domingo, 30 de outubro de 2016

A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL (Continuação - 4)



PREFÁCIO

Agnès  Lejbowicz


O Mestre Peter Deunov era também músico.
Ele compunha no seu violino um grande número de melodias que os irmãos e as irmãs da Fraternidade da Bulgária cantavam em coro, despertando nas suas almas sentimentos de alegria, de adoração e de reconhecimento.
Por vezes, ao ouvi-las, apercebemo-nos de qualquer coisa daquilo que pode ter sido aquela época longínqua...
O Mestre Peter Deunov ofereceu um dos seus violinos ao jovem discípulo que ele amava e cuja missão futura ele preparava com amor e severidade.
Com o aproximar da segunda guerra mundial, o Mestre Peter Deunov previu a interdição quase total, na Bulgária, do seu movimento que tinha já uma grande expansão: mais de 40 000 discípulos.
Depois de ter feito passar o seu discípulo por provas iniciáticas terríveis das quais este saiu vencedor, ele enviou-o para França em 1937, a fim de salvar o seu Ensinamento.
Foram então dirigidas ao pequeno grupo de irmãos e irmãs franceses e búlgaros de Paris, duas cartas que o recomendavam.
Antes de o deixar partir, o Mestre fez-lhe a seguinte confidência, sob a forma de parábola: «Dou-te uma pedra preciosa, enorme, de valor incalculável; mas como vais ter que passar por uma enorme floresta infestada de malfeitores e de animais ferozes, ela vai ter de ser manchada para não ser reconhecida.
Os malfeitores lançar-se-ão sobre ti, atacar-te-ão, tentarão roubar-te, e depois deixar-te-ão tranquilo porque não encontrarão em ti, nada de precioso.
Mas quando tiveres atravessado essa longa e perigosa floresta, eu estarei contigo para lavar a pedra, que brilhará com um esplendor sem igual.»
O Mestre revelava-lhe deste modo as dificuldades que ele iria encontrar.
Em Paris, a partir de Janeiro de 1938, Mikhaël Aïvanhov promoveu conferências públicas que causaram admiração e atraíram um público numeroso e variado, mas demasiado instável e díspar para dar continuidade e estabilidade à obra que ele tinha livremente aceitado realizar.
Mesmo assim, ele agrupou muito rapidamente, em torno de si, um pequeno número de discípulos mais regulares, e formou em Sêvres, uma pequena comunidade, que pouco a pouco foi crescendo com a chegada de todos aqueles que se interessaram por este trabalho excepcional: descobrir e viver novos laços entre os homens, laços que são possíveis graças ao conhecimento da dupla natureza humana: a natureza inferior, a personalidade e, a natureza superior, a individualidade.
O instinto atávico de destruição e os modelos humanos de cobiça, de egoísmo, de orgulho e de perversão exercem uma influência tão forte sobre os nossos comportamentos que a fraqueza se instala em nós, a falsa indulgência do "deixa andar" paralisa-nos, e nós vivemos vencidos e vítimas de nós mesmos, perfeitamente convencidos de que somos livres e senhores do nosso destino.
É por esta razão que não há nada que exija um maior esforço quanto à vontade, à coragem e à força psíquica do que o trabalho espiritual que o Mestre nos ensina, para que nos transformemos nesse tipo de homens que vivem na paz e no amor fraterno sem lesar as creaturas que os rodeiam.
Graças ao trabalho do Mestre, o Ensinamento propagou-se muito naturalmente através das famílias, dos amigos, dos amigos dos amigos, etc.
... Sobretudo na maior parte das cidades da França e da Suiça, mas também na Holanda, Bélgica, Inglaterra, Espanha, Itália, Grécia, Israel, Canadá...
Por todo o lado foram construídas ou adaptadas salas para reuniões e para conferências e, também chalés, tornando possíveis encontros fraternos e congressos que podem durar alguns dias ou dois ou três meses, tal como acontece no Bonfin (perto de Fréjus) durante o verão.
O Mestre nunca pretendeu impor-se pela ambição ou pela procura da glória política e social: certas pessoas que desejavam confiar-lhe uma tarefa deste género fizeram-lhe sentir cruelmente, logo após a guerra, a sua decepção.
Ele próprio nunca sonhou editar as suas conferências, que representariam mais de 300 volumes contendo cada um 10 a 12 conferências.
São os seus discípulos que, timidamente ainda, procuram realizar esta edição.
Ele desenvolveu a sua Escola unicamente através do trabalho divino, isto é, aplicando os métodos e as regras do Ensinamento da Fraternidade Branca Universal: um trabalho impossível de comunicar que faz arder a sua alma e o seu espírito.

Continua

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