segunda-feira, 31 de outubro de 2016
A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL (Continuação - 5)
PREFÁCIO
Agnès Lejbowicz
...
Com inteligência, bondade, doçura e uma abnegação total e permanente, o Mestre nunca se poupou em oferecer conselhos e ajuda a todos aqueles que vêm até ele.
Aqueles que se aproximam do Mestre não observam qualquer contradição entre aquilo que ele ensina e a maneira como ele vive, entre a doutrina e o modelo que ele encarna.
Ele é o seu Ensinamento, simples e poderoso, grave e pleno de humor, poético e concreto, hermético e acessível, imaginativo e realista, inspirado e lógico, implacável nas suas análises e pleno de confiança e de esperança no homem...
Por vezes, o Mestre gosta de nos mergulhar na atmosfera exaltante dos contos ou das narrativas de ficção científica, mas nunca lhe falta a argumentação racional.
Seguindo atentamente o progresso das ciências exactas (ele próprio é um universitário que aprecia o saber positivo), o Mestre ocupa-se igualmente das ciências ocultas: a astrologia, a alquimia, a magia e a cabala, que o público conhece tão mal, porque hoje em dia são utilizadas de uma forma ainda mais perigosa e escandalosa do que o saber oficial, ao qual se pretende opô-las.
Para o Mestre, o saber oficial é útil, indispensável, fornece grandes possibilidades materiais para prolongar a vida humana, melhorar as condições exteriores da existência, etc. ...
Mas ele não é suficiente, porque não torna os homens melhores; pelo contrário, desenvolve muitas vezes a sede de posse e de domínio, e também a preguiça: o homem já não tem a necessidade de fazer esforços, de estar atento ou vigilante, porque terá sempre como recurso comprar aquilo que lhe faz falta...
Quanto aos ocultistas que, por seu lado, se voltaram para o dinheiro e o êxito social, fazem negócios chorudos com a credibilidade dos homens, com a sua imaginação pouco estruturada e doentia, e desenvolvem paixões desmesuradas ao despertarem forças infernais ligadas a delírios afectivos e sexuais.
O saber que o Mestre ensina é o saber iniciático, que ele define resumidamente, deste modo: «Talvez o saber dos Iniciados não vos dê dinheiro, nem posição, mas transformar-vos-á, porque trabalho sobre vós.
Com o saber espiritual, o saber divino, não podereis continuar a ser os mesmos e desde que conheçais bem algumas verdades, opera-se em vós uma transformação e tornais-vos capazes de ajudar os outros.»
É esse saber que o Mestre comunica de uma maneira viva, tão naturalmente como respira.
Ele sabe dirigir-se a cada um em particular - criança, adolescente, adulto ou velho -, ou então a todos, numa conferência, ou ainda a um pequeno grupo em circunstâncias muito diversas: quando limpamos um grelhador ou um tapete, quando colocamos uma janela, quando serramos madeira, quando plantamos árvores de fruto ou hortaliças, quando cantamos, quando comemos...
Tudo pode constituir para ele, quando nos encontra, uma ocasião para nos fazer reflectir, para aprofundar a nossa compreensão.
É por isso que junto dele nós ficamos constantemente maravilhados; ele vive a vida no seu jorro criador e não cessa de nos deixar surpreendidos pela beleza do seu ideal desinteressado e pela profundidade das suas concepções, que têm sobre nós um impacto imediato.
Durante os congressos no Bonfin, perto de Fréjus, ou então em Izgrev, em Sêvres ou em Videlinata, acima de Vevey, na Suiça, os momentos que o Mestre escolhe para se dirigir aos irmãos e irmãs - com grande frequência, mais de 300 pessoas - podem parecer pouco cómodos.
Ele fala antes ou depois do pequeno almoço ou da refeição do meio dia, ou ainda de manhã, ao ar livre, após a meditação que acompanha a contemplação do nascer do sol...
Mas o que mais nos espanta, para uma pessoa que dá conferências, é que ele nunca as prepara.
Ele nunca anota num papel, planos ou ideias, e ainda menos aquilo que julga necessário dizer, mesmo quando está presente uma grande multidão para o ouvir.
Alguns segundos apenas antes de tomar a palavra, dir-se-ia que o seu espírito se recolhe e se torna como que um ponto ínfimo, pronto a rebuscar na imensidão tudo aquilo de que a sua assistência tem necessidade nesse mesmo dia.
Ele deixa-se guiar pelas condições, pela atmosfera, pela inspiração do mundo invisível...
É por essa razão que, frequentemente, as pessoas presentes encontram, nas suas palavras, respostas para as questões que as preocupam e que interiormente colocam a elas próprias.
Em seguida, voltam para terem outras respostas para outras questões, e porque sentem que terão sempre qualquer coisa de novo a aprender.
O que o Mestre diz, toca todas as cordas do ser humano; ele nunca apresenta uma ideia unicamente sob a sua forma intelectual, veste-a sempre para que o coração a sinta, para que a imaginação a forme e a vontade tenha um desejo ardente de a realizar.
Junto dele, as pessoas não só começam a compreender os seus próprios problemas, como modificam a sua atitude e o seu comportamento face a todas as questões que agitam e perturbam a humanidade; tornam-se mais fortes para resistir aos choques, às infelicidades, aos acidentes; tornam-se mais sensíveis para apreciar o amor e a beleza, para os despertar em si mesmas; adquirem maior profundidade para compreender os problemas da existência.
Elas libertam-se, criam em si um novo ser.
Das palavras do Mestre, cada pessoa pode beber aquilo de que tem necessidade, e essas necessidades diferem de pessoa para pessoa.
Entre os seus discípulos, existem universitários (professores, médicos, engenheiros, artistas, arquitectos, homens de lei, etc...), mas também gente da melhor e da mais simples: trabalhadores de todos os tipos de ofícios, vendedores, jardineiros, etc.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.10.2016
Mesmo que vos tragam todos os tesouros do mundo, para os saboreardes verdadeiramente precisais de saber utilizá-los, senão ficareis tão pobres, interiormente, como se nada tivésseis.
Imaginai que colocam diante de vós uma mesa coberta com os pratos mais deliciosos: mesmo nessa circunstância, deveis, pelo menos, fazer o esforço de estender a mão para levar essa comida à boca e, depois, para a mastigar.
Seja o que for que vos dêem, cabe-vos sempre a vós fazer esforços - físicos, afectivos, intelectuais - para vos apropriardes verdadeiramente dessas dádivas.
Quantos de vós não gostariam de conseguir ter um método que desse resultados espectaculares em pouco tempo!
Mas, na vida espiritual, pelo contrário, aquilo de que necessitamos é de métodos muito simples e de muito tempo.
Ficastes desiludidos, evidentemente...
Lamento, mas é assim.
Para adquirirdes a luz, a paz, o amor, a força, fazei alguns gestos, algumas respirações profundas, pronunciai uma fórmula ou uma oração e, pouco a pouco, sentireis que entrais nos ritmos da harmonia cósmica.
Nesse momento, a Natureza dir-vos-á: «Eu reconheço estas palavras, estes gestos: eles vibram em harmonia com o que existe de mais belo e de mais harmonioso em mim.
Por isso, dou-te as minhas bençãos.»
Imaginai que colocam diante de vós uma mesa coberta com os pratos mais deliciosos: mesmo nessa circunstância, deveis, pelo menos, fazer o esforço de estender a mão para levar essa comida à boca e, depois, para a mastigar.
Seja o que for que vos dêem, cabe-vos sempre a vós fazer esforços - físicos, afectivos, intelectuais - para vos apropriardes verdadeiramente dessas dádivas.
Quantos de vós não gostariam de conseguir ter um método que desse resultados espectaculares em pouco tempo!
Mas, na vida espiritual, pelo contrário, aquilo de que necessitamos é de métodos muito simples e de muito tempo.
Ficastes desiludidos, evidentemente...
Lamento, mas é assim.
Para adquirirdes a luz, a paz, o amor, a força, fazei alguns gestos, algumas respirações profundas, pronunciai uma fórmula ou uma oração e, pouco a pouco, sentireis que entrais nos ritmos da harmonia cósmica.
Nesse momento, a Natureza dir-vos-á: «Eu reconheço estas palavras, estes gestos: eles vibram em harmonia com o que existe de mais belo e de mais harmonioso em mim.
Por isso, dou-te as minhas bençãos.»
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
domingo, 30 de outubro de 2016
A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL (Continuação - 4)
PREFÁCIO
Agnès Lejbowicz
O Mestre Peter Deunov era também músico.
Ele compunha no seu violino um grande número de melodias que os irmãos e as irmãs da Fraternidade da Bulgária cantavam em coro, despertando nas suas almas sentimentos de alegria, de adoração e de reconhecimento.
Por vezes, ao ouvi-las, apercebemo-nos de qualquer coisa daquilo que pode ter sido aquela época longínqua...
O Mestre Peter Deunov ofereceu um dos seus violinos ao jovem discípulo que ele amava e cuja missão futura ele preparava com amor e severidade.
Com o aproximar da segunda guerra mundial, o Mestre Peter Deunov previu a interdição quase total, na Bulgária, do seu movimento que tinha já uma grande expansão: mais de 40 000 discípulos.
Depois de ter feito passar o seu discípulo por provas iniciáticas terríveis das quais este saiu vencedor, ele enviou-o para França em 1937, a fim de salvar o seu Ensinamento.
Foram então dirigidas ao pequeno grupo de irmãos e irmãs franceses e búlgaros de Paris, duas cartas que o recomendavam.
Antes de o deixar partir, o Mestre fez-lhe a seguinte confidência, sob a forma de parábola: «Dou-te uma pedra preciosa, enorme, de valor incalculável; mas como vais ter que passar por uma enorme floresta infestada de malfeitores e de animais ferozes, ela vai ter de ser manchada para não ser reconhecida.
Os malfeitores lançar-se-ão sobre ti, atacar-te-ão, tentarão roubar-te, e depois deixar-te-ão tranquilo porque não encontrarão em ti, nada de precioso.
Mas quando tiveres atravessado essa longa e perigosa floresta, eu estarei contigo para lavar a pedra, que brilhará com um esplendor sem igual.»
O Mestre revelava-lhe deste modo as dificuldades que ele iria encontrar.
Em Paris, a partir de Janeiro de 1938, Mikhaël Aïvanhov promoveu conferências públicas que causaram admiração e atraíram um público numeroso e variado, mas demasiado instável e díspar para dar continuidade e estabilidade à obra que ele tinha livremente aceitado realizar.
Mesmo assim, ele agrupou muito rapidamente, em torno de si, um pequeno número de discípulos mais regulares, e formou em Sêvres, uma pequena comunidade, que pouco a pouco foi crescendo com a chegada de todos aqueles que se interessaram por este trabalho excepcional: descobrir e viver novos laços entre os homens, laços que são possíveis graças ao conhecimento da dupla natureza humana: a natureza inferior, a personalidade e, a natureza superior, a individualidade.
O instinto atávico de destruição e os modelos humanos de cobiça, de egoísmo, de orgulho e de perversão exercem uma influência tão forte sobre os nossos comportamentos que a fraqueza se instala em nós, a falsa indulgência do "deixa andar" paralisa-nos, e nós vivemos vencidos e vítimas de nós mesmos, perfeitamente convencidos de que somos livres e senhores do nosso destino.
É por esta razão que não há nada que exija um maior esforço quanto à vontade, à coragem e à força psíquica do que o trabalho espiritual que o Mestre nos ensina, para que nos transformemos nesse tipo de homens que vivem na paz e no amor fraterno sem lesar as creaturas que os rodeiam.
Graças ao trabalho do Mestre, o Ensinamento propagou-se muito naturalmente através das famílias, dos amigos, dos amigos dos amigos, etc.
... Sobretudo na maior parte das cidades da França e da Suiça, mas também na Holanda, Bélgica, Inglaterra, Espanha, Itália, Grécia, Israel, Canadá...
Por todo o lado foram construídas ou adaptadas salas para reuniões e para conferências e, também chalés, tornando possíveis encontros fraternos e congressos que podem durar alguns dias ou dois ou três meses, tal como acontece no Bonfin (perto de Fréjus) durante o verão.
O Mestre nunca pretendeu impor-se pela ambição ou pela procura da glória política e social: certas pessoas que desejavam confiar-lhe uma tarefa deste género fizeram-lhe sentir cruelmente, logo após a guerra, a sua decepção.
Ele próprio nunca sonhou editar as suas conferências, que representariam mais de 300 volumes contendo cada um 10 a 12 conferências.
São os seus discípulos que, timidamente ainda, procuram realizar esta edição.
Ele desenvolveu a sua Escola unicamente através do trabalho divino, isto é, aplicando os métodos e as regras do Ensinamento da Fraternidade Branca Universal: um trabalho impossível de comunicar que faz arder a sua alma e o seu espírito.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.10.2016
A nossa vida quotidiana é feita de numerosas actividades que consideramos prosaicas; contudo, é sempre possível dar-lhes uma dimensão espiritual.
Quando tomais banho, por que vos contentais com um banho físico que apenas vos libertará de algumas sujidades?
Deve ser um banho que vos lave em todos os domínios, um banho que vos purifique.
Então, antes de entrardes na água, dirigi-vos aos seus habitantes, dizendo-lhes: «Ó vós, criaturas que viveis nesta água, estou feliz por entrar em contacto convosco, hoje.
Eu sei que Deus vos deu o poder de me purificardes.
Por isso me dirijo a vós, para que façais um trabalho sobre mim.»
E tocais na água, abençoai-la, invocais o poder de Deus, a luz, a santidade de Deus para aquela água.
Ao falar assim à água, como a um elemento muito precioso que abriga criaturas de uma grande pureza, entrais em contacto com ela nos outros planos.
Libertais-vos de todas as impurezas psíquicas que acumulastes e, depois desse banho, estais prontos a retomar o trabalho com novas forças.
Quando tomais banho, por que vos contentais com um banho físico que apenas vos libertará de algumas sujidades?
Deve ser um banho que vos lave em todos os domínios, um banho que vos purifique.
Então, antes de entrardes na água, dirigi-vos aos seus habitantes, dizendo-lhes: «Ó vós, criaturas que viveis nesta água, estou feliz por entrar em contacto convosco, hoje.
Eu sei que Deus vos deu o poder de me purificardes.
Por isso me dirijo a vós, para que façais um trabalho sobre mim.»
E tocais na água, abençoai-la, invocais o poder de Deus, a luz, a santidade de Deus para aquela água.
Ao falar assim à água, como a um elemento muito precioso que abriga criaturas de uma grande pureza, entrais em contacto com ela nos outros planos.
Libertais-vos de todas as impurezas psíquicas que acumulastes e, depois desse banho, estais prontos a retomar o trabalho com novas forças.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
sábado, 29 de outubro de 2016
A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL (Continuação - 3)
PREFÁCIO
Agnès Lejbowicz
Uma noite, quando tinha 7 anos, viu a sua aldeia completamente destruída pelos Gregos, e passou essa noite de devastação escondido numa ribeira com a sua mãe e outras pessoas que ele próprio tinha prevenido da chegada dos invasores e conduzido àquele local.
Perdeu o pai aos 9 anos de idade.
Algum tempo depois, a sua mãe teve que voltar a casar para poder sustentar e educar Mikhaël e o irmão Alexandre.
Do seu segundo casamento, ela teve duas filhas e um filho.
Nunca se queixava e, mesmo no meio dos seus desgostos, sabia consolar as vizinhas mais infelizes do que ela.
O Mestre falou-nos muito da sua mãe, que morreu quase centenária durante o verão de 1973.
Diz que ela era uma santa e que foi ela que lhe deu a bondade inesgotável que tantas partidas lhe tem pregado e da qual ele bem tem querido "desembaraçar-se", mas em vão.
Os seus primeiros anos de escola foram difíceis.
Após a morte do pai, a situação familiar foi durante algum tempo tão precária que a mãe não podia comprar-lhe livros.
Por isso, ele tinha mais dificuldade em aprender do que as outras crianças e muitas vezes punha-se a pensar noutras coisas.
Ia descobrindo o lado exaltante do pensamento, que faz viver imediatamente aquilo que se deseja.
Quando tinha 11 anos, em Varna, secundado por um grupo de camaradas, quis substituir, na delegação turca, a bandeira dos antigos invasores pela bandeira nacional.
Ninguém ousou repreendê-lo.
Ficaram demasiado orgulhosos com a coragem e o patriotismo daquela criança.
Desde muito jovem conheceu toda a espécie de ofícios.
Trabalhou numa forja, onde gostava de observar o fogo e o trabalho do ferreiro, que dava ao pedaço de ferro incandescente uma nova forma, mas as faúlhas caíam frequentemente sobre os seus pés nus e queimavam-no...
Foi alfaiate, mas isso durou pouco tempo porque ele adormecia sobre o trabalho, a tal ponto o gesto monótono da agulha o amolecia...
Empregado numa fábrica de rebuçados, ficou encantado quando o director lhe deu permissão para comer os rebuçados que quisesse, e não se fez rogado; mas ficou tão doente, logo nos primeiros dias, que os seus apetites infantis pelos doces, nunca realizados até então, foram imediatamente acalmados...
Colocado em situações muito diversas, ele compreendeu, pouco a pouco, os problemas dos homens e acima de tudo desejava ajudá-los, aliviá-los.
Jamais as suas privações perturbavam o seu bom humor, o seu amor pelos outros; pelo contrário, elas refinavam a sua inteligência e a sua sensibilidade, desenvolviam a sua imaginação e a sua vontade e reforçavam o seu ideal, a sua fé numa vida fraterna de compreensão, de felicidade e de paz para a qual todos os homens são feitos.
À entrada da Igreja da Santíssima Trindade, em Varna, costumava estar um mendigo, com as roupas esfarrapadas, mas tão simpático com a sua longa barba hirsuta, com o qual o nosso Mestre e um amigo gostavam de estar e falar; este personagem tinha uma filosofia muito sua, reflectia acerca de todos os problemas de ordem geral e interessava de tal maneira os dois rapazes que eles decidiram fazer qualquer coisa por ele.
Foram ter com a directora de um hospício para pessoas idosas, que era professora e, com a sua generosa eloquência de adolescentes, presuadiram-na a tomar a seu cargo esse mendigo tão simpático.
Ela aceitou.
O velhote foi conduzido ao hospício pelos dois rapazes, orgulhosos por terem conseguido aliviar uma miséria humana.
Ele foi lavado, barbeado e deram~lhe uma cama autêntica num quarto a sério...
Duas ou três semanas depois, quando os nossos dois amigos passeavam pela cidade, à entrada da igreja, exactamente no mesmo local que o mendigo outrora ocupava, viram um outro...
Aproximaram-se...
Era o mesmo!
Ele explicou-lhes com gentileza que lhe dava mais felicidade mendigar e ser livre do que ficar no hospício, alimentado, alojado e limpo!
O Mestre nunca esqueceu esta lição.
Ajudar exteriormente os homens não serve de nada: eles gostam daquilo a que estão habituados, daquilo para que o seu gosto os predispõe.
Só quando se consegue mudar interiormente um homem é que se podem mudar também, as condições exteriores da sua existência.
Aos 17 anos, em 1917, travou conhecimento com um espírito excepcional, Peter Deunov, fundador de um movimento espiritualista que dirigiu durante mais de 30 anos, até à sua morte em 1944.
O seu Ensinamento não se limitava a teorias, a especulações; ele procurava orientar a actividade humana para um ideal comunitário e universalista: a Fraternidade Branca Universal.
Excomungado pela Igreja Ortodoxa, exilado da capital búlgara, Sófia, Peter Deunov instalou-se em Varna, onde o nosso Mestre habitava com a família, e foi deste modo que este o encontrou.
O amor, a devoção, o sacrifício, a admiração e a veneração que o jovem discípulo cedo manifestou para com o seu Mestre, colocando ao serviço do ideal que ele ensinava, as forças da sua inteligência e do seu coração com a maior coragem e o maior desapego, desde logo mereceram a admiração do Mestre Peter Deunov.
Ele encorajou o seu discípulo a fazer estudos universitários e protegeu-o nas sua numerosas experiências espirituais às quais ele queria consagrar todo o seu tempo, passando mais tempo na montanha, sózinho, do que nos bancos da Universidade.
Mais atraído pela curiosidade intelectual do que pelo interesse de passar nos exames, o nosso Mestre inscreveu-se durante longo tempo na Faculdade, mudando de disciplina quando lhe parecia que tinha apreendido bem os mecanismos de pesquisa, os métodos e certos resultados num determinado ramo.
Paralelamente, ele tinha ainda que ganhar a vida, mas nunca queria possuir mais do que o estritamente necessário, a fim de preservar a sua liberdade para aquilo de que gostava, e que lhe pareceu ser desde muito cedo, o melhor ofício, o melhor trabalho: explorar as regiões interiores, das quais temos tão poucos mapas...
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.10.2016
A música é a linguagem da Criação.
Desde a origem, esta linguagem ecoa pelo Cosmos: é por ela que Deus manifesta a sua sabedoria, o seu amor e a sua beleza.
Compreendida do ponto de vista iniciático, a música supõe o conhecimento da ordem do mundo, dos seres e das coisas, a ciência das relações harmónicas entre o microcosmos (o ser humano) e o macrocosmos (o Universo).
Ela assenta em princípios imutáveis, que não podemos transgredir sem corrermos o risco de nos perdermos.
A música fala-nos da nossa herança celeste e, ao agir sobre os nossos corpos subtis, ela permite-nos restabelecer o contacto com a nossa pátria do Alto.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL (Continuação - 2)
PREFÁCIO
Agnès Lejbowicz
...
Foi ainda muito jovem que o Mestre começou a experimentar o poder do pensamento.
Apenas com 13 ou 14 anos, escondido atrás de uma árvore do parque de Varna, a sua diversão era concentrar-se sobre um dos seus amigos que, sem razão aparente, se punha a coxear, a procurar um objecto pelo chão, a censurar uma pessoa que passava...
Um dia, perante vários camaradas, decidiu mesmo hipnotizar alguém e ele próprio ficou surpreendido com a força do seu pensamento, porque a pessoa teve dificuldade em voltar a si.
Cedo se sentiu na posse de um grande poder que poderia utilizar, quer para o bem, quer para o mal, e teve uma assombrosa visão que o advertiu do resultado de cada uma dessas duas possibilidades.
Viu apresentar-se diante de si, um ser pesado, violento, mas todo-poderoso, invencível, cujo olhar duro e cruel penetrava e dilacerava tudo aquilo sobre o qual era dirigido.
Em seguida, teve a imagem de um outro ser, que emanava a alegria, a bondade, a doçura, a harmonia, um amor e uma abnegação tão grandes que o seu rosto e todo o seu corpo resplandeciam de uma beleza inexprimível.
Ele compreendeu que se encontrava no entroncamento de duas estradas e, que agora tinha que escolher a sua via.
«Optei, diz ele, pelo caminho da luz, do desinteresse, do sacrifício, porque compreendi que Deus, que é tudo isso, é também a beleza maior, a mais perfeita.»
Tendo vivido até aos 7 anos numa pequena vila da Macedónia, perto do Monte Pelister, por vezes acompanhava o pai à floresta onde, com outros aldeões, este ia partir lenha para fazer carvão.
Ele amava a floresta e todos os seres invisíveis que a habitam, a água que brota na primavera sem que se saiba donde ela vem.
A pequena nascente murmurante mergulhava-o em estados de êxtase que só eram equivalentes àquele em que o espectáculo do fogo o induzia.
Ele próprio acendia o fogo para melhor o contemplar.
Um dia, foi a própria granja dos pais que incendiou!...
Enquanto os carvoeiros trabalhavam na floresta, um amigo do seu pai, para lhe ocupar o tempo, deu-lhe a ler o Evangelho de S. João.
Ele ficou bastante perturbado: descobriu que comparado com Jesus, era um grande pecador e decidiu tornar-se bom, justo e piedoso.
Esquecido este estado de arrependimento, recomeçou a comportar-se como todas as crianças...
Mas cerca dos 11 anos, e depois por volta dos 16, experimentou novamente esta imensa necessidade da misericórdia e da protecção divinas.
Ele tinha um desgosto tão profundo por tudo aquilo que sentia em si, de pequeno, medíocre, que desejava ardentemente que o Senhor viesse viver no seu lugar, habitar nele.
E foi nessa época, aos 16 anos, que um acontecimento extraordinário modificou por completo o rumo da sua vida.
Ele mencionou-o pela primeira vez em 1968, por ocasião de um ciclo de conferências sobre o Sol, 52 anos depois de o ter vivido, e confiou-nos nessa altura que a sua vida estava ainda profundamente marcada por aquilo que então lhe acontecera.
Ele tinha lido uma pequena brochura que falava de exercícios de respiração e então, durante várias horas consecutivas, dedicava-se a fazer respirações ritmadas muito prolongadas.
Numa certa manhã, iniciou a leitura de uma obra cujas descrições do mundo invisível o encheram e o elevaram a uma altura tal que, num dado momento, ele sentiu que absorvia uma gota de fogo celeste.
A beleza dessas regiões, mais reais para aqueles que as visitam do que as regiões terrestres, mergulhava-o em estados de deslumbramento, de êxtase, de adoração tão intensos, que ele perdeu a cabeça.
Se, por um lado, as leis que regem o mundo superior são as mesmas que regem o mundo inferior, é certo que entre estes dois mundos existe tudo aquilo que separa o visível do invisível, o opaco do transparente, o espesso do subtil, o limitado do infinito, o efémero do eterno, o fixo do brilho perpétuo de uma Creação que nunca esgota o seu poder de renovação.
Este êxtase, esta iluminação, esta comunhão com todo o Universo na sua mais perfeita beleza, provocaram-lhe como que uma queimadura interior da qual jamais veio a curar-se.
Ele tinha pois, conhecido muito cedo os numerosos problemas colocados pela vida secreta da alma e tinha vivido estados excepcionais que a muito poucas pessoas são dados viver durante a sua existência.
Mas, ao mesmo tempo, tinha-se visto na necessidade de enfrentar dificuldades económicas, sociais e políticas que afectaram a sua família e o seu país.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.10.2016
Quando descobrem o nosso Ensinamento, certas pessoas apercebem-se de que passaram uma grande parte da sua vida em actividades que só lhes trouxeram insatisfação e vazio.
E elas confiam-me a sua tristeza: agora que têm uma certa idade, pensam que, mesmo que tentem seguir uma orientação diferente, é demasiado tarde, nunca recuperarão o tempo perdido.
Evidentemente, quando a velhice se aproxima, é um pouco tarde.
Mas não é demasiado tarde, nunca é demasiado tarde.
O pior seria passarem em lamentações o tempo que lhes resta viver.
Há sempre um meio de endireitar, interiormente, a situação.
Para aqueles que têm a sensação de que desperdiçaram a sua vida, é a ocasião para fazerem uma rememoração de todos os acontecimentos da sua existência e tirarem deles uma lição.
Uma vez tirada essa lição, elas devem pôr em acção tudo o que lhes resta de amor, inteligência e de vontade.
É sempre possível darem à sua vida o sentido que antes não tinham pensado procurar.
E elas confiam-me a sua tristeza: agora que têm uma certa idade, pensam que, mesmo que tentem seguir uma orientação diferente, é demasiado tarde, nunca recuperarão o tempo perdido.
Evidentemente, quando a velhice se aproxima, é um pouco tarde.
Mas não é demasiado tarde, nunca é demasiado tarde.
O pior seria passarem em lamentações o tempo que lhes resta viver.
Há sempre um meio de endireitar, interiormente, a situação.
Para aqueles que têm a sensação de que desperdiçaram a sua vida, é a ocasião para fazerem uma rememoração de todos os acontecimentos da sua existência e tirarem deles uma lição.
Uma vez tirada essa lição, elas devem pôr em acção tudo o que lhes resta de amor, inteligência e de vontade.
É sempre possível darem à sua vida o sentido que antes não tinham pensado procurar.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL
Inicia-se, hoje, a partilha da brochura nº. 1 - A Cadeia Viva da Fraternidade Branca Universal, gentilmente cedida pela F.B.U. - Portugal a Publicações Maitreya, com parte do prefácio de Agnés Lejbowicz sobre o Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov.
PREFÁCIO
Aquilo que o Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov é, ultrapassa de tal maneira a nossa dimensão humana que, mesmo para um prefácio, eu não conseguirei falar acerca dele senão de uma forma desajeitada e incompleta.
Irei falar da sua vida, para que o leitor possa ter alguns pontos de referência, mas a sua realidade é mais invisível que visível, e a sua existência é capaz de mudar o destino dos seus discípulos, mesmo a milhares de quilómetros de distância.
Falarei também do seu Ensinamento, mas os meus estudos de filosofia fizeram com que eu me ocupasse mais de ideias, de sistemas de pensamento, do que em compreender como é que uma filosofia pode penetrar toda uma vida e fundamentar a religião em novas bases.
Prefaciar uma obra cuja inspiração me escapa, apresentar o autor, que não podemos submeter a nenhuma categoria; tal é a minha situação.
Tal é, também, a de todos aqueles que com amor e respeito se debruçarem sobre as páginas deste livro, tão límpidas e tão claras que serão obrigados a reflectir sobre a sua própria vida; a purificá-la, a elevá-la até aos píncaros de onde ela poderá conhecer, finalmente, uma unidade e um sentido indestrutíveis.
A obra do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov não necessita de ser prefaciada.
Impõe-se por ela própria.
É o editor que reclama um prefácio que permita ao leitor situar o autor e facilitar a sua leitura.
Contudo, se o leitor abrir imediatamente este livro na primeira conferência, ou na última, poderá conhecer um deslumbramento que ultrapassará tudo aquilo que eu estarei à altura de lhe transmitir.
Se, pelo contrário, ele começar, escrupulosamente, por ler o meu prefácio, talvez se sinta afastado desta obra, desgostoso com a sua leitura antes de a ter começado.
Se assim acontecer, então que ele salte estas linhas antes de perder por completo o interesse por uma obra que não se assemelha a nenhuma outra.
O Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov nasceu no primeiro mês do primeiro ano do nosso século XX, no dia 30 de Janeiro de 1900.
De origem búlgara, podemos pensar que ele herdou deste povo, um dos mais activos tradutores de obras estrangeiras, o sonho que habita as raízes profundas da sua consciência: fazer a unidade do mundo, através do encontro das influências orientais e ocidentais.
O orfismo, que surgiu nas montanhas do Ródope, já tinha pretendido realizar essa unidade.
Alexandre o Grande, o Macedónio... através das suas conquistas guerreiras e, ainda mais próximo de nós, a corrente dos bogomilos, procuraram-na através de uma filosofia e de uma arte de viver que, importadas do Oriente, se expandiram por todos os países ocidentais.
Quando o Mestre fala daquilo que o marcou durante a sua juventude, ele conta que, quando tinha 15 anos, se apaixonou tanto pelas obras hindus, cujas técnicas espirituais de respiração, concentração e meditação, ele experimentava, como pelas obras filosóficas de tendência radical: o idealismo de Berkeley ou de Emerson, e o materialismo de Emest Mach.
Ele tinha a paixão pelos livros e só queria viver rodeado de livros.
Aos 17 anos de idade, por causa dos jejuns, das vigílias e dos exercícios de respiração muito prolongados, nos quais se tinha lançado sem orientador, adoeceu, abatido por uma febre alta que não o abandonou durante um mês inteiro.
Durante o seu delírio, pedia livros; livros, livros enormes.
A sua mãe, chorando, trazia-lhos.
Ele tocava-lhes, acariciáva-os e ficava mais calmo; não conseguia lê-los, mas o facto de os sentir perto de si fazia-lhe bem.
E, contou-nos, foi o seu desejo de ler todos aqueles livros que o curou.
Agora, e desde há muito tempo, lê pouco, porque aquilo que o instrui acerca dos homens, não é tanto os livros que eles escrevem, mas as atmosferas que exalam.
O livro que ele lê, diariamente, e que faz a sua alegria e o seu deslumbramento, é o livro da vida, a que ele chama o grande livro da natureza viva.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.10.2016
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Quando a decisão de seguir uma certa via está gravada no mais profundo do vosso ser, isso torna-se como um instinto que vos impede de vos transviardes e que também vos indica como evitar ou ultrapassar obstáculos.
Se esqueceis com frequência as boas resoluções que tomastes, é porque elas ainda não estão suficientemente impressas no vosso subconsciente, no coração das vossas próprias células.
O papel de um Mestre espiritual é precisamente o de reavivar na alma dos seus discípulos a recordação das experiências do passado e das decisões que eles tomaram.
Senão, quando eles tiverem de passar de novo a fronteira para o além, constatarão, mais uma vez, a mediocridade, a inutilidade, o vazio da existência que tiveram...
E ficarão condenados a uma vida errante nas regiões áridas e obscuras do outro mundo.
Jesus dizia: «Acumulai tesouros no Céu.»
Esta recomendação é a síntese de toda uma ciência da vida.
www.prosveta.com
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.10.2016
Certas pessoas queixam-se de que a prática espiritual não lhes traz grande coisa.
Mas em que estado estariam elas se nunca tivessem feito esforços para disciplinar a sua vida interior?
Pelo menos, algumas regras que elas procuram aplicar, assim como os exercícios que praticam, trazem-lhes saúde, paz e esperança.
Se elas abandonarem essas práticas, verão se será melhor!...
Desde que nasceis, vós respirais, dormis e, podeis dizer que isso não vos mais inteligentes, nem mais ricos, nem mais poderosos.
Mas parai de respirar, de comer e de dormir, e logo se verá onde ireis parar: ao cemitério!
As pessoas comem, bebem, e não vêem diferença nenhuma.
Mas, se não tivessem comido nem bebido, aí sim, teria havido grandes mudanças!
Então, não digais que a espiritualidade não vos traz nada.
Ela dá-vos o suporte, mantém-vos no bom caminho e, pelo menos ainda estais vivos, pelo menos ainda tendes esperança, ainda tendes luz.
Se, com toda essa luz, não sentis clareza em vós, o que seria sem ela?
Mas em que estado estariam elas se nunca tivessem feito esforços para disciplinar a sua vida interior?
Pelo menos, algumas regras que elas procuram aplicar, assim como os exercícios que praticam, trazem-lhes saúde, paz e esperança.
Se elas abandonarem essas práticas, verão se será melhor!...
Desde que nasceis, vós respirais, dormis e, podeis dizer que isso não vos mais inteligentes, nem mais ricos, nem mais poderosos.
Mas parai de respirar, de comer e de dormir, e logo se verá onde ireis parar: ao cemitério!
As pessoas comem, bebem, e não vêem diferença nenhuma.
Mas, se não tivessem comido nem bebido, aí sim, teria havido grandes mudanças!
Então, não digais que a espiritualidade não vos traz nada.
Ela dá-vos o suporte, mantém-vos no bom caminho e, pelo menos ainda estais vivos, pelo menos ainda tendes esperança, ainda tendes luz.
Se, com toda essa luz, não sentis clareza em vós, o que seria sem ela?
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
terça-feira, 25 de outubro de 2016
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.10.2016
Muitos dos sofrimentos por que os humanos têm de passar vêm-lhes do exterior, evidentemente.
Contudo, nestes sofrimentos que lhes são infligidos e de que eles não são directamente responsáveis, cabe-lhes, apesar de tudo, uma parte da responsabilidade: eles não aprenderam a tornar-se imunes.
Eles só são tão vulneráveis porque os elementos negativos vindos do mundo exterior encontram um eco neles.
Pode mesmo acontecer que, por causa das impurezas, dos materiais obscuros que eles acumulam no seu intelecto e no seu coração, esse mal ainda aumente.
Aqueles que se esforçam por viver em pureza e na luz conseguem neutralizar o mal que chega até eles; por outro lado, o bem que recebem é amplificado.
Os que não sentem intensamente as bençãos que lhes chegam todos os dias dos mundos visíveis e invisíveis têm neles toda a espécie de matérias opacas que são um obstáculo para essas bençãos.
Como podeis perceber, tudo depende de nós: repelir o mal, mas também atrair o bem, conservá-lo e, até, amplificá-lo.
Contudo, nestes sofrimentos que lhes são infligidos e de que eles não são directamente responsáveis, cabe-lhes, apesar de tudo, uma parte da responsabilidade: eles não aprenderam a tornar-se imunes.
Eles só são tão vulneráveis porque os elementos negativos vindos do mundo exterior encontram um eco neles.
Pode mesmo acontecer que, por causa das impurezas, dos materiais obscuros que eles acumulam no seu intelecto e no seu coração, esse mal ainda aumente.
Aqueles que se esforçam por viver em pureza e na luz conseguem neutralizar o mal que chega até eles; por outro lado, o bem que recebem é amplificado.
Os que não sentem intensamente as bençãos que lhes chegam todos os dias dos mundos visíveis e invisíveis têm neles toda a espécie de matérias opacas que são um obstáculo para essas bençãos.
Como podeis perceber, tudo depende de nós: repelir o mal, mas também atrair o bem, conservá-lo e, até, amplificá-lo.
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.10.2016
O intelecto é um bom instrumento de trabalho para o estudo e a exploração da matéria, mas nem sempre é o melhor guia.
Porquê?
Porque não só ele tem uma percepção da realidade que é parcial, mas também, e sobretudo, porque naquilo que ele decide empreender há sempre, lá no fundo, um propósito oculto, um interesse, um calculismo egoísta que acaba por provocar perturbações.
O que se passa com um homem que se deixa levar pelo seu intelecto?
Mal acaba de fazer um sacrifício, de ter um gesto generoso, logo o lamenta; acha que foi muito parvo por ter escutado os conselhos do seu coração ou da sua alma.
O intelecto também não é capaz de conceber como a fraternidade se realizará entre os homens, como haverá uma só família na terra, como o mundo inteiro viverá em paz e harmonia.
Ele não pode elevar-se o suficiente para descobrir os verdadeiros remédios, as verdadeiras soluções.
O que ele imagina, o que ele propõe a partir da sua visão incompleta e egocêntrica das coisas, é sempre parcial, defeituoso, e não resolve nada de forma definitiva.
Existem soluções para todos os problemas que se colocam aos humanos, mas, para as descobrir, é preciso apelar para o coração, para a alma e para o espírito.
Porquê?
Porque não só ele tem uma percepção da realidade que é parcial, mas também, e sobretudo, porque naquilo que ele decide empreender há sempre, lá no fundo, um propósito oculto, um interesse, um calculismo egoísta que acaba por provocar perturbações.
O que se passa com um homem que se deixa levar pelo seu intelecto?
Mal acaba de fazer um sacrifício, de ter um gesto generoso, logo o lamenta; acha que foi muito parvo por ter escutado os conselhos do seu coração ou da sua alma.
O intelecto também não é capaz de conceber como a fraternidade se realizará entre os homens, como haverá uma só família na terra, como o mundo inteiro viverá em paz e harmonia.
Ele não pode elevar-se o suficiente para descobrir os verdadeiros remédios, as verdadeiras soluções.
O que ele imagina, o que ele propõe a partir da sua visão incompleta e egocêntrica das coisas, é sempre parcial, defeituoso, e não resolve nada de forma definitiva.
Existem soluções para todos os problemas que se colocam aos humanos, mas, para as descobrir, é preciso apelar para o coração, para a alma e para o espírito.
domingo, 23 de outubro de 2016
O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
14º. Capítulo - REENCONTRAI OS MOMENTOS DE FELICIDADE
Fostes a um concerto, escutastes, suponhamos, uma sinfonia de Beethoven ou uma Missa de Mozart que vos "transportou".
Vivestes então momentos sublimes e, ao regressar a casa, pensais que gostaríeis de ouvir novamente essa música para poderdes mergulhar na mesma atmosfera, repetir as mesmas sensações de deslumbramento.
Então, o que fazeis?
Sabeis que essa música está gravada, comprais o disco e depois podeis escutá-lo sempre que quiserdes: ele passa a pertencer à vossa discoteca.
Pois bem, ficai a saber que nós também possuímos toda uma discoteca em nós próprios.
Sim, o mínimo acontecimento que vivemos na nossa existência está registado em nós.
Em psicologia, chamam-se a estes registos, memória ou subconsciente.
Mas pouco importa como se lhes chama, o essencial é saber utilizá-los.
A partir do momento em que conseguistes viver um segundo divino, a eternidade infiltrou-se nesse segundo.
Obtivestes um cliché e esse cliché viverá eternamente, permanece em vós, impossível de apagar.
Então, quando vos sentis mal dispostos, perturbados, no vazio, entrai na vossa discoteca interior e, esforçai-vos por reproduzir esses estados de consciência maravilhosos graças aos quais, pelo menos durante alguns segundos, compreendestes que a existência pode ser luz, paz, beleza, amor, plenitude.
Mesmo que, de momento, estejais numa situação e num estado de espírito muito distantes desses momentos de felicidade, eles não se apagaram em vós, podeis reproduzi-los e sentir-vos atravessados pelas suas vibrações benéficas.
Vós tendes possibilidades incríveis, mas não as conheceis e, é essa ignorância que vos impede de compreender, de avançar, de crear.
Tendes tudo no vosso interior, mas não fazeis nada, porque ninguém vos revelou as vossas possibilidades.
Então, o tempo passa, a vida vai-se e nada foi feito.
Até a criatura mais infeliz, mais desprovida de meios, teve na vida alguns momentos de felicidade dos quais se pode recordar para neutralizar os pensamentos e os sentimentos que a oprimem.
Porquê repisar incessantemente as decepções, as mágoas?
A ignorância, sempre a ignorância...
Observai-vos e constatareis que não fazeis grande coisa para retomar os momentos de felicidade que vivestes.
Em compensação, com que facilidade mantendes as recordações penosas e dolorosas!
Porquê?
Para que serve isso?
Não vivestes momentos de felicidade na vossa família, com os vossos amigos?...
E com livros, obras de arte, música... ou diante de certos espectáculos da Natureza...
Então, procurai esses momentos, mesmo que sejam só três ou quatro ou apenas um.
Regressai a eles frequentemente... recordai-vos do local, das circunstâncias, das pessoas, concentrai-vos para retomar os mesmos pensamentos, os mesmos sentimentos, as mesmas sensações.
Pouco a pouco, tereis a impressão de estar a viver de novo esses estados com a mesma intensidade como se estes vos fossem proporcionados agora, por uma causa real.
O essencial não é o que se passa objectivamente, no exterior de vós, mas o que sentis interiormente.
Procurai, de hoje em diante, todos os momentos em que compreendestes, sentistes que a vida é bela e tem um sentido.
Que todos esses momentos estejam à vossa disposição para o dia em que precisardes deles!
E fazei de modo a poderdes escolher, porque, consoante as circunstâncias, da mesma forma que uma música é mais apropriada do que outra, uma determinada recordação será mais benéfica do que outra.
E, quando tiverdes reunido esses momentos, regressai a eles frequentemente.
Desse modo, estareis a amplificá-los, a vivificá-los e, ao contrário dos discos que comprais, que acabam por ficar gastos, quanto mais "tocais" esses discos gravados no vosso coração, na vossa alma, mais eles se tornam sólidos e resistentes.
Aliás, quer eles sejam benéficos quer sejam nocivos, aplica-se a mesma lei: quanto mais os utilizais mais eles se reforçam.
Será que me comprendestes?
Quando alguém se sente infeliz, desanimado, pode sempre regressar a esses minutos em que sentiu a realidade da vida divina.
Recordai-vos de que houve um dia, na vossa vida, em que uma voz magnífica cantava árias celestes.
Entrai na vossa discoteca interior e colocai esse disco na vossa aparelhagem: ficareis de novo cativados, tomados de encanto...
Pouco a pouco, ireis reerguer-vos e retomar o caminho com coragem e esperança.
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.10.2016
As roupas são cortinas que nos isolam e nos protegem do mundo exterior.
Sem roupa, ficamos mais expostos e tornamo-nos mais sensíveis.
Se transpusermos este facto para o domínio da vida interior, podemos dizer que a sensibilidade é uma manifestação da espiritualidade.
Aqueles que fazem um esforço para não serem dominados pelas preocupações vulgares, para vencerem os seus instintos primários, pouco a pouco conseguem dispersar as camadas obscuras que os envolvem como tecidos grossos e tornam-se mais receptivos ao mundo divino.
Nos Livros Sagrados existem relatos em que, aquele que passou vitoriosamente pelas provas da Iniciação recebe uma veste como recompensa.
Esta veste pode ser branca ou colorida, mas é sempre apresentada como um tecido precioso, extremamente fino, uma matéria de uma beleza quase irreal.
Tal veste simboliza a aura, que é a nossa verdadeira veste, a veste da nossa alma.
Para a merecermos, temos de nos libertar de tudo o que nos torna pesados e nos obscurece para entrarmos em relação com o mundo divino.
A nossa aura, essa veste de luz, é o sinal de que o conseguimos.
Sem roupa, ficamos mais expostos e tornamo-nos mais sensíveis.
Se transpusermos este facto para o domínio da vida interior, podemos dizer que a sensibilidade é uma manifestação da espiritualidade.
Aqueles que fazem um esforço para não serem dominados pelas preocupações vulgares, para vencerem os seus instintos primários, pouco a pouco conseguem dispersar as camadas obscuras que os envolvem como tecidos grossos e tornam-se mais receptivos ao mundo divino.
Nos Livros Sagrados existem relatos em que, aquele que passou vitoriosamente pelas provas da Iniciação recebe uma veste como recompensa.
Esta veste pode ser branca ou colorida, mas é sempre apresentada como um tecido precioso, extremamente fino, uma matéria de uma beleza quase irreal.
Tal veste simboliza a aura, que é a nossa verdadeira veste, a veste da nossa alma.
Para a merecermos, temos de nos libertar de tudo o que nos torna pesados e nos obscurece para entrarmos em relação com o mundo divino.
A nossa aura, essa veste de luz, é o sinal de que o conseguimos.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
sábado, 22 de outubro de 2016
A REENCARNAÇÃO (Continuação)
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Conferência improvisada
Bonfin, 25 de Julho de 1974
...
Mas como chegar à Providência?
É preciso saber que entre estas duas regiões, a do destino e a da Providência, se encontra a vontade livre e, por conseguinte, para o discípulo toda a questão reside em conseguir tornar a sua vontade tão perfeitamente livre que ela possa mover-se, agir, trabalhar no mundo do espírito.
Nessa altura passa a estar sob a influência da Providência e vê apresentar-se diante dele uma infinidade de escolhas e caminhos.
Pode escolher tudo o que quiser e a sua escolha é sempre maravilhosa.
Ao passo que no mundo do destino não existe escolha, o caminho é só um: a destruição, a desagregação, o desaparecimento.
Qual é o destino do boi?
Andar atrelado e puxar a charrua, o pobrezinho, até ao fim dos seus dias, ou então, ser esquartejado e ir para um talho.
O boi não pode mudar o seu destino e, os outros animais também não.
Todos os homens que não têm este saber e esta luz vivem mergulhados no seu destino e são constantemente empurrados, oprimidos, atormentados.
O mundo do destino é implacável quando o homem está submetido a ele; quer se trate de um rei ou de um imperador, esse destino é inflexível, cumpre-se e, eis que a cabeça cai sob a guilhotina.
É muito difícil escapar ao destino porque, em numerosas encarnações anteriores, aquilo que fizemos creou-nos um pesado carma.
Ora, as leis das causas e das consequências são absolutas, e o destino, que não é consciente e não experimenta o mínimo sentimento de piedade, aplica-se tão infalivelmente como uma lei física: vós partis um vidro e ele voa em pedaços.
O destino é isso: leis fieis e verídicas!
Nesta encarnação nós temos a possibilidade de crear boas condições para a próxima: basta conhecer esta lei e estar consciente dela.
Mas se não trabalharmos agora, a próxima encarnação poderá ser pior.
Quando a Igreja impede as pessoas de acreditarem na reencarnação, impede-as de melhorarem o seu futuro.
Os cristãos não conhecem as suas verdadeiras possibilidades.
Dizem-lhes que, se forem à missa, após a morte irão sentar-se junto do Senhor, ou que, se não forem, ficarão no Inferno, a ferver dentro de um caldeirão, para toda a eternidade.
Como se fosse assim tão fácil uma pessoa ir sentar-se à direita do Senhor!
Porque é que enganam os humanos desta maneira?
Para os consolar?
Mas não há que consolá-los; há que explicar-lhes a verdade.
Portanto, resumindo: todas as creaturas (e elas são incontáveis sobre a terra) que se deixam guiar somente pelos seus instintos, pelas suas necessidades fisiológicas, que não fazem nenhum trabalho espiritual, não conseguirão mudar em nada o seu destino, tudo o que está decretado se realizará.
Ao passo que aquelas que trabalham arduamente para se aproximar do mundo da luz e do amor poderão escapar-lhe.
O destino é cruel e implacável, mas elas deixarão de estar, absolutamente em seu poder: viverão doravante numa região mais subtil, onde receberão elementos que irão neutralizar as influências nocivas.
Se quiserdes, trata-se igualmente de um destino.
A Providência é um destino, mas de uma natureza diferente: também nela tudo está determinado, mas... divinamente determinado!
Ora aí está!
O que acabo de vos dizer é muito importante.
Doravante, vós sabereis que, se vos contentardes em viver como toda a gente, sem fazer nada nos planos superiores, não podereis mudar grande coisa no vosso destino, não podereis crear o vosso futuro, pois estais a submeter-vos àquilo que já existe.
Pode acontecer, aliás, que tenhais um "bom destino".
Há destinos que aparentemente são muito bons.
Por exemplo, o destino das pessoas que vivem na riqueza, na opulência, na tranquilidade; ninguém as incomoda: bebem, dormem, viajam, casam-se, têm filhos, uma vida esplêndida!
Mas eis que, aos olhos dos Iniciados, não é essa a melhor vida.
Existem outros seres que trabalham, que lutam, que sofrem, que enfrentam obstáculos, que perdem tudo...
Mas pode acontecer que, na realidade, a sua vida seja melhor que a das pessoas aparentemente tão favorecidas.
Os humanos têm uma ideia materialista da felicidade, e até os astrólogos se deixam embarcar nessa mentalidade.
Quando têm que predizer um destino, eles dizem: «Oh, é formidável, tendes Júpiter na casa II, o Sol na casa X, Vénus na casa VII; portanto, sereis forte, rico, feliz no amor, tereis tudo.»
Ao passo que se tiverdes quadraturas e oposições, ele lamentar-vos-á.
Esses astrólogos não perceberam nada!
Jamais um Iniciado dará uma interpretação semelhante: ele verá no vosso horóscopo, se conseguireis cumprir certas tarefas, fazer a vontade de Deus, empreender realizações divinas.
Depois disso, não se ocupará mais das quadraturas nem das oposições, nem dos planetas em exílio ou em queda.
Mas essa luz, essa visão diferente, essa interpretação diferente, poucos astrólogos contemporâneos são capazes de a dar: eles permanecem escravos da mentalidade comum, julgam as coisas como qualquer descrente, como todos aqueles que acham que a verdadeira vida depende unicamente dos bens materiais e do sucesso.
Mas tudo isso é passageiro e desaparece muito depressa.
E depois?...
Não é dado a toda a gente conhecer o valor de um horóscopo.
Aonde outros soltam gritos de admiração, eu observo, e vejo que são pessoas que não farão nada para o Céu, nada.
No entanto, elas têm um "bom tema", talentos, riquezas, uma posição elevada na sociedade e, no entanto são seres dos mais ordinários e mais insignificantes.
Jamais eu desejaria estar no seu lugar ou ter um "bom horóscopo" como o deles.
Existem outras regras, desconhecidas dos astrólogos vulgares, para julgar um horóscopo.
Eu poderia ainda deter-me sobre uma quantidade de pontos para vos mostrar que os astrólogos não têm uma compreensão correcta das coisas.
Em lugar de vos dizerem que tendes uma dívida a pagar neste ou naquele domínio, e de vos explicarem como podereis pagá-la para vos libertardes, dar-vos-ão conselhos para que escapeis a um tal acidente que deverá produzir-se em tal data.
Mas esses conselhos não vos salvarão, porque o acidente não acontecerá no dia em que vos aconselharam a não sair, mas no dia seguinte ou na véspera.
Porque o carma, que não gosta de fraudes nem de trapaças, leva-os a cometer erros nos seus cálculos.
Vós direis: «Mas então, para que serve a astrologia se ela não permite melhorar o destino das pessoas?»
Sim, ela permite melhorar o destino, mas não desta forma.
Isso exige uma longa explicação, mas de qualquer modo dar-vos-ei um exemplo.
Vós sabeis que numa dada época da vossa vida devereis pagar uma certa soma, senão virão confiscar-vos os móveis, expulsar-vos de casa, e ficareis expostos à chuva, ao frio, à doença.
Para evitar isso, não deixeis chegar o acontecimento sem nada fazer, mas preparai-vos, trabalhai, economizai e, quando chegar o dia, pagareis e não sereis expulsos de casa.
Esta imagem pode ser transposta para todos os domínios da existência: por intermédio de um trabalho espiritual, podereis evitar um acidente, uma doença ou um colapso financeiro que vos aguarde.
Dei-vos hoje, meus queridos irmãos e irmãs, verdades absolutas.
Ide, estudai, verificai, e vereis que eu não vos engano.
Tendes grandes possibilidades, porque o Ensinamento vos ajuda, vos prepara e vos explica como podeis crear para vós um futuro verdadeiramente sublime.
www.prosveta.com
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.10.2016
As células do nosso corpo são pequenas almas inteligentes.
É todo um povo que temos em nós, um povo com o qual podemos entrar em relação e que nos cabe educar.
Estais conscientes disso?
Não, ou muito raramente.
É por isso que as vossas células não vos obedecem.
Vós gostaríeis de mudar o estado do vosso fígado, do vosso estômago, do vosso coração, do vosso cérebro, etc., mas não conseguis; as células de todos esses órgãos não vos obedecem, não conseguis impor-vos a elas; elas funcionam segundo a sua própria vontade.
A Ciência Iniciática, que estudou a anatomia psíquica do ser humano e as regras que presidem ao seu funcionamento, ensina-nos que nós podemos comandar as células dos nossos órgãos.
Mas, para isso, é preciso aceitarmos a ideia de que elas são entidades inteligentes, conscientes e, aprendermos a entrar em comunicação com elas, enviando-lhes, pelo pensamento, raios de luz e de amor.
É todo um povo que temos em nós, um povo com o qual podemos entrar em relação e que nos cabe educar.
Estais conscientes disso?
Não, ou muito raramente.
É por isso que as vossas células não vos obedecem.
Vós gostaríeis de mudar o estado do vosso fígado, do vosso estômago, do vosso coração, do vosso cérebro, etc., mas não conseguis; as células de todos esses órgãos não vos obedecem, não conseguis impor-vos a elas; elas funcionam segundo a sua própria vontade.
A Ciência Iniciática, que estudou a anatomia psíquica do ser humano e as regras que presidem ao seu funcionamento, ensina-nos que nós podemos comandar as células dos nossos órgãos.
Mas, para isso, é preciso aceitarmos a ideia de que elas são entidades inteligentes, conscientes e, aprendermos a entrar em comunicação com elas, enviando-lhes, pelo pensamento, raios de luz e de amor.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
A REENCARNAÇÃO (Continuação)
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Conferência improvisada
Bonfin, 25 de Julho de 1974
...
Eu dizia-vos há pouco que a liberdade se encontra no espírito.
Mas devo acrescentar algumas explicações.
Observai o comportamento de um animal ou de uma criança.
O animal obedece às leis naturais, não goza de liberdade, do livre arbítrio para mudar o curso das coisas e, de a elas se opor; isso não lhe foi concedido.
Portanto, ele obedece, submete-se, é fiel às leis naturais e, é por isso que é inocente.
Mesmo quando faz estragos ou se lança sobre a presa, a culpa não é sua; é a sua natureza, é a Natureza que o impele.
E também a criança obedece ainda aos seus instintos, aos impulsos que existem nela; não possui inteligência nem vontade; é como um pequeno animal.
Só alguns anos mais tarde é que ela adquire a possibilidade de se opor à Natureza e às suas leis: pode escolher entre continuar em harmonia com essas leis ou transgredi-las.
E agora, que o homem só pensa em comer, em divertir-se, em trazer crianças ao mundo, em trabalhar para poder pagar a sua alimentação, nada mais faz do que levar uma vida animal, instintiva ou puramente vegetativa.
Porque isso é o mesmo que os animais e as plantas fazem.
É uma vida que o homem leva quase independentemente da sua vontade e da sua consciência: ele cresce, enfraquece e parte; não veio cá fazer nada.
Mas, quando o homem, com a sua consciência e a sua inteligência, começa a ocupar-se desta vida, a controlá-la, a purificá-la, a acrescentar-lhe um elemento espiritual, este torna-se um factor formidável capaz de mudar o seu destino.
E o que é o destino?
É um encadeamento implacável de causas e de consequências ao qual só a vida animal, biológica, instintiva, está absolutamente submetida.
Qual é, por exemplo, o destino de uma galinha?
Ela não conseguirá ser nem rei, nem poeta, nem músico; está predestinada à caçarola.
O destino da galinha é a caçarola!
Todas as creaturas têm, pois, o seu destino próprio.
O destino do lobo é ser caçado, capturado, massacrado ou então, transportado para um jardim zoológico.
E até mesmo as ovelhas e as pombas têm o seu destino, que é absolutamente conforme com aquilo que elas representam, segundo a sua actividade e os elementos de que são formadas.
Ora, para poderdes escapar ao destino, é preciso que deixeis de ser escravos, fracos, subjugados à vida inferior onde nada depende de vós: respirar, procrear, comer, beber, dormir.
É uma vida que está ainda muito longe de ser divina.
Ela é divina porque vem de Deus, porque tudo vem de Deus, mas no sentido espiritual ainda não é uma vida divina.
A vida divina começa quando o ser humano se apercebe de que não é unicamente um estômago, um ventre, um sexo, um ser feito de carne, de ossos, de músculos, mas também um espírito e, quando ele começa, enquanto espírito, a querer agir no seu domínio para crear obras sublimes, luminosas, grandiosas.
Nesse momento sim, ele escapa ao seu destino, porque para aqueles que se identificam ao corpo físico, o destino é estar doente, ser transportado para um cemitério e aí apodrecer.
Pois é, este destino está já determinado, não se pode escapar a ele.
Mas a vida espiritual dá a possibilidade de acrescentar alguma coisa à vida vegetativa, instintiva do corpo físico, e deste modo, entrar num plano superior ao do destino.
Para tal, é necessário que o espírito comece a sair, a manifestar-se, a trabalhar: ele deixa assinaturas, traços, selos em todas as coisas, intervém em todos os vossos actos e dirige-os.
É desta maneira que saís do vosso destino para entrar no mundo da Providência.
Todos os corpos estão predestinados a tornarem-se em pó.
Mas isso já não é verdade para o espírito; o espírito não tem destino, é regido pelas leis da Providência.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.10.2016
Compara-se muitas vezes a vida com a água corrente.
Mas há uma enorme diferença entre a água que brota da nascente, no topo da montanha, e a que chega à foz do rio, depois de ter recebido toda a espécie de sujidades e, até, de produtos tóxicos.
Pura ou poluída, a água continua a ser água, mas nada é mais vivo do que a água pura, ao passo que a água poluída provoca a morte.
Tal como a água que brota da nascente, a vida que jorra do seio de Deus, desce para dessedentar todas as criaturas e, consoante as regiões que atravessa, ela carrega-se de diferentes elementos.
Por conseguinte, as criaturas não recebem todas a mesma vida do rio; isso depende do lugar onde se encontram, mais perto da nascente ou mais próximo da foz.
A vida que vem de Deus nunca pára de correr.
Mas será que os humanos estão conscientes do carácter sagrado da vida?
Não, eles sujam a vida de Deus, a água de Deus.
Estais surpreendidos?
Não compreendeis como isso é possível?
É muito simples: sempre que eles manifestam falta de sabedoria, de amor, de desapego, é como se lançassem imundices no rio do Senhor.
E o rio não protesta, aceita tudo para ajudar os humanos e continua a correr.
Ele aguarda que eles tomem consciência das suas responsabilidades na preservação da Vida.
Mas há uma enorme diferença entre a água que brota da nascente, no topo da montanha, e a que chega à foz do rio, depois de ter recebido toda a espécie de sujidades e, até, de produtos tóxicos.
Pura ou poluída, a água continua a ser água, mas nada é mais vivo do que a água pura, ao passo que a água poluída provoca a morte.
Tal como a água que brota da nascente, a vida que jorra do seio de Deus, desce para dessedentar todas as criaturas e, consoante as regiões que atravessa, ela carrega-se de diferentes elementos.
Por conseguinte, as criaturas não recebem todas a mesma vida do rio; isso depende do lugar onde se encontram, mais perto da nascente ou mais próximo da foz.
A vida que vem de Deus nunca pára de correr.
Mas será que os humanos estão conscientes do carácter sagrado da vida?
Não, eles sujam a vida de Deus, a água de Deus.
Estais surpreendidos?
Não compreendeis como isso é possível?
É muito simples: sempre que eles manifestam falta de sabedoria, de amor, de desapego, é como se lançassem imundices no rio do Senhor.
E o rio não protesta, aceita tudo para ajudar os humanos e continua a correr.
Ele aguarda que eles tomem consciência das suas responsabilidades na preservação da Vida.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
13º. Capítulo - UM SEGREDO MÁGICO: A GRATIDÃO
Aprendei a colocar na balança as pequenas contrariedades da existência e todos os bens que a Providência nos distribuiu abundantemente, e tirai conclusões: não podereis deixar de sentir gratidão.
Ora, observai-vos e constatareis que, em vez de verdes as coisas desta forma, não parais de comparar o pouco que possuís, supostamente, com tudo o que possuem os outros que são mais priveligiados do que vós.
Pois bem, tais comparações não fazem sentido.
Se tendes absoluta necessidade de fazer comparações desse género, por que não tomais em consideração todas as vantagens que possuís em relação a tantas outras pessoas do mundo que vivem em condições verdadeiramente terríveis?...
A ingratidão e o descontentamento constantes dos humanos são um sinal de falta de inteligência: em vez de tomarem consciência das bençãos com que o Céu os cumula, eles só vêem, por toda a parte, razões para ficarem infelizes.
Em cada manhã, ao acordar, chamai em primeiro lugar a alegria e o amor.
Em vez de começardes o dia pensando que vos falta dinheiro, que aquele ou aquela que amais não vos é fiel, que tal vizinho ou tal colega de trabalho vos persegue, dizei: «Senhor Deus, eu Te agradeço hoje por me encontrar vivo e saudável, por poder respirar, comer, andar, ver, ouvir, pensar, amar, porque estes são tesouros inestimáveis.»
Sim, levantai-vos alegremente em cada manhã, agradecendo ao Senhor por tudo o que tendes.
Só a gratidão pode salvar-nos.
E devemos agradecer mesmo pelos acontecimentos desagradáveis, porque é a melhor forma de os transformar.
Se começardes e gritar e vos revoltardes, o vosso estado nunca melhorará.
Mas se disserdes: «Senhor, obrigada; há certamente uma razão para que eu encontre este obstáculo, devo ter ainda qualquer coisa para aprender», sentireis que, pouco a pouco, transformais as vossas dificuldades em ouro e pedras preciosas.
Sim, é como se as cobrísseis com um pó de ouro ou de cristal: elas ficam com outro aspecto.
Experimentai e vereis.
Nada pode resistir perante a gratidão.
Então, agradecei em cada dia ao Céu até sentirdes que tudo o que vos acontece é para o vosso bem.
A partir de agora, dizei: «Obrigada, Senhor; obrigada, Senhor...»
Agradecei por aquilo que tendes e pelo que não tendes, por aquilo que vos alegra e pelo que vos faz sofrer.
Assim, mantereis em vós a chama da vida.
É uma lei que é preciso conhecer.
Vós direis: «Mas como agradecer quando se está infeliz, doente, na miséria?
Nunca o poderemos fazer!»
Podeis, sim, e é esse o maior segredo: mesmo estando infeliz, é preciso encontrar uma razão para agradecer.
Sois pobres, estais doentes?
Agradecei, agradecei, regozijai-vos... por quê?
Por ver os outros ricos, de boa saúde, na abundância.
Vereis que, pouco depois, certas portas abrir-se-ão e as bençãos começarão a derramar-se sobre vós.
Ser capaz de agradecer e de se alegrar mesmo quando, aparentemente, não se tem qualquer motivo de regozijo - eis uma filosofia extraordinária que vos dará a possibilidade de ultrapassar todas as dificuldades, de planar acima da vida, de ser senhor de todas as situações.
Nenhum químico descobriu ainda um elemento que produza efeitos tão poderosos no ser humano como a gratidão.
Em nenhum laboratório se estudou ainda a repercussão que pode ter sobre o organismo humano, o simples facto de agradecer, tudo o que pode ser mudado no cérebro, no coração, nos pulmões e até no sistema circulatório, no sistema muscular...
Como é possível não agradecer por tudo o que o Céu nos dá?
Só que isso não se vê, porque as pessoas estão habituadas a olhar sempre para baixo, quer dizer, a ver tudo o que corre mal, tudo o que é motivo de preocupações, de inquietudes, de desgostos.
Esquecem-se de olhar para cima, para o Alto, onde se encontra a luz, a beleza e tudo o que pode, precisamente, dar um impulso à nossa alma, levá-la a descobrir os meios para ultrapassar as dificuldades e agradecer ao Céu.
As preocupações e as dificuldades existirão sempre, o que quer que façais; é inútil lutar contra elas, pois vós é que sereis esmagados.
Então, o que fazer?
Exactamente o que se faz contra as intempéries ou contra os insectos: equipar-se.
Contra a chuva usa-se um guarda-chuva, contra o frio veste-se roupas quentes ou liga-se o aquecedor; contra os mosquitos usa-se uma rede mosquiteira ou aplica-se um produto.
Pois bem, contra as dificuldades não há outra solução que não seja olhar para o Alto a fim de receber a luz, e a força; então, vós não só triunfareis, como ficareis agradecidos.
Aquele que aspira à felicidade deve saber mostrar-se reconhecido por tudo o que possui e procurar levar algo de luminoso aos outros.
Ele aprende a regozijar-se, em particular pelas coisas que até então tinha desdenhado ou negligenciado.
Em cada dia, ele procura descobrir um acontecimento, um encontro, um pensamento, que lhe faz bem ou o maravilha e, coloca-o no seu coração, na sua memória, na sua inteligência.
Se agradecerdes em cada dia ao Senhor, se ficardes contentes com tudo o que Ele vos dá, possuíreis um segredo mágico que pode transformar a vossa vida, e as entidades luminosas do mundo invisível aproximar-se-ão de vós para vos ajudar.
********
"Os quatro elementos - a terra, a água, o ar e o fogo - são governados por Anjos, servidores de Deus.
Por isso, nós podemos pedir ao Senhor que nos envie esses Anjos, para eles nos ajudarem no nosso trabalho espiritual."
Eis uma oração:
«Senhor Deus, todo-poderoso, Criador do Céu e da terra, Senhor do Universo, envia-me os teus servidores, os Anjos da terra, da água, do ar e do fogo, a fim de que eu possa trabalhar com eles para a vinda do teu Reino e da tua Justiça.
Que o Anjo da terra absorva as sujidades do meu corpo físico, para que eu me torne capaz de realizar a tua vontade e exprimir o teu esplendor!
Que o Anjo da água lave o meu coração de todas as impurezas, para que eu me torne um receptáculo do teu amor divino!
Que o Anjo do ar purifique o meu intelecto, para que ele brilhe com a tua luz e a tua sabedoria!
Que o Anjo do fogo santifique a minha alma e o meu espírito, para que eles se tornem moradas da tua verdade!»
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.10.2016
Nós podemos aceitar uma provação, podemos compreendê-la, mas, ao mesmo tempo, sentir amargura, tristeza e, lamentá-la: pensamos que teria sido melhor não ter de passar por ela!
Neste sentido, podemos dizer que ela ainda não terminou.
Quando é que podemos dizer que uma provação, uma prova terminou?
Quando somos capazes de nos regozijar com ela.
É possível que, aparentemente, ela não só não nos tenha trazido nada, mas também nos tenha feito perder muitas coisas e até seres que nos são queridos...
Contudo, muito tempo após essa prova, nós sentimos que a nossa luz, o nosso amor e a nossa força aumentaram, e que a paz e a luz nos invadem.
Só então podemos dizer que essa prova terminou: nós superámo-la.
Neste sentido, podemos dizer que ela ainda não terminou.
Quando é que podemos dizer que uma provação, uma prova terminou?
Quando somos capazes de nos regozijar com ela.
É possível que, aparentemente, ela não só não nos tenha trazido nada, mas também nos tenha feito perder muitas coisas e até seres que nos são queridos...
Contudo, muito tempo após essa prova, nós sentimos que a nossa luz, o nosso amor e a nossa força aumentaram, e que a paz e a luz nos invadem.
Só então podemos dizer que essa prova terminou: nós superámo-la.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.102016
Todos os elementos de que o nosso corpo é formado, tudo o que nos permite subsistir - a água, os alimentos, o ar que respiramos, a luz e o calor do sol, os materiais com os quais fazemos as nossas roupas, as nossas casas, os nossos utensílios -, devemo-lo à Natureza.
Certas pessoas podem estar muito orgulhosas, e com razão, da sua criatividade, da sua engenhosidade, mas de onde obtiveram elas os materiais a partir dos quais fabricam os seus instrumentos, os seus aparelhos e até as suas obras de arte?
Da Natureza.
A Natureza dá-nos tudo, mas aquilo que nós vamos usando dela fica detalhadamente registado algures.
São, pois, dívidas que nós contraímos em relação a ela e, temos de as liquidar.
Como?
Com uma moeda que se chama respeito, reconhecimento, amor, vontade de estudar tudo o que está inscrito no seu grande livro.
Pagar significa dar alguma coisa em troca, e tudo o que o nosso coração, o nosso intelecto, a nossa alma e o nosso espírito são capazes de produzir de bom pode ser um pagamento.
No plano físico, nós estamos limitados e, aliás, a Natureza não nos pedirá que lhe devolvamos os alimentos, a água, o ar ou os raios solares que ela nos deu.
Mas no plano espiritual, as nossas possibilidades são infinitas e aí, nós podemos devolver, multiplicado por cem, tudo aquilo que recebemos.
Certas pessoas podem estar muito orgulhosas, e com razão, da sua criatividade, da sua engenhosidade, mas de onde obtiveram elas os materiais a partir dos quais fabricam os seus instrumentos, os seus aparelhos e até as suas obras de arte?
Da Natureza.
A Natureza dá-nos tudo, mas aquilo que nós vamos usando dela fica detalhadamente registado algures.
São, pois, dívidas que nós contraímos em relação a ela e, temos de as liquidar.
Como?
Com uma moeda que se chama respeito, reconhecimento, amor, vontade de estudar tudo o que está inscrito no seu grande livro.
Pagar significa dar alguma coisa em troca, e tudo o que o nosso coração, o nosso intelecto, a nossa alma e o nosso espírito são capazes de produzir de bom pode ser um pagamento.
No plano físico, nós estamos limitados e, aliás, a Natureza não nos pedirá que lhe devolvamos os alimentos, a água, o ar ou os raios solares que ela nos deu.
Mas no plano espiritual, as nossas possibilidades são infinitas e aí, nós podemos devolver, multiplicado por cem, tudo aquilo que recebemos.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
terça-feira, 18 de outubro de 2016
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.10.2016
A faculdade que vós tendes de vos regozijar com tudo o que acontece de bom aos outros, é um critério para aferir a vossa evolução, pois, em geral - há que reconhecer isso -, é difícil as pessoas regozijarem-se com os sucessos e a felicidade dos outros, sobretudo se eles tiverem sucesso naquilo em que elas não tiveram.
Em contrapartida, quando vêem os outros infelizes, os seus bons sentimentos despertam: a piedade, a compaixão, a necessidade de as consolar, de as ajudar.
Sim, quando acontecem acidentes, doenças graves, quando os outros não podem fazer-lhes sombra, os humanos tornam-se naturalmente mais compreensivos e amistosos, sem sequer terem de fazer o mínimo esforço para isso.
São, pois, as vossas reacções perante o sucesso e a felicidade dos outros que vós deveis estudar.
No dia em que souberdes regozijar-vos sinceramente com eles, isso provará que conseguistes libertar-vos dos planos astral e mental - os pensamentos e os sentimentos egocêntricos - para vos elevardes até aos planos causal e búdico, onde reinam a sabedoria e o amor, pois só eles são capazes de vos proporcionar verdadeiras alegrias.
Em contrapartida, quando vêem os outros infelizes, os seus bons sentimentos despertam: a piedade, a compaixão, a necessidade de as consolar, de as ajudar.
Sim, quando acontecem acidentes, doenças graves, quando os outros não podem fazer-lhes sombra, os humanos tornam-se naturalmente mais compreensivos e amistosos, sem sequer terem de fazer o mínimo esforço para isso.
São, pois, as vossas reacções perante o sucesso e a felicidade dos outros que vós deveis estudar.
No dia em que souberdes regozijar-vos sinceramente com eles, isso provará que conseguistes libertar-vos dos planos astral e mental - os pensamentos e os sentimentos egocêntricos - para vos elevardes até aos planos causal e búdico, onde reinam a sabedoria e o amor, pois só eles são capazes de vos proporcionar verdadeiras alegrias.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
12º. Capítulo - VIVEI NA POESIA
Quer se ande nas ruas, nas lojas, no metro ou nas estações de comboio, só se vê rostos sem brilho, fechados, inexpressivos!
Será normal que os humanos manifestem tão pouca alegria por se encontrarem e que inflijam uns aos outros um espectáculo tão prosaico?
Por que não se mostram eles mais calorosos, mais expressivos, mais sorridentes, mais vivos?
Mesmo que não se tenha qualquer razão para estar triste ou aborrecido, basta encontrá-los para se ser influenciado e, então chega-se ao trabalho ou regressa-se a casa de mau humor, deprimido, e comunica-se este estado aos colegas ou à família.
Eis a vida deplorável que os humanos estão continuamente a criar uns aos outros.
Pensais que não é importante apresentar a todos aqueles que encontrais, um rosto aberto, amistoso, fraterno?
Mas é isso a verdadeira poesia.
Para se ser verdadeiramente poeta, não basta escrever versos.
O verdadeiro poeta é aquele que cria a poesia na sua própria vida, esforçando-se por introduzir nele a pureza, a luz, o amor, a alegria.
Alguns dirão: «Mas como se pode sorrir, como se pode ser alegre, quando se pensa em todas as tragédias que se abatem sobre a humanidade?
E todos esses infelizes que se encontra nas ruas!...»
Ah!
E pensais que eles se sentirão melhor por vos verem com uma cara de palmo?
É certo que é preciso fazer qualquer coisa pelos infelizes.
Mas se vós, que não tendes de sofrer privações, doenças ou perseguições, vos passeais com uma cara lamentável, de que valerá isso?
Para ajudar os outros, é preciso começar ao menos por lhes apresentar um rosto aberto, sorridente.
Sim, aquilo de que se gosta nos seres e que se procura neles é a poesia: algo de leve, de luminoso, que se tem necessidade de olhar, de sentir, de respirar, algo que apazigua, que harmoniza, que inspira...
Por que é que as pessoas nunca se preocupam com a impressão desagradável que produzem nos outros?
Elas têm um ar baço, andam rabugentas, de lábios cerrados e sobrolho carregado e, mesmo que tentem melhorar a sua aparência por todo o tipo de meios, a sua vida interior, prosaica, vulgar, está sempre a transparecer.
O maior segredo, o método mais eficaz, é o amor; o amor que harmoniza, que ilumina o vosso rosto e todo o vosso ser interior.
Quando saís de vossa casa, no começo do dia, pensai em saudar todas as criaturas dos mundos visível e invisível.
Vereis que depois, ao longo de todo o dia, sentir-vos-eis na poesia, porque tereis enviado o vosso amor, e de todas as regiões do espaço, o amor voltará a vós, multiplicado.
Há tantas coisas que se pode fazer para tornar a vida bela e poética!
É preciso também não se deixar monopolizar demasiado pelas preocupações e questões materiais, e guardar um pouco de tempo e de energias para dedicar a todas as actividades que darão sentido à vossa existência.
Os humanos ainda não compreenderam nada: falam de amor, querem ser amados, mas permanecem fechados, baços... prosaicos!
Eles não sabem como viver essa vida poética graças à qual serão amados.
Se fossem mais inteligentes, compreenderiam até que ponto essa atitude é deplorável para eles e para os outros.
Procurai tornar-vos cada dia mais vivos.
Reside aí a salvação para vós mesmos e para os outros.
E tornar-vos mais vivos significa dar a vossa luz e o vosso calor.
Sim, é um exercício a fazer para sair um pouco de si próprio, desse estado de estagnação tão prosaico: aprender a manter conscientemente em si, um estado de poesia.
É tão agradável encontrar uma criatura na qual se sente que tudo é animado, luminoso!
Gosta-se de uma árvore porque ela tem frutos, gosta-se de uma nascente porque a água jorra cantando, gosta-se das flores porque elas têm cores e perfumes; da mesma forma, gosta-se das criaturas que se abrem para dar algo de claro, de luminoso, de perfumado, de melodioso.
Então, aprendei a cultivar em vós esse estado de esplendor, de irradiação.
Habituai-vos a sorrir, a olhar com amor, a arrancar do vosso coração algumas partículas vivas para as enviar aos outros... e quem se sentirá mais feliz sereis vós!
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.10.2016
Em graus diferentes, evidentemente, tudo o que existe é vivo, e a vida caracteriza-se pela emissão de radiações sempre novas.
Mesmo o metal de um colar, de um anel ou de um relógio que vós usais, vibra em cada manhã, de um modo diferente do da véspera.
Se fôsseis verdadeiramente sensíveis, sentiríeis uma ligeira modificação no movimento das partículas infinitesimais que compõem a sua matéria.
Porquê?
Porque esses objectos estão em relação com as correntes, incessantemente renovadas do Cosmos.
Como vós não sentis isso, pensais que não existe qualquer diferença mas, na realidade, nada, em parte alguma, permanece absolutamente idêntico, tudo muda.
E o Sol, quando nasce em cada dia, também é novo, pois no Sol existe uma vida intensa: correntes, projecções, erupções...
E, se ocorrem mudanças no Sol, como é que essas mudanças não haveriam de ter repercussões em todo o sistema solar e, por consequência, também em todas as formas de existência que há na terra?
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
www.prosveta.com
domingo, 16 de outubro de 2016
A REENCARNAÇÃO (Continuação)
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Conferência improvisada
Bonfin, 25 de Julho de 1974
...
Não fiqueis admirados ao ouvir dizer que só para que uma flor possa viver e desenvolver-se, é necessário que todo o Universo nisso consinta e proveja as suas necessidades, senão ela morre.
É o que sucede também convosco.
Se beneficiais de condições espirituais, mentais e físicas favoráveis, podeis crescer e florir, ao passo que outras condições são-vos adversas e impedem o vosso desenvolvimento.
Por vezes, condições que são favoráveis a uns são desvantajosas para vós, e inversamente.
Podeis, pois, estar providos de muitas qualidades e faculdades mas privados de algumas, como a saúde, por exemplo, e isso, porque certas forças, certas correntes do Universo, não estavam de acordo com a vossa vinda ao mundo, e provocam perturbações.
Eis a razão pela qual deveis trabalhar sobre a harmonia, conseguir introduzir em vós a harmonia do mundo inteiro, da estrelas, do Universo, senão haverá sempre alguém ou alguma coisa para vir perturbar-vos.
Por exemplo: a vossa família está em harmonia convosco e o vosso vizinho também; sim, mas outras pessoas, lá longe, querem-vos mal, e por isso, sofrereis grandes dissabores.
Assim, as coisas boas estão misturadas com as más.
É por isso que eu insisto tantas vezes que deveis estabelecer em vós a harmonia com todo o Cosmos, para que tudo em vós seja belo, luminoso, ideal.
Como vedes, ainda não compreendestes a importância de certos exercícios que vos dei, porque enquanto ignorais certas verdades, não dais a devida importância a certos detalhes.
Mas quando obteis a sua explicação, apercebeis-vos da sua importância.
Mais um exemplo: imaginai que tendes um amigo com o qual vos dais bem e que vos ajuda realmente e, que, por outro lado, tendes um inimigo que só procura fazer-vos mal.
Ambos vos influenciam: um traz discussões, tristezas, desgostos, e ao mesmo tempo, com o outro (o vosso amigo ou então a vossa amada) passais magníficos momentos.
Portanto, quer queirais quer não, este inimigo também conta na vossa vida e causa-vos prejuízos; é por isso que devemos estar em harmonia com o mundo inteiro.
Evidentemente, isso é difícil, mas pelo menos devemos tentar harmonizar-nos com as entidades que estão acima de nós, que dirigem e comandam a nossa existência e, depois trabalhar igualmente para arranjar as coisas com aqueles que nos detestam, que nos estorvam.
Por isso foi dito: «Antes que o Sol se ponha vai reconciliar-te com o teu irmão.»
Antes que o Sol se ponha, isto é, antes do fim desta encarnação, porque depois será muito difícil reparar.
É nesta vida que deveis procurar essa pessoa, pôr-vos bem com ela, dar-lhe satisfações, e viver em paz.
Cada mau pensamento, cada mau sentimento ou má acção, é sempre prejudicial; ainda que não vejamos nada, são entidades vivas que se deslocam, encontram o seu destinatário e começam a incomodá-lo.
E um dia vós devereis pagar pelo mal que elas fizeram.
Detenhamo-nos agora, unicamente na ideia de que o nosso destino é previamente determinado.
Como eu vos dizia noutra conferência, antes de descer à terra são-nos dadas possibilidades de melhorar certas coisas com o consentimento das Hierarquias celestes.
Mas, uma vez nascidos já não temos essas possibilidades, tudo deverá desenrolar-se segundo um plano pré-estabelecido.
Os sistemas ósseo, muscular, circulatório, nervoso, a saúde, a inteligência, etc. ... são determinados; portanto, todo o destino está já completamente traçado.
Imaginai um ser que nasce feio, encarquilhado, deformado; pois bem, o seu destino está já determinado: ele não irá ter muita alegria nem felicidade nem sucesso.
E, pelo contrário, uma rapariga que nasce bonita, sedutora, dotada de todos os encantos, tem também o seu destino já traçado.
Elegem-na miss mundo e, vêm imediatamente as recepções e as fotografias, ei-la arquimilionária, e pronto, é uma vedeta.
É esta a razão pela qual eu vos digo com frequência: para esta encarnação, vós não podeis mudar grande coisa no vosso destino, mas para a próxima tendes todas as possibilidades; trabalhando, desejando, pedindo.
Para esta encarnação, estais limitados, mas na próxima tereis tudo o que pedirdes agora.
Para aqueles que não sabem isto, a próxima encarnação será exactamente como esta...
Porque é que certas pessoas estão numa situação tão lamentável?
Porque na encarnação precedente não souberam o que deviam pedir, onde deveriam incidir o seu trabalho, para possuir hoje, uma possibilidade ou uma virtude particulares.
Elas não o sabiam, e se, presentemente, continuarem a ignorá-lo, a próxima encarnação será igualmente um fracasso.
Por isso, meus queridos irmãos e irmãs, escutai-me bem, aproveitai o que vos digo, utilizai todos os anos de vida que vos restam para meditar, desejar, pedir as melhores coisas, porque deste modo estareis já a lançar projectos que irão materializar-se, cristalizar-se.
A cristalização actual resiste e recusa-se a ser mudada; enquanto não for usada não poderá ser substituída.
Mas quando o homem morre, aquilo que ele creou com o seu pensamento cristaliza-se no plano físico e, ao voltar à terra, ele traz consigo a beleza, a inteligência, a saúde, a bondade, porque os pensamentos e os desejos que enviou materializaram-se numa nova estrutura.
E esta estrutura, por sua vez, é tenaz e resistente, opõe-se às forças negativas e destrutivas.
O trabalho que fazemos presentemente não é tanto para esta encarnação e, é por isso que muitos irmãos e irmãs vêm dizer-me: «Eu não vejo resultados, Mestre; há anos que trabalho e nada mudou, sou sempre o mesmo.»
Mas eu respondo: «Não compreendestes nada; na verdade, mudastes alguma coisa, mas é preciso esperar: quando a formação actual tiver desaparecido, vereis a nova, aquela para cuja constituição trabalhastes e, ficareis estupefactos com o seu esplendor.»
Continua
Subscrever:
Mensagens (Atom)