sábado, 22 de outubro de 2016

A REENCARNAÇÃO (Continuação)

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Conferência improvisada

Bonfin, 25 de Julho de 1974

...

Mas como chegar à Providência?
É preciso saber que entre estas duas regiões, a do destino e a da Providência, se encontra a vontade livre e, por conseguinte, para o discípulo toda a questão reside em conseguir tornar a sua vontade tão perfeitamente livre que ela possa mover-se, agir, trabalhar no mundo do espírito.
Nessa altura passa a estar sob a influência da Providência e vê apresentar-se diante dele uma infinidade de escolhas e caminhos.
Pode escolher tudo o que quiser e a sua escolha é sempre maravilhosa.
Ao passo que no mundo do destino não existe escolha, o caminho é só um: a destruição, a desagregação, o desaparecimento.
Qual é o destino do boi?
Andar atrelado e puxar a charrua, o pobrezinho, até ao fim dos seus dias, ou então, ser esquartejado e ir para um talho.
O boi não pode mudar o seu destino e, os outros animais também não.
Todos os homens que não têm este saber e esta luz vivem mergulhados no seu destino e são constantemente empurrados, oprimidos, atormentados.
O mundo do destino é implacável quando o homem está submetido a ele; quer se trate de um rei ou de um imperador, esse destino é inflexível, cumpre-se e, eis que a cabeça  cai sob a guilhotina.
É muito difícil escapar ao destino porque, em numerosas encarnações anteriores, aquilo que fizemos creou-nos um pesado carma.
Ora, as leis das causas e das consequências são absolutas, e o destino, que não é consciente e não experimenta o mínimo sentimento de piedade, aplica-se tão infalivelmente como uma lei física: vós partis um vidro e ele voa em pedaços.
O destino é isso: leis fieis e verídicas!
Nesta encarnação nós temos a possibilidade de crear boas condições para a próxima: basta conhecer esta lei e estar consciente dela.
Mas se não trabalharmos agora, a próxima encarnação poderá ser pior.
Quando a Igreja impede as pessoas de acreditarem na reencarnação, impede-as de melhorarem o seu futuro.
Os cristãos não conhecem as suas verdadeiras possibilidades.
Dizem-lhes que, se forem à missa, após a morte irão sentar-se junto do Senhor, ou que, se não forem, ficarão no Inferno, a ferver dentro de um caldeirão, para toda a eternidade.
Como se fosse assim tão fácil uma pessoa ir sentar-se à direita do Senhor!
Porque é que enganam os humanos desta maneira?
Para os consolar?
Mas não há que consolá-los; há que explicar-lhes a verdade.
Portanto, resumindo: todas as creaturas (e elas são incontáveis sobre a terra) que se deixam guiar somente pelos seus instintos, pelas suas necessidades fisiológicas, que não fazem nenhum trabalho espiritual, não conseguirão mudar em nada o seu destino, tudo o que está decretado se realizará.
Ao passo que aquelas que trabalham arduamente para se aproximar do mundo da luz e do amor poderão escapar-lhe.
O destino é cruel e implacável, mas elas deixarão de estar, absolutamente em seu poder: viverão doravante numa região mais subtil, onde receberão elementos que irão neutralizar as influências nocivas.
Se quiserdes, trata-se igualmente de um destino.
A Providência é um destino, mas de uma natureza diferente: também nela tudo está determinado, mas... divinamente determinado!
Ora aí está!
O que acabo de vos dizer é muito importante.
Doravante, vós sabereis que, se vos contentardes em viver como toda a gente, sem fazer nada nos planos superiores, não podereis mudar grande coisa no vosso destino, não podereis crear o vosso futuro, pois estais a submeter-vos àquilo que já existe.
Pode acontecer, aliás, que tenhais um "bom destino".
Há destinos que aparentemente são muito bons.
Por exemplo, o destino das pessoas que vivem na riqueza, na opulência, na tranquilidade; ninguém as incomoda: bebem, dormem, viajam, casam-se, têm filhos, uma vida esplêndida!
Mas eis que, aos olhos dos Iniciados, não é essa a melhor vida.
Existem outros seres que trabalham, que lutam, que sofrem, que enfrentam obstáculos, que perdem tudo...
Mas pode acontecer que, na realidade, a sua vida seja melhor que a das pessoas aparentemente tão favorecidas.
Os humanos têm uma ideia materialista da felicidade, e até os astrólogos se deixam embarcar nessa mentalidade.
Quando têm que predizer um destino, eles dizem: «Oh, é formidável, tendes Júpiter na casa II, o Sol na casa X, Vénus na casa VII; portanto, sereis forte, rico, feliz no amor, tereis tudo.»
Ao passo que se tiverdes quadraturas e oposições, ele lamentar-vos-á.
Esses astrólogos não perceberam nada!
Jamais um Iniciado dará uma interpretação semelhante: ele verá no vosso horóscopo, se conseguireis cumprir certas tarefas, fazer a vontade de Deus, empreender realizações divinas.
Depois disso, não se ocupará mais das quadraturas nem das oposições, nem dos planetas em exílio ou em queda.
Mas essa luz, essa visão diferente, essa interpretação diferente, poucos astrólogos contemporâneos são capazes de a dar: eles permanecem escravos da mentalidade comum, julgam as coisas como qualquer descrente, como todos aqueles que acham que a verdadeira vida depende unicamente dos bens materiais e do sucesso.
Mas tudo isso é passageiro e desaparece muito depressa.
E depois?...
Não é dado a toda a gente conhecer o valor de um horóscopo.
Aonde outros soltam gritos de admiração, eu observo, e vejo que são pessoas que não farão nada para o Céu, nada.
No entanto, elas têm um "bom tema", talentos, riquezas, uma posição elevada na sociedade e, no entanto são seres dos mais ordinários e mais insignificantes.
Jamais eu desejaria estar no seu lugar ou ter um "bom horóscopo" como o deles.
Existem outras regras, desconhecidas dos astrólogos vulgares, para julgar um horóscopo.
Eu poderia ainda deter-me sobre uma quantidade de pontos para vos mostrar que os astrólogos não têm uma compreensão correcta das coisas.
Em lugar de vos dizerem que tendes uma dívida a pagar neste ou naquele domínio, e de vos explicarem como podereis pagá-la para vos libertardes, dar-vos-ão conselhos para que escapeis a um tal acidente que deverá produzir-se em tal data.
Mas esses conselhos não vos salvarão, porque o acidente não acontecerá no dia em que vos aconselharam a não sair, mas no dia seguinte ou na véspera.
Porque o carma, que não gosta de fraudes nem de trapaças, leva-os a cometer erros nos seus cálculos.
Vós direis: «Mas então, para que serve a astrologia se ela não permite melhorar o destino das pessoas?»
Sim, ela permite melhorar o destino, mas não desta forma.
Isso exige uma longa explicação, mas de qualquer modo dar-vos-ei um exemplo.
Vós sabeis que numa dada época da vossa vida devereis pagar uma certa soma, senão virão confiscar-vos os móveis, expulsar-vos de casa, e ficareis expostos à chuva, ao frio, à doença.
Para evitar isso, não deixeis chegar o acontecimento sem nada fazer, mas preparai-vos, trabalhai, economizai e, quando chegar o dia, pagareis e não sereis expulsos de casa.
Esta imagem pode ser transposta para todos os domínios da existência: por intermédio de um trabalho espiritual, podereis evitar um acidente, uma doença ou um colapso financeiro que vos aguarde.

Dei-vos hoje, meus queridos irmãos e irmãs, verdades absolutas.
Ide, estudai, verificai, e vereis que eu não vos engano.
Tendes grandes possibilidades, porque o Ensinamento vos ajuda, vos prepara e vos explica como podeis crear para vós um futuro verdadeiramente sublime.


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