sábado, 8 de outubro de 2016

A REENCARNAÇÃO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



Conferência improvisada

Bonfin, 25 de Julho de 1974

Leitura do pensamento do dia:

«A menor flor que aparece na terra está ligada a todo o Universo.
Se ela aparece demasiado cedo, a Natureza, que não está de acordo com ela, priva-a do seu sustento e ela morre.
Para que vós viésseis à terra, foi necessário que toda a Creação o consentisse.
Vós dizeis: «Mas eu não sou nada, como é que a Natureza pôde preocupar-se com o meu nascimento?»
As coisas acontecem assim.
Estão previstas algures as quantidades que ireis comer e beber.
O orçamento cósmico foi estudado e decidiu-se que vós podíeis vir à terra.
Tudo está ligado.
O aparecimento de cada coisa, a existência de cada ser, está ligada ao Cosmos.
Nada pode produzir-se sobre a terra e no Céu sem o acordo de toda a Creação.»


Eu sei que, ao escutar este pensamento, muitos ficarão admirados, chocados, porque os humanos estão longe de considerar as coisas desta maneira.
Segundo eles, tudo o que se passa deve-se ao acaso, nada é desejado, nada está previsto, nenhuma inteligência preside.
É por essa razão que eles não compreendem nada dos acontecimentos que se passam no mundo.
Pensemos, por exemplo, numa árvore.
Para que essa árvore possa crescer, florir e dar frutos, é necessário que toda a Natureza lhe conceda a sua participação.
É preciso que a terra lhe forneça os elementos necessários e, se ela não puder, a árvore morre.
E se lhe faltar a água, o Sol, o calor ou, por vezes, os cuidados dos homens, ela não poderá viver.
A árvore tem, pois, necessidade de toda a Creação.
Mas isso não se vê, porque esses processos são imperceptíveis e julga-se que a árvore está ali, assim, por acaso.
E o homem?
Ele vive, respira, caminha e, toda a Creação participa e dá o seu consentimento para que ele possa continuar a viver.
E basta que esta lhe recuse alguns elementos - o ar ou a água, ou certas vitaminas, certas hormonas, para que o homem morra.
Donde lhe vêm esses elementos necessários?
É o Universo inteirinho que dá a sua participação.
E para que um homem venha à terra, pensais que as coisas acontecem assim, por acaso?
É espantosa a ignorância e a inconsciência dos humanos!
Reparai como se passam as coisas no mundo, num estado, numa empresa, numa família. «Sim, direis vós, mas nesses casos há pessoas que calculam o orçamento, que fixam as despesas - quanto atribuir à comida, ao aquecimento, à manutenção, etc. -, que decidem onde se deve fazer as economias, quais as pessoas que são despedidas, quais as que devem ficar...»
E então, quando se trata da vinda de um ser à terra, julgais que ninguém a decidiu e a aprovou?
Numa família, numa cidade, num estado, tudo se faz segundo cálculos, planos, orçamentos e, no Universo nada está calculado, tudo acontece por acaso?
A ignorância humana é verdadeiramente insondável!
Mas lá em cima eles também contam quantos homens devem descer à terra e o número de anos que aqui devem permanecer; é uma economia verdadeiramente extraordinária.
Todas as necessidades dos humanos estão previstas; tudo está preparado para a sua existência e, eles imaginam que as coisas se passam assim, de qualquer maneira e, que mesmo para enviar, por exemplo, um ser como Jesus, ninguém se preocupou em encontrar o momento astrológico, a época favorável.
Jesus veio assim, por acaso, não se sabe sequer porquê...
Não, a sua vinda tinha sido decidida lá em cima por entidades magníficas.
Nada foi deixado ao acaso.
Mesmo a vinda de Hitler foi calculada e decidida antecipadamente para que ele pudesse dar umas lições a certas pessoas e, também receber algumas, bem entendido.
Vós direis: «Mas como é que eles fazem lá em cima para prever tantas coisas?»
Eu responder-vos-ei que tudo é automático, que eles têm computadores...
Porque os computadores não foram inventados pelos humanos, eles existem já há muito tempo na Natureza.
Portanto, a máquina cósmica, que possui todas as informações necessárias sobre o passado de determinado ser, decreta: ele nascerá em tal país, em tal ano, com tal corpo, tais faculdades...
Existem então, outros espíritos que estão encarregados de vigiar a execução desses decretos e tudo se produz exactamente na data fixada; se ele tiver que sofrer um acidente, eles vigiam, esperam o momento e, na hora determinada, provocam o acidente que se desenrola de maneira infalível.
As pessoas imaginam que é o acaso; não, estava matematicamente determinado.
Se uma dada criança deve nascer numa determinada época, a máquina electrónica determina com precisão, no zodíaco, o seu signo, o seu ascendente, as posições dos planetas com os seus diferentes aspectos e, a criança chega nesse momento exacto; mesmo a sua concepção estava prevista e determinada.
Tudo corresponde exactamente àquilo que ela fez nas outras encarnações: se deverá ser feliz ou sofrer, ou ter acidentes... tudo se decide automaticamente.
«Mas então, direis vós, onde está a liberdade?»
Bem, a liberdade encontra-se no espírito, está presente sempre que o espírito se manifesta e decide aperfeiçoar, modificar ou acelerar certos processos.
Mas, no conjunto, a vida está já desencadeada como um aparelho que se põe em marcha, como esses comboiozinhos para crianças: num dado momento, o combóio pára porque não voltámos a dar-lhe corda.
E também o homem, quando deixa de receber corda, morre.
Ele é como um aparelho ao qual se dá corda para que viva um certo tempo, e, num ponto do percurso, como um comboiozinho, vai encontrar pequenos túneis, pequenos obstáculos; tudo isso está antecipadamente calculado, mesmo os encontros "por acaso".
Quando encontrais um homem que transforma completamente a vossa existência, isso já estava previsto há muito tempo.
E mesmo um amor à primeira vista, estava previsto e decidido muito antes do vosso nascimento.
Quando vedes um bebézinho, tudo nele está já disposto: as ligações, os circuitos, as instalações.
É uma fábrica, é um Estado, é uma constelação, é um mundo!

Continua

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