sábado, 1 de outubro de 2016

O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



9º. Capítulo  -  DAR  PARA  SE  TORNAR  RICO


Por que estais sempre a queixar-vos de que vos falta isto, de que vos devem aquilo, de que não vos amam, de que não pensam em vós?...
Pensais que todas essas queixas e essas exigências vos trarão a felicidade?
Pelo contrário, elas preparam-vos uma existência de decepções e sofrimentos.
Começai por ocupar-vos um pouquinho menos de vós e um pouco mais dos outros; depressa verificareis que as coisas correm melhor.
É claro que vos faltam algumas coisas; mas tende bem presente que vos faltarão sempre coisas, e que, se mantiverdes essa atitude negativa, ainda vos faltarão mais.
Então, esquecei um pouco aquilo que vos falta, alegrai-vos por aquilo que tendes, e aprendei a trabalhar com isso.
Quando se tem, como vós, a possibilidade de abarcar todo o Universo com o pensamento, de comungar com todas as criaturas luminosas que o povoam, como é possível sentir-se pobre e só?
O que vos falta ainda para compreender que sois ricos, abençoados, e que tendes mesmo muito com que ajudar os outros?
Enquanto não vos ocorrer a ideia de tornar os outros felizes, nunca sereis felizes vós próprios.
Para se ser feliz é preciso chegar a essa expansão de consciência na qual se sente que se abarca o mundo inteiro.
E somente o amor permite essa expansão.
O mal dos humanos é que eles têm sempre medo de perder alguma coisa e, então fecham-se.
Não compreendem que é justamente essa atitude de fecho que os empobrece.
Para se enriquecer, é preciso dar.
Sim, aquele que recebe empobrece, aquele que dá enriquece.
Porque dar é despertar em si mesmo forças desconhecidas que estavam adormecidas, estagnadas algures nas profundezas: elas começam a jorrar, a circular, e sentimo-nos tão preenchidos que ficamos espantados, dizemos a nós próprios: «Mas como é isto?
Eu dei, dei, e estou mais rico...»
Pois bem, é isso a nova vida!
Ouve-se dizer por toda a parte: «É preciso mudar a vida, é preciso mudar a sociedade...»
Mas como quereis criar uma nova sociedade, enquanto se mantiver a mesma velha mentalidade: sempre receber, receber, receber sem nunca dar!
Há que habituar-se a dar, a dar aquilo que se possui de melhor.
Os humanos aprenderam sobretudo a receber, a tomar para si, a apropriar-se.
Materialmente, afectivamente, mentalmente só pensam em apropriar-se: as coisas, os seres, só lhes interessam na medida em que esperam encontrar neles qualquer coisa de que possam tirar proveito.
Com uma tal filosofia nada mudará no mundo, nunca, e os humanos continuarão a sentir-se sós, pobres e infelizes.
De agora em diante, habituai-vos a dar.
Observai a nascente: os humanos, os animais, vêm saciar a sede nela e, junto a ela crescem plantas e árvores.
Porquê?
Porque ela não cessa de dar a sua água pura, a sua vida.
A nascente ensina-nos que apenas existe um método verdadeiro para atrair as criaturas: dar, dar o que possuímos de melhor no nosso coração e na nossa alma.
E porquê temer a ingratidão das pessoas?
Tanto pior para elas se são ingratas, pois permanecerão pobres; e tanto melhor para vós se sois uma nascente, pois tornar-vos-eis ricos.

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