sábado, 4 de maio de 2019

A LINGUAGEM DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS (Continuação V)

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A cabeça duma família, a cabeça duma sociedade, a cabeça dum país, a cabeça do sistema solar, a cabeça do Universo, todas elas representam o Senhor: são representantes, a diferentes níveis, do princípio divino único.
Um pai representa-o, um chefe representa-o, um Mestre representa-o...
Se separardes de Deus uma destas cabeças, não retirareis daí benefício algum.
Se não considerardes o vosso pai como o representante de Deus no vossa família, ele nada poderá trazer-vos, porque não o ligais ao princípio divino.
O essencial é estabelecer um elo entre cada coisa, entre cada ser e Deus.
Se tiverdes um Mestre e não o considerardes como um aspecto do princípio divino, ele nada poderá fazer por vós, mesmo que tenha todos os poderes.
Ele terá poderes para os outros, mas não para vós: se vos fechardes em relação a ele, o que quer que ele vos envie será repelido, desviado, cortado.
Será que o Sol pode entrar na vossa casa quando fechais as portadas?
Não.
Ele é omnipotente, faz mover os planetas, mas não pode abrir as vossas portadas!
E o Senhor também não; Ele é muito poderoso, mas não pode abrir, por vós, as portadas do vosso coração.
É a vós que compete abri-las.
É a meias: vós abris o vosso coração e Ele entra.
Esta ligação com o princípio divino é essencial também no domínio do amor.
Quando um homem e uma mulher querem manifestar o verdadeiro amor e conhecer a verdadeira felicidade, a libertação, devem sempre considerar-se mutuamente como representantes do
Pai Celeste e da Mãe Divina.
Senão, quando o homem abraçar abraçar a sua bem-amada, abraçará também as suas fraquezas, as suas limitações, não atingirá algo superior a ela, maior e mais puro que ela, e o seu amor acabará.
É preciso, portanto, uma outra compreensão: que o homem considere a sua bem-amada como representante da Mãe Divina, e ela o seu bem-amado como um aspecto do Pai Celeste, do Cristo.
Considerando-se assim, eles ligam-se imediatamente a algo de superior, e então um torna-se mais do que o bem-amado ou a bem-amada e cada um tem na sua alma, no seu coração, nos seus braços, algo que vem da imensidão.
Desta imensidão fluem raios, correntes, duma natureza mais subtil, e os Anjos, os Devas, os Espíritos luminosos da Natureza, vêm trazer as suas forças e a sua alegria a esses dois seres que estão a exprimir-se na mais bela linguagem da Criação, a linguagem do amor,
do amor ilimitado.

Quando contemplais o Sol todas as manhãs, pensai que contemplais o ponto central, o espírito, o
olho de Deus; deveis fazê-lo conscientemente, com amor, com o desejo de encontrar o centro,
 o vosso centro.
Tomai consciência de que, pelo simples facto de olhardes para o Sol, vos aproximais do centro do sistema solar e que, dessa forma, o mesmo fenómeno se produz em vós: a vossa consciência aproxima-se do vosso próprio centro, do vosso espírito, de Deus, e vós encontrareis a luz, a paz,
a liberdade, a força.
E posso dar-vos mais uma interpretação deste símbolo.
O Sol permanece no centro do sistema solar.
Se ele desaparecesse desse lugar, todos os planetas ficariam errando, em desordem, pelo espaço.
Por vezes, um planeta convida o Sol, porque quer tê-lo exclusivamente para si, e diz-lhe: 
«Meu querido Sol, amo-te muito, vem para junto de mim.»
Mas o Sol responde: «Não, não, não posso ir, tenho de ficar no centro, senão todo o sistema solar se desconjuntará.
Não te esquecerei, dar-te-ei o meu tempo, os meus raios, fertilizar-te-ei, vivificar-te-ei,
iluminar-te-ei, mas deixa-me ficar no centro.»
Os planetas devem saber que o Sol não pode deixar o seu lugar.
Quando falo assim do Sol e dos planetas é, evidentemente, no plano simbólico; também posso falar de um rei e dos seus vassalos, de um professor e dos seus alunos, de um Mestre e dos seus discípulos,
de Deus e de todos os homens.
Nunca peçais ao ponto central que se desloque para vos pertencer.
É preciso que ele permaneça no centro, porque é de lá que ele mantém a ordem, é de lá que ele equilibra e alimenta todas as criaturas.
Ele emite raios para a periferia e os seus raios são tão intensos que visitam as grutas, os abismos;
não existe nada que eles não tenham penetrado.
No dia em que souberdes olhar conscientemente para o Sol, vereis o que se produz: entre ele e vós começarão a circular ondas que criarão formas, cores, um mundo novo.
Nessa altura, atraíreis forças, criaturas inteligentes que virão dançar, banhar-se nessa beleza, nesse diálogo, nessa conversa entre o Sol e vós; ele está lá, mas ainda não há qualquer relação
 entre vós e ele.
Contentais-vos em olhá-lo, em verificar que está um pouco mais brilhante ou um pouco mais velado que na véspera, mas não é assim que se entra em relação com o Sol.
Para entrardes em relação com ele, é preciso que se teçam entre ele e vós verdadeiros laços vivos.

Continua

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