundo a qual foi criada  a família não pode alargar-se, ser mais nobre, iluminar-se?
Agora é necessário começar a compreender que a família, da forma como é entendida, impede a humanidade de formar uma unidade, uma única grande família.
Porquê?
Porque cada pequena família pensa apenas na sua felicidade, na sua satisfação, no seu proveito próprio, e isso impede as pessoas de se ocuparem da grande família: a humanidade inteira.

Esta concepção restrita da família é, pois, o ponto de partida de todas as limitações, de todos os empreendimentos egoístas, e já é tempo de os humanos alargarem esta noção, de compreenderem que todas as famílias devem fundir-se na Grande Família, senão continuar-se-á a ver constantemente pequenos clãs lutando entre si.
A desordem e a anarquia existem devido a esta mentalidade dos homens, para os quais não existe nada maior, mais vasto, que a sua família.
E pensam que isso é maravilhoso, formidável, que todos devem desenvolver tal atitude.
Reparai nos conselhos que alguns pais dão aos seus filhos: "desenrascarem-se", "aldrabarem", afastarem os outros, para vencerem a qualquer preço...
Não são ideias divinas que lhes inculcam, mas sim os projectos mais egoístas, mais interesseiros.
De vez em quando, ensinam-lhes que entre irmãos e irmãs deve haver um pouco de amor, de generosidade, de indulgência, mas, mesmo assim, isso não se vê muito, e até os membros de uma mesma família se maltratam uns aos outros.
Diz-se frequentemente que a família é uma célula da sociedade.
Sim, mas como é que funcionam as células no organismo humano?
Trabalham todas, em conjunto, para o bem de todo o organismo.E o que é que se vê na sociedade?
Todas as famílias são distintas, separadas e até rivais: cada uma tem ideias diferentes, projectos diferentes, intenções diferentes que constantemente motivam desordens. Presentemente, é necessário ir mais longe, é necessária uma compreensão mais vasta e que todas as famílias se fundam na Grande Família Universal.
Isto não significa que elas devam desagregar-se e desaparecer, não, mas sim unir-se para servir um objectivo que as ultrapassa.
Assim como todas as células do corpo, ligadas umas às outras, trabalham para esta célula imensa que é o ser humano a fim de o manter de boa saúde, também todas as famílias trabalharão para que o organismo que a humanidade inteira constitui, seja saudável.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV






sábado, 27 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  - 28.09.2014


Do ponto de vista da Ciência Iniciática, o verdadeiro artista é aquele que aspira a que a beleza e a harmonia da criação passem através dele, se reflitam através dele.
O verdadeiro trabalho de criação é, pois, o trabalho espiritual; ao procurar projectar o seu pensamento o mais alto possível, o espiritualista descobre pouco a pouco uma ordem, uma estrutura, e capta partículas de luz que entrarão na matéria dos seus corpos psíquicos e do seu corpo físico.

Então, ficai a saber que, mesmo que a Natureza não vos tenha favorecido com dons artísticos, interiormente são-vos dadas todas as possibilidades para encontrardes em vós a matéria das mais belas criações.
No mundo psíquico, podeis ser músicos, poetas, arquitectos, escultores.
O trabalho do espiritualista engloba todas as artes, até a dança.
Um modo de andar e gestos simples, sóbrios, ficam impregnados de uma "souplesse" e de uma graça que se aparentam à dança se puserdes neles a vossa atenção, o vosso pensamento, e sentir-vos-eis leves, em harmonia com todas as criaturas que povoam o Universo.

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  27.09.2014


Conta-se que, quando estava no poder o sultão otomano Mehemet III, a quem chamaram o Conquistador, um guerreiro tornou-se célebre ao conseguir vinte e duas vitórias sobre os exércitos inimigos.
Era a época em que se combatia com sabres.
Então, um dia, o sultão pediu que lhe trouxessem aquele sabre sempre vencedor, pensando que ele tinha certamente algumas particularidades excepcionais.
Trouxeram-lhe o sabre e ele pegou nele, mirou, remirou... era um sabre normalíssimo.
O sultão desiludido, mandou que levassem o sabre dizendo que ele nada tinha a fazer com uma arma tão vulgar.
Quando o herói que vencera tantos combates soube da reacção do sultão, exclamou: «Mas ele só viu o sabre, não viu o meu braço.
Foi o meu braço que obteve as vitórias.»

Um Mestre espiritual dá-vos um sabre, ou seja, métodos, mas eles só serão eficazes se os aplicardes.
Mesmo um pequeno canivete pode ser extremamente eficaz se uma pessoa se treinar todos os dias no seu manejo, e um só fósforo pode incendiar uma cidade inteira.
Com um método muito simples, vós podereis fazer maravilhas: está tudo no vosso "braço", isto é, na vossa vontade.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ALGUMAS ESPECIFICAÇÕES ACERCA DO TERMO "SEITA" (cont.)

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Vejamos agora esta tendência, hoje tão generalizada, de trabalhar para um grupo: um sindicato, um partido político, um país...
Esta atitude, que passa por ser generosa, na realidade é bastante egocêntrica, bastante pessoal.
Desde que não vise a felicidade e a paz de toda a humanidade, a vossa actividade é limitada, portanto é sectária.
Visto que a própria ciência nos revela que fazemos parte da vida cósmica, visto que devemos a nossa existência não só à terra, à água, ao ar, ao sol, mas também às estrelas, porque é que havemos sempre de fechar-nos sobre nós próprios?
E aliás, já decifrastes os segredos desta terra, desta água, deste ar e deste fogo graças aos quais a nossa existência é possível?
Dir-me-eis: «Quais segredos?
O que há assim de tão importante para compreender?»
Muitas coisas e, entre outras, a seguinte: observai o nosso planeta; nele as terras ocupam uma área limitada, os mares uma área mais vasta, o ar uma ainda mais vasta, e o fogo, a luz vai até ao infinito.
Isto significa que também nós devemos ir até ao infinito.
Reparai ainda: quanto tempo conseguis viver privados destes elementos?
Podeis estar sem comer durante cinquenta ou sessenta dias, sem beber só uma dezena de dias, sem respirar apenas alguns minutos, mas no momento em que o vosso coração perder o seu calor, morrereis.
Isto prova que o elemento sólido é menos importante que o elemento líquido, o elemento líquido menos importante que o elemento gasoso, e o elemento gasoso menos importante que o elemento etérico - o calor, a luz.
Como vedes, o mais necessário ao homem é este elemento etérico que enche o espaço.
Então, em vez de continuarem agarrados aos problemazinhos da vida, oprimidos e esmagados por eles, porque não procuram os homens a imensidão, a universalidade, a liberdade?
Porque têm uma mentalidade sectária!
Se olharmos para os religiosos, para os políticos, para os economistas, etc., só encontraremos sectários, mas como eles são os últimos a dar-se conta disso, ei-los lutando decididamente contra as seitas!...
Existirão, por certo, seitas maléficas - mas eu ignoro quais, porque não me ocupo disso, o meu trabalho é outro -, e é normal que lhes limitem as suas práticas nocivas.
Mas aqueles a quem cabe pronunciar-se a esse respeito devem ser pessoas honestas e sem opiniões preconcebidas, capazes de perceber quem trabalha para gerar a anarquia e a desordem e quem trabalha para trazer a paz, a justiça e a felicidade à humanidade, ou seja, o Reino de Deus e a Idade de Ouro.

Acrescentarei agora algumas palavras que serão como que o resumo, a síntese de toda a filosofia iniciática.
Existe na Bulgária uma mulher que é uma das maiores clarividentes do mundo: chama-se Vanga.
Tantas vezes ela já deu provas dos seus dons que até o governo a consulta e mandou construir um hotel perto da sua casa para acolher os que, de todo o mundo, vêm visitá-la.
O que acontece de muito particular com Vanga é que ela é cega; os que querem consultá-la devem fazer chegar às suas mãos um pedaço de açúcar em que tenham tocado, e simplesmente por intermédio desse pedaço de açúcar ela consegue dizer às pessoas tudo sobre o seu passado, o seu presente e o seu futuro, com uma precisão espantosa.
Como explicar isso?
É simples.
Cada ser emana pequenas partículas impalpáveis, invisíveis, ainda não estudadas pela ciência, partículas essas que se propagam pela atmosfera e se depositam nos objectos, impregnando-os.
Deste modo, nós deixamos nos objectos e nas pessoas com que contactamos um pouco das nossas virtudes, das nossas forças, da nossa luz ou pelo contrário, um pouco das nossas doenças, dos nossos vícios, das nossas impurezas.
Portanto, sem nos darmos conta, nós fazemos bem e, também sem nos apercebermos, fazemos mal.
Mas, mesmo que os pratiquemos inconscientemente, todos os nossos actos são registados, e um dia seremos recompensados ou punidos conforme o bem ou o mal que tivermos feito.
A verdadeira religião baseia-se, portanto, numa ciência resultante da observação de fenómenos que são visíveis para alguns seres evoluídos.
Os que recusam reconhecer esta ciência são livres de o fazer, mas um dia verão aonde isso os levará.
Em todo o caso, dir-vos-ei que quem quer ignorar esta ciência é sectário.
Sim, quem não quer tomar consciência da influência dos seus pensamentos, dos seus sentimentos e de todos os seus estados interiores sobre a colectividade, é sectário: faz o que lhe apetece, sem se preocupar com o mal que pode causar aos outros, nem com o bem que poderia fazer-lhes.
Agindo assim, limita-se; portanto, é sectário.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


PENSAMENTO QUOTIDIANO



Mesmo que um dia, se conseguisse suprimir todos os exércitos e todos os canhões, no dia seguinte os humanos inventariam outros meios para se guerrearem.
Não é suprimindo alguém ou alguma coisa no exterior que se pode restabelecer a paz.
A paz, é em primeiro lugar, um estado interior, e é nele mesmo que o ser humano deve começar por suprimir as causas da guerra.
Enquanto ele for habitado pelo descontentamento, pela revolta, pela inveja, pelo desejo de possuir sempre mais, o que quer que faça não só alimentará no seu íntimo os germes da desordem, como semeará esses germes por toda a parte à sua volta.

Quem come e bebe o que quer que seja faz entrar no seu organismo certos elementos nocivos que o tornarão doente.
E, então que paz pode ele ter depois de estragar o seu organismo?
No plano psíquico existe a mesma lei: se ele engolir todo o tipo de pensamentos e sentimentos, ficará doente.
A paz também é, pois, consequência de um saber relativo à natureza dos alimentos que o homem "ingere" no plano psíquico.
Ela só pode instalar-se naqueles que se esforçam por se alimentar de pensamentos justos e sentimentos generosos.
Só esses seres podem trazer a paz ao seu redor: de todas as células do seu corpo, de todas as partículas do seu ser físico e psíquico, emana uma harmonia que impregna os mínimos actos da sua vida quotidiana.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  26.09.2014

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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ALGUMAS ESPECIFICAÇÕES ACERCA DO TERMO "SEITA" (cont.)

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Imaginai um membro de uma Igreja que trabalhou para a propagação da fé; certamente não o acusarão de pertencer a uma seita.
Mas existe uma outra opinião a seu respeito, um outro juízo, algures na Natureza, e ele é condenado como sectário!
Sim, a Natureza considera-o sectário e atira-o para uma cama, para o hospital ou para o cemitério: ele não pensava nem agia em conformidade com determinadas leis da Natureza viva e inteligente, ignorava-as ou negligenciava-as, não vivia em harmonia com o Todo, e foi classificado como sectário apesar da opinião de todos os crentes.
Ao passo que a outro, que é acusado de sectário por esses mesmos crentes, a Natureza, pelo contrário, mostra que o aprova, dando-lhe a saúde, a paz, a plenitude.
Porquê aceitar como juízes aqueles que não têm discernimento algum?
É a Inteligência Cósmica, e apenas ela, que sabe se somos ou não sectários.

Se lançarmos um olhar sobre o mundo, que constataremos?
Todos escolhem as suas actividades conforme o seu temperamento, os seus gostos, ou conforme as condições, as circunstâncias, sem pensarem em desenvolver-se em todos os planos.
Ora, o homem, que foi criado com intelecto, coração e vontade, deve trabalhar nestes três domínios para se manifestar como um ser verdadeiramente equilibrado.
A experiência mostra que muito raramente se encontram seres igualmente desenvolvidos nestes três domínios: pensamento, sentimento e acção; uns são intelectuais sem coração e sem vontade, outros são uns voluntariosos sem miolos, e assim por diante...
Sim, por todo o lado só se vê gente enferma: pessoas muito dotadas num dos aspectos mas com grandes lacunas em todos os outros.
No entanto, se pusermos essa questão à Inteligência Cósmica ela dir-nos-á que o seu objectivo era criar o homem à imagem do Criador, capaz de compreender a perfeição, de a amar e de a realizar na terra.
Porque é que Jesus disse: «Sede perfeitos como o vosso Pai do Céu é perfeito»?
Ele sabia o que dizia!
O homem foi criado para se tornar omnisciente, todo o amor e omnipotente como o seu Pai Celeste; por isso, aqueles que não fizeram mais do que desenvolver-se nos domínios para os quais tinham mais capacidade - a matemática, a poesia, a música, a natação... (sim, se observardes as pessoas verificareis que a maioria se desenvolve apenas nestes aspectos tão limitados) - são sectários e, o que é muito grave, não sabem que o são.
O homem deve, pois, desenvolver-se nos três planos - o do intelecto, o do coração e o da vontade - a fim de compreender, amar e realizar...
O quê?
O Reino de Deus e a Sua Justiça à face da terra.
Só nesta condição é que ele será "salvo", e não do modo como a maioria dos cristãos o imagina.
Será que para ir para o Céu e ficar à direita do Senhor bastará ter fé e praticar algumas boas acções?
Pobre Senhor, rodeado de pessoas grosseiras e ignorantes, de glutões, de bêbedos, de fumadores, de devassos!
O modo como viveram não tem importância nenhuma, eles tinham fé e consideravam-se a si próprios como justos, por isso irão direitinhos ao Paraíso...
Mas escutai e vereis o que lhes acontecerá.

Havia na Bulgária um sacerdote do rito ortodoxo que não parava de criticar a sua mulher; chamava-lhe ignorante e pecadora, considerando-se ele próprio um modelo de perfeição.
Um dia, sentindo que ia partir para o além, despediu-se da mulher: «Adeus, minha esposa, encontrar-nos-emos no Paraíso.»
Passado algum tempo, morreu ela também.
Chegada ao Paraíso, começou a procurar o seu querido marido.
Procurou, procurou... mas não conseguiu encontrá-lo!
Dirigiu-se então a S. Pedro que se pôs a folhear o seu grande livro: «Não o encontro, diz ele, com certeza ele está... lá em baixo!»
E deu à mulher um salvo-conduto para descer ao Inferno.
Depois de procurar um pouco, que vê ela?
O marido dentro de uma caldeira de água a ferver!
Só tinha a cabeça de fora.
Ela exclamou: «Oh! Meu pobre marido, em que horrível situação te encontras!
Não me lamentes, disse ele, isto ainda é um privilégio: estou em cima da cabeça do metropolita!»
E eis o que acontece a tantos que se julgam muito justos: vão fazer uma estadiazinha no Inferno antes de voltarem à terra para aprenderem a desenvolver-se até à perfeição.
Segundo a Ciência Iniciática Universal, a maioria dos humanos, que ainda não atingiram a perfeição, são sectários.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  25.09.2014

É quando estão infelizes e a sofrer que os humanos mais se questionam acerca de Deus, da sua existência, da sua vontade.
Perguntam a si próprios se Ele os ouve, se Ele responderá às suas orações, se Ele virá socorrê-los.
E ficam desiludidos muitas vezes por não terem resposta nem receberem ajuda.
Porquê?
Porque colocam mal a questão.
Eles fazem como se Deus fosse um ser totalmente exterior a eles.
Quando compreenderem que Deus habita neles, quaisquer que sejam as suas provações, persistirão em ligar-se a Ele e sentirão que Ele os ilumina, os conduz, os apoia.

É frequente aqueles que sofrem sentirem~se muito sós, abandonados por todos.
Então, por que é que eles hão-de ainda perder, por negligência, por ignorância, a única ajuda, o único conforto verdadeiro que podem receber?
Essa ajuda, esse conforto, residem na presença de Deus neles.
Quando eles oram, quando eles suplicam, não se dirigem  unicamente ao Criador do céu e da terra, esse ser tão distante que é quase impossível imaginá-l'O; eles dirigem-se a uma força que habita na sua alma e no seu espírito e com a qual nunca devem perder o contacto.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ALGUMAS ESPECIFICAÇÕES ACERCA DO TERMO "SEITA"

 Há milhares de anos que os homens adquiriram o hábito de se ficar só pela forma e pela aparência das coisas, negligenciando o seu conteúdo e o seu significado.
Foi isso que fizeram também em relação aos Livros Sagrados, os quais possuem igualmente uma forma, um conteúdo e um significado, um sentido.
A forma, a narrativa, é para as pessoas comuns; o conteúdo moral, simbólico, é para os discípulos que procuram aprofundá-lo e vivê-lo; quanto ao sentido espiritual, esse, é para os Iniciados que sabem interpretá-lo.
Todos os grandes Iniciados foram construtores de novas formas.
Eles sabiam que a forma é necessária, mas introduziram nela toda uma ciência que as pessoas, na sua maioria, não decifram, pois detêm-se naquilo que se pode ver, tocar, ouvir.
É claro que as formas podem ajudá-las, estimulá-las, mas não tanto como se elas conseguissem compreender, sentir e realizar as verdades nelas contidas.
Em todas as religiões existe um ensinamento exotérico e um ensinamento esotérico, porque era impossível que os seres evoluídos, que tinham necessidade de aprofundar os mistérios da Criação, se contentassem com alguns fragmentos que satisfaziam o comum das pessoas.
Foi assim que no seio do cristianismo, a par da Igreja de S. Pedro, que reunia a maioria dos fiéis, se desenvolveu secretamente a Igreja de S. João, guardiã da verdadeira espiritualidade, da verdadeira filosofia do Cristo.

Esta questão do espírito e das formas vai extremamente longe.
Observando os homens, percebe-se que quase todos estão tão obcecados com a forma que acabam por identificar-se com ela.
Deste modo, identificam-se com o seu corpo físico.
Tudo quanto fazem é em função do seu corpo físico; quanto ao espírito, como não o vêem, nem pensam nele.
Não sabem que deste modo se enfraquecem, se embrutecem, pois não é o corpo físico que recebe a verdadeira força nem a verdadeira vida.
Ao identificarem-se com o corpo físico (a forma) não desenvolvem o espírito, que é eterno, imortal, omnisciente, é uma centelha de luz saída do próprio Deus.
Esta filosofia materialista, que está tão difundida, limita os seres humanos.
Como já não são iluminados, guiados, inspirados pelo espírito, eles tornam-se mesquinhos, limitados, sectários, e depois julgam tudo na vida segundo esse seu ponto de vista limitado.
Eles crêem possuir o melhor dos pontos de vista... mas não, têm uma visão parcial, sectária.
Há pessoas sectárias por todo o lado, em todos os domínios: económico, político, científico, religioso, filosófico, artístico... Posso demonstrá-lo!

Utiliza-se correntemente a noção de sector.
Na geometria, chama-se sector a uma porção de círculo.
Numa cidade, num país, fala-se também de sector para indicar uma zona limitada.
E no corpo humano, que forma uma unidade perfeita, pode dizer-se que um órgão é também um sector.
E uma seita?
O que é uma seita?
É muito simples: quando uma religião conseguiu estabelecer-se oficialmente, declara que todo o grupo que não aceitar os seus dogmas, as suas crenças, as suas práticas, é uma seita.
É, pois, a Igreja oficial que se pronuncia.
Ao longo da História quantas pessoas não foram presas, perseguidas e queimadas sob o pretexto de que se tinham afastado da doutrina de uma Igreja!
E depois, mais tarde, foi a História que, por sua vez, se pronunciou sobre as sentenças dessa Igreja...
Na realidade, não é aos homens que compete julgar o que é sectário e o que não o é, mas sim à Natureza.
É isto que não sabeis e que será novo para vós.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
em
"UMA FILOSOFIA UNIVERSAL"

PENSAMENTO QUOTIDIANO


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  24.09.2014

Certas pessoas estão sempre a dizer: «Estou muito cansado!»
E, com efeito, percebe-se o cansaço no seu rosto.
Elas estão bem, mas tudo as cansa e elas não se apercebem de que, não parando de se queixar, acabarão por ficar completamente extenuadas.
Ora, é fácil observar que aqueles que assim se queixam de que estão cansados, raramente são quem trabalha mais.
Não se pode negar que eles estão cansados, não se trata de um cansaço imaginário, não, ele é bem real; só que não vem de um excesso de trabalho, mas do facto de eles ruminarem em pensamentos e sentimentos que os esgotam.
E esse cansaço psíquico é contagioso: quando se está com essas pessoas, alguns minutos depois fica-se com a sensação de que se tem um peso nos ombros ou de que se ficou sem energia.
Um dos métodos mais eficazes para alguém se libertar do cansaço psíquico é uma boa fadiga física: esta fadiga descansa e cura.
Os humanos possuem recursos insuspeitos que devem aprender a explorar por um esforço de vontade.
Muitos estão cansados muito simplesmente porque vivem uma vida estagnada!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

O silêncio está povoado por inúmeros seres: o Criador pôs habitantes por toda a parte, nas florestas. nos lagos, nos oceanos, nas montanhas e também debaixo da terra.
Mesmo o fogo é habitado, o éter, o sol, as estrelas, todo o Universo é habitado.
Então, onde quer que fordes, nas montanhas, nas florestas, à beira dos rios, dos lagos ou dos oceanos, se quiserdes manifestar-vos como um filho de Deus que aspira a uma vida mais subtil, mais luminosa, não perturbeis o silêncio desses lugares.
Mostrai-vos conscientes da presença das criaturas etéricas que neles habitam.
Quando vos aproximais delas, começai por saudá-las, testemunhai-lhes o vosso respeito, o vosso amor, e pedi-lhes que vos dêem as suas bençãos.
Encantadas com a vossa atitude, essas criaturas, que se aperceberão da vossa presença ao longe, acorrerão para derramar sobre vós os seus presentes: a alegria, a luz, o amor, a energia pura.
E vós regressareis a casa com um sentimento mais amplo da vida.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  23.09.2014
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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A FAIXA DO ZODÍACO (cont.)

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Todos aqueles que penetram na faixa do Zodíaco estão submetidos aos imperativos do tempo (períodos, ciclos) e do espaço (localização no interior da faixa).
Só os puros espíritos são livres, só eles não são acorrentados pelo tempo e pelo espaço.
Mas, a partir do momento em que se encarnam, entram na faixa do Zodíaco e ficam presos no círculo mágico do implacável destino que acorrenta mesmo os seres mais luminosos, os grandes Filhos de Deus.
Aliás, o próprio ser humano representa com o seu corpo físico, o círculo do Zodíaco, no interior do qual o seu espírito está agora cativo.
A cada signo corresponde uma parte do corpo:
- ao Carneiro, a cabeça
- ao Touro, o pescoço
- aos Gémeos, os braços e os pulmões
- ao Câncer, o estômago
- ao Leão, o coração
- à Virgem, os intestinos e o plexo solar
- à Balança, os rins
- ao Escorpião, os órgãos sexuais
- ao Sagitário, as coxas
- ao Capricórnio, os joelhos
- ao Aquário, as barrigas das pernas
- aos Peixes, os pés

Para escapar a esta serpente que o cerra com os seus anéis, o homem tem que sair do ciclo das reencarnações.É no momento do nascimento que o corpo etérico da criança, que é como que uma cera mole e virgem, recebe o cunho das influências astrais.
Depois, a cera arrefecida não pode ser modificada.
Quando a criança solta o seu primeiro grito, o céu apõe o seu selo no seu corpo etérico e fixa o seu horóscopo, no qual se inscreve o seu destino.
O único meio que o homem tem para se libertar das limitações que os astros lhe impõem é trabalhar para restabelecer conscientemente a ligação com Deus; é assim que ele escapa à lei da necessidade para entrar sob a influência da lei da graça.
Mas esta liberdade à qual todos aspiramos é a última coisa que obteremos.
Por isso a liberdade é considerada como a coroa da espiritualidade; esta coroa é um círculo de luz que o Iniciado traz por cima da cabeça para mostrar que ele saiu do círculo das limitações terrestres.

Estudemos agora as consequências práticas, para a nossa vida quotidiana, da existência do círculo zodiacal.
Suponhamos que, um dia em que passeais pela montanha, vos divertis soltando uma palavra, um apelo.
O que é que se passa?
A montanha enviavo-lo de volta.
O som, a palavra, foram de encontro a um obstáculo que os repercutiu.
É exactamente o mesmo que acontece quando atirais uma bola ao chão - ela salta - ou contra a parede - ela volta e atinge-vos.
São leis físicas, e as leis físicas são um reflexo das leis espirituais.
Portanto, se gritardes: «Eu amo-vos», de todos os lados o eco virá dizer-vos: «Eu amo-vos, eu amo-vos, eu amo-vos.»
E se gritardes: «Eu detesto-vos», de toda a parte o eco vos responderá: «Eu detesto-vos, eu detesto-vos...»
Deveis compreender que, na vida, este fenómeno está sempre a repetir-se: o homem emite incessantemente, por intermédio dos seus pensamentos, dos seus sentimentos e dos seus actos, ondas benéficas ou maléficas;
estas ondas viajam pelo espaço até encontrar a parede que as reenvia para o homem, e ele recebe presentes ou pauladas.
Sim, um choque de retorno.
Aqueles que conhecem esta lei esforçam-se por enviar para toda a parte a luz, o amor, a bondade, a pureza, o calor, e mais cedo ou mais tarde recebem em retorno, obrigatoriamente, as mesmas bençãos: sentem-se felizes, dilatados e são bem sucedidos.
Dizem para consigo: «Deus nosso Senhor recompensou-me!»
Não é nada disso, o Senhor nem sequer está a par do sucedido, tem mais que fazer do que observar-nos constantemente e anotar todas as nossas acções para nos recompensar ou nos castigar.
Ele estabeleceu leis em nós e são essas leis que nos punem ou nos recompensam.

O círculo com um ponto central é a estrutura que se encontra por todo o Universo.
Examinai qualquer organismo, uma célula, por exemplo: vereis um núcleo, um protoplasma e, a envolvê-lo uma película, a membrana.
Examinai um fruto: ao centro encontrais o caroço, depois a polpa, a parte suculenta que se come, e por fim a pele ou a casca.
Portanto, qualquer organismo vivo tem um centro, depois um espaço onde a vida circula e, finalmente, uma «pele» que serve de fronteira, de limite, graças à qual a lei do eco pode operar.
Pode acontecer que, sendo muito grande a distância entre o centro e a periferia, a «voz» vá muito, muito longe e que só anos mais tarde é que encontre a parede que a reenviará.
Mas lá porque o choque de retorno demora a chegar isso não significa que nada acontecerá; produzir-se-á sempre algo, porque a fronteira (ou ainda, a periferia, a parede) está muito afastada.
É assim que se explica o destino inscrito no nosso tema astral: ele é uma consequência das nossas acções passadas.
O átomo e o sistema solar possuem uma estrutura idêntica: um círculo com um ponto central.
E o espaço que rodeia este ponto representa a matéria; sem espaço a matéria não existiria.
Ao passo que o espírito, esse, não tem necessidade de espaço; o seu poder deve-se a que, como ele é um ponto ínfimo, age em toda a parte ao mesmo tempo.
É, pois, nos limites deste espaço ocupado pela matéria que tudo vem embater e depois retorna para o seu ponto de partida.
Assim, através da matéria, tudo o que nós fazemos, tudo o que nós pensamos, volta para nós depois de ter percorrido o espaço.
É a matéria que envia o eco, não é o espírito.
O espírito age e a matéria reage, responde ao impulso
O seu papel é fazer face ao espírito, opor-se a ele, limitá-lo, aprisioná-lo, até.
E o Zodíaco é esse limite que encerra o nosso Universo tal como a serpente da matéria encerra o espírito

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


PENSAMENTO QUOTIDIANO

O Outono está sob a influência de Mikhaël, o arcanjo do Sol na séfira Tiphéreth.
O seu nome significa «Quem é como Deus?»
Com efeito, uma tradição refere que, quando Lúcifer, no seu orgulho, afirmou ser igual a Deus, este arcanjo, erguendo-se perante ele, gritou: «Quem é como Deus?», e a partir daí foi esse o seu nome.

Todos os anos, a 22 de Setembro, o Sol entra na constelação da Balança.
Numerosos quadros e ícones representam o arcanjo Mikhaël com uma balança na mão, pesando os actos dos humanos após a sua morte: os bons são postos num prato, os maus no outro, e ele espera para ver quais farão pender a balança.
A balança é o instrumento do julgamento, e o Outono é ele próprio, de certa forma, a estação do julgamento: colhe-se os frutos maduros, faz-se uma escolha e guarda-se apenas os bons.

Este trabalho de separação, de triagem que ocorre na Natureza, é também o que Hermes Trismegisto refere na Tábua de Esmeralda quando diz:«Separarás o subtil do espesso com grande perícia», isto é, com grande cuidado.
Separar o subtil do espesso é separar o espiritual do material.

O Iniciado que participa com o seu espírito no trabalho de toda a Natureza, sabe quando chega o momento de deixar morrer a matéria obscura que ainda permanece nele, a fim de libertar a verdadeira vida.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  22.09.2014

domingo, 21 de setembro de 2014

A FAIXA DO ZODÍACO

A Ciência Iniciática ensina que nós vivemos mergulhados num oceano fluídico a que ela chamou «luz astral».
Este fluído é tão sensível que tudo se inscreve nele: a mais insignificante das nossas acções, a mais ligeira das nossas emoções, o mais fugidio dos nossos pensamentos.
Segundo a tradição esotérica, esta luz astral é uma matéria de uma extrema subtileza emanada por todas as criaturas - os humanos, os animais, as plantas, as pedras e até as estrelas.
Foi a este fluído que Hermes Trismegisto chamou Telesma e acerca do qual disse: «O sol é o seu pai, a lua é a sua mãe, o vento transportou-a no seu ventre e a terra é a sua ama.»
Evidentemente, não se deve compreender o sol (o fogo), a lua (a água), o vento (o ar) e a terra unicamente como os quatro elementos materiais que nós conhecemos, mas sim como os princípios cósmicos fundamentais a partir dos quais a matéria se constituiu.

Os hindus chamam a esta matéria fluídica «akasha», mas, na realidade, pouco importam os nomes que se lhe dá: electricidade cósmica, serpente original, força Fohat...
Dado que cada criatura que pensa, sente e age, lhe imprime vibrações novas, é impossível determinar e nomear todas as formas que ela assumiu desde a criação do mundo.
A sua natureza é extremamente misteriosa, e tudo o que pode ser dito a seu respeito é, ao mesmo tempo, verdadeiro e falso.
Este «akasha» tem, pois, a propriedade de registar tudo o que se passa no universo. E, aliás, a prova de que tudo se regista está no facto de os clarividentes poderem ler num objecto os acontecimentos que se desenrolaram ao seu redor e até o destino de uma pessoa que tenha tido esse objecto nas mãos durante um ou dois minutos.
Refiro-me, evidentemente, aos verdadeiros clarividentes.
A existência desta clarividência é um argumento extraordinário: se os sábios materialistas o tomassem em consideração, seriam obrigados a mudar os seus pontos de vista acerca da natureza da matéria.

Este fluído, este «akasha» onde tudo se imprime, onde tudo se reflecte, estende-se até aos confins do Universo, o que para nós significa a faixa do Zodíaco, pois o círculo do Zodíaco representa, simbolicamente, o espaço que Deus delimitou para criar o mundo.
Aliás, segundo a Ciência Iniciática, a sucessão dos doze signos do Zodíaco (Carneiro - Touro - Gémeos - Câncer - Leão - Virgem - Balança - Escorpião - Sagitário - Capricórnio - Aquário - Peixes) revela as diferentes etapas da criação.

O Carneiro dá o impulso, é a força indomável que jorra e quer manifestar-se a qualquer preço, tal como os rebentos na Primavera.
A essa força bruta, o Touro traz a matéria, mas esta matéria não é ainda organizada, ela não passa de uma massa informe de elementos indiferenciados.
A etapa do Touro corresponde à preparação de um depósito de materiais para a construção de uma casa.
Mas com esses elementos é necessário realizar qualquer coisa.
É por isso que os Gémeos começam a estabelecer uma rede de comunicações para que o trabalho possa fazer-se; são as escadas, os carrinhos de mão, as roldanas e as gruas, que transportarão os materiais de um ponto da obra para outro.
Quando o Câncer chega, estabelece os alicerces, uma base sólida, em «cimento armado».
Na natureza, esta base é a semente, o caroço para o qual começam a convergir os diversos elementos que vão contribuir para o seu desenvolvimento.
Então, o Leão começa a trabalhar sobre este germe, introduzindo nele uma força centrífuga.
Ele aumenta o calor, assim como a intensidade do movimento.
produz-se uma explosão e a massa começa a luzir e a projectar raios no espaço.
Quando a Virgem chega, declara que é preciso introduzir ordem e organização neste conjunto.
Então, ela começa a trabalhar e põe cada coisa no seu lugar.
Mas a ordem é insuficiente, falta um elemento de estética, de harmonia, e a Balança traz esse elemento.
Está-se no sétimo dia (o sétimo signo) e o trabalho pára um pouco para que os operários possam descansar e divertir-se.
Neste clima de folia, certos operários começam a esquecer o trabalho e deixam-se ir atrás da preguiça, da moleza.
Assim, começam a introduzir-se elementos de desagregação - o Escorpião - e surgem as perturbações, as hostilidades.
É então, a hora do Sagitário, que possui o dom de reconciliar os seres entre si e de os ligar ao Céu.
Quando ele chega, canaliza este excesso de energias fervilhantes para as orientar (o arco e a flecha que o Centauro segura) e as fazer servir uma actividade superior.
Agora, este mundo bem ordenado, cujas engrenagens funcionam perfeitamente, tem tendência a cristalizar-se, a ficar perro, sob a influência de Capricórnio, e a vida começa a deixá-lo.
Então, para que ele não seja destruído por tanto se materializar, o Aquário põe em acção as poderosas correntes do espírito.
Quando os Peixes chegam, projectam a paz sobre o mundo.
Nesta paz e nesta harmonia universais, a vida torna-se pura, subtil, até que tudo se funda e retorne ao Oceano das origens.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  21.09.2014


Vós sois todos capazes de vos entusiasmar ao descobrir uma verdade espiritual e sois sinceros ao dizer que, daí em diante, quereis viver em harmonia com ela.
Mas esse entusiasmo depressa esmorece.
Porquê?
Porque ainda não aprendestes a impor-vos ao vosso povo, os habitantes desses milhões e milhões de células que constituem o vosso organismo.
Eles não estão todos convencidos: essa luz que acabais de receber, essa boa decisão que acabastes de tomar, só conseguiram tocar alguns deles.
Os outros fazem orelhas moucas e recusam-se a ser contrariados nos seus hábitos.
Eles resistem e, como são muito numerosos, conseguem vencer.

É difícil convencer toda essa população interior, mas isso é a base do trabalho espiritual: procurarmos penetrar suficientemente em nós e estabelecermos pouco a pouco, pelo pensamento, relações com as células de todos os nossos órgãos, a fim de as educarmos.
Pouco a pouco, elas tornam-se mais receptivas e aceitam dar-nos o seu suporte no caminho da luz.

sábado, 20 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  20.09.2014


Quem decide seguir um caminho espiritual não deve esperar que os seus problemas interiores sejam rapidamente resolvidos.
Nada é mais difícil do que introduzir a ordem e a harmonia no seu mundo psíquico.
Pode até suceder que a pessoa se sinta ainda mais vulnerável do que antes.
Porquê?
Porque a vida nova à qual ela procura abrir-se ocupa-se primeiro de varrer, de limpar muitas coisas nela.
E então, que rebuliço, que desestabilização!
É tão salutar ela decidir dar uma melhor orientação à sua vida como é necessário ela estar consciente das perturbações que essa decisão começará por provocar nela.
Senão, como não compreende o que está a suceder-lhe, volta aos seus velhos hábitos e terá de começar tudo de novo.

Para se pôr em ordem os seus problemas psíquicos é preciso realizar um trabalho preciso, com um programa, e isso demora tempo, é verdade. Mas, a partir do momento em que definis para vós uma tarefa a cumprir, pelo menos fica gravado algures um registo e as forças do subconsciente começam a circular no interior dos canais que vós abristes.
Quando a chuva cai, a água segue exactamente os sulcos que foram cavados.
Por isso, deveis preparar canais em vós para que a nova vida possa circular.


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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A ALQUIMIA ESPIRITUAL

...
De futuro, aqueles que forem audaciosos debruçar-se-ão sobre as substâncias químicas da inveja, do ódio, do medo e da força sexual, e aprenderão a utilizá-las; até encherão frascos com elas, para as pôr na sua farmácia e as ter à disposição no dia em que delas tiverem necessidade.
Daqui para a frente tudo deve mudar na vossa mente.
Mas é óbvio que não deveis lançar-vos "à doida" sobre o mal para dele comer grandes nacos.
Em todas as criaturas, mesmo nas melhores, escondem-se sempre tendências infernais que vêm de um passado muito longínquo.
A questão está em não as fazer vir à tona de repente, com o pretexto de as utilizar.
Há que enviar uma sonda para retirar apenas alguns átomos, alguns electrões, e dirigi-los bem.
Não deveis ir lutar imprudentemente com o Inferno, pois ele é que vos destruirá.
Há que saber como agir.
Por isso deveis continuar a trabalhar com as forças do Alto - pela oração, pela harmonia, pelo amor - e, de tempos a tempos, quando alguma coisa sair das profundezas do vosso ser com garras, unhas e dentes para vos impelir a fazer algumas asneiras, capturai-a, estudai-a no vosso laboratório, fazei-a até segregar os seus venenos para poderdes utilizá-los: descobrireis que é precisamente o mal que vos dá o elemento que vos faltava para atingir a plenitude.

Mas -  repito-o  -  atenção!
Não queirais agora descer, por causa do que vos disse, para imprudentemente medir forças com o mal.
Não digais: «Ah! Ah! Já compreendi; agora é que vamos ver!», pois talvez não volteis a subir.
Foi o que se passou com certas pessoas.
Julgavam que eram muito fortes, quando não estavam suficientemente ligadas ao bem, à luz, e agora, coitadas!, em que estado se encontram!
Todas as forças negativas as atacam e destroem.

Está escrito no Talmude que, no fim dos tempos, os Justos, quer dizer, os Iniciados farão um festim com a carne do Leviatão, esse monstro que vive no fundo dos oceanos.
Sim, ele será apanhado, esquartejado, salgado... e conservado em arcas frigoríficas, suponho!...  E, chegada a altura, todos os Justos se regalarão com alguns pedaços da sua carne.
Que perspectiva divertida!
Se se entender isto à letra, creio que muitas pessoas - cristãos, estetas - ficarão verdadeiramente enojadas.

É necessário interpretar, e aqui está a interpretação: o Leviatão é uma entidade colectiva que representa os habitantes do plano astral (simbolizado pelo oceano), e quando se diz que esse monstro há-de um dia regalar os Justos, isso significa que aqueles que sabem dominar-se e utilizar as cobiças e as paixões do plano astral, podem descobrir nelas uma fonte de riquezas  e de bençãos.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  19.09.2014


Tudo o que acontece no mundo tem a sua razão de ser.
O sábio tem esta certeza e por isso nada pode fazê-lo perder a sua luz, a sua paz, a sua confiança.
Mesmo que muitos acontecimentos continuem a ser inexplicáveis para ele, isso não o leva a pôr a sabedoria divina em questão, pois sabe que, um dia, o seu significado ser-lhe-á revelado.

É certo que a existência nos põe muitas vezes perante factos, situações, que à primeira vista nos parecem incompreensíveis, absurdos e até escandalosos: como é que tais coisas são possíveis?
Mas nada é mais terrível e perigoso do que concluir, a partir daí, que a vida humana é desprovida de sentido.
Jamais um sábio dirá, como alguns alguns supostos filósofos, que tudo é acaso, caos e absurdo.
Que orgulho é afirmar que não tem sentido aquilo que ainda não se consegue compreender!
E que empobrecimento isso representa para o pensamento!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A ALQUIMIA ESPIRITUAL


...
Reparai como ficais tensos e quantas dificuldades encontrais quando lutais contra vós mesmos; trava-se em vós uma guerra terrível, e essa guerra lança-vos em toda a espécie de contradições.
Considerais que tudo o que é inferior em vós é necessariamente vosso inimigo e quereis matá-lo; mas esse inimigo é muito poderoso, pois desde há séculos que o reforçais pela guerra que travais com ele, e cada dia ele se torna mais ameaçador.
É verdade que há inimigos que vivem em nós, mas se são inimigos é sobretudo porque nós não somos bons alquimistas, capazes de tudo transformar.
O que disse S. Paulo?
«Cravaram-me um espinho na carne. Três vezes supliquei ao Senhor que o afastasse de mim, e Ele respondeu-me: - A minha graça é-te suficiente, pois a minha força manifesta-se na fraqueza.»
Aquele que possui uma fraqueza no corpo, no coração ou no intelecto, sente-se diminuído, mas está enganado, pois essa fraqueza pode ser para ele uma fonte de grandes riquezas.
Se todas as suas aspirações fossem satisfeitas, estagnaria.
Para evoluir, as pessoas têm de se sentir agrilhoadas, e é a sua imperfeição, esse espinho cravado na sua carne, que as obriga a trabalhar em profundidade, a aproximar-se do Céu, do Senhor.
O Céu deixa-nos certas fraquezas para nos fazer avançar no nosso trabalho espiritual, pois o que aparentemente é uma fraqueza, na realidade é uma virtude, uma força.
Há que pôr as fraquezas a trabalhar, para que se tornem úteis.
Vós ficais espantados e dizeis: «Mas deve-se espezinhar as fraquezas, deve-se aniquilá-las!»
Experimentai e vereis se é fácil: vós é que sereis aniquilados.
O problema é o mesmo para todas as formas de defeitos ou de vícios; seja a gula, a sensualidade, a violência, a cupidez ou a vaidade, deveis saber como mobilizá-las para que trabalhem convosco na direcção que escolhestes.
Se trabalhardes sozinhos não podereis ser bem sucedidos.
Se expulsardes todos os vossos inimigos, tudo aquilo que vos resiste, quem é que vos servirá?
Há animais selvagens que, à força de paciência, os humanos conseguiram domesticar e manter junto de si.
O cavalo era selvagem, o cão era semelhante ao lobo, e se o homem conseguiu domesticá-los foi porque soube desenvolver em si certas qualidades.
Ele poderia certamente domar e domesticar as feras, mas para isso teria de desenvolver outras qualidades.
Portanto, alegrai-vos: sois todos muito ricos porque todos tendes fraquezas!
Mas é indispensável saber utilizá-las para as fazer trabalhar.
Falei-vos há pouco dos animais, mas reparai também nas forças da natureza, como relâmpagos, a electricidade, o fogo, as torrentes...
Agora que sabe como dominá-las e servir-se delas, o homem enriquece.
No entanto, antes eram forças hostis.
Os homens acham que é normal utilizar as forças da natureza, mas se alguém lhes fala em utilizar o vento, as tempestades, as cascatas e os relâmpagos que neles existem, ficam muito espantados.
Porém, não há nada mais natural; e quando conhecerdes as regras da alquimia espiritual sabereis transformar e utilizar até os venenos que existem em vós.
Sim, pois o ódio, a cólera, a inveja, etc., são venenos; mas no Ensinamento da Fraternidade Branca Universal vós aprendereis a servir-vos deles, e até vos serão dados métodos para vos servirdes de todas as forças negativas que possuís em abundância.
Alegrai-vos, pois tendes boas perspectivas à vossa frente!

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OMRAAM  MIKHAËL AÏVANHOV
em
"O trabalho alquímico ou a busca da perfeição"

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  18.09.2014


É natural lamentar os seus erros, mas, mesmo que esses erros sejam graves, é inútil e até nocivo sobrecarregar-se com eles e deixar-se corroer pelos remorsos, pensando que assim se atrairá a misericórdia divina.
Com essa atitude, na realidade tudo o que se faz é recriar e alimentar no subsconsciente registos das mesmas misérias, das mesmas situações feias.
O remorso só deve servir para se tomar a decisão de não cair nos mesmos erros.
Aqueles que estão sempre a repetir os seus erros remexem na escória do plano astral. Deste modo, fazem muito mal a si próprios e, contrariamente ao que imaginam certos fanáticos, esta atitude desagrada ao Senhor, pois o Senhor não criou os humanos para eles se sentirem miseráveis, culpados, indignos, Ele criou-os para eles viverem como Ele na beleza, na alegria e na plenitude.

Agistes mal?
Depois de terdes compreendido em quê e porquê, chamai à vossa memória os momentos luminosos que vivestes, esses momentos em que vos sentistes um filho de Deus, feliz, confiante, leve.
Restabeleceis assim na vossa alma condições para que as entidades que participaram nesses estados de alegria e de luz venham visitar-vos de novo, e recebereis forças para vos manterdes fiéis às vossas boas resoluções.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A ALQUIMIA ESPIRITUAL



Uma pessoa vem ter comigo, infeliz, desanimada, lamentando-se por não conseguir desembaraçar-se de certo vício que a atormenta.
Já tentou milhares de vezes, coitada!, mas sucumbiu sempre.
Então, eu digo-lhe: «Oh, isso é magnífico, é formidável! Isso prova que é muito forte!»
Ela olha para mim espantada, interrogando-se se eu estarei a fazer troça dela.
E eu continuo: «Não, não estou a fazer troça de si, só que você não vê a sua força. - Mas que força?
Eu sucumbo e acabo sempre por ser vencido; isso prova que sou fraco. - Não está a raciocinar correctamente.
Vou explicar-lhe como é que as coisas se passaram, e então compreenderá que eu não estou a brincar.
Quem é que formou esse vício?...
Você.
De início, ele não era maior que uma bola de neve que você podia segurar na palma da mão.
Mas, acrescentando sempre um pouco mais de neve, divertindo-se a empurrá-la, a fazê-la rolar, acabou por transformá-la numa montanha que agora lhe barra o caminho.
Na origem, o vício de que se queixa também não era mais do que um minúsculo pensamento, mas você cuidou dele, alimentou-o, "fê-lo rolar", e agora sente-se esmagado.
Pois bem, eu fico deslumbrado com a sua força.
Você é que formou esse vício, é o pai dele, ele é seu filho e tornou-se tâo forte que você já não consegue deitá-lo por terra.
Porque é que não se alegra com isso?
Como?
Alegrar-me? - Já leu o livro de Gogol, "Tarass Boulba"?
Não.
Então vou contar-lhe uma história.
«Tarass Boulba era um velho cossaco que tinha mandado os seus dois filhos estudar no colégio de Kiev, onde estiveram três anos.
Quando regressaram a casa do pai, eram dois matulões.
Encantado por voltar a vê-los, Tarass Boulba, para brincar e também para manifestar a sua ternura paternal (como sabeis, os cossacos têm um modo muito sui géberis de manifestar o seu afecto!), começou por lhes dar algumas caroladas.
Os filhos é que não acharam graça e replicaram, acabando por deitar o pai ao chão.
Quando Tarass Boulba se levantou, um tanto dorido, não estava nada furioso, pelo contrário, estava orgulhoso por ter dado ao mundo filhos tão fortes.»
Então, porque é que você não fica tão orgulhoso como Tarass Boulba por ver que o seu filho o deitou ao chão?
Você é que é o pai, é que o alimentou e o reforçou com os seus pensamentos e os seus desejos; portanto, você é muito forte.
E agora vou dizer-lhe como pode vencê-lo.
O que é que faz um pai quando quer pôr na ordem um filho que faz loucuras?
Corta-lhe o sustento e, o filho, privado dele, é obrigado a reflectir e a mudar a sua conduta.
Então, porque é que você há-de continuar a alimentar o seu filho?
Para ele lhe fazer frente?
Trate-o com severidade!
Deve ficar a saber, que uma vez que lhe deu origem, tem poderes sobre ele.
Senão, irá lutar ou sofrer durante toda a vida, sem nunca encontrar os verdadeiros métodos para sair das suas dificuldades.
Infelizmente, são muito poucas as pessoas que conseguem encarar as coisas deste modo.
Elas lutam desesperadamente contra certas tendências perniciosas que nelas existem, sem se aperceberem de que, se chegaram ao ponto em que estão é porque são extraordinariamente fortes.
Quanto mais terrível é o inimigo em vós, mais isso prova que a vossa força é grande.
Sim, é nestes moldes que as pessoas têm de aprender a raciocinar.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em

"O  Trabalho  Alquímico  ou  a  busca  da  perfeição"

PENSAMENTO QUOTIDIANO


 Vós possuís um objecto, mas não é por ele estar na vossa posse que vos pertence verdadeiramente.
Ele só vos pertence se vos inspirar, se, por sua causa, sentirdes interiormente uma alegria, uma luz.
Então, mesmo que ele não seja realmente vosso, pertence-vos.
Assim, toda a criação, com as montanhas, os oceanos, o sol e as estrelas, pode pertencer-vos.
Sim, se os admirardes, se os amardes, se o vosso coração e a vossa alma se encherem de gratidão para com o seu Criador, eles são vossos e ninguém vo-los pode tirar.

Eis, pois, o ponto de vista que deveis adoptar de agora em diante para compreender o que é vosso e o que não é vosso.
Um homem está casado e, pelo facto de poder impor-se à sua mulher, de a obrigar a fazer certas coisas e a proibir de fazer outras, imagina que ela lhe pertence.
Pois bem, isso é uma ilusão.
Mas se ele a admirar, se ele a considerar como uma criatura preciosa, um aspecto da Mãe Divina, então sim, ela pertence-lhe, mesmo que ele lhe conceda a maior liberdade, mesmo que ele não lhe toque.
Os humanos creem que, para possuírem alguma coisa... ou alguém, têm de o ter nas mãos.
Não; infelizmente, muitas vezes é aquilo a que eles mais se agarram que menos lhes pertence.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  17.09.2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO


 Alguém vos fez mal...
Ainda que seja difícil, aprendei a perdoar.
Tende fé e confiança no poder das entidades luminosas do mundo invisível, que estão sempre prontas a dar-vos os meios para recuperardes a força e a coragem quando trabalhais segundo as suas leis.
Se pensais que a pessoa que vos fez mal merece mesmo receber uma lição. dirigi-vos a essas entidades.
Dizei:«Tal pessoa fez-me isto e aquilo e, por causa dela, estou a sofrer, tenho grandes dificuldades (e podeis até expor quais são, se quiserdes). Peço a vossa intervenção para que o mal seja reparado.»
Apresentais assim uma queixa no Céu como o fazeis nos tribunais, e então o Céu verá como deve agir.
Mas vós, em todo o caso, não procureis vingar-vos.

Não quero dizer com isto que se deve acabar com os juízes, os tribunais, as sanções, e deixar os malfeitores tranquilos, esperando que um dia, a justiça divina se ocupe deles!
Não, que os juízes e os tribunais façam o seu trabalho... e se esforcem por fazê-lo o melhor possível, pois é um trabalho muito difícil.
Eu apenas estou a chamar a vossa atenção para alguns aspectos da vida espiritual.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  16.09.2014

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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 Desde que apareceram na terra, os humanos foram sempre sentindo novas necessidades.
Evidentemente, isso é um sinal de evolução: à medida que novas necessidades se fazem sentir, as sociedades transformam-se, enriquecem-se, criam.
Contudo, seria útil as pessoas deterem-se um pouco para se questionarem sobre a natureza dessas necessidades, pois a avidez, a voracidade, a ganância, que impelem tantas pessoas a procurarem as suas satisfações no plano material, poluindo e devastando o planeta, estão a conduzir a humanidade para a catástrofe.
Se ao menos elas tentassem perceber um pouco que voz é essa, nelas, que reclama a facilidade, o conforto, os prazeres, aperceber-se-iam de que é a voz da sua natureza inferior, egoísta, caprichosa, cruel.

O destino do homem é determinado pelas suas necessidades; se ele se obstinar em procurar a sua satisfação no plano físico, é porque nunca tentou explorar as suas riquezas espirituais.
No dia em que ele compreender que o Criador colocou nele, em estado subtil, o equivalente a tudo o que pode encontrar no exterior, aprenderá a alimentar-se com as riquezas do espírito.
E então, não só ele já não será nocivo para a Natureza nem para os humanos, como tudo o que ele depois realizar no plano físico estará marcado com o selo do espírito.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  15.09.2014

domingo, 14 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Um sorriso é já uma saudação, um sinal de reconhecimento que vós dirigis à distância, às pessoas que encontrais, antes mesmo de o fazerdes por palavras, por um aperto de mão ou qualquer outro gesto.
Também é importante estar vigilante em relação àquilo que dais quando sorris.
Evidentemente, é inútil fabricardes um sorriso estudado olhando para o espelho, isso deformaria o vosso rosto mais do que qualquer outra coisa.
Para exprimir a bondade, a simpatia, a compreensão, o prazer de um encontro, esse sorriso tem de vir naturalmente do interior.
Se ganhardes o hábito de descer às profundezas do vosso ser para aí procurar o amor e a luz, os escultores que existem em vós saberão que nervos e que músculos devem contrair ou distender.
Podeis confiar neles.
Trabalhai, pois, com amor, a esperança e a fé, e quando sorrirdes entregai-vos à inspiração dos vossos artistas interiores.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  14.09.2014

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sábado, 13 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

O Universo é obra dos dois grandes Princípios masculino e feminino, o Espírito cósmico e a Alma universal, que se unem para criar.
Aquilo a que nós chamamos o espírito (masculino) e a alma (feminino) são emanações desses dois Princípios criadores.
Por isso, tal como eles, nós somos criadores pelo nosso espírito e pela nossa alma.
Mas esse poder de criar nós só podemos exercê-lo se, pela nossa consciência, formos capazes de nos elevar sempre mais alto, até às regiões onde só reina a luz.

As actividades espirituais que fazem de nós criadores verdadeiros são a oração, a meditação, a contemplação e a identificação.
No desejo de nos unirmos de novo à Alma universal e de penetrarmos nela, nessa luz que é a matéria da criação, pelo nosso espírito, nós fertilizamo-la.
E a nossa alma, que então recebe os germes do Espírito cósmico, começa a gerar filhos divinos: a inspiração, a paz, a alegria, actos de nobreza e de amor.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  13.09.2014

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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  12.09.2014

O poder do homem reside nos pequenos esforços renovados todos os dias.
Infelizmente, muitas vezes é nisso que as pessoas capitulam.
De vez em quando, elas conseguem superar-se e realizar façanhas.
Mas vencer sempre a inércia, a preguiça, estar vigilante, controlar-se... é difícil!
Contudo, o verdadeiro poder reside nisso: na tenacidade.
Nada resiste àqueles que não se deixam deter pelo caminho, pois eles fazem actuar leis poderosas perante as quais os obstáculos acabam por ceder.

Muitos de vós concentram as suas energias no esforço de um instante!
Se não sois bem sucedidos, desistis, e é por isso que continuais a ser fracos.
O verdadeiro poder adquire-se à custa de pequenos esforços renovados.
Aprendendo a trabalhar de um modo contínuo, vós conseguireis encontrar o ritmo conveniente que vos permitirá ganhar terreno pouco a pouco.
E que energias vós recebeis então para continuardes o vosso trabalho!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAEL  AÏVANHOV  -  11.09.2014

Vós ouvis proferir acusações contra alguém...
        Evitai corroborá-las, sobretudo se não tiverdes a certeza de que essas acusações têm               fundamento, pois nenhuma palavra fica sem consequências.
        Ficai a saber que, se proferis críticas falsas, de uma forma ou de outra despertais algo de
        negativo na pessoa a quem as dirigis, em quem vos escuta e também em vós.

        Sim, esta questão vai muito longe!
        E eu acrescentarei mesmo que, se fordes obrigados a fazer notar que uma determinada           pessoa agiu mal, procurai, por medida pedagógica, terminar a vossa conversa                             mencionando uma das suas qualidades...
        ela há-de ter pelo menos uma!

        Mencionar os defeitos das pessoas nunca serviu para as corrigir.
        Portanto, quando criticais alguém sem indicar que ele também tem certas qualidades,             acrescentais mal ao mal: isso não é uma atitude construtiva.
        Se quiserdes agir como um ser consciente, esclarecido, quando tiverdes sido obrigados a         pronunciar palavras negativas, procurai terminar com algo positivo - nem que seja                   mencionando uma segunda pessoa que tem as qualidades que faltam à outra.
        Sim, o essencial é terminar sempre com uma palavra positiva.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  10.09.2014


Vós começais a ter dificuldades na vida de casal...
Em vez de pensardes imediatamente na separação, procurai discernir como podeis compor as coisas.
Um casamento é um problema que o destino vos deu para resolver.
Se encontrastes nesta vida tal mulher ou tal homem e decidistes ligar-vos a ela ou a ele, isso não foi por acaso.
A razão desse encontro está naquilo que vivestes nas vossas incarnações anteriores.
Agora tendes todo um trabalho interior a fazer: compreender uma certa verdade, reparar um determinado erro, desenvolver uma determinada qualidade...
Se fugirdes, o problema continuará lá, por resolver, e então, seja com essa pessoa ou com outra, nesta incarnação ou numa próxima, voltareis a ter pela frente esse problema, que se tornará cada vez mais difícil de resolver.
Aqueles que não raciocinam assim ignoram a lei das causas e das consequências, que é a lei do carma.

Na realidade, não é absolutamente interdito separar-se de um homem ou de uma mulher, mas não antes de ter resolvido os problemas que foram colocados.
É a única maneira de conquistar a sua liberdade.
É difícil, claro, mas o que parece difícil à primeira vista acaba por revelar-se o mais fácil e o que parece fácil revela-se o mais difícil.
Se escolherdes o caminho mais difícil, recebereis interiormente ajuda para levar os vossos esforços até ao fim.