segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL (Continuação - 5)



PREFÁCIO

Agnès  Lejbowicz

...
Com inteligência, bondade, doçura e uma abnegação total e permanente, o Mestre nunca se poupou em oferecer conselhos e ajuda a todos aqueles que vêm até ele.
Aqueles que se aproximam do Mestre não observam qualquer contradição entre aquilo que ele ensina e a maneira como ele vive, entre a doutrina e o modelo que ele encarna.
Ele é o seu Ensinamento, simples e poderoso, grave e pleno de humor, poético e concreto, hermético e acessível, imaginativo e realista, inspirado e lógico, implacável nas suas análises e pleno de confiança e de esperança no homem...
Por vezes, o Mestre gosta de nos mergulhar na atmosfera exaltante dos contos ou das narrativas de ficção científica, mas nunca lhe falta a argumentação racional.
Seguindo atentamente o progresso das ciências exactas (ele próprio é um universitário que aprecia o saber positivo), o Mestre ocupa-se igualmente das ciências ocultas: a astrologia, a alquimia, a magia e a cabala, que o público conhece tão mal, porque hoje em dia são utilizadas de uma forma ainda mais perigosa e escandalosa do que o saber oficial, ao qual se pretende opô-las.
Para o Mestre, o saber oficial é útil, indispensável, fornece grandes possibilidades materiais para prolongar a vida humana, melhorar as condições exteriores da existência, etc. ...
Mas ele não é suficiente, porque não torna os homens melhores; pelo contrário, desenvolve muitas vezes a sede de posse e de domínio, e também a preguiça: o homem já não tem a necessidade de fazer esforços, de estar atento ou vigilante, porque terá sempre como recurso comprar aquilo que lhe faz falta...
Quanto aos ocultistas que, por seu lado, se voltaram para o dinheiro e o êxito social, fazem negócios chorudos com a credibilidade dos homens, com a sua imaginação pouco estruturada e doentia, e desenvolvem paixões desmesuradas ao despertarem forças infernais ligadas a delírios afectivos e sexuais.
O saber que o Mestre ensina é o saber iniciático, que ele define resumidamente, deste modo: «Talvez o saber dos Iniciados não vos dê dinheiro, nem posição, mas transformar-vos-á, porque trabalho sobre vós.
Com o saber espiritual, o saber divino, não podereis continuar a ser os mesmos e desde que conheçais bem algumas verdades, opera-se em vós uma transformação e tornais-vos capazes de ajudar os outros.»
É esse saber que o Mestre comunica de uma maneira viva, tão naturalmente como respira.
Ele sabe dirigir-se a cada um em particular - criança, adolescente, adulto ou velho -, ou então a todos, numa conferência, ou ainda a um pequeno grupo em circunstâncias muito diversas: quando limpamos um grelhador ou um tapete, quando colocamos uma janela, quando serramos madeira, quando plantamos árvores de fruto ou hortaliças, quando cantamos, quando comemos...
Tudo pode constituir para ele, quando nos encontra, uma ocasião para nos fazer reflectir, para aprofundar a nossa compreensão.
É por isso que junto dele nós ficamos constantemente maravilhados; ele vive a vida no seu jorro criador e não cessa de nos deixar surpreendidos pela beleza do seu ideal desinteressado e pela profundidade das suas concepções, que têm sobre nós um impacto imediato.
Durante os congressos no Bonfin, perto de Fréjus, ou então em Izgrev, em Sêvres ou em Videlinata, acima de Vevey, na Suiça, os momentos que o Mestre escolhe para se dirigir aos irmãos e irmãs - com grande frequência, mais de 300 pessoas - podem parecer pouco cómodos.
Ele fala antes ou depois do pequeno almoço ou da refeição do meio dia, ou ainda de manhã, ao ar livre, após a meditação que acompanha a contemplação do nascer do sol...
Mas o que mais nos espanta, para uma pessoa que dá conferências, é que ele nunca as prepara.
Ele nunca anota num papel, planos ou ideias, e ainda menos aquilo que julga necessário dizer, mesmo quando está presente uma grande multidão para o ouvir.
Alguns segundos apenas antes de tomar a palavra, dir-se-ia que o seu espírito se recolhe e se torna como que um ponto ínfimo, pronto a rebuscar na imensidão tudo aquilo de que a sua assistência tem necessidade nesse mesmo dia.
Ele deixa-se guiar pelas condições, pela atmosfera, pela inspiração do mundo invisível...
É por essa razão que, frequentemente, as pessoas presentes encontram, nas suas palavras, respostas para as questões que as preocupam e que interiormente colocam a elas próprias.
Em seguida, voltam para terem outras respostas para outras questões, e porque sentem que terão sempre qualquer coisa de novo a aprender.
O que o Mestre diz, toca todas as cordas do ser humano; ele nunca apresenta uma ideia unicamente sob a sua forma intelectual, veste-a sempre para que o coração a sinta, para que a imaginação a forme e a vontade tenha um desejo ardente de a realizar.
Junto dele, as pessoas não só começam a compreender os seus próprios problemas, como modificam a sua atitude e o seu comportamento face a todas as questões que agitam e perturbam a humanidade; tornam-se mais fortes para resistir aos choques, às infelicidades, aos acidentes; tornam-se mais sensíveis para apreciar o amor e a beleza, para os despertar em si mesmas; adquirem maior profundidade para compreender os problemas da existência.
Elas libertam-se, criam em si um novo ser.
Das palavras do Mestre, cada pessoa pode beber aquilo de que tem necessidade, e essas necessidades diferem de pessoa para pessoa.
Entre os seus discípulos, existem universitários (professores, médicos, engenheiros, artistas, arquitectos, homens de lei, etc...), mas também gente da melhor e da mais simples: trabalhadores de todos os tipos de ofícios, vendedores, jardineiros, etc.

Continua

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