quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO



 Tal como o seu nome indica, o "passado" passou, e ainda não tendes o "futuro".
Só o presente vos pertence, ele está nas vossas mãos como uma matéria, uma pasta para modelar.
Tendes à vossa disposição um minuto, uma hora, um dia...
Esse minuto, essa hora, esse dia, pertencem-vos: procurai vivê-los com lucidez.
Quando, pelos vossos esforços, tiverdes desimpedido o espaço entre vós e o mundo divino, podereis dizer que o futuro também vos pertence.
Esse futuro é a alegria, a luz.

Não vos deixeis influenciar por aqueles que só prevêem dificuldades e desgraças: isso acontece muito simplesmente porque eles não sabem verdadeiramente o que é o futuro e como construí-lo.
As desgraças são o passado, não o futuro.
Para se apresentar, o futuro, isto é, o vosso verdadeiro futuro de filhos e filhas de Deus, espera que vós acabeis de tirar lições do passado.
Esse futuro está em marcha: ao estardes a criá-lo, já começais a vivê-lo.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  31.12.2014

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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  30.12.2014


Está a terminar um ano e outro vai começar...
Mas, antes de pensardes no ano que vem, parai  por um momento para pensar naquele que está a acabar e dirigi-vos a ele, pois um ano é um ser vivo e, por isso, vós podeis falar-lhe.
No momento de o deixardes, pedi-lhe que se lembre de vós.
Como ele é vivo, não fica inactivo.
Ele registou não só os vossos actos, mas também os vossos desejos, os vossos sentimentos e os vossos pensamentos; no último dia faz o seu relatório aos senhores dos destinos e liga-vos ao ano novo: sabei saudá-lo antes de ele ir embora definitivamente.

Quanto ao ano novo, podeis começar por prepará-lo conscientemente fixando para vós um objectivo: perder um mau hábito, desenvolver uma qualidade, realizar um projecto para o bem de todos.
Com este pensamento, este desejo, é como se pusésseis uma primeira pedra e então todos os espíritos benfazejos da natureza vos trarão a sua ajuda, para que possais realizar o vosso projecto.
Devem ser sempre estas as vossas preocupações: receber o ano novo pondo-vos sob a protecção da luz.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Os cabalistas mencionam na Árvore sefirótica e, para além da séfira Kéther, um espaço a que chamaram Aïn Soph Aur: luz sem fim.
Esse espaço é impenetrável: é o Absoluto, o Não-manifestado, de que não se tem qualquer noção e do qual Kéther, enquanto Deus manifestado, é uma emanação.

A Divindade, tal como os cabalistas a compreendem, está para além da luz e das trevas, para além dos mundos criados.
E para exprimir ainda melhor este mistério da Divindade, além de Aïn Soph Aur eles conceberam uma região chamada Aïn Soph ("sem fim") e, além de Aïn Soph, Aïn ("sem").
Na origem do Universo há pois, uma negação.
Mas, "sem", que significa a ausência, a falta, não significa porém, a não existência.
Aïn não é o "não ser" tal como alguns imaginaram o Nirvana dos hindus.
De facto, é exactamente o inverso.
Aïn Soph Aur, tal como o Nirvana, é uma vida para além da Criação, da Manifestação, e tão para além que parece ser uma não-existência.

Aïn Soph Aur... Aïn Soph... Aïn...
foi assim que os cabalistas procuraram explicar realidades que escapam ao nosso entendimento.
É impossível falar do Absoluto, mas nós devemos ter uma noção a seu respeito e agradecer a Deus, o nosso Pai Celeste que nos ama, que nos ajuda a crescer e que trabalha no nosso coração, pois, embora insuficiente, as palavras fazem-nos pressentir essa realidade.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV    -  29.12.2014                                  

domingo, 28 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO



Dar como o sol, amar como o sol...
eis um ideal que nós devemos esforçar-nos por realizar um dia.
Sempre que o comportamento dos humanos nos inspira impaciência, irritação, desânimo, nós temos uma solução para os ultrapassar: virarmo-nos para o sol, que lá em cima, continua incansavelmente, imperturbavelmente a brilhar.
Vós direis: «Mas é fácil para o sol ficar imperturbável; ele está tão longe, nada o atinge.»
Sim, mas nós também temos algo em nós que nunca pode ser atingido: o nosso Eu superior, pois o nosso Eu superior está no sol.
É olhando o sol que um dia conseguiremos reunir-nos ao nosso Eu superior e viver como ele numa paz que nada pode perturbar.
O nosso Eu superior habita no sol, onde participa no trabalho divino.
Quando soubermos harmonizar as vibrações do nosso eu terrestre com as do nosso Eu celeste, descobriremos que o Criador colocou em nós tesouros de generosidade e de amor.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  28.12.2014

sábado, 27 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Agora que vos comprometestes no caminho da luz, deveis prosseguir incansavelmente a vossa marcha sem vos questionardes sobre quando chegareis ao fim.
Um após outro, os obstáculos cedem diante daquele que não se detém no caminho, pois ele pôs em movimento as poderosas leis da vida.

A vida espiritual é como a ascensão de uma montanha muito alta.
Naqueles caminhos estreitos, árduos e escarpados, é inevitável que passeis por momentos de fraqueza, de desânimo, e também podeis ter uma queda, mas isso não é razão para parardes.
Por momentos, talvez tenhais mesmo a sensação de estar a morrer... mas ressuscitareis!
No desânimo mais profundo, deveis agarrar-vos a essa misteriosa luzinha que permanece em vós: ela dir-vos-á que a "morte" pela qual estais a passar será seguida de uma ressurreição e que ninguém melhor do que vós pode socorrer-vos, pois todas as forças da vida estão em vós.
E prosseguireis o vosso caminho para o cume.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  27.12.2014

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Por que é que, após um momento de grande intensidade espiritual, vós sentis um sentimento de plenitude?

Exteriormente, nada vos aconteceu, nada mudou, mas vós sentis-vos preenchidos como se a vossa sede e a vossa fome tivessem sido saciadas...
Os ignorantes dirão, claro, que é uma ilusão.
Mas, então, quando eles sofrem, quando se sentem infelizes sem uma causa aparente, esses momentos de angústia, de depressão, também são ilusões?
Não, para eles são uma realidade, o sofrimento é uma realidade, mas a alegria espiritual é uma ilusão.
Que raciocínio!

Procurai, de agora em diante, elevar-vos até às regiões da alma e do espírito, comei e bebei, e sabereis o que é a plenitude.
Então, já não será como no plano físico, em que, em cada dia se é obrigado a comer para não ficar esfomeado e sem forças.
O alimento que vós tomais nas regiões superiores sacia-vos durante dias e dias.
O alimento divino é feito de elementos de uma tal riqueza que, se conseguirdes alimentar-vos deles por uma só vez, a sensação de plenitude que eles dão nunca mais desaparecerá.
Nada poderá tirar-vos essa sensação de eternidade.
Evidentemente, antes de chegardes a esse ponto, tereis de vos exercitar durante muito tempo e procurar todos os dias o vosso alimento, como para o estômago físico.
Mas, se procurardes participar nos banquetes da alma e do espírito, um dia já nada vos tirará essa sensação de plenitude.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  26.12.2014

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO


Em cada ano, à meia-noite do dia 25 de Dezembro, os cristãos celebram o nascimento de Jesus.
É Natal.
Não existe qualquer prova de que Jesus tenha nascido no dia 25 de Dezembro, nem que tenha nascido no Inverno, e nem sequer se tem a certeza do ano...
Mas, tal como acontece em relação à Páscoa, o momento do Natal no calendário leva-nos a compreender que esta festa deve ser interpretada simbolicamente.

O Inverno é a estação em que, nas sementes postas na terra, se faz um longo trabalho de germinação que culminará, na Primavera com a eclosão de uma multiplicidade de novas existências.
Ocorre um trabalho análogo no psiquismo de cada ser: na terra obscura que é a sua natureza inferior, a semente do Eu divino, o Cristo, deve começar a germinar.
É este acontecimento que os cristãos celebram no Natal: à meia-noite, no momento da maior escuridão, tem lugar um nascimento.
É por isso que, apesar do frio e da escuridão, o Natal é também a festa da luz.
Alguns dirão que não são cristãos e não têm nada a ver com o nascimento do Cristo.
Pois bem, deem-lhe um outro nome, se preferirem, qualquer que seja a sua religião e, mesmo que não tenham nenhuma, todos os seres humanos foram criados à imagem de Deus e essa imagem está neles mesmos como um germe que devem procurar para o fazer eclodir.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  25.12.2014

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

A maior parte das festas cristãs são a sobrevivência, sob uma outra forma e com um significado diferente, de antigas festas pagãs relacionadas com a vida da natureza.
Quando elas se aproximam, organizam-se os festejos: pensa-se nas prendas que se vai oferecer e receber, nas refeições para as quais se convidará familiares e amigos, nas decorações da casa e das ruas, nas roupas novas, e até nos disfarces.
Para todos, uma festa é uma ruptura benéfica na sequência muitas vezes monótona dos dias.

Mas numa Escola Iniciática, nós vemos nas festas muito mais do que ocasiões para fazer banquetes, pendurar decorações e passar uns momentos agradáveis.
Cada um esforça-se por captar, nas regiões subtis, correntes de energias que vivificarão, regenerarão, o seu coração e a sua alma.
Ele sabe também que, nesta atmosfera de trocas alegres, há entidades luminosas que veem captar elementos de que depois se servirão para prosseguir o seu trabalho pelo mundo.
Para as ajudar nesse trabalho, ele confia-lhes a sua alegria, toda a riqueza espiritual que essa festa lhe proporciona, a fim de que outros beneficiem dela.
E essa alegria, essa riqueza, voltam a ele amplificadas.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  24.12.2014

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO


 Todas as manhãs, quando despertais, apelai em primeiro lugar para a alegria e para o amor.
Em vez de começardes o dia a pensar nas diferentes tarefas que vos esperam, dizei: «Senhor Deus, eu Te agradeço por estar ainda vivo, por poder respirar, comer, caminhar, ver, ouvir, pensar, amar, pois estes são tesouros inestimáveis.»
Depois, levantai-vos alegremente.

E aprendei a agradecer também por cada contrariedade na vida, pois é a melhor maneira de as neutralizar.
Se começardes a queixar-vos e a revoltar-vos, ficareis cada vez mais acabrunhados.
Mas, se disserdes: «Obrigada, Senhor! Há certamente uma razão para que eu encontre este obstáculo, devo ter ainda qualquer coisa para aprender», sentireis que, pouco a pouco, transformais as vossas dificuldades em ouro e em pedras preciosas.
Sim. é como se as cobrisseis com um pó de ouro ou de cristal: elas ficam com um aspecto diferente.
Nada pode resistir perante a gratidão.
Então, agradecei todos os dias ao Céu até sentirdes que tudo o que vos acontece é para o vosso bem.
Agradecei por aquilo que tendes e por aquilo que não tendes, pelo que vos alegra e pelo que vos faz sofrer.
Mesmo quando vos sentis infelizes, deveis encontrar uma razão para agradecer.
Será assim que alimentareis em vós a chama da vida.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  23.12.2014

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

O sábio a quem perguntardes «O que é Deus?» ficará em silêncio, pois a esta pergunta só se pode responder com o silêncio.
Só o silêncio, o verdadeiro silêncio, consegue exprimir a essência da Divindade.
Dizer que Deus é amor, sabedoria, poder, justiça... corresponde à verdade, mas essas palavras não expressam nada da sua infinitude, da sua eternidade, da sua perfeição.
Não se conhece Deus falando ou ouvindo falar d'Ele, mas sim esforçando-se por entrar em si mesmo para chegar a essa região que é, precisamente, silêncio.

O silêncio é a região mais elevada da nossa alma e, no momento em que a atingimos, entramos na luz cósmica.
A luz é a quinta-essência do Universo.
Tudo o que vemos ao nosso redor e mesmo aquilo que não vemos é atravessado por luz, está impregnado de luz.
O propósito do silêncio é precisamente a fusão com essa luz viva, poderosa, que penetra em toda a criação.
Quando nos fundimos com essa luz, já não perguntamos o que é Deus e muito menos se Ele existe.

OMRAAM  MIKHAËL AÏVANHOV  -  22.12.2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

No dia 21 de Dezembro tem lugar o solstício de inverno.
Este acontecimento está sob a influência de Gabriel, o arcanjo de Iésod, a séfira da Lua.
Gabriel significa "Deus é a minha força".
Alguns dias depois, a 25 de Dezembro, celebra-se o Natal, o nascimento do Cristo.

O arcanjo Gabriel dirige as forças que têm a propriedade de condensar a matéria; é por isso que, simbolicamente, ele preside ao nascimento das crianças.
O que é um nascimento?
A passagem do invisível ao visível, do imaterial ao material.
E é a Lua, princípio feminino por excelência, que tem um papel essencial a desempenhar em todas as formas de incarnação, tanto as do plano físico como as do plano espiritual.

Durante o inverno, em que as noites são mais compridas e a vida da natureza abranda, as condições são menos propícias para as manifestações exteriores e mais favoráveis à vida interior: o homem é naturalmente impelido a entrar em si mesmo a fim de preparar o nascimento dessa criança de luz que certas tradições simbolizaram por uma pérola.
A pérola, que vem do mar, está como ele, relacionada com a Lua.
Na Árvore Sefirótica, a ostra perlífera é Iésod, a região que, no corpo cósmico representa os órgãos genitais.
É aí que a pérola deve formar-se.
Esta pérola representa a quintessência mais pura do amor.
A ostra perlífera é o princípio feminino trazendo ao mundo uma pérola, o menino divino.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  21.12.2014

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sábado, 20 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Algumas pessoas já me têm dito: «Eu tenho a certeza de já ter vindo à terra e sei que voltarei. Mas não tenho qualquer recordação das minhas existências anteriores e gostaria de não esquecer tudo relativamente a esta.
Há métodos para nos recordarmos de certas experiências que fizemos, de certas pessoas que encontrámos?»...
Sim, há métodos, e para aqueles que desejam saber eu posso indicar pelo menos um.

Tomai como ponto de referência uma montanha, por exemplo, ou qualquer coisa que resistirá ao passar do tempo.
Poderá ser também um monumento mundialmente conhecido, pois, mesmo que ele seja destruído um dia, haverá reproduções dele em certos livros.
Olhai frequentemente para essa montanha ou para esse monumento e pensai: «Quando eu voltar a vê-lo, numa próxima vida, quero que tal e tal acontecimento da minha vida actual me venham à memória.»
Deste modo, criais uma ligação entre vós e essa montanha ou esse edifício.
Imprimis um cliché, um registo, que continuará em vós e, quando reincarnardes, voltareis com ele.
No momento em que tiverdes diante dos olhos a montanha ou o monumento no qual vos concentrastes anteriormente, esse cliché despertará a memória dos acontecimentos da vossa vida que fostes gravando.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  20.12.2014

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

O que dá valor a um ensinamento espiritual é que, quaisquer que sejam os acontecimentos que ocorram no mundo, os métodos que ele dá são válidos eternamente: como adquirir o domínio de si, como receber a luz, como entrar em harmonia com todas as forças benéficas e vivificadoras do Universo...
Isso ficará para sempre.
Quer haja guerra ou paz, quer vós sejais pobres ou ricos, quer tenhais uma família e amigos ou vivais sós, abandonados por todos, as vossas necessidades profundas serão as mesmas: tereis sempre um corpo físico, um coração, um intelecto, uma alma e um espírito, que deveis alimentar para vos aproximardes cada vez mais do vosso Pai Celeste, que vos criou à sua imagem.
Então, não descureis nenhuma das verdades e dos métodos que vos são dados.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  19.12.2014

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

As entidades luminosas só se detêm junto dos seres que vibram em uníssono com elas; é por isso que a paz, a inspiração, a alegria, para a maior parte dos humanos, não passam de momentos muito fugidios.
Para os fazer durar, nós devemos aprender a dar a essas entidades as condições de que elas necessitam e preparar todo o nosso ser não só para as receber, mas também para as manter.

De onde vêm a paz, a luz e a alegria que emanam do sábio?
Embora ele não feche os olhos às manifestações do mal no mundo e aos sofrimentos que daí resultam, permanece atento à passagem das entidades luminosas e acolhe-as, oferece-lhes uma morada nele próprio.
Ele tem consciência de que ofenderia o Céu se deixasse perder as bençãos, as riquezas que Ele derrama diariamente.
A grande fraqueza dos humanos não é serem vulneráveis, sensíveis ao mal, mas sim ficarem a ruminar em tudo o que é negativo.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  18.12.2014

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Quereis preservar a sensação de plenitude que o amor vos traz?
Procurai não mais depender da presença física daqueles que amais.
Quer o seu afastamento seja voluntário, quer não, e mesmo que tenha sido a morte a levá-los, sereis capazes de escapar ao vazio criado pela sua ausência, porque vivereis no único mundo verdadeiramente real: o vosso mundo interior, com o qual sois um só.
Assim que saís do vosso mundo interior, fatalmente os seres e as coisas podem escapar-vos, ficais à mercê dos acontecimentos.

Sabeis durante quanto tempo os seres a que estais afetivamente ligados permanecerão junto de vós?
Não, e deveis ter presente que, de uma forma ou de outra, um dia ficareis fisicamente separados deles.

Então, esforçai-vos por situar a vossa consciência nas regiões elevadas onde as circunstâncias não têm qualquer poder sobre vós, lá onde o sol do amor nunca se põe.
Lançai-vos na luz desse sol eterno.
Enquanto aqueles que amais estiverem dentro de vós, nenhuma força poderá tirá-los da lá.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  17.12.2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Vós podeis aceitar uma provação, podeis compreendê-la, admitir que ela é inevitável, mas ao mesmo tempo sentir amargura, tristeza, pesar: pensais que teria sido melhor não terdes de passar por ela!
Ficai a saber que, nestas condições, essa provação ainda não terminou.

Quando é que se pode dizer que uma provação terminou?
Quando nós somos capazes de nos regozijar com ela.
Sim, regozijarmo-nos com ela!
É possível que, aparentemente, ela não nos tenha trazido nada e que até nos tenha feito perder muitas coisas, mesmo seres que nos são queridos.
Contudo, após essa provação, chega um dia em que sentimos que a nossa luz, o nosso amor e a nossa força aumentaram, que somos habitados por uma paz e uma alegria que antes não conhecíamos.
Nesse momento, e só nesse momento, podemos dizer que a provação terminou.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  16.12.2014

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Porquê deixar a poesia para aqueles que a escrevem?
Ser poeta é, em primeiro lugar, criar a poesia na sua própria vida, esforçando-se por introduzir nela a pureza, a luz, o amor, a alegria.
É essa poesia que há necessidade de sentir, de respirar nas criaturas, algo que harmoniza, que vivifica...

A verdadeira poesia é inseparável da vida.
Então, procurai tornar-vos cada vez mais vivos.
É tão agradável encontrar criaturas nas quais se sente que tudo é caloroso, que tudo está animado, iluminado!
Gosta-se de uma árvore porque ela dá frutos, gosta-se de uma fonte porque a água jorra cantando, gosta-se das flores por causa das suas cores e dos seus perfumes...
Do mesmo modo, gosta-se das criaturas que se abrem para dar algo que é límpido, luminoso, perfumado, melodioso.
Aprendei a cultivar em vós esse estado de jorro, de irradiação.
Habituai-vos a arrancar do vosso coração algumas partículas vivas para as enviar aos outros... e sabereis o que é viver na poesia...

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  15.12.2014

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domingo, 14 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Seja em que domínio for - político, social, científico, económico, religioso, moral -, ouve-se as pessoas falar de responsabilidade.
Presidentes, ministros, generais, directores, pais, professores, etc., todos sabem que são responsáveis.
Imensos seres humanos e acontecimentos dependem deles, do seu modo de agir, das suas decisões.
Mas, na realidade, a noção de responsabilidade vai muito para além disso, pois todas as criaturas que existem estão ligadas entre si e se influenciam mutuamente.
É assim que cada um, não só pelos seus actos, mas também pelos seus pensamentos e pelos seus sentimentos, exerce uma influência sobre os outros.
Os humanos são responsáveis por tudo o que fazem.
Mas é por eles ignorarem isso, ou, mesmo sabendo que é assim, não o terem suficientemente em conta, que há tantos sofrimentos no mundo.
Se quereis manifestar-vos como seres úteis, benfazejos, esforçai-vos por considerar cada uma das vossas actividades como uma oportunidade para vos elevardes espiritualmente.
Mesmo que vos pareça que aquilo que fazeis não produz qualquer efeito, na realidade há sempre algures, não se sabe onde, algo de bom que desperta e recebe um impulso.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  14.12.2014

sábado, 13 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont.VIII)

...
Na realidade, a Criação está muito melhor organizada do que o que se pensa.
Deus deixou a aparelhos, por toda a Natureza, o encargo de resgistarem tudo automaticamente.
Ah!, julgais que é Ele próprio que, dia e noite, vigia os nossos erros, passeando com um bloco de notas e um lápis para apontar tudo?
Então, e se Ele precisasse de ir buscar um canivete para afiar o lápis... quantas coisas não se passariam entretanto sem Ele as poder anotar!...
Não, não; são explicações para crianças.
Para os Iniciados, Deus é um Espírito que está em toda a parte mas que não quer ver tudo, porque outros estão encarregados de ver tudo por Ele.
E quando Ele quer saber alguma coisa é muito fácil.
Quando um director de empresa quer ter informações a respeito de um empregado, pede-as à sua secretária, que consulta os ficheiros, e Ele obtém imediatamente essas informações.
Porque deveria o Senhor passar o Seu tempo a vigiar e a anotar os nossos crimes?
Pensais que seria uma função honorífica para Ele?
Todos os Anjos e Arcanjos que Ele criou nada fariam e Ele é que teria de fazer tudo!,,,
Não, isso é impossível.
Agora já não conseguireis convencer os humanos a aperfeiçoarem-se se lhes disserdes que é Deus que os vê e castiga, porque muitos deles, que reflectem, dir-vos-ão: «Não, Ele não perde o Seu tempo a vir ver o que eu faço», e continuarão a cometer crimes.
Mas se lhes revelardes que tudo está registado, fotografado, no interior do homem, e que será de acordo com estes dados que, um dia, ele será julgado, é evidente que tudo se modificará.
O que eu estou a revelar-vos é uma das páginas mais importantes da Ciência Iniciática.
Conhecendo estas verdades, vós tendes a possibilidade mágica de recriar a vossa vida, de transformar o vosso futuro.
Se agora procurardes nos vossos arquivos e virdes que caluniastes, que mentistes, que fostes egoístas, maus, e que tudo isso está registado, pois bem, procurai imediatamente gravar por cima, algo de bom, de nobre, de luminoso, pois é deste modo que vos tornareis criadores do vosso destino.

Perguntar-me-eis: «Mas como é que são esses aparelhos registadores que foram colocados no homem?»
É uma minúscula bobina, um átomo.
Pensareis que é impossível que tudo se registe num átomo... Porquê?
Reparai: no princípio, quando começaram a fabricar aparelhos de rádio, estes eram enormes, mas agora encontram maneira de os reduzir mais e mais, até ao ponto de fazerem circuitos cada vez mais pequenos, com uma tinta metálica, e a corrente circula exactamente segundo as linhas que foram traçadas.
Hoje, consegue-se reduzir tanto e tornar tão leves os aparelhos que, um dia, conseguir-se-á ter, de certeza,
televisores de bolso.
Ora bem; a Natureza ultrapassou os humanos: diminuiu tanto o tamanho das suas bobinas de fita que as reduziu a um átomo.
Quando o homem morre, apresenta esse átomo aos seus juízes e todo o filme da sua existência começa a desenrolar-se.
O que é terrível é que o próprio homem assiste a essa projecção, no meio de juízes impassíveis, e revê uma porção de coisas de que já não se lembrava.

Alguns livros, como por exemplo, o Livro dos Mortos dos Egípcios, contam como a alma se apresenta diante dos juízes dos Infernos para ouvir o seu julgamento, o seu juízo.
Na realidade, os juízes nada dizem, são seres silenciosos.
Então, de onde é que o homem ouve o seu julgamento?
Do seu interior.
É o seu próprio juízo que o condena ou o glorifica.
E aquele que levou uma vida verdadeiramente pura apresenta-se diante dos seus juízes, dizendo: «Eu sou puro, eu sou puro, eu sou puro, com a pureza da fénix de Heliópolis».
Ele não treme, olha-os e diz simplesmente: «Eu sou puro».
Porque ele se julgou a si próprio desde há muito.
Mas os outros, que não sabem o que são e que esqueceram tudo, revêem o desenrolar da sua existência, e este desenrolar contém já o seu julgamento.
Acreditai no que estou a dizer-vos, é a pura verdade; e, aliás, vós próprios conhecereis, um dia, a realidade desses observadores, desses juízes que estão dentro de vós.
Falo-vos deles hoje, para que, com o novo ano, penseis em registar em vós apenas pensamentos, sentimentos e actos positivos, luminosos.
No fim deste dia, sereis como abelhas carregadas de pólen e ireis preparar o mais delicioso mel para alimentardes as criaturas do Alto.
Sim, aqueles que sabem preparar o mel, que trabalham na preparação do mel para o Senhor, são abelhas.
E são necessárias abelhas, porque só elas conhecem as regras da nova sociedade, da nova fraternidade.
As abelhas trazem-nos todo um ensinamento.
É trabalhando para a Fraternidade Branca Universal que os discípulos se transformarão em abelhas que fabricam o mel na harmonia e na pureza.

Desejo-vos um ano feliz e luminoso, meus caros irmãos e irmãs!

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Sèvres, 1 de Janeiro de 1963  (à tarde)

PENSAMENTO QUOTIDIANO


O que interessa a um Mestre espiritual não é tanto como os seres são agora.
O que ele se esforça por ver são as divindades em que eles se tornarão um dia.
Sempre que ele os encontra, pensa na centelha divina que está "enterrada" neles e aguarda o momento em que eles finalmente, lhe darão a possibilidade de se manifestar.
É esta a expressão mais elevada do amor: saber ligar-se à centelha divina presente em cada criatura, para a alimentar, para a reforçar.

As relações entre os humanos seriam muito diferentes se, quando eles se encontram, pudessem pensar que o homem ou a mulher que têm diante de si, é depositário de uma centelha saída do fogo divino!
Mesmo num criminoso há que procurar essa centelha para tentar reacendê-la.
Isso nem sempre é possível, mas pelo menos há que tentar.
Nem sempre se sabe por que é que certos seres se deixaram arrastar por más inclinações e também não se sabe o que é que um dia pode, subitamente, levá-los a levantar-se e reacender a centelha neles.
Por isso, nunca se deve fazer um juízo definitivo sobre quem quer que seja.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  13.12.2014

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

As lágrimas são geralmente associadas à dor, mas na realidade, qualquer emoção pode provocar lágrimas.
E, como as emoções são de todo o tipo, as lágrimas também são de todo o tipo.
Há lágrimas de desgosto, de cólera, de raiva, e também há lágrimas de enternecimento, de alegria, de deslumbramento.
Uma paisagem, um poema, um quadro ou uma música podem encher os nossos olhos de lágrimas, mas isso também pode ser provocado por certos comportamentos humanos quando eles são particularmente belos e nobres.
Muitos místicos, ao descreverem as suas experiências, falaram das lágrimas provocadas pelo êxtase!

Na medida em que libertam uma certa tensão interior, as lágrimas são úteis, qualquer que seja a sua origem.
Mas, evidentemente, as lágrimas de alegria e de deslumbramento são as mais benéficas.
Não limpeis essas lágrimas com as costas da mão, pois elas são preciosas.
O Mestre Peter Deunov aconselha os discípulos a recolherem-nas num tecido limpo e a guardarem-nas cuidadosamente, pois elas possuem uma espécie de poder mágico.
As lágrimas de raiva, de desgosto, de cólera, deixai-as secar, essas não passam de um pouco de água salgada, mas guardai as lágrimas que foram arrancadas às profundezas da vossa alma.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  12.12.2014

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont. VII)

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Na Natureza, tudo são aparelhos registadores e emissores: as rochas, as pedras, a areia...
Sim, se soubésseis os registos que cada grão de areia encerra!
Não se conhecem ainda os meios para os decifrar, mas um dia talvez se chegue lá: pegar-se-á numa pedra do Egipto, da Índia ou até da Atlântida, que se irá buscar às profubdezas do mar, e ela contará a história de todas as épocas que atravessou.
Agora, já se fala em captar os sons emitidos pelo sol e pelas estrelas.
Todos os planetas e todas as estrelas emitem sons; por isso os Iniciados dizem, que na Natureza, tudo é música, tudo canta.
Mas são as pedras que podem dar-nos o maior número de informações.
Tudo o resto desapareceu: as plantas, os animais e os homens, com as suas descobertas; mas as pedras e os metais contínuam aí e podem contar.nos a história do mundo.
Eis a verdadeira arqueologia!
É preciso decifrar essas peças, captando as ondas que elas emitem.
Vós colocais uma fita magnética no vosso gravador e ouvis sinfonias.
Onde está a música nessa fita?
Podereis pesá-la e observá-la ao microscópio que nada encontrareis.
Está tudo no registo magnético.
É desta forma que se fazem os registos no homem.
Isto é algo que devereis saber, porque, sabendo-o, sereis obrigados a vigiar-vos e a corrigir-vos.
A maioria das pessoas pensam que podem fazer mal sem ninguém saber, e esta convicção de que podem camuflar os seus actos é que as impede de evoluir.
Evidentemente, podemos esconder muitas coisas das outras pessoas, mas não poderemos escondê-las de nós próprios, porque assistimos a tudo o que dizemos,  a tudo o que fazemos, a tudo o que pensamos.
A Natureza, que é muito inteligente, colocou no homem pequenos aparelhos que fotografam e registam tudo sem que ele o saiba.
Assim, no dia em que ele compreender que lhe é impossível enganar, será honesto, definitivamente honesto.

No passado, os Iniciados que não podiam revelar estas verdades ao comum das pessoas, diziam, por exemplo, que o olho de Deus está sempre a ver-nos.
Na realidade, Deus tem mais que fazer do que ver os horrores e os crimes que se cometem na terra.
Se Ele visse tudo isso, seria o ser mais digno de dó.
Deus não vê yudo porque não quer ver tudo.
«Mas então, Ele não sabe tudo?» - perguntareis vós.
Sim, mas não tem necessidade de assistir.
Quando Ele quer saber uma coisa, sabe-a instantaneamente.
Mas quando não quer, quando pretende descansar um pouco, não olha para mais nada e desliga o telefone...
Senão...
Já vos destes conta dos pedidos que Lhe dirigem todos os dias?!
«Senhor, dá-me dinheiro! Senhor acaba com o meu inimigo...»
E ainda: «Senhor, faz com que o meu marido morra, para que eu possa casar com o meu amante!»
Por isso Ele me disse, confidencialmente, que desliga o telefone para poder estar descansado.
Direis que isto contradiz tudo o que está escrito na Bíblia.
De forma alguma!
Muitas vezes, o que a Bíblia diz é simbólico, figurado, e para compreender bem a sabedoria, a profundidade e a ciência oculta nesses símbolos é necessário ter a luz da Iniciação.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO



Para se ter noções apropriadas acerca da natureza e das actividades desse princípio espiritual a que se chama alma, primeiro é preciso tomar consciência de que ela não está encerrada no nosso corpo físico: estende-se bem para além dele, e, embora continue a animá-lo, viaja para visitar as regiões do espaço mais longínquas e as entidades que as povoam, pois a alma que habita em cada ser humano é uma parte da Alma Universal.
E ela sente-se tão limitada no corpo, tão apertada, que o seu único desejo é o de se expandir no espaço para se fundir nessa imensidão a que pertence.
Também é um erro crer, como acontece geralmente, que a alma habita toda no ser humano.
Na realidade não é asssim, só uma pequena parcela da sua alma tem nele a sua morada; ela permanece quase toda no exterior dele e leva uma vida independente no oceano cósmico.
A nossa alma ultrapassa muito, pois, aquilo que podemos imaginar dela: essa parte da Alma Universal que está em nós estende-se continuamente para a imensidão, para o infinito.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  11.12.2014

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 Aparentemente, só se vê injustiças na terra.
Uns têm tudo - saúde, beleza, riquezas, virtudes - e outros muito pouco.
Mas, na realidade, nada daquilo que os humanos receberam à nascença lhes foi dado por acaso, de modo arbitrário.
Eles trabalharam em incarnações anteriores para obter tudo o que possuem hoje, tanto no plano material como nos planos psíquico e espiritual; a Justiça cósmica distribuiu-lhes dons equivalentes aos seus esforços.

Tudo o que possuímos é, pois, consequência de numerosas vidas de esforços.
Mas, atenção!
Isso não nos é dado definitivamente.
Para manter essa aquisição nas próximas incarnações, cada um tem de as usar com razoabilidade e, sobretudo, fazer com que os outros beneficiem delas.
Nós devemos fazer frutificar todos os dons que recebemos à nascença, e a melhor maneira de conseguir isso é utilizá-los não apenas para nós, mas também para ajudar os outros, procurando facilitar a sua evolução.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  10.12.2014



terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont. VI)

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II
Vejo que esperais que eu vos diga mais alguma coisa...
Não estais fatigados?...
É extraordinário!
Desde esta manhã, já faz uma dezena de horas que estamos reunidos. Estais a tornar-vos infatigáveis...
Actualmente, encontramos cada vez mais pessoas fatigadas.
Porquê?
Porque têm o organismo sobrecarregado de impurezas que acumularam devido aos alimentos, às bebidas, ao ar poluído, mas também aos pensamentos e sentimentos grosseiros a que se entregaram.
É necessário compreender bem a importância da pureza em todos os domínios.
Se o homem conseguir introduzir verdadeiramente a pureza em todas as suas células, tornar-se-á infatigável, imortal.
Sim, a morte recuará, ela não tem poderes sobre quem é puro.
Foi assim que alguns seres, no passado, conseguiram viver séculos.
Direis que não é possível...
Mas é, o organismo humano está preparado para resistir milhares de anos, e se actualmente o homem não vive muito tempo, isso deve-se à sua maneira de viver.
Algumas tradições referem que, na altura do nascimento duma criança, se reuniam três divindades que presidiam aos destinos humanos: os gregos chamavam-lhes Parcas; noutros países eram fadas, que fixavam a duração da vida e davam certas qualidades ou certos defeitos à criança.
Na realidade, não existem Parcas nem fadas, porque o destino de um ser está há muito determinado pelo bem e pelo mal que ele fez ao longo das suas encarnações anteriores.
Perguntareis: «Mas como é que isso é determinado?»
É automático.
Sim, há distribuidores automáticos.
Em função das suas vidas passadas, é necessário que tal pessoa nasça em tal família, em tal país, em tal época, em exacta correspondência com o que ela deve realizar e, automaticamente, tudo se desencadeia de modo a que assim aconteça.
Quando ides a uma mercearia comprar fruta, queijo ou açucar, uma máquina calcula o montante que devereis pagar.
Ou então, introduzis algumas moedas num distribuidor automático e sai-vos uma sanduíche, caramelos ou selos de correio...
Se os humanos são tão inteligentes que conseguem fabricar distribuidores automáticos, o mundo invisível não haveria de ser capaz de o fazer?
No Alto, tudo está classificado, fixado, organizado; não é preciso matar a cabeça.
Não há, pois, necessidade de deuses a presidir aos destinos dos humanos, trata-se apenas duma imagem que os Iniciados da Antiguidade davam aos homens para lhes mostrar que já estava tudo determinado na altura do nascimento.
Sim, esta é uma grande verdade: tudo é determinado segundo as nossas vidas anteriores.
Como?
Pois bem, existem no próprio homem aparelhos de registo que inscrevem, na sua memória, tudo o que ele fez: se viveu bem ou mal, se respeitou ou transgrediu as leis divinas...
Sim, são aparelhos que se ocupam disso, e depois, para classificar este homem, eles indicam apenas um nome e, de acordo com esse nome, ele é orientado nesta ou naquela direcção.
Foi em vós mesmos que a Natureza colocou máquinas que registam, depois fazem o resumo e tiram conclusões a vosso respeito.
É assim que sois determinados: por vós mesmos.
Ninguém, além de vós, tem o direito de vos determinar, pois isso poderia dar origem a preconceitos e injustiças.
A justiça absoluta consiste em serdes julgados por vós próprios, ou seja, pelo que está no vosso íntimo, porque só vós conheceis tudo em pormenor: os vossos motivos, as vossas intenções...
Ninguém, a não ser vós, poderá conhecê-los.
Portanto, ficai certos: sereis vós mesmos que, um dia, vos julgareis; os aparelhos foram tão bem instalados dentro de vós pelo Criador que não podereis enganar-vos.
Quando os astrónomos e os matemáticos necessitam de efectuar cálculos extremamente complicados que os ocupariam durante semanas, utilizam uma máquina e, em poucos segundos, esses cálculos são feitos.
Com o homem passa-se a mesma coisa: todos os dados do seu "problema" são registados e aparece um nome que resume o que ele é, e esse nome determina automaticamente a sua encarnação seguinte.
Mas, quando eu digo "automaticamente", isso não significa que tudo se processa inconscientemente, sem inteligência.
No mundo invisível, até as máquinas são conscientes.
Na terra, as máquinas não são conscientes, mas no Alto tudo é consciente, porque tudo é vivo.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 Quando se encontram subitamente mergulhadas em situações bastante complicadas, muitas pessoas tomam consciência da sua ignorância, da sua fraqueza, da sua impotência face aos acontecimentos, e dizem para si próprias «Se eu tivesse sabido!...»
Elas poderiam ter sabido, pois em certo momento foram-lhes dadas boas condições para aprenderem, para se exercitarem, para se reforçarem, e elas tinham consciência disso.
Mas negligenciaram essas condições: abandonar os velhos hábitos exige muitos esforços e houve outras actividades, outros projectos que foram mais tentadores para elas.
Agora estão num impasse!
Perguntareis vós: «E, se tivermos deixado passar essas boas condições, agora é demasiado tarde?
Está tudo definitivamente perdido?...»
Não, nunca é demasiado tarde, o caminho da vida é longo. infinito, e ser-vos-ão dadas outras condições favoráveis, nesta existência ou numa outra.
Procurai então, não as deixar passar, para não terdes de dizer de novo:«Se eu tivesse sabido!...»

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  09.12.2014

O ANO NOVO (Cont. V)

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Não vos faço grandes promessas; não vos digo que, ao entrardes para o Ensinamento, tereis todas as riquezas, todas as glórias e a amizade de todos os príncipes.
A única coisa que posso dizer-vos é que, se conseguirdes dirigir o intelecto, o coração e a vontade para um mesmo objectivo, haverá uma modificação na vossa consciência.
Inicialmente, esta modificação será minúscula, mas conterá o Céu e a terra.
Lembrai-vos do que disse Jesus acerca do grão de mostarda: «É a mais pequena de todas as sementes, mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se mesmo numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.»
O que conta não é, pois, a grandeza ou a pequenez do grão, mas o seu vigor.
Podereis interpretar o grão de mostarda como um pensamento ou um sentimento, que, aparentemente são imperceptíveis, mas, que se forem intensos e lhes derdes condições adequadas, poderão ocasionar realizações gigantescas. «As aves do Céu vêm abrigar-se nos seus ramos», diz Jesus.
As aves são os espíritos do mundo invisível que vêm visitar-vos e até procurar abrigo em vós.

Não vos faço, pois, grandes promessas; apenas vos digo que, se me compreenderdes bem, se aceitardes com amor a pequena promessa que hoje vos faço, se cuidardes dela, se a alimentardes, daí resultará uma grande árvore, onde até os anjos virão abrigar-se.
A semente que hoje vos dou é a ideia de que deveis associar os três factores "intelecto", "coração" e "vontade" e dar-lhes o mesmo objectivo, porque só nestas condições é que são possíveis as grandes realizações.
Como estes factores são de origem divina, cada um deles contém tesouros extraordinários e, uma vez unidos e ligados ao Céu, estão em permanente comunicação com ele.
Quando o intelecto tem as raízes no terreno do Céu, a sua luz aumente e ele recebe incessantemente, inspirações e revelações.
Quando o coração está ligado ao Céu, onde tem a sua origem, bebe o elixir da vida imortal, bebe o amor, está sempre maravilhado, deslumbrado, e torna-se vasto como o Universo.
E também a vontade constantemente exercitada se torna tão poderosa que ultrapassa todos os obstáculos; unida ao Céu, ela pode tornar-se poderosa como o próprio Deus.
Diz-se que a união faz a força, mas até agora, essa união tem sido sempre compreendida exteriormente, nos domínios social, político e militar: as pessoas unem-se para destruir, unem-se para construir, mas tem sido sempre uma união exterior.
Doravante, é necessário compreender a união interiormente.
Devemos estar unidos pelo nosso ideal, por uma ideia divina, pelo amor fraternal, devemos estar unidos nos trabalhos que executamos pela realização do Reino de Deus.
Então, sim, a união torna-se um poder extraordinário.
A união exterior não é má, mas é incompleta.
As pessoas associam-se por um tempo, mas depois essa associação desfaz-se e cada uma volta para a sua casa.
Ao passo que a união de que falamos, a união que faz a verdadeira força, dura eternamente.
Quando vos unis aos Anjos, ao Céu, ao vosso Eu superior, não o fazeis por um ou dois dias ou mesmo por alguns anos; não vos unis para obter um resultado qualquer, após o qual mergulhais novamente na ignorância e nas trevas; não, é uma união para sempre, para a eternidade...
Eis o que deveis compreender.

É hoje o primeiro dia do ano e, pelo menos durante doze dias, deveis conseguir vigiar-vos, estar atentos às vossas palavras, aos vossos sentimentos, aos vossos gestos, e ter sempre em vista o Reino de Deus e a Fraternidade Universal.
Evidentemente, é muito difícil, porque há sempre coisas imprevisíveis; mas se a vossa consciência estiver vigilante, se ela orientar, corrigir, podereis fazer um trabalho glorioso, um trabalho divino.
Poderá suceder que, durante estes doze primeiros dias, tenhais tentações, provações, solicitações de criaturas muito inferiores...
Há que contar com isso, não vos prometo que tudo será fácil nestes doze dias, nem para vós nem para mim; mas, pelo menos, todos unidos, juntos, poderemos ajudar-nos mutuamente.
O mais importante é a união, mas em primeiro lugar, a união do coração, do intelecto e da vontade em nós.
Um dia, quando tiverdes a possibilidade de recordar todos os acontecimentos que se deram nos diversos momentos da vossa existência, sereis obrigados a constatar que todos os minutos que passastes com a Fraternidade nas meditações, nos cânticos e na oração foram os mais importantes e mais preciosos da vossa vida.
Por agora vós não vedes nem sabeis isso, mas um dia, quando virdes as coisas com mais clareza, compreendereis em que trabalho participastes, e então direis:«Deus seja louvado! Bendito seja Deus por me ter permitido participar nesta obra grandiosa!»
E quando vos for dado conhecer os resultados deste trabalho, as maravilhas que ocorrem no mundo inteiro graças a ele, ficareis deslumbrados, porque o trabalho em que vos peço que participeis já foi empreendido no Alto pelos anjos e pelas divindades, e nós, aqui na terra, queremos apenas abrir uma portazinha, para que esse trabalho divino possa produzir os seus resultados também no plano físico.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Sèvres, 1 de Janeiro de 1963  (manhã)




PENSAMENTO QUOTIDIANO

A natureza inferior do homem é tão obstinada, tão coriácea, que cada vitória que ele obtém sobre ela é uma verdadeira proeza.
Mas, em vez de se glorificar por essa proeza, ele deve ser modesto.
E para ser modesto ele deve pensar que o mérito não é seu, mas do Senhor, que lhe deu o poder de dominar os seus maus instintos.
Portanto, sempre que conseguis uma vitória sobre vós mesmos, dizei: «O mérito não é meu, Senhor, mas teu.»
Senão, arriscais-vos a cair nas armadilhas do orgulho e sabe-se para que quedas vertiginosas tantos orgulhosos foram arrastados.

E quando vos felicitarem porque agistes bem ou fizestes um bom trabalho, dizei também: «Não sou eu que devo ser glorificado, Senhor, mas sim o teu Nome.»
Se vos elogiardes a vós próprios, pode suceder que, involuntariamente - ou, por vezes, voluntariamente! - os outros vos preparem armadilhas: correis o risco de levar as suas palavras demasiado a sério, pensareis que já estais no topo, e isso é perigoso para o vosso desenvolvimento interior, pois tendes sempre progressos a fazer.
Não é para nossa glória, mas para glória de Deus que nós devemos trabalhar sempre, pois nessa impessoalidade, aproximamo-nos do nosso Eu superior.
A verdadeira glória do ser humano é a glória de Deus..

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  08.12.2014

domingo, 7 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont. IV)

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Se não obtiverdes os resultados que desejais é porque não implicastes totalmente estes três factores; não os pusestes todos de acordo, ligados entre si.
Cada um deles trabalha, mas por sua conta, sem relação com os outros, sem harmonia.
Se o intelecto compreendeu que é magnífico subir às alturas, atingir os cumes, fundir-se com o Criador, o coração, esse, muitas vezes tem as suas preferências, que vão numa direcção completamente diferente.
Por isso, deveis tentar chamá-lo à razão, orientá-lo, dirigi-lo.
É possível levar o coração a desejar o que o intelecto achou razoável, sábio e útil, e incitar a vontade a executá-lo. Mas a maioria das pessoas nem se apercebem destas contradições, destas discórdias, destas guerras, dentro de si; aceitam tudo como uma fatalidade cujas causas ignoram.
Elas ainda não encontraram um guia que as aconselhe a reunir estes três poderes - o intelecto, o coração e a vontade - e a orientá-los na mesma direcção.
Na realidade, o homem pode remediar todas as suas divisões interiores adoptando um ideal divino e desejando a qualquer preço segui-lo, alimentá-lo, acarinhá-lo, sustentá-lo, até que esse ideal se apodere dele, se instale, se concretize, se encarne nele, até ao ponto de acabar por se confundir com ele.
Todas as pessoas que vivem sem ideal vêem as suas forças dispersarem-se rapidamente e desperdiçam por completo a sua existência.
Sabeis onde se encontra, muitas vezes, esta associação formidável, esta união inseparável entre o intelecto, o coração e a vontade para a realização dum ideal?
Nos criminosos.
Inconscientemente, eles conseguiram, como os Iniciados, unir estes três factores, mas com o objectivo de roubar, de matar, de destruir.
E, geralmente, entre estes criminosos e os Iniciados encontra-se uma multidão de pessoas sem verdadeira orientação, nas quais estes três factores estão desunidos ou em luta uns com os outros.
Está escrito no Apocalipse: «Sê frio ou quente!
Se fores morno, vomitar-te-ei pela minha boca.»
Estas palavras subentendem toda uma ciência.
«Sê frio ou quente» quer dizer: sê pelo bem ou pelo mal, mas não sejas indeterminado, indeciso; que o teu intelecto, o teu coração e a tua vontade realizem, pelo menos, algo em comum.
O Céu não gosta dos criminosos, mas, pelo menos, eles são seres fortes, decididos, capazes, e o Céu aprecia estas qualidades.
Ainda que, de momento, estes seres pratiquem o mal, o Céu diz: «Aqueles, apanhá-los-emos ao virar da esquina.
Uma pequena rasteira e fá-los-emos mudar de direcção.
Uma vez que eles exercitam, há muito, a capacidade de associar o coração, o intelecto e a vontade, serão preciosos para nós e poderemos utilizá-los.»
Porque, da mesma maneira que eles tiveram ardor, espírito de decisão e vontade para roubar, destruir e exterminar, também os terão para praticar o bem.
Ao passo que os indecisos, os fracos, talvez não façam mal algum, mas também são incapazes\de fazer bem, e o Céu coça a cabeça sem saber o que lhes dar que fazer.
Neles, tudo é desordenado, não têm a mínima convicção, qualquer um pode influenciá-los; até a loja negra poderá servir-se deles.
São, pois, perigosos, e por isso está escrito que serão "vomitados", isto é, rejeitados.
Se algumas pessoas não conseguem obter qualquer realização interior ou mesmo exterior, é porque nelas estes três poderes - intelecto, coração e vontade - estão desunidos.
É exactamente como numa família: quando o pai segue numa direcção, a mãe noutra e os filhos numa terceira, o que é que acontece?
Esta família desagrega-se.
Pois bem, na família interior existem as mesmas leis: o pai, o intelecto, tem a sua opinião; a mãe, o coração, também tem a sua, completamente diferente; e a vontade, isto é, os filhos, que não têm qualquer direcção, fazem tolices, um pouco por toda a parte.

Vós estais numa Escola Iniciática para tomardes consciência de muitas verdades novas, a fim de reverdes a vossa vida, de a restabelecerdes, de a organizardes e de poderdes dar-lhe uma direcção divina.
Fazei uma experiência: restabelecei a ordem em vós próprios, no vosso intelecto, no vosso coração e na vossa vontade, ligai estes três factores e dirigi-os para um mesmo objectivo: a realização da vontade de Deus.
Vereis como a vossa vida se modificará.
Isto não quer dizer que nunca mais sereis sacudidos por tornados ou tremores de terra; não, enquanto viverdes na terra recebereis abanões, mas estes passarão depressa e já não deixarão marcas como no passado.
O edifício aguentar-se-á porque estará construído com materiais resistentes. Ao passo que antes, ao menor choque, tudo se desmoronava.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Todas as palavras portadoras de verdade que vós lestes ou ouvistes, voltarão um dia à vossa consciência.
Mesmo que tenhais descurado essas palavras no momento porque considerastes que havia preocupações mais importantes ou poeque não vos agradou ouvi-las, elas impor-se-ão a vós, porque têm uma força: a força que é dada pela luz.
Mesmo sem vos aperceberdes, elas gravaram-se no vosso subsconsciente, fazem o seu caminho e, mais cedo ou mais tarde, no momento em que menos esperais, durante um encontro ou um acontecimento, surgirão perante vós, não podereis escapar-lhes.
Vós direis: «Mas, então, essas palavras portadoras de verdade nunca nos deixarão em paz?»
Isso depende do que entendeis por paz.
Se chamais "paz" à possibilidade de dar livre curso aos vossos pensamentos, aos vossos sentimentos, aos vossos desejos, não fiqueis surpreendidos se algumas verdades que ouvistes da parte de um sábio, de um Iniciado, venham prevenir-vos de que estais a transviar-vos.
E elas irão mesmo picar-vos um pouco, morder-vos um pouco, puxar-vos um pouco os cabelos: nessas circunstâncias, é verdade que elas não vos deixarão sossegados.
Mas, se as aceitardes e seguirdes o caminho certo, só sentireis paz e alegria.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  07.12.2014

sábado, 6 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont. III)


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Alguns de vós dirão: «Eu fiz tudo o que me foi possível durante os doze primeiros dias, mas o ano não foi famoso.»
É porque permitistes que ele fosse influenciado por velhas coisas do passado.
Deveis limpar, raspar, lavar e purificarn tudo em vós.
Mas não o fazeis, não pensais nisso.
Evidentemente, é impossível limpar e purificar tudo num dia: a influência dos séculos passados faz-se sentir e o ano novo será sempre misturado com o antigo.
Para se conseguir uma melhoria de cem por cento seria necessário ser uma divindade.
Mas melhorar a situação em vinte, trinta, cinquenta por cento, já é muito bom para os discípulos.
Se quiserdes estabelecer o horóscopo do que será o ano para vós, não devereis tomar como base a meia-noite, porque a meia-noite, apesar das diferenças de latitude e de longitude, dará um horóscopo para toda a humanidade, e isso não corresponderá aos acontecimentos que poderão surgir na vida de cada um.
É claro que é possível comparar este horóscopo colectivo com o vosso horóscopo natal, para prever ou explicar os acontecimentos, mas, se se quiser estabelecer o horóscopo do ano para alguém em particular, deve-se escolher o momento em que a pessoa desperta e começa a manifestar-se.
É esse o momento do seu "nascimento" no primeiro dia do ano novo.
Se um homem se levantar às onze horas da manhã, é para as onze horas que deve fazer o horóscopo, visto que é nesse momento que ele começa a mexer-se, a gritar, a perguntar à mulher:«Onde estão as minhas peúgas? Onde está a minha camisa?...»
E sobretudo os botões de punho, que ele não consegue encontrar!
Sim, a vida de cada pessoa é determinada pelo que ela começou a fazer no primeiro dia do ano, ao despertar.

Para nós, que somos uma colectividade, o ano começa agora, no momento em que nos reunimos para orar e cantar.
Depois, durante todo o dia, devereis vigiar os vossos pensamentos e sobretudo as vossas palavras; se tiverdes comichão na língua, ide esconder-vos em qualquer sítio, pronunciai algumas palavras para vos aliviardes e voltai sorridentes.
Amanhã também devereis vigiar-vos, a fim de preparardes boas condições para o mês seguinte...
Claro que, mesmo assim, pode acontecer que o vosso ano não seja absolutamente ideal porque, como vos disse, o presente está ligado ao passado, isto é, aos anos precedentes e também às vidas anteriores.
Se, por exemplo, estiverdes a dever dinheiro a alguém, poderá acontecer que essa pessoa venha reclamá-lo no primeiro dia do ano; ela não esperará o fim da passagem do ano, poderá vir precisamente nesse dia...
E se tiverdes inimigos no plano astral, eles não deixarão de vir atormentar-vos só pelo facto de ser o dia 1º de Janeiro.
Como pode alguém desembaraçar-se dos seus inimigos interiores?
Eis uma questão muito importante, pois - deveis sabê-lo - o homem tem inimigos interiores, e esses são os piores.
Mas, ainda que não obtenhais resultados absolutos, será sempre útil o que vos digo, porque vos permitirá melhorar a situação e sobretudo evitar que ela piore.
Agora, poderemos levantar-nos e começar as nossas preces, como habitualmente.
Assim, inscreveremos o primeiro dia do ano de 1963 nos registos do Akasha Chronica, vivendo este dia em oração, em adoração, em amor e cantando.
E que Deus, clemente e misericordioso, se debruce sobre a Fraternidade e lhe dê todas as possibilidades de se dilatar, de projectar luz para o mundo inteiro, para que o Seu Reino se realize o mais depressa possível na terra, e que a paz e a harmonia se instalem finalmente entre os humanos!
Se as pessoas, na maioria, estão demasiado tomadas com os seus assuntos ou demasiado ocupadas nas discotecas e nos cabarés para desejarem e pedirem a realização do Reino de Deus na terra, que haja ao menos algumas que o façam!
Eis, pois, o trabalho a realizar este ano.
Em primeiro lugar, assumirdes este ideal, este objectivo sublime: realizar, na terra, o Reino de Deus e a Sua Justiça.
Depois, estardes sempre vigilantes, conscientes, a fim de vos observardes, de verdes se vos aproximais deste ideal ou se vos afastais dele.
Finalmente o terceiro ponto, que está subentendido: consagrardes todas as vossas forças e capacidades à realização desta tarefa.
O intelecto, o coração e a vontade estarão, então, empenhados na mesma direcção: o intelecto é sempre perspicaz, esclarecido, está sempre atento, vigilante, lúcido; o coração alimenta este ideal, deseja-o, ama-o e está sempre em comunicação com ele; e a vontade deita mãos à obra para servir simultâneamente o coração, que deseja o que há de melhor, e o intelecto, que, como um guia, um conselheiro, um instrutor, vigia, esclarece e orienta.
Nestas condições, o espírito do homem triunfará sempre, sejam quais forem os obstáculos e as dificuldades; agora ou mais tarde, ele triunfará, porque estes três factores primordiais dispõem de elementos extremamente poderosos que nós ainda nem sequer conhecemos.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Mesmo quando os humanos deixaram de acreditar em deuses, que faziam banquetes em que lhes serviam néctar e ambrósia, a busca de um elixir, de uma bebida da imortalidade, continuou a ser alvo do seu interesse e, ainda o é actualmente.
Na realidade, este elixir está espalhado por toda a terra, na água, no ar e, sobretudo nos raios solares.
É pois, aí que nós podemos recolhê-lo, aprendendo a utilizar com sabedoria e amor o que o Criador pôs à nossa disposição na natureza.

Pode-se compreender que cada um queira manter-se vivo e com saúde durante o máximo de tempo possível, mas a vocação do ser humano não é ficar indefinidamente na terra, mais cedo ou mais tarde, ele tem de deixar o seu corpo físico.
Diz-se que ele morre, mas, na realidade, ele continua a viver: pelo seu espírito, ele está vivo.
Ele aspira à imortalidade porque, no fundo de si mesmo, tem a intuição de que é realmente imortal.
Mas é no seu espírito que ele é imortal, não no seu corpo físico.
A consciência da imortalidade, tal como a consciência da eternidade, é para o homem uma conquista da vida espiritual.
Então, se ele aprender a dar às suas actividades quotidianas uma dimensão mais vasta, um significado mais elevado, pouco a pouco conseguirá saciar a sua sede nas fontes da vida eterna.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  06.12.2014

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O ANO NOVO (Cont. II)

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O ano novo não está completamente separado do anterior; ele está sempre relacionado com ele, talvez não directamente, mas indirectamente.
Porque é novo, parece virgem e fresco como uma criança...
É costume dizer-se que uma criança acabada de nascer é inocente, sem mácula.
Sim, mas só aparentemente, porque essa criança, que já está ligada aos pais, aos avós, aos antepassados, à sociedade, ao espírito do século, também traz em si as marcas das suas vidas passadas, e um dia, de uma maneira ou de outra, tudo isso virá ao de cima.
O ano novo é virgem, puro, inocente, foi talhado em tecidos duma alvura imaculada, mas, quando entra em contacto com o homem, logo se colora, como a água pura que desce do céu e toma a cor dos terrenos que atravessa.
O ano a que se chama novo é, pois, já velho desde o começo, porque encontra um homem já velho nos seus pensamentos, sentimentos e hábitos.
Ele não pensou em limpar as panelas ou os cântaros em que irá recolher a água pura do ano novo.
Todavia, é isso que se aprende numa cozinha: quando precisamos de deitar água limpa num recipiente, lavamo-lo e, por vezes, até temos que lhes raspar as paredes para que a água não fique suja; até as crianças sabem isso.
Mas quando se trata de verter uma água pura na sua alma, na sua cabeça, no seu coração, o homem não pensa em purificar-se.
Ele não aprendeu a lição que aplica todos os dias na cozinha, não comprendeu que também no domínio interior deve seguir as mesmas regras: rejeitar o que já está sujo e guardar só o que é puro.*
Quantos pormenores da vida quotidiana podem fazer-nos compreender esta verdade!
Numa casa, por exemplo, há quadros, belos móveis ou jóias de valor; as pessoas guardam-nos durante anos, e por vezes até séculos; mas desembaraçaram-se de tudo o que não tem qualquer valor; e também das flores: elas são mantidas durante dois, três dias, e depois têm que ser substítuídas...
Mas o homem julga que pode conservar eternamente em si tudo o que está velho, sujo e corrompido!
Sim, precisais de compreender melhor o ano novo, recebê-lo com a profunda convicção de que ele é um ser vivo e rico que traz grandes presentes, e que, para receberdes esses presentes, deveis preparar numerosos lugares em vós, limpá-los infatigavelmente e retirar as coisas velhas acumuladas no vosso coração e na vossa mente.
Mesmo antes da sua chegada, já deveremos ter reservado em nós um lugar para o ano novo.

A Cabala diz ainda que o ano novo é influenciado pelas estrelas.
O nascimento dum ano é semelhante ao nascimento duma criança.
É o nascimento duma vida que durará um ano.
Quando nasce uma criança, faz-se o seu horóscopo com base no dia e na hora do nascimento, a fim de se determinar o desenrolar dos acontecimentos ao longo de toda a sua vida.
Passa-se a mesma coisa em relação ao ano, e ainda devemos saber que o primeiro dia irá determinar o primeiro mês, o segundo dia o segundo mês, o terceiro dia o terceiro mês...
Devemos, pois, esforçar-nos por viver, pensar, sentir e comportar-nos o mais correctamente possível pelo menos durante os doze primeiros dias, para estabelecermos uma base inteligente, luminosa, graças à qual os doze meses do ano serão influenciados e determinados para o bem.

*Ver também "Não se deita vinho novo em odres velhos"
   (capítulo I do nº.217 da Colecção Izvor).

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO


 Aqueles que sentem a necessidade de trabalhar para o bem da humanidade não devem questionar-se sobre se vão ser bem ou mal sucedidos, pois isso introduz neles uma hesitação, uma dúvida, que trava o seu impulso.
Eles devem trabalhar, pura e simplesmente!
A história dos povos ensina-nos que não se pode fazer juízos sobre o valor dos seres tendo como único critério os seus sucessos ou os seus insucessos.
Aqueles que conseguiram sucesso não foram necessariamente os mais grandiosos e os que não foram bem sucedidos não são seres menos elevados.
O seu exemplo alimentou o impulso de muitos outros, eles foram como que uma semente, um fermento; um dia, o objectivo é atingido e ainda melhor do que eles esperavam.

Cada criatura vem à terra com uma determinada missão e, muitas vezes, aqueles que estão encarregues das missões mais grandiosas estão destinados a não ter sucesso, pelo menos aparentemente.
Mas eles prepararam o terreno - e isso é o mais difícil - para outros que, beneficiando dos seus esforços, serão bem sucedidos.
Por isso, aqueles que obtêm sucessos devem pensar com reconhecimento em todos os homens e mulheres que, antes deles, trabalharam para que esses sucessos fossem possíveis.
Esses homens e mulheres fizeram sacrifícios, por vezes até foram vítimas, mas pode acontecer que eles venham numa outra vida recolher o fruto do seu trabalho.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  05.12.2014

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O ANO NOVO

 I
Gostaria de vos dizer hoje algumas palavras acerca do que nos ensina a tradição esotérica a respeito do primeiro dia do ano novo.
Mas, como sabeis, os únicos conhecimentos que me interessam são aqueles que podemos pôr em prática; portanto, o que vou dizer-vos poderá ter aplicações imediatas na vossa vida quotidiana.

Geralmente, o primeiro dia do ano encontra as pessoas nos "dancings" e nos clubes nocturnos; elas sentem-se felizes saudando o ano novo e por isso começam-no com divertimentos, com prazeres, com loucuras.
Mas, depois, viverão assim todo o ano, na futilidade e na inconsciência; e como a inconsciência acarreta atribulações, estas depressa surgirão.
É tolice começar o ano com tais manifestações; isso prova que não se tem qualquer noção do aspecto espiritual e mágico de cada coisa.
Ora, a mim, é isso que me interessa.
A Cabala ensina-nos que cada dia é um ser vivo, sensível, que regista toda a nossa actividade física e psíquica.
Podemos dizer, portanto, que os 365 dias do ano são como que uma fita magnética em que cada dia é anotado com o que há de bom e de mau, feliz ou infeliz.
Cada ano da nossa vida representa, assim, uma fita magnética gravada.

O ano que começa é completamente novo, mas, ao mesmo tempo, tem a velhice de tudo o que o homem já viveu.
Como a água pura das montanhas que vem misturar-se à água estagnada da planície, o ano novo não o é, contudo, completamente, porque é vivido por homens que arrastam coonsigo demasiadas coisas velhas.
Por isso, ainda que tudo seja novo, eles não conseguem viver uma vida nova.
O ano novo é virgem e sem mácula, mas onde é que ele se mete?
Em quem é que ele entra?
O passado - isto é, os estados e os acontecimentos que o homem viveu - inscreveu-se nele e ficou lá gravado; por isso lhe é tão difícil apagar essas marcas, esses registos, essas matrizes do passado. Para o conseguir, é necessária uma grande ciência e também muita paciência e muita vontade.
Mas, quando eu falo do passado, não se trata apenas do passado desta encarnação, dos dias e anos que se acabou de viver.
Trata-se, igualmente, das outras encarnações, porque o homem arrasta consigo as marcas do seu passado próximo e longínquo.
Só os Iniciados sabem trabalhar sobre si mesmos para se limparem das manchas do passado; os outros nem sequer imaginam que há um trabalho a fazer para que o presente, que brota sempre novo, não seja contaminado pelo que é velho, bolorento ou caduco.
Como vedes, a questão não é tão simples como se imagina.
Infelizmente, a maioria das pessoas não pensa que existe algo para estudar, para aprofundar e transformar; elas esperam cada novo ano com a firme esperança de que aquele ano, finalmente, lhes trará tudo o que desejam: a sorte grande, o casamento com um príncipe, a herança fabulosa duma avó ou dum tio da América.
Outras procuram incessantemente fórmulas que lhes permitam descobrir tesouros escondidos em grutas ou no fundo dos mares.
As pessoas procuram sempre viver na ilusão.
«O ano novo - dizem - trar-me-á isto... ou aquilo...», e ficam à espera.
Mas o ano passa-se como os outros, e por vezes pior do que os outros.
Não se semeou nada e espera-se que as coisas germinem!
Mas não, nestas condições jamais germinou, em parte alguma, o que quer que fosse.
Se plantastes, tendes o direito de esperar pelos frutos, se não, nada haverá a esperar.

Vós trabalhastes, lavrastes a terra - a vossa própria terra -, semeastes e plantastes alguma coisa em vós?
Então sim, podeis esperar que o ano novo vos traga alegria, felicidade e paz; e ainda que não as espereis, ele trar-vo-las-á.
Mas se nunca tiverdes plantado o que quer que seja e estiverdes com esperança... será esperança desesperante, isso garanto-vos eu, porque não está baseada em qualquer lei natural.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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