quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL


Inicia-se, hoje, a partilha da brochura nº. 1 - A Cadeia Viva da Fraternidade Branca Universal, gentilmente cedida pela F.B.U. - Portugal a Publicações Maitreya, com parte do prefácio de Agnés Lejbowicz sobre o Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov.


PREFÁCIO

Aquilo que o Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov é, ultrapassa de tal maneira a nossa dimensão humana que, mesmo para um prefácio, eu não conseguirei falar acerca dele senão de uma forma desajeitada e incompleta.
Irei falar da sua vida, para que o leitor possa ter alguns pontos de referência, mas a sua realidade é mais invisível que visível, e a sua existência é capaz de mudar o destino dos seus discípulos, mesmo a milhares de quilómetros de distância.
Falarei também do seu Ensinamento, mas os meus estudos de filosofia fizeram com que eu me ocupasse mais de ideias, de sistemas de pensamento, do que em compreender como é que uma filosofia pode penetrar toda uma vida e fundamentar a religião em novas bases.
Prefaciar uma obra cuja inspiração me escapa, apresentar o autor, que não podemos submeter a nenhuma categoria; tal é a minha situação.
Tal é, também, a de todos aqueles que com amor e respeito se debruçarem sobre as páginas deste livro, tão límpidas e tão claras que serão obrigados a reflectir sobre a sua própria vida; a purificá-la, a elevá-la até aos píncaros de onde ela poderá conhecer, finalmente, uma unidade e um sentido indestrutíveis.
A obra do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov não necessita de ser prefaciada.
Impõe-se por ela própria.
É o editor que reclama um prefácio que permita ao leitor situar o autor e facilitar a sua leitura.
Contudo, se o leitor abrir imediatamente este livro na primeira conferência, ou na última, poderá conhecer um deslumbramento que ultrapassará tudo aquilo que eu estarei à altura de lhe transmitir.
Se, pelo contrário, ele começar, escrupulosamente, por ler o meu prefácio, talvez se sinta afastado desta obra, desgostoso com a sua leitura antes de a ter começado.
Se assim acontecer, então que ele salte estas linhas antes de perder por completo o interesse por uma obra que não se assemelha a nenhuma outra.

O Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov nasceu no primeiro mês do primeiro ano do nosso século XX, no dia 30 de Janeiro de 1900.
De origem búlgara, podemos pensar que ele herdou deste povo, um dos mais activos tradutores de obras estrangeiras, o sonho que habita as raízes profundas da sua consciência: fazer a unidade do mundo, através do encontro das influências orientais e ocidentais.
O orfismo, que surgiu nas montanhas do Ródope, já tinha pretendido realizar essa unidade.
Alexandre o Grande, o Macedónio... através das suas conquistas guerreiras e, ainda mais próximo de nós, a corrente dos bogomilos, procuraram-na através de uma filosofia e de uma arte de viver que, importadas do Oriente, se expandiram por todos os países ocidentais.
Quando o Mestre fala daquilo que o marcou durante a sua juventude, ele conta que, quando tinha 15 anos, se apaixonou tanto pelas obras hindus, cujas técnicas espirituais de respiração, concentração e meditação, ele experimentava, como pelas obras filosóficas de tendência radical: o idealismo de Berkeley ou de Emerson, e o materialismo de Emest Mach.
Ele tinha a paixão pelos livros e só queria viver rodeado de livros.
Aos 17 anos de idade, por causa dos jejuns, das vigílias e dos exercícios de respiração muito prolongados, nos quais se tinha lançado sem orientador, adoeceu, abatido por uma febre alta que não o abandonou durante um mês inteiro.
Durante o seu delírio, pedia livros; livros, livros enormes.
A sua mãe, chorando, trazia-lhos.
Ele tocava-lhes, acariciáva-os e ficava mais calmo; não conseguia lê-los, mas o facto de os sentir perto de si fazia-lhe bem.
E, contou-nos, foi o seu desejo de ler todos aqueles livros que o curou.
Agora, e desde há muito tempo, lê pouco, porque aquilo que o instrui acerca dos homens, não é tanto os livros que eles escrevem, mas as atmosferas que exalam.
O livro que ele lê, diariamente, e que faz a sua alegria e o seu deslumbramento, é o livro da vida, a que ele chama o grande livro da natureza viva.

Continua

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