sábado, 13 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont.VIII)

...
Na realidade, a Criação está muito melhor organizada do que o que se pensa.
Deus deixou a aparelhos, por toda a Natureza, o encargo de resgistarem tudo automaticamente.
Ah!, julgais que é Ele próprio que, dia e noite, vigia os nossos erros, passeando com um bloco de notas e um lápis para apontar tudo?
Então, e se Ele precisasse de ir buscar um canivete para afiar o lápis... quantas coisas não se passariam entretanto sem Ele as poder anotar!...
Não, não; são explicações para crianças.
Para os Iniciados, Deus é um Espírito que está em toda a parte mas que não quer ver tudo, porque outros estão encarregados de ver tudo por Ele.
E quando Ele quer saber alguma coisa é muito fácil.
Quando um director de empresa quer ter informações a respeito de um empregado, pede-as à sua secretária, que consulta os ficheiros, e Ele obtém imediatamente essas informações.
Porque deveria o Senhor passar o Seu tempo a vigiar e a anotar os nossos crimes?
Pensais que seria uma função honorífica para Ele?
Todos os Anjos e Arcanjos que Ele criou nada fariam e Ele é que teria de fazer tudo!,,,
Não, isso é impossível.
Agora já não conseguireis convencer os humanos a aperfeiçoarem-se se lhes disserdes que é Deus que os vê e castiga, porque muitos deles, que reflectem, dir-vos-ão: «Não, Ele não perde o Seu tempo a vir ver o que eu faço», e continuarão a cometer crimes.
Mas se lhes revelardes que tudo está registado, fotografado, no interior do homem, e que será de acordo com estes dados que, um dia, ele será julgado, é evidente que tudo se modificará.
O que eu estou a revelar-vos é uma das páginas mais importantes da Ciência Iniciática.
Conhecendo estas verdades, vós tendes a possibilidade mágica de recriar a vossa vida, de transformar o vosso futuro.
Se agora procurardes nos vossos arquivos e virdes que caluniastes, que mentistes, que fostes egoístas, maus, e que tudo isso está registado, pois bem, procurai imediatamente gravar por cima, algo de bom, de nobre, de luminoso, pois é deste modo que vos tornareis criadores do vosso destino.

Perguntar-me-eis: «Mas como é que são esses aparelhos registadores que foram colocados no homem?»
É uma minúscula bobina, um átomo.
Pensareis que é impossível que tudo se registe num átomo... Porquê?
Reparai: no princípio, quando começaram a fabricar aparelhos de rádio, estes eram enormes, mas agora encontram maneira de os reduzir mais e mais, até ao ponto de fazerem circuitos cada vez mais pequenos, com uma tinta metálica, e a corrente circula exactamente segundo as linhas que foram traçadas.
Hoje, consegue-se reduzir tanto e tornar tão leves os aparelhos que, um dia, conseguir-se-á ter, de certeza,
televisores de bolso.
Ora bem; a Natureza ultrapassou os humanos: diminuiu tanto o tamanho das suas bobinas de fita que as reduziu a um átomo.
Quando o homem morre, apresenta esse átomo aos seus juízes e todo o filme da sua existência começa a desenrolar-se.
O que é terrível é que o próprio homem assiste a essa projecção, no meio de juízes impassíveis, e revê uma porção de coisas de que já não se lembrava.

Alguns livros, como por exemplo, o Livro dos Mortos dos Egípcios, contam como a alma se apresenta diante dos juízes dos Infernos para ouvir o seu julgamento, o seu juízo.
Na realidade, os juízes nada dizem, são seres silenciosos.
Então, de onde é que o homem ouve o seu julgamento?
Do seu interior.
É o seu próprio juízo que o condena ou o glorifica.
E aquele que levou uma vida verdadeiramente pura apresenta-se diante dos seus juízes, dizendo: «Eu sou puro, eu sou puro, eu sou puro, com a pureza da fénix de Heliópolis».
Ele não treme, olha-os e diz simplesmente: «Eu sou puro».
Porque ele se julgou a si próprio desde há muito.
Mas os outros, que não sabem o que são e que esqueceram tudo, revêem o desenrolar da sua existência, e este desenrolar contém já o seu julgamento.
Acreditai no que estou a dizer-vos, é a pura verdade; e, aliás, vós próprios conhecereis, um dia, a realidade desses observadores, desses juízes que estão dentro de vós.
Falo-vos deles hoje, para que, com o novo ano, penseis em registar em vós apenas pensamentos, sentimentos e actos positivos, luminosos.
No fim deste dia, sereis como abelhas carregadas de pólen e ireis preparar o mais delicioso mel para alimentardes as criaturas do Alto.
Sim, aqueles que sabem preparar o mel, que trabalham na preparação do mel para o Senhor, são abelhas.
E são necessárias abelhas, porque só elas conhecem as regras da nova sociedade, da nova fraternidade.
As abelhas trazem-nos todo um ensinamento.
É trabalhando para a Fraternidade Branca Universal que os discípulos se transformarão em abelhas que fabricam o mel na harmonia e na pureza.

Desejo-vos um ano feliz e luminoso, meus caros irmãos e irmãs!

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Sèvres, 1 de Janeiro de 1963  (à tarde)

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