O que é que se faz depois de se acender um fogo?
Há que alimentá-lo: deita-se-lhe lenha ou qualquer outro combustível para não se extinguir.
Estais a ver?
Vós fazeis isso todos os dias, mas certamente não interpretastes o que fazeis.
O facto de alimentardes o fogo prova que o amais.
Dais-lhe alimento para que ele continue a viver.
Se não lhe derdes nada, é porque não o amais, e ele extinguir-se-á.
Se fizermos agora uma analogia entre o fogo e o sol, podemos dizer que são os planetas que alimentam o fogo do Sol.
Fazendo o sacrifício de girar à sua volta, eles dão-lhe algo de si mesmos e, em troca, o Sol dá-lhes a sua luz e o seu calor, que não são outra coisa senão uma transformação do seu sacrifício.
Vós também podeis dar ao fogo alguma coisa de vós: os vossos velhos ramos, quer dizer, os vossos velhos instintos, a vossa estupidez, os vossos caprichos...
Tudo é inútil, vá!, para o fogo!
O fogo é capaz de transformar tudo em calor e luz.
E sois vós que beneficiais.
De outro modo, que podeis fazer com esses velhos ramos?
Eles não podem aquecer-vos nem iluminar-vos, porque vós não sois capazes de os transformar.
Dai-os ao fogo!...
Num Ensinamento espiritual, o fogo é também o Mestre.
Como o fogo, o Mestre é capaz de transformar tudo o que é velho e obscuro nos discípulos para lho devolver sob a forma de luz e calor.
Ao girarem à volta do Sol, os planetas dizem-lhe: «Ó querido Sol, nós temos tudo, excepto a luz e o calor; somos baços, feios e frios.
Transforma-nos...»
E o Sol envia-lhes a sua luz e o seu calor.
Eis mais um exemplo das relações existentes entre os dois princípios, masculino e feminino.
Só o 1 é masculino; tudo o que é plural é feminino.
E, como o Sol no sistema solar, num Ensinamento espiritual só o Mestre é masculino; todos os outros, homens e mulheres, são femiCninos, são polarizados negativamente, isto é, receptivos.
Então, há trocas entre o ponto central e a periferia.
A periferia envia o seu amor para o centro e o centro envia para a periferia a luz, o calor e a vida.
E se as partículas da periferia se fecharem, se forem avaras e não quiserem dar nada, também nada receberão.
É quando há trocas que tudo cresce, floresce e se vivifica.
E para se fazer uma troca não é necessária a aproximação física.
O Sol não se aproxima dos planetas para os abraçar ou beijar; ilumina-os de longe e todos são fertilizados.
Não me compreendais mal, estou a expor-vos um princípio, uma lei do mundo espiritual.
Quer penseis no fogo, quer penseis no Sol, em Deus, no espírito ou no amor, é sempre
o mesmo princípio.
O fogo é o amor de Deus; e o amor é um fogo, um fogo divino.
Portanto, se quiserdes alimentar o vosso fogo, ou seja, o vosso espírito, a vossa alma, é preciso que o corpo físico faça sacrifícios.
Deveis tomar consciência desta comunicação constante entre a periferia e o centro; é a lei do eco.
Enviais ao banco central, ao fogo universal, uma certa quantia ou, se quiserdes, um ramo, uma acha, e ele dá-vos recibos e, quanto mais o tempo passa, mais elevados são os juros que recebeis
por essa quantia.
As pessoas que, julgando-se sábias e prudentes, não querem abrir o seu coração e a sua alma,
ficarão sempre pobres.
Eles não querem enviar um pouco de amor para o centro, nem sequer lhe concedem um olhar,
por isso nunca receberão nada.
De agora em diante, pensai em alimentar o fogo central, levai-lhe todos os dias alguns ramos...
Quanto mais o alimentardes, mais recebereis dele a luz e o calor.
Continua
Sem comentários:
Enviar um comentário