Os Iniciados, os místicos, esforçam-se por se recolher para atingirem, em si próprios, esse centro que é o equilíbrio, o sentido das suas vidas.
Consoante os casos, eles localizam este centro na cabeça, entre os dois olhos, no coração, no plexo solar ou no centro Hara.
Na realidade, pouco importa o lugar que se lhe atribui no plano físico, porque ele não se encontra no plano físico.
Deve-se, simplesmente, pensar nele, e encontrar-se-á a direcção sem ser necessário estar preocupado com a sua localização.
Vede as plantas; elas não têm olhos para verem para onde devem dirigir-se, mas têm necessidade de sol e há nelas uma força que as dirige, que as orienta para o sol.
Chama-se a isso o tropismo.
Essa força manifestar-se-á também no homem que procura o seu centro, mesmo que ele não saiba onde deve procurá-lo.
Para encontrarem este centro, os yoguis da Índia têm técnicas de concentração especiais de que certamente já ouvistes falar.
Mas tais experiências são ainda prematuras.
O essencial é que compreendais quão necessário é procurar esse centro que é Deus.
Mesmo que não saibais onde está esse centro, a vossa alma sabe-o, o vosso espírito sabe-o.
Desde o momento que tenhais a intenção de o encontrar, de vos dirigirdes a ele, dentro de vós começarão a manifestar-se forças que vos orientarão com todo o rigor.
Alguns cristãos, não obstante não conhecerem nada dos chacras nem saberem onde eles se encontram, nem como desenvolvê-los, desenvolveram-nos pelo exercício das virtudes, por algumas orações ou certos métodos que se utilizam na religião cristã, e também eles encontraram o centro ainda que não tivessem nenhuma técnica especial para isso.
Tudo o que é puro, tudo o que é desinteressado, acciona os mesmos mecanismos e permite as mesmas descobertas espirituais, qualquer que seja a religião.
Evidentemente, se se souber localizá-los, isso facilita as coisas, sem dúvida.
Quando trabalhais no nevoeiro, na sombra, na inconsciência, também chegareis a resultados, mas é preciso mais tempo.
Um cristão, ignorando tudo acerca das yogas da Índia, apenas com o seu amor para com Deus, pode fazer grandes progressos.
Se o seu amor for muito ardente, muito poderoso, será capaz de o libertar e de o conduzir à iluminação.
Todavia, se ele tivesse alguns conhecimentos que lhe permitissem ver mais claramente para onde se dirige, seria ainda melhor, pois trabalharia com meios mais eficazes e o fim seria
mais rapidamente atingido.
É por isso que no nosso Ensinamento se ensina o poder do amor, da oração, da doçura, da humildade e de todas as virtudes cristãs, mas acrescentam-se a isso algumas noções desta ciência eterna que os Iniciados possuem desde tempos imemoriais sobre a Árvore Sefirótica, sobre os corpos subtis do homem, sobre as regiões do espaço, sobre a alma, sobre o espírito, etc., o que facilita o trabalho, porque diminui os riscos de erro.
Continua
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