sábado, 6 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont. III)


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Alguns de vós dirão: «Eu fiz tudo o que me foi possível durante os doze primeiros dias, mas o ano não foi famoso.»
É porque permitistes que ele fosse influenciado por velhas coisas do passado.
Deveis limpar, raspar, lavar e purificarn tudo em vós.
Mas não o fazeis, não pensais nisso.
Evidentemente, é impossível limpar e purificar tudo num dia: a influência dos séculos passados faz-se sentir e o ano novo será sempre misturado com o antigo.
Para se conseguir uma melhoria de cem por cento seria necessário ser uma divindade.
Mas melhorar a situação em vinte, trinta, cinquenta por cento, já é muito bom para os discípulos.
Se quiserdes estabelecer o horóscopo do que será o ano para vós, não devereis tomar como base a meia-noite, porque a meia-noite, apesar das diferenças de latitude e de longitude, dará um horóscopo para toda a humanidade, e isso não corresponderá aos acontecimentos que poderão surgir na vida de cada um.
É claro que é possível comparar este horóscopo colectivo com o vosso horóscopo natal, para prever ou explicar os acontecimentos, mas, se se quiser estabelecer o horóscopo do ano para alguém em particular, deve-se escolher o momento em que a pessoa desperta e começa a manifestar-se.
É esse o momento do seu "nascimento" no primeiro dia do ano novo.
Se um homem se levantar às onze horas da manhã, é para as onze horas que deve fazer o horóscopo, visto que é nesse momento que ele começa a mexer-se, a gritar, a perguntar à mulher:«Onde estão as minhas peúgas? Onde está a minha camisa?...»
E sobretudo os botões de punho, que ele não consegue encontrar!
Sim, a vida de cada pessoa é determinada pelo que ela começou a fazer no primeiro dia do ano, ao despertar.

Para nós, que somos uma colectividade, o ano começa agora, no momento em que nos reunimos para orar e cantar.
Depois, durante todo o dia, devereis vigiar os vossos pensamentos e sobretudo as vossas palavras; se tiverdes comichão na língua, ide esconder-vos em qualquer sítio, pronunciai algumas palavras para vos aliviardes e voltai sorridentes.
Amanhã também devereis vigiar-vos, a fim de preparardes boas condições para o mês seguinte...
Claro que, mesmo assim, pode acontecer que o vosso ano não seja absolutamente ideal porque, como vos disse, o presente está ligado ao passado, isto é, aos anos precedentes e também às vidas anteriores.
Se, por exemplo, estiverdes a dever dinheiro a alguém, poderá acontecer que essa pessoa venha reclamá-lo no primeiro dia do ano; ela não esperará o fim da passagem do ano, poderá vir precisamente nesse dia...
E se tiverdes inimigos no plano astral, eles não deixarão de vir atormentar-vos só pelo facto de ser o dia 1º de Janeiro.
Como pode alguém desembaraçar-se dos seus inimigos interiores?
Eis uma questão muito importante, pois - deveis sabê-lo - o homem tem inimigos interiores, e esses são os piores.
Mas, ainda que não obtenhais resultados absolutos, será sempre útil o que vos digo, porque vos permitirá melhorar a situação e sobretudo evitar que ela piore.
Agora, poderemos levantar-nos e começar as nossas preces, como habitualmente.
Assim, inscreveremos o primeiro dia do ano de 1963 nos registos do Akasha Chronica, vivendo este dia em oração, em adoração, em amor e cantando.
E que Deus, clemente e misericordioso, se debruce sobre a Fraternidade e lhe dê todas as possibilidades de se dilatar, de projectar luz para o mundo inteiro, para que o Seu Reino se realize o mais depressa possível na terra, e que a paz e a harmonia se instalem finalmente entre os humanos!
Se as pessoas, na maioria, estão demasiado tomadas com os seus assuntos ou demasiado ocupadas nas discotecas e nos cabarés para desejarem e pedirem a realização do Reino de Deus na terra, que haja ao menos algumas que o façam!
Eis, pois, o trabalho a realizar este ano.
Em primeiro lugar, assumirdes este ideal, este objectivo sublime: realizar, na terra, o Reino de Deus e a Sua Justiça.
Depois, estardes sempre vigilantes, conscientes, a fim de vos observardes, de verdes se vos aproximais deste ideal ou se vos afastais dele.
Finalmente o terceiro ponto, que está subentendido: consagrardes todas as vossas forças e capacidades à realização desta tarefa.
O intelecto, o coração e a vontade estarão, então, empenhados na mesma direcção: o intelecto é sempre perspicaz, esclarecido, está sempre atento, vigilante, lúcido; o coração alimenta este ideal, deseja-o, ama-o e está sempre em comunicação com ele; e a vontade deita mãos à obra para servir simultâneamente o coração, que deseja o que há de melhor, e o intelecto, que, como um guia, um conselheiro, um instrutor, vigia, esclarece e orienta.
Nestas condições, o espírito do homem triunfará sempre, sejam quais forem os obstáculos e as dificuldades; agora ou mais tarde, ele triunfará, porque estes três factores primordiais dispõem de elementos extremamente poderosos que nós ainda nem sequer conhecemos.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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